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CAPÍTULO TRINTA E UM
desabou.

5ª temporada, episódio 3

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ESCUTEM, TODOS. — Webber falou pelo microfone, — Somos pessoas ocupadas, então vou tentar ser breve. Estou implementando um novo protocolo de ensino aqui no Seattle Grace. Algumas dessas regras são novas e alguns são antigos e serão implementados recentemente.

Sussurros passaram por todo o auditório enquanto o chefe continuou: — Os residentes do primeiro, segundo e terceiro ano não poderão mais se especializar de fato. A prática interfere no desenvolvimento de uma educação cirúrgica completa. Não mais.

— Merda, isso vai ser uma droga. — Norah resmungou enquanto ele ria baixinho ao lado dela.

— Relacionamentos pessoais, lealdades pessoais e favoritos pessoais não serão mais um fator em nosso programa de treinamento. Comparecendo, você espalhará sua riqueza de conhecimento igualmente entre todos os residentes. Além disso, refocaremos nossa atenção na comunicação com o paciente e no modo de cabeceira.

Mark franziu as sobrancelhas com as palavras do chefe. — Ok, isso vai ser uma droga.

— Para alguns de nós, isso significa aprender a arte perdida da humanidade e da compaixão. Para outros, isso significa aprender a tratar os pacientes sem se envolver emocionalmente com eles. Este é um programa cirúrgico. A psiquiatria está no quinto andar. Não vamos confundir os dois.

— Ele está-

Referindo-se a uma pessoa específica? — Sim.

— Além disso, residentes, seus estagiários refletem sobre você. Se eles falharem, você falha. Se eles tiverem sucesso, você terá sucesso. Atendentes, isso vale para os residentes também. Ensinem com entusiasmo, aprendam com entusiasmo. Nós somos cirurgiões, — concluiu Webber, — vamos começar em casa, pessoal.

— Jack O'Brien, 47, — Cristina apresentou, — agendado para uma correção de aneurisma da aorta abdominal. Sua última tomografia mostrou calcificação. Então eu pedi uma angiotomografia para determinar se havia piorado ou permanecido estável.

— Boa captura, Yang. — Hahn assentiu, examinando rapidamente os prontuários do paciente. — Você pode derrubá-lo depois das rodadas.

— A Dra. Lawrence vai assumir. — Interveio Webber, e Norah olhou para ele surpresa. — Dra. Yang, você terminou aqui. Obrigado.

Hahn olhou para o chefe, depois para a residente morena. — Eu vou ficar bem com Lawrence.

Cristina parecia chateada com Webber enquanto entregava os prontuários do paciente para Norah, mal-humorada; a última encolheu os ombros em resposta.

— Como você está aí, Sr. O'Brien? — Norah perguntou pelo alto-falante.

— Poderia ser pior. — Respondeu o paciente, — Poderia ter o cérebro vazando dos meus ouvidos.

— Só vai levar mais alguns minutos. — Ela informou.  — Mantenha-se firme.

— Não é como se eu pudesse ir a qualquer lugar.

Norah riu da resposta dele enquanto se recostava na cadeira da sala de tomografia. Kirian, que estava na sala com ela, estava balançando a perna enquanto esperavam os exames do Sr. O'Brien aparecerem. O corredor do lado de fora da sala estava cheio de conversas.

— Você já pensou no que quer se especializar? — Perguntou Kirian.

Norah virou-se para ele com uma sobrancelha erguida. — Sou uma pessoa indecisa, — afirmou, — então estou bastante aberta a todas as opções, na verdade.

— A palavra é, todas as opções, exceto plásticos. — Mencionou o estagiário. — Por que não plásticas?

— Falta de interesse. — Ela suspirou, pensando no número de vezes que ela respondeu a uma pergunta semelhante a esta. — E você?

— Plásticas. — Kirian respondeu definitivamente.

A residente soltou uma risada bufante, parecendo divertida. — É melhor você começar a puxar o saco de Sloan, então.

— Bem, veja, isso vai ser um problema. — Ele suspirou, afundando de volta em seu assento. — Eu acho que ele já me odeia por - você sabe - tomar uma bebida com você na outra noite. — Seu olhar desmotivado a fez rir.

De repente, a máquina de TC começou a chiar; luzes brilhantes piscaram quando as gotas de água do teto caíram sobre a máquina, fazendo com que a residente e o estagiário saltassem de seus assentos.  — Puta merda. Uau, quero dizer, Rook, chame o chefe!

— Eu deixei meu psiquiatra.

— Parabéns. — Norah colocou sua bandeja de almoço na mesa, sentada em frente a Meredith e ao lado de Cristina.

Meredith deu de ombros. — Estou feliz. Estamos felizes.

— Posso sentar aqui? — Lexie perguntou enquanto se sentava ao lado de Norah. A última levantou uma sobrancelha para o olhar estressante no rosto da estagiária enquanto ela descascava as cascas de seus sanduíches.

George entrou no refeitório, suspirando, e Lexie Imediatamente se animou. — George! George! — Ela acenou para ele vir até eles, — Como foi?

O homem em questão balançou a cabeça enquanto lutava para encontrar as palavras, finalmente deixando cair a cabeça na mesa. — Há um problema de água. E eu só estou tentando ajudar o chefe. — Ele resmungou, — Agora... Agora os fatos médicos estão caindo do meu ouvido.

— Coma isso. — Lexie falou, alimentando George com algo de sua bandeja, — É comida para o cérebro.

— Ei, meu cara com aneurisma caiu na água, bateu a cabeça, então a máquina de tomografia foi frita com ele dentro. — Compartilhou Norah, mordendo seu sanduíche. — Ele é um ímã para infortúnios - meio como eu, agora que pensei nisso.

— Bem, meu paciente está morrendo. — Meredith suspirou. — Eu odeio quando eu gosto deles, e eles estão morrendo.

— Nosso cara está vivendo com dores constantes nos últimos sete anos por causa de um nervo inflamado em seu nariz. — Lexie se juntou a ele. — É louco!

— Sloan está no caso? — Norah perguntou, e a estagiária assentiu.

— Eu gostaria de ter um nervo inflamado no meu nariz. — George gemeu em frustração.

— De jeito nenhum esse cara está vivendo em oito. Ele é um covarde. — Cristina zombou, — Seu oito? Meus três. Eu posso aguentar a dor.

— Você não pode falar com meu namorado por dez minutos. — Meredith arqueou uma sobrancelha para ela.

— Há dor e há tortura. — Cristina fez uma careta. — Eu posso sentir dor. Teste-me.

Alex começou a lamber os dedos enquanto se levantava. Ele pegou a mão de Cristina e deu um tapa - forte - mas a última não se mexeu. — Impressionante. — Ele assentiu.

— Cala a boca. — George estreitou os olhos para Alex, — Você mal a tocou.

Alex imediatamente se levantou e deu um tapa no antebraço de George e Meredith, ambos gritando de dor. Ele fez contato visual com Norah e estava prestes a pegar a mão dela, mas finalmente decidiu não fazer isso e se sentou novamente.

— Como você diagnosticou esse nervo? — Cristina perguntou à estagiária: — Porque nunca ouvi falar dessa condição.

— Lembrei-me de um artigo do British Journal of ENT. — Lexie respondeu, — Era a edição 47, página 19, de 1964. — Os outros olharam para ela, impressionados, mas perplexos. Ela falou hesitantemente: — Tenho memória fotográfica.

— Cara. — Alex sorriu, — Lexipedia.

— Você pode abrir o retrator um pouco mais se quiser dar uma olhada melhor. — Afirmou Hahn enquanto ela e Norah trabalhavam no Sr. O'Brien na sala de cirurgia; Kirian atendeu ao lado da residente.  — Apenas certifique-se de manter o intestino delgado dentro. Eu quero evitar um íleo pós-operatório.

— Isso seria bom para ele. — Comentou Norah, — O homem é um ímã para infortúnios.

— Bem, isso soa muito dramático. — Comentou Hahn.

— Ele tropeçou na água, bateu a cabeça e ficou preso na máquina de tomografia computadorizada. — Lembrou Kirian, — Tudo em uma hora.

Uma gota de água caiu na cabeça da atendente. — O que é isso? — Ela questionou, assim que mais água começou a pingar na área de operação.

Bailey bateu no vidro grosso da galeria, chamando a atenção dos cirurgiões. Norah franziu a testa ao decifrar vagamente as palavras que a Chefe dos Residentes estava repetindo: Mova o paciente. Norah seguiu seu olhar e olhou para o teto, apenas para ver uma grande rachadura com mais e mais gotas de água escorrendo para eles.

De repente, a rachadura no teto aumentou e começou a cair sobre eles. Norah imediatamente se inclinou para cobrir o abdômen aberto do corpo do Sr. O'Brien, protegendo seus órgãos internos da água que escorria em suas costas. Kirian tinha quebrado o mato e se lançou para a frente também, cobrindo tanto o paciente quanto a residente.

— Estão todos bem? — Hahn perguntou depois que a sala de cirurgia parecia estar quieta mais uma vez:  — Como está o paciente?

— Ele está estável.

— Rook, vá fazer um check-up. — Norah ordenou o seu estagiário, — Aquilo era umas tábuas de teto sólidas.

— Mas-

— Kirian, agora. — Ela retrucou antes de sua expressão suavizar, — E obrigada.

O estagiário assentiu e saiu da sala de cirurgia assim que Bailey entrou. — Como posso ajudar? — Ela perguntou.

— Encontre o chefe e conte a ele o que aconteceu. — Respondeu Hahn, olhando para a bagunça ao redor deles; havia pedaços caídos e definitivamente muita poeira por toda parte, o que prejudicaria o bem-estar do paciente. — Deus, precisamos de uma nova sala de cirurgia.

— Eles fecharam as outras salas de cirurgia, exceto esta e a do Dr. Sloan. — informou uma das enfermeiras.

— Vou buscar a sala de cirurgia. — Ofereceu Norah, e a atendente assentiu.

A residente saiu da sala de cirurgia enquanto os outros na sala preparavam o paciente para o transporte. Ela correu pelo corredor e abriu a porta, pegando uma máscara às pressas antes de entrar na sala de cirurgia.

— Dr. Sloan, precisamos da sala de cirurgia!

Todos na sala voltaram sua atenção para ela. Cristina estreitou os olhos para sua roupa encharcada; Derek deu uma olhada duas vezes. — O que aconteceu com você? — Ele questionou: — Você está encharcada.

— O, uh, teto desabou sobre nós. — Respondeu Norah com uma fungada, — Literalmente.

— O quê? — Mark ergueu os olhos da paciente e franziu a testa ao vê-la. — Você está bem?

— Eu estou, mas nosso paciente não está. — Ela respondeu apressadamente com um calafrio, — Ele é um ímã de infortúnio. Mark, nós precisamos da sala de cirurgia!

— Tudo bem. Vocês ouviram, todo mundo. Vamos nos mexer!

A equipe de cirurgiões estavam trabalhando no Sr. O'Brien depois que o teto desabou, espalhando fragmentos da tábua do teto em sua incisão. Três atendentes - nenhum deles cirurgiões gerais – e um residente estavam explorando minuciosamente o abdômen do homem cuja sorte parecia ser pior que zero.

— Alguém vê mais algum dano? — Hahn perguntou:  — Algum sangramento?

— Sem sangramento. Limpei o quadrante inferior esquerdo. — Informou Derek.

— Dê-me o irrigador de pulso. — Pediu Mark.

Norah franziu as sobrancelhas com a visão dentro do abdômen. — Dra. Hahn, olhe para isso... O pâncreas dele. — Ela apontou, — Isso é dano dos destroços?

— Não, não. — Hahn balançou a cabeça, — Isso é... Um tumor.

Norah nem se surpreendeu naquele momento. — O rapaz é uma sexta-feira 13 ambulante. — Ela suspirou, — Bem, mentindo, mas... Sim, vou calar a boca agora.

Ela sentiu o nariz coçar e escorrer. Oh Deus. Ela fungou e balançou a cabeça antes de voltar para ajudar na cirurgia.

— Você tem certeza que está bem? — Mark perguntou com um sussurro, seu tom preocupado. Hahn olhou entre os dois com curiosidade; Derek ainda estava focando no paciente.

— Além de tomar banho com água de cano? — Norah levantou uma sobrancelha para ele antes de assentir, — Sim, muito bem.

Norah entrou no vestiário dos estagiários, onde a maioria dos internos tinham começado a ir para casa. Ela virou a esquina e encontrou seu estagiário, que acabara de fechar a porta do armário.  — Como estão suas costas? — Ela perguntou.

Kirian se virou para ela com um sorriso no rosto. — Apenas alguns hematomas, só isso. — Ele respondeu,  — Nem preciso de dias de folga.

O residente assentiu. — Isso é ótimo, então. Obrigada novamente. — Disse ela antes de sair, sentindo o nariz escorrendo.

— Ei, Dra. Lawrence, — ele chamou, — beber?

Ela estreitou os olhos para ele. — Boa tentativa, mas estou cansada, Rook. — O estagiário tossiu um bufo, que ela logo percebeu que ele estava brincando com ela.  — Vejo você amanhã, Kirian. Vou tirar você de folga durante a semana.

Quando o interno deu um soco no ar - seguido por um silvo de dor - a residente riu, saindo da sala. Mark se afastou da parede quando Norah saiu, juntando-se a ela ao seu lado.

— Ugh, droga de nariz com coceira, pelo amor de Deus. — Ela sentia vontade de espirrar a cada segundo, o que a irritava muito - até que ela finalmente espirrou e estremeceu. Os palavrões fluíram de sua boca como um rio enquanto ela revirava os olhos em aborrecimento.

Mark bufou ao vê-la e tirou sua jaqueta de couro, segurando-a atrás dela. Ela esticou os braços nas mangas, e ele deu um tapinha nela.

— Meus braços não são tão longos. — Ela fungou novamente, levantando o braço na frente do rosto; apenas metade de seus quatro dedos estavam saindo do punho da manga da jaqueta.

— Bonita. — Ele riu, passando o braço em volta do ombro dela enquanto saíam do hospital.

5ª temporada, episódio 5

O preto... O preto... O Preto...

Mark estava deitado na beliche de baixo da sala de plantão, com Norah cochilando profundamente em seu peito. Sabendo o quanto ela tinha sono leve, ele folheou as páginas da revista médica recém-publicada o mais silenciosamente possível, mas as novas páginas estavam bem crocantes.

No entanto, a crocância das páginas se afogou quando a maçaneta da porta estalou e a porta se abriu. — Deus, eu estive procurando por você em todos os lugares. — Callie respirou.

— Shhh... — Mark tentou silenciá-la, mas ela fechou a porta com um estrondo; Norah se mexeu em seu peito, seu braço apertando seu torso. — Sério, Torres? — Ele suspirou quando Callie se sentou do outro lado da cama, — Ela ficou acordada até as três da noite passada, e eu fiz uma palatoplastia de manhã cedo.

— Qualquer que seja-

— Oh, ei, você vê isso? — Ele perguntou, levantando o diário em suas mãos, — O Método de Shepherd?

— Sim, sim. Muito impressionante. — Callie respondeu sem entusiasmo, — Ouça, ontem à noite, Erica-

— Você acha que eles retocam essas fotos? — Mark estreitou os olhos para o rosto de Derek no diário, — Quero dizer, o homem não tem um maldito poro!

— Você poderia se concentrar? Eu preciso de você agora. — Ela brincou, puxando o diário médico para longe dele e suspirando.  — Ontem à noite, Erica e eu... Nós... Nós fizemos isso - mais ou menos.

O cirurgião plástico ergueu uma sobrancelha com curiosidade. — Parabéns.

— Não. Não, não. — Callie balançou a cabeça, — Não foi nada bom... Eu engasguei.

— Você engasgou? — Norah questionou enquanto se mexia, abrindo lentamente os olhos para absorver a claridade.

Mark abaixou a cabeça para ela e falou com uma voz suave:  — Você estava acordada?

— Sono leve. Eu estava acordada quando Callie decidiu bater a porta. — Ela suspirou enquanto se sentava na cama, — Oh, isso é Derek-

— Ei, ei, escutem - vocês dois! — Callie repreendeu o par. — Eu... Não consegui descer lá. — Ela confessou,  — Eu tentei, mas parecia tão estranho e clínico - como rotação ginecológica. — Norah esfregou os olhos enquanto ouvia atentamente; Mark parecia doente.

— Eu saí esta manhã antes que ela se levantasse. Eu não conseguia nem encará-la. — Callie suspirou. — E se... E se eu e Erica formos um erro?

A essa altura, Mark parecia mais do que perturbado.  — Sabe, vou deixar isso para você, — disse ele à namorada, — estou fora. — Ele deu um beijo no pescoço de Norah antes de sair da cama para pegar seu casaco branco do cabide.

— Onde você está indo? — Callie questionou.

— Eu não posso falar sobre isso. — Ele respondeu.

— Oh, vamos lá! Garota com garota - é quente!

— Duas garotas ficando excitadas e adorando? Isso é quente. — Mark corrigiu com um estremecimento,  — Uma garota falando sobre o quanto isso é uma droga? Deprimente e errado. Simplesmente errado.

Norah suspirou quando ele saiu da sala. — Você assustou meu namorado. — Ela se virou para Callie,  — Você pode ser uma das primeiras.

— Você dormiu com mulheres, certo? — Callie perguntou. Norah assentiu hesitantemente, e a primeira sorriu: — Ajude-me, por favor. Preciso de muitos conselhos.

— O chefe quer que demos a George um dos nossos estagiários? — Cristina questionou enquanto os residentes se reuniam no vestiário, se preparando para o dia.

— Exceto por Lawrence. Ela já perdeu O'Malley. — Alex respondeu antes de dar de ombros, — Apenas jogue fora seu peso morto.

— Eles são todos um peso morto. — Cristina brincou,  — É por isso que eu preciso de todos os quatro, não de três.

— Faça com que eles se voluntariem, — sugeriu Norah, — tenho certeza de que todos estarão lutando para fugir de você. — Cristina fez uma careta para ela enquanto ela sorria de volta.

Norah ergueu a cabeça quando a porta se abriu. Lexie entrou na sala segurando uma caixa de itens e muitos balões coloridos. Os outros residentes estreitaram os olhos para ela. — George está preenchendo a papelada, recebendo suas asas de médico da vida real. — A estagiária informou alegremente,  — Então eu pensei que agora seria um bom momento para decorar seu armário.

— Ideia brilhante. Eu ajudo. — Norah se levantou e caminhou em direção ao cubículo vazio ao lado dela. Lexie passou para ela metade dos balões cheios de hélio.

— Canela ou baunilha? — Lexie perguntou. — Eu simplesmente... Não conseguia decidir entre esses dois.

— Canela, definitivamente.

— Puta merda, você é o Derek Shepherd? — Norah fingiu um olhar apavorado enquanto se aproximava do atendente. — Eu sou uma grande fã de você, Dr. Shepherd!

— Muito engraçado, Norah. — Ele riu, balançando a cabeça, — Muito engraçado, de fato.

— Você viu seu rosto retocado na capa? — Ela riu. — Quando pego minha cópia do diário no meu cubículo, estou esperando um autógrafo. — O neurocirurgião revirou os olhos para ela.

— Lawrence! — A voz de Bailey soou por trás. Norah se virou para encontrar a Chefe dos Residentes caminhando em sua direção com um grande grupo de residentes e estagiários seguindo atrás dela. — Venha comigo.

— Mas finalmente estou no Neuro hoje! — Norah protestou, mas juntou-se com relutância quando Bailey começou a lançar adagas para ela.

— Hoje não é sobre você. Não é sobre em quais serviços você deseja estar. Não é sobre sua carreira. — Bailey informou enquanto se virava para o grupo que a seguia, — Isto é sobre mim. Este é um projeto que eu está trabalhando há muito tempo, e é muito importante para mim, portanto, será importante para você.

Os residentes e estagiários se entreolharam com curiosidade.

— A única maneira de conseguirmos isso é se trabalharmos juntos como uma equipe. — Continuou Bailey, — Então, hoje, vocês não são quinze médicos individuais - vocês são uma equipe de cirurgiões representando este hospital.

Todos assentiram enquanto seguiam Bailey para a Clínica. — Dra. Bailey, por que você precisa de tantos médicos para uma cirurgia? — Perguntou Norah.

— Porque não é apenas uma cirurgia. São doze cirurgias. — Bailey anunciou enquanto abria as portas, — Seis transplantes de rim em seis salas de cirurgia, tudo ao mesmo tempo.

Atrás das portas revelaram doze pacientes, emparelhados e esperando por eles. — Doação de rim pareada. É uma troca de seis vias. — Ela compartilhou com um sorriso no rosto, — Seis pessoas doam rins para estranhos, seis pessoas recebem rins de estranhos. Doze pessoas saem felizes.

— Doações de rins correspondentes. — Repetiu Meredith.

— Também conhecido como-

— Uma cirurgia de dominó. — Falou Norah com admiração. Todos tinham sorrisos crescendo lentamente em seus rostos à medida que a excitação aumentava; Bailey tinha o olhar mais feliz entre todos eles.

Depois de um longo dia de problemas familiares, problemas de relacionamento e... Outros problemas que surgiram dos seis pares de doadores e receptores, a cirurgia do dominó finalmente recebeu luz verde para ser realizada. Todas as seis salas de cirurgia estavam cheias de tensão e excitação, além de nervosismo e incerteza.

No entanto, as cirurgias foram bem sucedidas.

— Você deixou um rim cair no chão? — Norah questionou, com os olhos arregalados.

Meredith suspirou culpada,  — Sim.

— Dra. Bailey literalmente gritou uma regra de cinco segundos. — Acrescentou George com uma bufada.

O grupo de residentes e internos tinham acabado de sair, reunindo-se do lado de fora do salão enquanto examinavam a cirurgia um ao outro. Ainda havia duas equipes de cirurgiões operando os receptores, mas a alegria e o alívio já haviam enchido o ar.

— Isso foi uma loucura. — Timothy afirmou enquanto caminhava até Norah, um sorriso hipnotizante no rosto. — Esfregando em uma cirurgia de dominó? Como estagiário? — Seu sorriso se alargou, — Fodidamente louco.

— Nada é melhor do que uma boa e velha adrenalina. — Norah concordou antes de começar a andar. — Eu, tenho um lugar para estar. — Afirmou ela, e Timothy acenou para ela com um sorriso.

Norah perambulou pelo corredor até chegar ao quarto no caminho. A porta estava destrancada e a maçaneta rangeu quando ela a girou. Mark estava sentado na cama com O Método de Shepherd na mão; vendo o olhar encantado em seu rosto, um sorriso cresceu nele também.

— A cirurgia de dominó foi brilhante! — Ela exclamou, seus olhos brilhando com estrelas.

— Você parece alegre. — Ele afirmou enquanto ela se sentava em sua coxa.

— Minha adrenalina está me deixando chapada.

— Sabe o que pode te deixar ainda mais chapada?

Ah, ela reconheceu aquele sorriso sugestivo de qualquer lugar.

Timothy estava no vestiário dos estagiários ao lado de outros dois internos, que haviam sido transferidos para seu novo residente, George O'Malley. George estava dando a eles um breve resumo enquanto os estagiários ouviam.

— Então, amanhã nos encontraremos uma hora antes das pré-rodadas. — Informou.

— Cara, isso é tipo quatro da manhã. — Uma estagiária zombou. — O Dr. Karev nunca nos fez entrar antes das pré-rodadas.

— Sim, O'Malley, você precisa relaxar. — Acrescentou outro estagiário.

Os dois estagiários saíram do vestiário, levando as palavras de George mais como uma brincadeira. Timothy estreitou os olhos para eles e se virou para George. — Eu estarei lá. — Ele disse, — Tenha uma boa noite.

Ao sair do vestiário, ele passou por Lexie, que estava com uma grande carranca no rosto ao entrar.

— Eles provavelmente deveriam dizer Dr. O'Malley. — George suspirou.

— Então, esses são seus estagiários? — Lexie questionou: — Você ao menos perguntou por mim? — Ela olhou perplexa para ele, mas ele parecia perplexo. — Eu ajudei você a estudar. Eu ajudei a decorar seu armário estúpido, eu- — ela balançou a cabeça, — E você não... Você nem vê. Você não vê nada.

— Eu sou uma idiota... — Sua voz estava trêmula, — E você é um idiota. Você nem pensou em perguntar por mim? — George ficou congelado em seu lugar enquanto lutava para formar palavras, olhando para a descrença e o olhar desapontado no rosto dela. — Foda-se, Dr. O'Malley.

Lexie saiu do vestiário e olhou para Timothy, que tinha ouvido a conversa. Ele não conseguia trazer suas pernas para afastá-lo, não importa o quanto ele quisesse. Ela zombou e caminhou pelo corredor enquanto ele a seguia.

— Lexie-

— Não, Tim. — Ela balançou a cabeça enquanto estava à beira das lágrimas, — Você é um cara legal, mas por favor, não agora.

No entanto, quando ela continuou correndo pelo corredor, ele rapidamente a alcançou com passos largos. — E-eu posso ser um ombro para chorar, — ele ofereceu, coçando a nuca, — me disseram que eu tenho um ombro forte.

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