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CAPÍTULO VINTE E SETE
ela não negou.
4ª temporada, episódio 13
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— VOCÊ SABE QUE está me distraindo só de ficar sentada aí, certo? — Mark falou, erguendo os olhos da placa de Petri para a residente do outro lado da longa mesa.
Norah riu enquanto girava em círculos na cadeira. — Eu não estou sentada, estou girando.
— Você sabe que não é isso que eu quero dizer. — Ele balançou a cabeça. Ela apenas deu de ombros enquanto ele voltava a trabalhar em silêncio.
— Lawrence, você nunca para de girar nas cadeiras? — Uma voz perguntou, fazendo com que Norah parasse a cadeira. Tanto a residente quanto o atendente viraram a cabeça para olhar a mulher encostada no batente da porta.
— Addison! — Norah exclamou com um largo sorriso puxando seu rosto, — Você voltou?
— Eu não estou de volta, só estou aqui para um caso. — Addison sorriu, — Só estou vindo para verificar o retalho de pele do meu paciente.
— Bem, incrível, certo? — Mark afirmou. — Puxei algumas células-tronco do bebê no útero. Seis semanas depois, ganhei pele. — Ele se virou para a mulher atrás dele.
— O que aconteceu com seu cabelo? — Perguntou Norah.
— Tinta, — respondeu Addison, — queria um novo começo em algum lugar novo.
— Parece bom. Quente. — Comentou a residente, — Embora a ruiva Addison ainda seja superior.
— Por que você está em plásticos? Eu pensei que você odiasse plásticos.
Nora riu. — Meredith e Derek têm pacientes em testes clínicos. Então, eu estou fora do Neuro por um tempo, eu acho. — Ela deu de ombros, — Mas sim, eu ainda não gosto de plásticos.
Mark lançou-lhe um olhar antes de continuar focando na pele do prato. Quando o pager da residente tocou, ela deu uma olhada nele e resmungou baixinho.
— Ugh, esses malditos patinhos. — Ela murmurou com um suspiro enquanto se levantava da cadeira. Empurrando a cadeira para debaixo da mesa, ela caminhou até Mark e Addison e pegou o café na mesa.
— Ei, isso é meu. — Ele protestou.
— Você cresce pele. Como deus. — Norah citou-o. — O café é meu agora. — Ela tomou um gole enquanto ele fazia uma careta para ela. — Até mais, Addison.
Addison olhou curiosamente para o outro atendente - ele nunca deixava as pessoas tomarem seu café dele.
— Patinhos? — Addison questionou.
— Hum? — Mark levantou a cabeça momentaneamente, — Oh, ela quis dizer estagiários.
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Mark procurava Norah enquanto perambulava pelos corredores, espiando janelas atrás de janelas. Ele passou por algumas enfermeiras olhando para ele, mas ele realmente não se preocupou em se importar. Eventualmente, ele encontrou a residente sentada dentro de uma sala em frente a um computador.
Ela estava procurando algumas informações adicionais sobre o caso especial de seu paciente. Mas agora, seu rosto estava deitado em seus braços cruzados sobre a mesa fria.
Ele entrou na sala e a moveu da cadeira para o sofá contra a parede. Ela se mexeu, mas ele conseguiu acalmá-la de volta ao sono.
Ele apagou as luzes do quarto e ajustou o ar condicionado antes de se sentar na cadeira em que ela estava sentada. A xícara de café vazia na mesa foi trocada por uma cheia. O relógio da mesa foi movido para cima da gaveta ao lado do sofá.
Mark sentou-se no quarto mal iluminado e silencioso, muitas vezes roubando olhares para seu sono tranquilo. Tinha se tornado um hábito - ela adormecer em mesas em vez de quartos de plantão, ele a encontrando e cobrindo-a com um cobertor - ele não se importou nem um pouco.
Addison o observou do outro lado do corredor. Ela ficou mais do que surpresa com as ações do homem; era um lado de Mark Sloan que ela nunca soube que existia. Para colocar nas palavras certas, ela ficou impressionada.
Ela caminhou até o quarto, dando uma batida suave de batidas na porta.
— Shhh! — Mark virou-se para a mulher na porta, estudando sua expressão. — O que? — Ele ergueu uma sobrancelha para o leve sorriso no rosto dela.
— Você dorme com pessoas, muitas pessoas, e não deixa amarras. Mas agora... — Addison cutucou a cabeça em direção à residente adormecida, — Há uma corda, não é?
Mark a encarou por alguns segundos antes de suspirar. — Há uma corda inteira me amarrando. — Ele confessou, — É sufocante... Mas de um jeito bom - bom demais.
— Ela sabe? — Ela perguntou.
— Ela acha que somos melhores como amigos. — Ele admitiu com um sorriso tenso, — Eu não sei, Addison. Ela me faz sentir... Diferente. Eu nunca me senti assim antes. O sentimento, esse sentimento, é como... É mais do que suficiente para me deixar desinteressada por sexo e isso vem de mim. Isso faz sentido?
— Oh uau... Você está falando sério.
— Claro que estou falando sério. — Mark virou a cabeça para ela, — Eu nunca estive tão sério em toda a minha vida.
★
Norah se aproximou para dar a George um espaço para se sentar enquanto ele colocava sua bandeja de almoço na mesa do refeitório, seus amigos estagiários o observando de longe. — Mais planos especiais com seus amigos especiais? — Izzie perguntou a ele, e Norah deu um olhar estranho para a loira.
— Gostaria que conversássemos hoje. — Declarou Cristina enquanto se sentava no assento vazio restante. — Eu gostaria que conversássemos porque... Eu me importo, e eu, uh, quero saber das coisas. E eu... Tenho 15 minutos para ouvir sobre seus sentimentos. Então... — Ela se virou para Norah, — Norah... Querida, você parece preocupante. Estou muito interessado em ouvir... Hum, quero dizer, o que está preocupando você?
Norah olhou para Cristina como se ela tivesse enlouquecido. Ela colocou a palma da mão sobre a testa da última; Cristina olhou para ela estranhamente.
— Você. — Respondeu Norah, — Você está me preocupando. Você está drogada?
— Uh-huh, ok. Não, mas, hum... — Cristina virou-se para outra residente, — Izzie? Uh, seus pensamentos, seus sentimentos?
— Honestamente? Estou um pouco preocupada com meu amigo Alex aqui. — Izzie virou-se para Alex, — Porque sua namorada Jane Doe continua aparecendo como algo saído de Atração Fatal.
— Ela está de volta? — Norah arqueou uma sobrancelha para ele, mastigando seu sanduíche sem crosta.
— O nome dela é Rebecca Pope, e ela não é minha namorada. — Alex brincou, bebendo sua bebida. — Ela é casada, ok? Ela tem um marido.
— Bem, isso não impediu Mer de... Desculpe, foi mal. — Norah deu a ela o sorriso mais sincero, e Meredith simplesmente deu de ombros.
— Bem, dói que ela seja casada? — Cristina perguntou: — Quero dizer, isso machuca seu... Seu coração?
Alex finalmente se cansou dessa Cristina e largou o garfo com uma carranca no rosto. — Qual o problema com você?
Cristina jogou os braços no ar e suspirou pesadamente. — Estou tentando ser uma boa pessoa. — Ela admitiu, e Norah bufou alto ao lado dela, a última recebendo um chute forte por baixo da mesa.
— Bem... Você codificou. — Izzie riu para si mesma antes de se virar para George, — Certo?
— O que diabos está errado com as pessoas hoje? — A morena se perguntou em voz alta enquanto todo mundo olhava para a loira como se ela também tivesse enlouquecido.
— O quê? É uma nova gíria, — defendeu Izzie, — todo mundo está dizendo isso.
— A maneira como você acabou de dizer isso - era você codificando. — George ofegou.
Éramos assim quando éramos estagiários? Norah se perguntou estressantemente.
Callie caminhou até a mesa com um olhar perplexo enquanto se agachava lentamente entre Meredith e Cristina. Ela colocou sua bebida na mesa antes de olhar para as duas. — Alguém, uh, alguém já pensou que vocês duas eram um... Casal?
— Não, porque nós transamos com garotos como prostitutas com tequila. — Meredith deu de ombros.
— E então tentamos nos casar com eles ou nos afogamos. — Acrescentou Cristina.
Norah e Alex olharam para o par, parecendo genuinamente preocupados com elas.
— Eu preciso verificar meu paciente.
— Estou indo também.
Eles se afastaram do refeitório e foram em direção ao quarto do paciente. Alex havia tomado os sinais vitais do paciente e verificado a frequência cardíaca fetal enquanto Norah verificava a mãe e rabiscava palavras nos prontuários.
Addison entrou na sala pouco depois e explicou o procedimento ao casal preocupado mais uma vez, assegurando-lhes que a equipe de cirurgiões trabalhando juntos era a melhor que podiam obter.
Norah ficou ao lado do posto de enfermagem enquanto terminava as anotações e prontuários pré-operatórios do paciente, verificando-os novamente para garantir que estavam todos corretos. Addison havia instruído Alex a preparar o paciente para o transporte em breve; ela saiu da sala, caminhando e ficando ao lado da residente na estação.
— Posso fazer uma pergunta pessoal? — Perguntou a atendente.
— Você quer que eu seja um terapeuta para você de novo? — Norah perguntou, clicando em sua caneta e deslizando-a de volta em seu jaleco branco.
— Eu não, você.
— Eu sendo meu próprio terapeuta? Isso é novo.
— Foi você quem me deu um conselho muito bom para me livrar de Mark. — Addison prefaciou, — E agora é você que vai atrás dele?
Norah arqueou uma sobrancelha para a outra mulher. — Eu... Eu não vou atrás dele, não. — Ela alegou.
Addison riu do olhar conflitante no rosto da residente. — Mas você quer. — Ela afirmou, — Por que você é tão dura consigo mesma por se apaixonar por ele?
Norah pensou por um momento enquanto entregava o prontuário do paciente à enfermeira, murmurando um 'obrigada' com um sorriso. Ela se virou para a atendente que estava claramente interessada em bate-papos - especialmente fofocas - para se atualizar sobre o que ela havia perdido durante os meses em que esteve em LA.
— Não estou sendo dura comigo mesma, — afirmou, — só tenho uma saúde mental incapacitante e estou tentando priorizá-la, pelo menos uma vez.
Addison assentiu lentamente com um olhar bastante satisfeito em seu rosto. — Este lugar mudou muito, não é?
— Muito nem sequer começa a cobrir.
★
A cirurgia foi um sucesso; a mãe estava estável e o bebê não teve complicações na cirurgia - seu coração agora batia no peito. O retalho de pele de Mark cobria perfeitamente o pequeno coração, e ele não podia deixar de se gabar de seu trabalho.
Exibicionista, Norah pensou consigo mesma enquanto escondia um sorriso encantado sob a máscara.
— Dra. Lawrence! — Um de seus estagiários gritou de longe enquanto se dirigia ao elevador. — Como foi estar lá embaixo? Só podíamos observar da galeria, mas parecia tão legal!
— Como me senti? — Norah ergueu uma sobrancelha para o estagiário, — Rook, você é um cirurgião, não um jornalista.
— Cardio parece intenso. — Jace notou.
Norah olhou para a esquerda e para a direita. Três de seus estagiários a cercavam como... Patinhos. Ela suspirou e sussurrou para eles: — Para ser honesta, Cardio é intenso por causa da Dra. Hahn na sala de cirurgia.
— Dra. Lawrence, já que você deu uma olhada direta na cirurgia, você poderia nos contar sobre alguns detalhes que podemos ter perdido? — Nina perguntou ansiosamente com um caderno na mão.
— Ooh sim! — Kirian falou com um largo sorriso no rosto, — Eu vou te pagar uma bebida também!
— Ei, ei, ei. Relaxem. — Norah os silenciou, — Seja como George por um minuto, por favor.
— Você quer que sejamos reprovados em nosso exame de estágio?
— Ok, uau, isso foi rude. — Norah repreendeu o estagiário, cuja risada imediatamente vacilou. — Seja como George, não grasnando ao meu redor como patos literais no crack. Seja como George.
— Ela está certa. — Uma voz falou atrás dela que ela imediatamente reconheceu. Seus ombros relaxaram quase imediatamente quando a figura parou ao lado dela.
Os olhos dos estagiários dispararam entre os dois, escondendo um sorriso malicioso em seus rostos.
Mark cruzou os braços na frente do peito. — Olha, estagiários, tenho certeza de que sua residente ficará feliz em revisar a cirurgia de hoje com vocês, criançasz — afirmou, — mas a cirurgia foi intensa e todos estão cansados.
— Vamos analisar isso amanhã. — Afirmou Norah, e os três internos assentiram. — Ok, fujam agora, pessoal. Boa noite.
Mark sorriu enquanto os estagiários se afastavam; Norah estava feliz que ele a salvou de ter que lidar com eles a essa hora da noite. Ela adorava seus estagiários, mas aqueles viciados às vezes estavam ansiosos demais para aprender.
Além disso, eles parecem ter uma quantidade insana de adrenalina correndo neles a cada segundo de cada dia - isso era uma coisa que ela tinha inveja.
Mark abaixou a cabeça para Norah enquanto eles estavam na frente do elevador. — Bar do Joe? — Ele perguntou: — Já faz um tempo.
— Claro, mas você está dirigindo. — Norah virou a cabeça para ele, — Tim está com meu carro.
— Há muitas coisas que podemos fazer no meu carro, sabe? — Ele sussurrou em seu ouvido enquanto se aproximava dela; seu peito estava contra suas costas quando ele deu um beijo na lateral de seu pescoço. — Por um lado, sugiro-
O elevador tocou e Norah deu um passo à frente, sorrindo por cima do ombro enquanto Mark gemia de frustração. As portas se abriram pouco depois, e dentro das quatro paredes estavam Addison, Meredith, Rose e um Derek de aparência muito difícil, seu rosto implorando para o elevador cair como uma montanha-russa.
Norah foi pega de surpresa e bufou alto, querendo nada mais do que sair do elevador e subir as escadas. Antes que ela pudesse cair na gargalhada, Mark cobriu sua boca com a mão, empurrando-a para o elevador.
Que idiota. Ela o chutou na canela, e ele estremeceu de dor.
Mark entrou atrás dela e ficou atrás de Derek, abaixando a cabeça para o neurocirurgião com um sorriso malicioso. — Aposto que você gostaria de ter subido as escadas agora mesmo. — Ele provocou em voz baixa.
Norah ficou entre Addison e Meredith, olhando para a esquerda e para a direita para as duas, depois para Rose, que segurava sua bolsa com desconforto. — Estou adorando a estranheza no ar.
★
Norah bebeu três doses de tequila de uma só vez, sentindo a bebida subir pela cabeça. Ela pegou o único dardo de Timothy antes de jogar na frente da parede; a multidão de estagiários que a cercava estava aplaudindo alegremente.
Com um simples movimento de um braço, seu dardo atingiu muito perto do centro do alvo. Os estagiários explodiram em aplausos; Kirian estava assobiando no banco do bar. Ela deu um soco em George, depois um high-five para seu irmão.
— Tudo bem, tudo bem... Quem é o próximo? — Ela sorriu para eles. Várias mãos se ergueram, e cada uma deu uma volta.
Kirian caminhou até ela, um sorriso no rosto. — Posso te pagar uma bebida, Lawrence?
Norah o olhou de cima a baixo enquanto ele esperava pacientemente por sua resposta. — Você poderia, — ela falou, — mas eu meio que estou saindo com alguém.
Ela estava? Não realmente, mas...
— Dr. Sloan, não é? — Kirian adivinhou, e Norah virou a cabeça para ele. O estagiário soltou uma risada, — Parece que você está tentando ignorá-lo, mas só para notificá-la, ele está praticamente te fodendo com os olhos do outro lado do bar.
Claro, ela notou o olhar de Mark do outro lado do bar - não era fácil para alguém simplesmente... Ignorá-lo completamente. Ela balançou a cabeça com um sorriso. — Você sabe o que, Rook?
— Kirian está bem. — Ele insistiu.
— Ainda é Lawrence para você, — ela afirmou, — mas, eu aceito essa oferta de bebida.
— Ah, o truque do namorado ciumento. — Ele sorriu, acenando para Joe no balcão do bar, — Estou feliz em ajudar, contanto que eu não seja morto por ele.
— Você é insanamente franco e direto. — Ela observou, — Apenas para notificar você, é por isso que você é péssimo no atendimento ao paciente.
Ele piscou para ela.
Do outro lado do bar, Addison caminhou até Mark. Ele estava encostado no balcão com um copo de uísque na mão, observando a morena. Ele estava tentando descobrir do que diabos aquele estagiário estava fazendo ela rir.
— Com ciúmes? — Addison falou, e Mark simplesmente terminou sua bebida antes de se virar para ela. — Eu tenho um avião para pegar, e eu não posso ir sem tentar consertar os problemas de relacionamento em Seattle. — Ela declarou, — E eu estou te dizendo, Mark, você não tem chance se você ficar aqui a noite toda.
— Talvez eu possa. — Ele deu de ombros.
— Você ficou olhando para ela a noite toda. Seria assustador se ela não conhecesse você. — Ela declarou, — Você realmente vai sentar aqui e olhar para aquele... Garoto lá conversando com ela?
Ele suspirou em frustração quando virou a cabeça para ela. — Ela estava aqui, sentada ao meu lado. Então os estagiários a convidaram para o jogo de dardos, e ela acabou de sair. Quero dizer... — Ele suspirou, — Ela me deixa louco, mas talvez... Talvez ela não me queira.
— Sabe, eu estou torcendo por vocês dois desde antes de sair de Seattle. — Ela declarou, — Apenas vá em frente, Mark. O sentimento é mútuo, o que está parando você?
Ele soltou uma risada baixa. — O que faz você pensar que o sentimento é mútuo?
Ela suspirou, balançando a cabeça. — Eu perguntei a ela por que ela era tão dura consigo mesma por se apaixonar por você. — Ela disse a ele. Mark desviou o olhar da morena do outro lado do bar para a mulher ao lado dele.
— Ela disse que não estava sendo dura consigo mesma. — Lembrou. — Mas pela parte dela se apaixonando por você?
Mark tomou um gole de sua bebida com atenção.
— Ela não negou.
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