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CAPÍTULO VINTE E NOVE
complicado.
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ESTÁ É A única maneira que eu posso dizer como eu realmente me sinto sem minha mente ficar em branco quando eu vejo você.
Se eu fosse totalmente honesto, 'sem compromisso' não está funcionando para mim. Tentei manter essa amizade estritamente entre nós, mas acho que você concorda que é impossível.
Eu me pego me apaixonando por você dia após dia, e não adianta mais mentir para mim mesmo. Há algo mais entre nós, e eu quero resolver isso juntos.
Eu quero te amar do jeito que você merece e do jeito que meu coração quer ser seu. Quero me comprometer com você, Laurie.
E espero que você também queira.
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4ª temporada, episódios 16 e 17
— Cristina está alegre. — Norah olhou para o outro residente. — Devemos evacuar?
— Estou pegando meu ritmo de volta. Estou ficando agitada com isso. Estou caindo com o ritmo. — Cristina cantou enquanto dançava alguns movimentos.
Norah trocou um olhar questionador com George, que deu de ombros para ela. A dançarina enfiou a mão no bolso de sua calça e tirou um dispositivo reluzente e brilhante. — Meredith me deu o pager brilhante!
— O quê?! — Os olhos de Izzie se arregalaram em descrença.
— Ooh, brilhante. — Norah gritou.
— Ela precisava disso. — Meredith defendeu.
— Você já parou para pensar que talvez eu precisasse? — Perguntou Izzie.
— Você já parou para pensar que talvez você nunca passou pela cabeça dela? — Norah respondeu com indiferença.
— Oh, você desperdiçaria o pager brilhante. Eu preciso dele para sair debaixo de Hahn. Eu não vou ter que implorar a ela por tempo de cirurgia se eu tiver o pager. — Cristina sorriu. — Você sabe, se ela não vai me ensinar, eu vou me ensinar.
— Pare, cardio-viciado! — Norah aplaudiu, cumprimentando a mulher eufórica.
Izzie virou-se para Meredith com uma carranca insatisfeita. — Ela só vai usá-lo para o mal. Eu usaria para fazer o bem. — Ela debateu, — E, além disso, o pager é sagrado. Brilho sagrado. Você não pode simplesmente dá-lo. Ela não pode fazer isso, certo?
Norah olhou para seu olhar questionador antes de dar de ombros. — Eu acho que ela pode. Tecnicamente é dela.
Izzie cutucou George para apoiá-la. — Acho que é intransferível. — Afirmou.
— Você não faz as regras. — Cristina brincou.
— Mas eu sou o estagiário do chefe.
— Você é a vadia do chefe. — Norah e Cristina falaram em uníssono. — E você não tem poder, — Acrescentou a última, — porque o poder ... Oh! Está no pager.
Cristina se afastou assim que Timothy se aproximou de sua irmã, com duas pequenas sacolas nas mãos. — Você saiu cedo. — Ele alegou.
— Tentei pegar um ou dois casos de emergência antes do nascer do sol. — Norah deu de ombros.
— Comeu? — Ele perguntou. Norah estava prestes a responder 'sim', mas percebeu que isso seria, de fato, uma mentira. Timothy sorriu para ela, levantando uma das mini-bolsas na frente de seu rosto. — Eu fiz o café da manhã. — Ele informou, e entregou a ela. — Apreciar!
— Ei, para quem é o outro? — Norah questionou, mas ele se apressou, dando-lhe um aceno no ar e aquele sorriso atrevido no rosto. Meredith e Izzie olharam para Norah com as sobrancelhas levantadas. — Parece que eu sou a irmã mais nova agora. — A última encolheu os ombros.
Ela abriu o recipiente retangular dentro da sacola e o aroma da comida imediatamente subiu ao nariz das residentes. Sanduíches - sem crosta, claro - bacon, feijão cozido e ovos mexidos; clássico, mas parecia o paraíso. As duas residentes ao seu lado estavam prestes a babar.
Estando de bom humor, Norah enfiou o bacon na boca antes de pegar o sanduíche de presunto e queijo, empurrando o restante do recipiente para elas. — Ovos mexidos e feijão cozido?
Meredith e Izzie estavam pegando o café da manhã uma da outra enquanto Norah ria delas com a boca cheia de carne e legumes.
— Isso tem um gosto tão bom. — Izzie falou com a boca cheia, — Posso namorar seu irmão?
— Você quer uma cunhada que quase deslocou sua mandíbula? — Norah arqueou uma sobrancelha para a loira. A última decidiu contra isso e balançou a cabeça. — Hum. Foi o que eu pensei.
O pager de Norah tocou; ela estava sendo chamada para o pronto-socorro.
Houve um grande trauma no caminho. Ela rapidamente enfiou o restante do sanduíche goela abaixo enquanto se dirigia ao pronto-socorro. Seus estagiários a encontraram no meio do corredor, todos ansiosos para ajudar no caso de trauma.
— D-Dra. Lawrence, posso ajudar neste caso? — Jace perguntou. — Raramente ajudei em casos de trauma.
— Eu tenho todo o protocolo de trauma memorizado palavra por palavra na minha cabeça. — Nina interveio, empurrando os caras de lado, — Eu posso ajudá-los da melhor maneira.
— Cappuccino seco como osso, Dra. Lawrence? — Kirian estendeu um copo de papel com um sorriso sincero no rosto. Norah arqueou uma sobrancelha para ele antes de aceitar o café; os outros internos estavam carrancudos para ele.
— Hum, obrigada. Thompson, vamos.
Jace ficou um pouco surpreso antes de assentir agradecido. — Lee, eu gosto que você seja determinada, mas memorizar palavra por palavra não é o melhor. Venha observar.
— Ah... Tudo bem.
— Oh, eu aprecio o café, mas subornar não funciona comigo. Eu te disse isso desde o primeiro dia. — Ela sorriu para Kirian, que suspirou; os outros dois estavam rindo de sua tentativa fracassada.
Norah começou a vestir o vestido amarelo quando se aproximou de Cristina e Izzie, que já estavam se preparando para o trauma. Os estagiários também não perderam tempo em se vestir.
Mark, Bailey, Callie e Hahn foram até eles. Norah acenou com a cabeça para o cirurgião plástico enquanto dava o nó atrás do vestido de Nina; Mark fez uma careta com a saudação dela, mas antes que pudesse dizer alguma coisa, Bailey a interrompeu.
— O que nós temos?
— Ainda não sei. — Respondeu Izzie. Cristina tirou pager brilhante do bolso e o mostrou no rosto da residente. — Sem pager brilhante - você não pode com o pager com brilho! — A loira virou-se para Bailey, — Não é o pager dela!
— Eu dei a Izzie metade do meu café da manhã. — Norah falou; Izzie zombou dela, sentindo-se traída.
— Yang, Lawrence, vocês dois peguem o caso. Stevens, você precisa cobrir o poço. — Bailey instruiu, — E você não se ofereceu para supervisionar a pós-operação de Karev? — Izzie gaguejou, e Bailey franziu a testa para ela. — Eu não tenho tempo para mesquinhez. Vá!
Os residentes e atendentes restantes empurraram as portas do pronto-socorro. Mark caminhou logo atrás; ela quase podia senti-lo respirando em seu pescoço, enviou um pulso elétrico por sua espinha, e ela internamente gritou para si mesma para dar de ombros.
A semana passada tinha sido uma tortura para ambos.
Ela queria iniciar uma conversa, mas quando eles viraram a esquina, os olhos dos cirurgiões se arregalaram duas vezes. Eles olharam em choque, surpresos e de cair o queixo quando suas sobrancelhas se juntaram.
Um adolescente olhou para eles impotente. Seu corpo estremeceu enquanto ele estava deitado em uma maca, ou mais especificamente - envolto em cimento do pescoço para baixo, em uma maca.
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— Não, eu sei por onde começar. — Disse Callie. — O cimento está se contraindo e, se eu não entrar lá, ele pode perder as duas pernas e o braço direito.
— Bem, ele pode viver sem uma perna, — afirmou Bailey, — eu gostaria de vê-lo viver sem fígado.
— Então, estamos dizendo que preferimos que ele sofra uma morte longa, lenta e dolorosa enquanto a alcalina do cimento continua queimando sua pele? — Mark questionou.
— Você não pode simplesmente começar a lascar. — Argumentou Hahn, — Uma vez que sua circulação se abre, as toxinas acumuladas vão parar seu coração, para não mencionar o rabdomiol.
— Poderíamos tratar isso com diálise. — Sugeriu Cristina.
Norah concordou com a cabeça. — Eu li um artigo sobre tratamento de diálise-
— Yang, Lawrence, vamos trabalhar! — Hahn estalou, e as duas residentes silenciosamente fizeram uma careta para ela.
Norah e Cristina ficaram de pé e ouviram sem graça enquanto os atendentes e os residentes seniores discutiam de um lado para o outro. O quadro branco atrás deles estava cheio de sugestões e prioridades listadas pelos diferentes departamentos.
Norah virou-se para a residente ao lado dela com um olhar solene no rosto. — Podemos gritar com eles?
— Você grita com eles. — Cristina murmurou, — Hahn já me odeia.
Norah olhou para o grupo de cirurgiões antes de se virar para Jace, que estava parado ao lado dela. Ele parecia desajeitado e um pouco perturbado pela discussão barulhenta acontecendo. — Thompson, eu quero que você grite. — Ela pediu, — Grite e cale-os.
— Calem... Calem-os? — Jace olhou para ela, seus olhos arregalados, — Nossos chefes? Eu-
— Você é muito tímido e quieto, e eu estou tentando ajudá-lo a mudar isso. — Norah afirmou com um aceno firme, mas ele ainda estava olhando para ela com descrença. — Cale-os, ou você estará em fuga pelo resto do d-
— Calem a boca! Por favor! — Jace levantou a voz para o grupo de discussão, que ficaram em silêncio instantaneamente; tanto Cristina quanto Norah ficaram impressionadas com a voz estridente do estagiário. — Uh... Desculpe, eu estava... Apenas... Eu-
— Isso mesmo, Jace, muito obrigada. — Norah bateu palmas de volta o estagiário antes de se virar para o grupo. — Então, respeitosamente, por favor, calem a boca e parem de discutir. Andrew na sala está aterrorizado além do imaginável, e a última coisa que ele precisa é que vocês gritem enquanto ele está preso, sem se mexer no cimento.
Oh droga. Isso é muito silencioso.
Hahn arqueou uma sobrancelha para a residente. — Você está nos ensinando?
— Respeitosamente, e com todo o respeito ... Sim. — Retrucou Norah com um sorriso. — Olha, Andrew ficou preso por uma hora, então a Busca e Resgate levou três horas para tirá-lo. — Ela declarou, — O homem tem cerca de seis horas-
— Quatro, na verdade. — Jace interrompeu, e todos se viraram para ele. — As queimaduras químicas podem superaquecer internamente o suficiente para causar danos. Então, o cimento endurece ao redor de seu peito e abdômen - ele não seria capaz de expandir seus pulmões e sufocar. Vou garantir sua morte por um ataque cardíaco, derrame, embolia pulmonar... — Ele pigarreou desajeitadamente, — Ele iria embora em quatro horas. Seis, no máximo.
Norah parecia intimidada e discretamente orgulhosa. — Meu estagiário brilhante, eu te abraçaria agora, mas você já parece muito desconfortável.
— Eu estou... Sim, obrigado, Dra. Lawrence. — Jace assentiu com um sorriso de lábios apertados.
A porta se abriu e Webber entrou. — Thompson está certo e Lawrence deixou bem claro, — afirmou o chefe, — temos menos de quatro a seis horas para tirá-lo do cimento e colocá-lo na sala de cirurgia antes que ele morra. Estão todos lutando contra um relógio infernal. Cada minuto conta. Trabalhamos em equipe, ou aquele homem morre. Entenderam?
Todos assentiram.
Cristina cutucou Norah no braço. — Por que você consegue todos os bons estagiários?
— Eu sou nazista 2.0. — A última sorriu orgulhosamente antes de se virar para Jace, que ainda estava chocado consigo mesmo por gritar com seus chefes na sala. — Eu estou te tratando tão bem no almoço e no jantar hoje. — Ela sussurrou.
Com o canto do olho, ela podia sentir o olhar persistente dele. Uma picada apertou seu peito, mas ela se forçou a ignorá-la, apesar dos muitos protestos.
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Os cirurgiões ainda estavam trabalhando juntos, removendo cuidadosamente pedaços de concreto de Andrew. O homem estava deitado em pânico enquanto Norah ajudava Mark a tratar as partes queimadas de sua pele. Havia uma tensão notavelmente inexplicável no ar que a maioria dos cirurgiões na sala notou, especialmente Cristina.
— Oh, Deus. Meus pobres, pobres pais. — Andrew falou. — Como eles enfrentariam alguém no funeral?
— Andrew, você não está morrendo. — Norah assegurou enquanto Mark lhe entregava mais gaze, — Nós não vamos falhar com você. Não hoje.
— Você vai cometer muitos erros em sua vida, mas os erros são... Eles são apenas pedaços. — Bailey tentou acalmá-lo, — Como se isso fosse uma peça tola, mas, você sabe, é apenas uma peça. Você precisa se orgulhar de toda a imagem. A imagem inteira define você, não apenas esta peça.
— Sou um perdedor... Sou um perdedor... Sou um perdedor... Sou um perdedor.
— Andrew. Ei, ei, me escute. — Bailey chamou, e ele moveu seu olhar para ela, — Han Solo não é um perdedor. — Os outros cirurgiões na sala olharam para ela com curiosidade; Norah entendeu a referência quase imediatamente.
— Han Solo ficou envolto em carbonita, e... E isso foi uma grande bagunça, mas não é por isso que ele é lembrado. Ele é o cara que fez o kessel funcionar em menos de doze parsecs e que enfrentou as temperaturas abaixo de zero do planeta gelado Hoth para salvar alguém com quem ele se importava do grande e feio wampa.
Enquanto os outros olhavam uns para os outros com os olhos apertados, Norah continuou: — Han é o rapaz que desceu no último minuto e explodiu Darth Vader no céu para que Luke pudesse usar a Força e destruir a Estrela da Morte.
Andrew estava se acalmando, mas ela podia literalmente sentir Mark olhando para ela.
— Você está preocupado com Lola? A princesa Leia salvou o rapaz do carbonite. Eles se apaixonaram, salvaram o universo, tiveram bebês gêmeos Jedi, blá-blá-blá.
— Esse é o cenário completo. — Afirmou Bailey. — A carbonita, era apenas um pedaço, ok?
Que pedaço de memória para recordar.
André assentiu levemente. Os outros cirurgiões ainda olhavam entre as duas residentes com curiosidade. — O quê? Então, eu gosto de ficção científica. — Bailey retrucou, — Alguém tem algum problema com isso?
Todos balançaram a cabeça, e Norah pôde sentir pelo menos cinco pares de olhos nela. — Eu costumava gostar de Star Wars... Até não gostar. O sabre de luz foi meio que a causa da morte da minha mãe, de uma forma ou de outra. — Ela deu de ombros enquanto tratava da queimadura. Quando ninguém reagiu, ela levantou a cabeça para os olhos que a encaravam. — O quê? Muito escuro?
Mark franziu a testa, seu olhar demorando-se nela por mais de um momento. Ela virou a cabeça para ele, e seus olhos instantaneamente caíram sobre seus lábios por quem sabe quanto tempo... Até que ele finalmente suspirou e abaixou a cabeça de volta para o paciente.
O silêncio o estava queimando por dentro - a ironia.
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— Você parece um inferno. — Norah comentou enquanto entrava no quarto mal iluminado. Pilhas de papéis cheias de pequenas palavras empilhadas sobre a mesa. Derek suspirou, sentado na sala e cercado por vários exames cerebrais.
Ele jogou uma moeda para ela, na qual ela pegou em confusão. — Para que isso?
— Jogue a moeda. — Ele afirmou, — Cara, eu abandono o julgamento; coroa, eu continuo.
Norah bufou e caiu no assento ao lado dele. — Essa é a pior coisa que eu já ouvi.
— Matei doze pacientes. Doze... Estou matando mais pessoas do que estou salvando.
Ela franziu as sobrancelhas antes de oferecer: — Eu tenho um rapaz que pulou no cimento para impressionar uma mulher.
— Isso deveria me fazer sentir melhor?
Norah balançou a cabeça, cruzando os braços na frente do peito. — Ele fez isso por seus sentimentos, por amor, até mesmo. — Ela deu de ombros, — Você não está fazendo a mesma coisa?
Derek olhou para ela antes de balançar a cabeça suavemente. — Depois de ter matado minha décima terceira paciente, não quero vê-la novamente. — Declarou ele sombriamente, — Meredith e eu... Terminamos.
Okay, certo. Eu já ouvi isso antes. Se não fosse por causa do mau humor na sala, Norah teria rido de suas palavras.
— Eu matei treze peixes uma vez. Eles eram animais de estimação, e eu esqueci de alimentá-los. — Ela compartilhou, — Muito chocada quando os vi virados na mini-caixa em que eu os estava criando. — Quando o neurocirurgião lhe lançou um olhar perplexo, ela revirou os olhos. — Vamos lá. Estou tentando animar o clima.
Derek estreitou os olhos para ela antes de afundar em sua cadeira. — Eu criava sapos quando tinha doze anos, eu tinha seis. Eles eram do lago perto da casa da minha mãe em Nova York. — Ele suspirou, — Quando o meu favorito desapareceu, deixei o resto de volta para o lago. Só que eu não sabia que a água estava contaminada. Tenho certeza de que os mandei para a morte.
— Derek, o assassino involuntário do sapo. — Norah meditou, e ele revirou os olhos para ela. — Não vá para a sala de cirurgia com essa cara. Tenha alguma esperança. — Ela se levantou da cadeira, — Treze pode ser um número de sorte também. Você nunca saberá.
— Você é pior que minhas irmãs. — Derek murmurou, — E eu tenho quatro delas.
— Hum. Considere-me sábia. — Norah deu de ombros e jogou a moeda em sua mão. Quando ela abriu a palma da mão, um sorriso se formou em seu rosto. — Cara.
O atendente parecia sobrecarregado; a residente embolsou a moeda para si mesma. — E quando você terminar este ensaio clínico, por favor, me coloque de volta no Neuro, — ela declarou desesperadamente, — eu preciso de cérebros.
Derek bufou, balançando a cabeça. — Você parece um zumbi.
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— George está refazendo seu exame de estágio. — Lexie anunciou, ganhando a atenção de Cristina e Norah, que estavam no vestiário dos residentes. A estagiária estava praticando seu ponto de chicote em uma banana com Cristina observando-a; Norah estava deitada em outro sofá, um sorriso crescendo em seu rosto.
— Isso é brilhante! — Ela exclamou. — Finalmente, uma coisa boa hoje.
A porta se abriu e Derek entrou com um sorriso visível no rosto. Norah sentou-se enquanto ele caminhava em direção à lata de lixo e tirava uma garrafa de champanhe fechada. — Isso não é higiênico. — Cristina franziu a testa.
— Treze é o número da sorte? — Perguntou Norah. Derek não respondeu, mas deu a ela um dos sorrisos mais largos que ela tinha visto em muito tempo. — Parabéns, Derek! — Ela gritou atrás dele quando ele rapidamente decolou.
— Um pouco mais juntos. — Cristina informou a Lexie, — Tente novamente.
Norah virou a cabeça para a estagiária, que estava esticando o pescoço. — Coloque a banana mais alto para que seu pescoço não quebre.
— Você não vai para casa? — Cristina perguntou a outra residente.
— Tim está tendo companhia. — Norah deu de ombros, — Eu não tenho nenhuma intenção de interromper. — Ela poderia jurar que viu a estagiária lançando um olhar furtivo em sua direção à menção do nome. — Estou indo para o bar do Joe. Alguém?
Tanto Lexie quanto Cristina balançaram a cabeça, então Norah se levantou e pendurou o jaleco branco em seu cubículo antes de sair do quarto.
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A atmosfera no bar do Joe sempre foi do tipo animado - algo que ela precisava depois de um longo dia.
Norah estava caminhando em direção ao balcão quando de repente parou em seu lugar; ela podia reconhecer a jaqueta de couro familiar de qualquer lugar.
Antes que ela pudesse decidir se retirar para o hospital, Joe acenou para ela no único lugar vago que restava no balcão. Ela apertou os lábios enquanto se aproximava, sentando-se no assento ao lado dele.
Era como se o mundo quisesse que eles falassem.
Ele a olhou de relance, mas não a cumprimentou como de costume. Joe parecia ter percebido a estranheza entre os dois que eram frequentemente inseparáveis e, portanto, serviu sua bebida habitual e se afastou dos dois cirurgiões.
A tensão a estava matando.
Mark acabara de encher seu quarto copo de uísque desde que Norah estava sentada no banco do bar ao lado do dele; quem sabe quantos mais ele teve antes que ela chegasse. Ele não parecia perto de parar tão cedo.
Ela girou seu copo em círculos, não deixando o líquido escorrer por sua garganta, apesar do desejo por isso. Ele roubou outro olhar em sua direção, a carranca em seu rosto o deixou inquieto, e ele suspirou. — Você tem uma pergunta em sua mente.
Norah ficou um pouco surpresa por ele estar falando com ela, embora ainda estivesse evitando seu olhar. Ela assentiu, colocando seu copo de uísque na bancada. — Você quis dizer o que você disse, não é?
Ele levantou uma sobrancelha para ela. — A carta? Você sabe que eu fiz.
— Não, depois disso. — Ela especificou, — A parte onde você disse-
— Eu não sei. — Ele interrompeu, já sabendo o que ela queria dizer. Tempos como esses, quando suas mentes se conectavam automaticamente, o deixavam perplexo. — Talvez? Dói... Isso, eu realmente quis dizer.
Ela assentiu baixinho, e sua breve conversa lentamente chegou ao fim. Mark desviou o olhar para ela novamente, baixando os olhos para sua bebida. — Você vai beber isso? — Ele perguntou. Ela balançou a cabeça, passando o copo para ele.
O álcool foi liberado instantaneamente - ele se arrependeu, no entanto.
O gosto de uísque trouxe uma sensação - ou gosto - que estava mexendo com os sentimentos em seu peito. — Posso te contar uma confissão bêbado? — Ele perguntou, virando seu corpo inteiramente para ela agora.
— Você não está bêbado. — Ela apontou, e ele deu de ombros.
— Eu não estou. Mas apenas o suficiente para a coragem líquida. — Afirmou, chamando Joe para um reabastecimento para as duas bebidas. Ela assentiu e acenou com a cabeça para que ele continuasse.
— Eu quero te beijar, desesperadamente. — Ele falou sem outro momento de hesitação, o que a pegou de surpresa. — Eu não quero dormir com você. Eu não quero fazer sexo com você. Eu só quero te beijar... — Ele riu secamente, — Eu quero te beijar como se você fosse minha.
Ela permaneceu em silêncio enquanto ele prosseguia. — As enfermeiras? Sim, elas aconteceram. Mas eu não consegui deixar isso acontecer de novo depois que você invadiu todos os meus pensamentos. — Ele admitiu, — Puxa, eu nem sei por que não te contei isso na semana passada... Você é a única na minha cabeça, Laurie - você é a única.
Ela nunca soube o quanto sentia falta do apelido até ouvi-lo novamente.
Aqueles olhos azuis estavam olhando diretamente através de sua alma, afogando-a dentro de sua cabeça; sua mente estava correndo tão rápido que a estava deixando atordoada. — Você não está tornando isso mais fácil. — Ela conseguiu dizer.
— Nós podemos ser complicados juntos. — Ele simplesmente respondeu, bebendo o resto de sua bebida; a sensação de queimação em sua garganta era viciante.
Eles poderiam.
— Você sabe o que é confuso? Eu nunca me senti assim na minha vida - nunca. — Ele compartilhou, — Você é a primeira e posso dizer com confiança que é a última. — Suas palavras o fizeram soltar uma risada seca, — Engraçado, certo?
Ela balançou a cabeça em resposta, mas se ele viu ou não, ela não tinha certeza. Quando ele pediu mais uma recarga, ela finalmente suspirou alto. — Você está tentando ficar bêbado?
— Talvez, sim, porque isso-
— Adormece a dor. — Ela terminou, — Eu também sei como é. — Ele assentiu, olhando para ela. Ela gesticulou para um reabastecimento desta vez, e ele teve o primeiro meio sorriso no rosto desde aquela noite no estacionamento.
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Mark sentiu uma picada na cabeça quando tentou movê-la - foi uma picada física, desta vez - ele pôde reconhecê-la facilmente. Quando forçou a abrir os olhos, percebeu que não estava em seu quarto de hotel, mas os tetos tinham um tom de cor familiar.
— Últimas notícias: você realmente ficou bêbado. — Uma voz o cumprimentou quando ele se sentou no sofá, e ele virou a cabeça para ela - um pouco forte demais - fazendo-o gemer de dor.
— Sim, eu percebi isso. — Ele resmungou com a garganta seca. Norah tinha um copo de água e aspirina quando se aproximou dele da cozinha. — Obrigado. — Ele murmurou, enviando-lhe um olhar curioso. — Onde está seu irmão?
— Ele teve um turno mais cedo hoje. — Ela respondeu, sentando-se na mesa de café em frente a ele enquanto ele engolia o comprimido, silenciosamente se arrependendo de ter bebido tanto na noite anterior. Uma pergunta permaneceu em sua mente, no entanto.
— Por que você não me mandou de volta com um táxi? — Ele perguntou, mas ela desconsiderou sua pergunta.
— Você se lembra do que disse ontem à noite? — Norah perguntou em vez disso.
Mark parou por um momento antes de balançar a cabeça. — Não.
Seu rosto vacilou por um segundo antes de capturar o olhar por trás de seus olhos. Ela riu baixinho, balançando a cabeça. — Não adianta mentir para si mesmo, Mark.
— Tudo bem. Sim. — Ele cedeu com um longo suspiro. — Qual parte você está perguntando?
— Hum... Talvez a parte em que você mencionou sobre seus agitados anos de ensino médio, ou quando você insistiu que laranjas são chamadas de laranjas só porque são laranjas? — Ela questionou, e ele quase engasgou com o ar puro. — Ah, que tal a parte em que você disse que me trocaria por uma cabra porque as cabras parecem animais de apoio emocional para você?
— E-eu? Eu disse t-tudo isso? — Ele perguntou com medo em sua voz e um olhar alarmado em seu rosto. — O-O que eu disse sobre meus anos de ensino médio?
— Nada, você não disse nada, Mark. Eu estava inventando isso. — Ela bufou, e ele soltou um suspiro aliviado antes de seguir suas risadas. — O que aconteceu em seus anos de ensino médio, afinal?
— Hum... Nada agitado. — Ele alegou, e ela revirou os olhos para ele. Ele tinha que admitir que sentia falta das piadas erradas que nunca deixavam de alegrar seu dia. Fechando os olhos, ele encostou a cabeça no sofá com um sorriso no rosto.
Ele ouviu um som suave de raspar na mesa de café, então sentiu uma presença sentada em seu colo. Seus olhos se abriram imediatamente; aqueles olhos azuis gentis permaneceram nos dela como se não houvesse amanhã, como se o tempo tivesse parado com ele olhando para ela desse jeito - desse jeito de 'eu quero passar o resto da minha vida com você'.
— Complicado juntos, hein? — Ela perguntou, ganhando toda a sua atenção.
— Sim, dane-se a porcaria fácil. — Ele falou enquanto se inclinava lentamente para frente. Ela engoliu em seco quando sentiu o braço dele apertando sua cintura.
Foda-se.
— De quanto daquela noite no Joe você se lembra?
— Tudo. — Ele respondeu com certeza, sua mão alcançando o lado de sua bochecha.
— Bom. — Ela sussurrou bem na frente de seus lábios enquanto uma mão percorria seu cabelo. — Agora, me beije como se eu fosse sua. — Ela exigiu, — Porque eu juro por Deus se você me der algo menor do que isso-
Ela não conseguiu terminar sua frase quando suas palavras ficaram presas na garganta. Ele não perdeu tempo dando a ela o que ela queria, o que ele queria dar a ela. Ela podia sentir o sorriso se formando contra seus lábios e a aceleração de seu batimento cardíaco sob sua palma.
Quando ele a abaixou no sofá, ela podia sentir suas pernas ficando fracas quando ele enterrou o rosto em seu pescoço, colocando beijos suaves e molhados nos pontos doces ao lado de seu pescoço.
— Você estava dizendo? — Ele brincou com uma risada suave, e ela bufou para ele. — Então, o que isso significa, Laurie?
— Isso significa que não adianta mais mentir para mim mesma, e eu quero tudo de você. — Ela afirmou, levantando-se para sentar no colo dele com os braços apertados em volta de sua cintura. — Eu também quero - eu quero você, Mark Sloan. Então sim, vamos ser complicados juntos.
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