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CAPÍTULO VINTE E CINCO
confiança.

4ª temporada, episódios 9 e 10

[TW: sangue]

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EI, POR QUE quase todos estão sendo direcionados para Sloan hoje? — Timothy perguntou enquanto caminhava ao lado de Norah.

— Espere, estamos todos com Sloan hoje? — Norah levantou uma sobrancelha para ele, — Todos nós?

— Você não sabia? — Ele estreitou os olhos para ela enquanto eles seguiam pelo corredor para onde eles estavam sendo chamados. — Huh, pensei que você soubesse, considerando o fato de que ele acordou na porra da sua cama esta manhã.

Norah revirou os olhos e cutucou seu estômago com força, e ele fez uma careta para ela. — Cale seu focinho sangrento. — Ela avisou antes de entrar no quarto do paciente, onde Mark já estava dentro. O resto dos internos e residentes, assim como algumas enfermeiras, logo chegaram. A equipe se reuniu na entrada da sala curiosamente.

— Ok, senhoras e senhores, este é Nick Hanscomb. — O atendente apresentou.

— Oi. — Nick cumprimentou os muitos médicos sem jeito.

— Nick teve a sorte de me fazer remover um grande tumor carotídeo do pescoço dele. — Afirmou Mark enquanto removia o pedaço de curativo que cobria a lateral do pescoço de Nick. Uma longa cicatriz de incisão estava em seu pescoço; alguns estagiários começaram a cochichar uns com os outros.

— O fato de eu ser capaz de obter limites claros é muito impressionante, mesmo para mim. — Mark sorriu; Norah lutou contra uma gargalhada. Por mais que ela odiasse, aquela cicatriz no pescoço de Nick realmente a interessava.

— Agora, apesar do fato de que foi uma cirurgia de grande sucesso, tivemos que dissecar linfonodos profundos em seu pescoço. Agora há apenas um delicado retalho de pele entre sua artéria carótida e o mundo exterior. — Informou Mark. — Dito isso, com o que estou preocupado?

— A artéria pode explodir, — respondeu Norah instantaneamente, — dada a friabilidade da pele, é a maior possibilidade.

Olhares angustiados começaram a aparecer nos rostos dos médicos e enfermeiras, e Nick retribuiu o sorriso. — Oh, não se preocupe. Eu... Eu já ouvi isso antes. — Ele assegurou.

— Se isso acontecer, quem quer que esteja na sala, eu não me importo se for um médico, uma enfermeira, um enfermeiro, seu trabalho é parar o sangramento e depois me chamar, nessa ordem. Estamos claros? — Mark perguntou, e todos assentiram. — Alguma pergunta?

Eles balançaram a cabeça levemente, ainda olhando para o pescoço do paciente. — Eles parecem assustados. — Nick apontou severamente.

— Eles são profissionais médicos, Nick, — afirmou Mark, — um nível saudável de medo é encorajado.

— Ok, então. — Nick assentiu, olhando para eles novamente. — Uh... Se eu morrer, será um prazer conhecer todos vocês.

Mark riu baixinho. — Eu preciso de alguém para ficar com Nick o tempo todo e monitorá-lo de perto. Algum voluntário? — O braço de Lexie se ergueu, assim como o de Timothy. — Ok, Gray e... Lawrence. — Ele estreitou os olhos e virou-se para Norah, que estava tentando se esconder da vista, — Ela-Lawrence, você fica e toma conta dos estagiários. Você sabe que eu não confio em estagiários.

Norah soltou um palavrão baixo e suspirou pesadamente. Timothy bufou e abaixou a cabeça para sua irmã, perguntando com um sussurro: — Sexo ruim?

Ela sacudiu a mão para o topo de sua cabeça, acertando-o bem no rosto. Ele soltou um grito agudo, segurando o nariz com dor enquanto o resto do grupo se dispersava.

Lexie estava verificando os sinais vitais de Nick enquanto Timothy lia os prontuários ao lado da cama do hospital. Norah estava sentada no canto da sala, quase entediada.

— Você é uma garota bonita. — Nick falou, e Lexie arqueou uma sobrancelha para ele. — Eu espero que você não ache isso rude. Eu só... Eu não tinha permissão para notar esse tipo de coisa por um tempo, e agora eu tenho permissão.

— Você não tinha permissão para notar a beleza? — Perguntou Timothy.

— Bem, eu posso notar, uh, outras mulheres... Mulheres além da minha namorada. — Nick explicou, — Minha agora, uh, ex-namorada... Sim, tumores gigantes no pescoço não eram coisa dela. —

Lexie levantou uma sobrancelha para ele. — Ela deixou você por causa do tumor?

— Claro que não. — 3le sorriu, — Ela me deixou porque, uh, eu não a fazia rir mais, e, uh, ela tinha acabado de perder aquele sentimento amoroso.

— Cara, ela totalmente deixou você por causa do tumor. — Norah falou com um meio sorriso.

Os dois estagiários concordaram com a cabeça. — Você está saindo com alguém? — Nick perguntou do nada, fazendo com que os internos virassem a cabeça para ele enquanto Norah observava do canto da sala. — Estou apenas conversando... Minha artéria está exposta, sabe, o que limita meu jogo.

Lexie riu baixinho, — Uh, sim. Bem, mais ou menos, eu estou.

— Ah, é ele? — Nick perguntou, olhando para Timothy, — Porque eu acho que vocês dois ficam fofos juntos.

As orelhas de Timothy e Lexie ficaram rosadas enquanto a última negava apressadamente. Norah se levantou da cadeira e ajeitou o casaco, ansiosa para sair do constrangimento. — Vou para o pronto-socorro por um momento. — Disse ela aos estagiários, — Me chame se algo acontecer, embora eu espere que não.

A residente caminhou até o pronto-socorro, onde muitas pessoas correram para dentro e para fora da entrada. Por curiosidade, ela caminhou até o compartimento da ambulância - a visão fez seus olhos se arregalarem duas vezes.

Duas ambulâncias colidiram uma com a outra e uma delas capotou. Dois paramédicos estavam presos lá dentro, e Meredith estava avaliando seus ferimentos. Quando Webber a chamou, Norah correu para ajudar com entusiasmo.

Por que fiquei presa com uma artéria exposta?

— Bem, você quer que eu o ajude a planejar sua vingança? — Nick perguntou a Lexie enquanto a estagiária removia o curativo em seu pescoço. Ela então o entregou a Timothy, que estava do lado oposto.

— Ok. — Ela assentiu com um encolher de ombros.

— Ok. Aqui está o que eu estou pensando. — Nick sorriu, — Você sai comigo. Simples assim. Bam! Novo namorado.

Timothy franziu a testa ao pensar nisso. — E ele vai ser todo, 'o que ele tem que eu não tenho?' E você vai ser todo, 'Artéria carótida - exposta. Eu não posso superar isso. Não. Eu sou um perdedor'.

Nick e Lexie riram; Timothy também sorriu levemente, embora não gostasse totalmente da ideia. Ou piada, como ele decidiu categorizar.

E sem qualquer aviso, a artéria de Nick estourou.

Lexie congelou no local por um momento enquanto o choque percorria seu corpo inteiro, olhando para o sangue por todo o uniforme e jaleco branco. Timothy não perdeu tempo cobrindo a artéria estourada com o novo curativo que estava segurando.

— Puta merda - Lexie! Eu-eu não consigo parar o sangramento daqui. — Ele gritou, — Você tem que aplicar pressão a partir daí!

Lexie assentiu e rapidamente segurou a gaze grossa enquanto Nick olhava para ela com horror, enlouquecendo com a visão de todo o sangue nas roupas da estagiária.

— Puta merda... Minha artéria estourou. — Nick engasgou, — Eu não achei que isso realmente aconteceria.

— Nem eu. — Lexie engoliu em seco antes de levantar a cabeça para o outro estagiário, que estava com as mãos ensanguentadas no pager. — Timothy?

— Estou bipando. Pelo amor de Deus, mãos sangrentas - porra pager-

— Lee, passe para Dra. Grey mais gaze. — Norah instruiu, e Nina fez o que foi dito, agachando-se do lado de fora da ambulância capotada. — Rook, saia daí. — Ela disse ao estagiário, mas Kirian não se moveu.

— Mas eu tenho uma visão melhor daqui-

— Eu disse, se afaste, Rook. — Ela retrucou, — Você não está ajudando, então se afaste e deixe espaço.

— Mas-

— Você é um médico, ou você é um jornalista intrometido?!

Kirian finalmente deu um passo para trás com um olhar azedo no rosto. — Thompson, vá fazer as pessoas se afastarem da cena. — Norah falou novamente.

Jace assentiu incerto e se arrastou até a multidão de pessoas, que estava gradualmente se aproximando enquanto olhavam boquiabertos para a cena do acidente. O estagiário tentou pedir para eles recuarem, mas sua voz mal foi ouvida na grande multidão.

— Todos! — A voz de Kirian gritou: — Por favor, gentilmente, dê três passos para trás da cena. Os médicos precisam de espaço para trabalhar - agora! — Enquanto a multidão recuava com olhares ferozes, ele deu um tapinha nas costas de Jace; o último suspirou e balançou a cabeça.

— Lawrence, você pode conseguir um ultrassom portátil aqui? — Webber pediu.

— Claro, chefe, eu-

Seu pager cortou suas palavras antes que ela pudesse completar a frase.

911-4009 - HANSCOMB, N.

Seus olhos se arregalaram de medo. — Droga- George, assuma. Eu devo ir-

Norah imediatamente saiu do compartimento da ambulância e correu para o quarto de Nick, passando por médicos e enfermeiras, que a olhavam com curiosidade. Havia um frio em seu pescoço que ela não gostava.

Porcaria. Porcaria. Porcaria. Estou em sérios apuros se-

O canto do olho dela se contraiu ao ver Lexie pressionando as mãos na lateral do pescoço de Nick; os uniformes de ambos os internos ficaram manchados de vermelho e mais sangue estava se acumulando no chão.

-algo assim aconteceu.

— Sua artéria explodiu. — Disse Timothy o óbvio quando viu a residente parado na porta. — Eu chamei Sloan, mas... A artéria dele realmente explodiu.

— Sim, eu posso ver isso. — Norah brincou, colocando um par de luvas, — Grey, você pode-

Ela olhou para as roupas da interna embebidas no sangue do paciente.

Esfoliantes sangrentos. Esfoliantes sangrentos. Esfoliantes sangrentos.

Vermelho.

Não - Pintar.

— Ok, Tim, dê mais gaze para ela. — Instruiu Norah, e ele entregou o restante da caixa para ela. — Grey, eu quero que você fique calmo e aplique uma pressão firme no pescoço dele, ok? — Ela perguntou, e Lexie assentiu.

A residente respirou fundo, finalmente observando a situação na sala. A artéria de Nick estourou - isso era óbvio. Lexie e Timothy estavam encharcados de vermelho - pareciam em pânico, sem saber o que fazer a seguir.

— Ok, Tim, eu quero que você vá procurar o Dr. Sloan se ele estiver na sala de cirurgia. Corra! — Ela instruiu, — Lexie, apenas... Não vá a lugar nenhum e não se mova. Ok?

Norah olhou para Nick, que estava ficando mais pálido do que antes. — E eu vou chamar um código azul... Agora.

— Tyler, você pode pegar mais gaze para a Dra. Gray, por favor? — Norah pediu: — E devemos obter mais sangue também, para aguardar.

— P-Por que você precisa de mais sangue? — Nick perguntou trêmulo: — Porque eu estou... Eu ainda estou sangrando?

— Temos sangue entrando também, Nick. — Ela respondeu, tentando tranquilizar o paciente. A quantidade de sangue perdido cobriu quase metade da cama de Nick; os lençóis de cor carmesim faziam seu cabelo ficar em pé.

— Está entrando tão rápido quanto está saindo? — Ele perguntou novamente. — Estou perguntando porque estou começando a me sentir, tipo, enjoado... E fraco... talvez como... Uma pessoa que está perdendo muito sangue.

— Você vai ficar bem, Nick. — Disse Lexie.

Ele voltou seu olhar para a estagiária cujas mãos estavam em seu pescoço, notando suas sobrancelhas franzidas. — Lexie... Eu deveria estar ligando para as pessoas? — ele perguntou: — Devo ligar para minha família ou alguém?

— Eu acho... Acho que o sangramento parou. — Lexie exalou profundamente e olhou para a residente. Norah verificou o lado de seu pescoço e assentiu.

Muito vermelho.

Mark entrou bem na hora, com Timothy atrás dele; o atendente franziu a testa com a situação. — Como você está, Nick? — Ele perguntou enquanto a enfermeira o ajudava a colocar um par de luvas.

— Oh, Dr. Sloan. — Nick cumprimentou com alívio, — É o Dr. Sloan.

— Eu acho que o sangramento parou. — Lexie informou.

— Eu... Eu pareço bem? — Perguntou Nick.

— Na verdade, você parece. — Mark informou enquanto inspecionava o ferimento, embora ainda houvesse um vinco em sua testa. — Dra. Grey, parece que você tem o sangramento sob controle.

— Por que iria parar? — Perguntou Timóteo.

— Pode ter sido o sangramento do arauto. — Respondeu Norah, — Também significa que, uh, existe a possibilidade de sangrar novamente.

— Mas não vai, — afirmou Mark, com os olhos fixos na residente, — porque vou fechar antes que o faça.

— Não há OR.

— Haverá em dez minutos. — Mark observou, — Dra. Grey, faça um curativo de pressão nesta ferida. Você fez um ótimo trabalho. — A estagiária agradeceu e ele se virou para a residente na sala.

— Dra. Lawrence, Norah, prepare-o para a transferência e vá direto para a sala de cirurgia 3. Vou me certificar de que isso seja liberado. — afirmou, — E estarei esperando por uma explicação sobre por que um estagiário estava pressionando a ferida em vez de você.

Grave problema no seu melhor.

Às vezes, ela odiava sua mente por fazer 'piadas' em uma situação mortalmente séria.

Todos na sala trabalharam juntos para vestir e enfaixar o ferimento de Nick com cautela. A enfermeira entregou a Lexie mais gaze e ataduras enquanto ela cuidava cuidadosamente do ferimento na lateral do pescoço dele, com Timothy dando-lhe a mão. Norah tirou os últimos sinais vitais de Nick antes que estivessem preparados para transportá-lo para a sala de cirurgia.

— Esse nunca foi meu plano, morrer desse jeito. — Nick engasgou.

— Você não está morrendo, Nick. — Lexie afirmou.

— Você vai para a sala de cirurgia. — Timothy acrescentou com um aceno de cabeça. — Eu sei. É isso que estou dizendo. Quero dizer, acho que temos algo a dizer, ou pelo menos, um sentimento. Mas eu nunca tive esse sentimento, então não posso morrer, certo? — Nick perguntou positivamente, e Lexie olhou para ele com um sorriso.

Ele de repente franziu a testa, seu corpo enrijeceu, e ele ficou mais pálido do que antes. — Eu não me sinto bem. — Ele falou, — Eu me sinto-

O monitor começou a apitar rapidamente quando ele desmaiou, seu pescoço jorrando sangue mais uma vez; Norah pulou imediatamente para fazer uma rápida verificação neurológica em sua função motora e pupilas.

— O sangue no lado direito de seu cérebro é... Um derrame. — Afirmou a residente de forma alarmante, — Parece que ele teve um derrame. Ok, temos que ir. Vamos movê-lo com cuidado.

Lexie ficou ali parada, incrédula, seus olhos lacrimejando lentamente. — Você não pode chorar, Lexie. — Timothy afirmou, — Não agora, não quando ainda há uma chance. — Ele então levantou a cabeça para sua irmã, — Nor, você está bem?

— Estou bem. — Norah olhou para os respingos de sangue em suas roupas, a mancha de sangue nos lençóis, a poça de sangue no chão; o sangue a estava deixando doente enquanto ela lutava contra a sensação de nervosismo em seu estômago.

Estou bem. Não é meu sangue. Estou perfeitamente bem.

Pintar.

Sim, ela conseguiu isso.

Nick não conseguiu.

Norah e Timothy caminhavam lado a lado enquanto observavam a morte de seu paciente. — Nick foi sua primeira morte? — Perguntou Norah.

— Segundo, na verdade. — Timothy respondeu com um longo suspiro. — Eu estou bem. Não se preocupe. — Ela assentiu enquanto eles continuavam andando pelo corredor.

Uma figura em uma sala chamou sua atenção, e ele parou, olhando para a sala pela janela. — Ei, eu vou voltar daqui a pouco. — Ele afirmou, apontando com a cabeça para o quarto. — Você pode continuar.

Norah olhou para dentro da sala quando Timothy abriu a porta e viu Lexie sentada sozinha em silêncio. Depois que ele entrou no quarto, ele gentilmente fechou a porta atrás dele. Lexie levantou a cabeça das palmas das mãos, soltando um suspiro trêmulo.

Ele ficou na frente dela por um longo tempo; nem falou. — O que você fez hoje não foi fácil, sabe? — Ele conseguiu falar depois de um tempo, quebrando o silêncio entre eles. — Foi corajoso, Lexie.

— Nós o matamos. — Lexie balançou a cabeça, olhando para ele com lágrimas nos olhos. — O hospital, Sloan, nós... Não estávamos preparados.

— A preparação nunca é perfeita. — Timothy murmurou com um sorriso triste, — Apenas... Acontece.

— Você tem alguma idéia de como isso? — Lexie balançou a cabeça.

— Sim... Eu tenho uma ideia ou duas. — Ele suspirou, colocando as mãos nos quadris enquanto olhava para o assento vago no banco. — Eu posso?

Lexie assentiu e se moveu para o lado, permitindo que ele se sentasse ao lado dela. Ela se esforçou para impedir que as lágrimas caíssem, engolindo a necessidade de desmoronar na sala fria. Ele percebeu, mas não tinha certeza de como consolá-la.

Quando ela soltou o primeiro soluço, ela rapidamente enxugou o fundo do olho e limpou a garganta com a voz rouca. Ela estava tremendo enquanto soluçava baixinho; ele se aproximou dela e cutucou seu ombro. — Você, er... Você precisa de um ombro? — Ele ofereceu com um sorriso.

Ela pensou por um momento, suas lágrimas aparentemente começaram a cair incontrolavelmente, e ela aceitou a oferta dele.

— Você tem... Um ombro... Forte. — Ela falou entre lágrimas. Os dois riram levemente, a tristeza no ar diminuindo quase de uma vez.

Norah ficou de costas contra a parede do corredor silencioso. A exaustão e a frustração daquele dia finalmente estavam levando a melhor sobre ela. Como se o cansaço não fosse suficiente, sua mente estava ansiosa para jogar um jogo doentio com ela, repetindo o cenário sangrento em sua cabeça.

Isso a fez se sentir uma merda, embora tentasse se convencer de que não havia matado Nick.

Uma porta se abriu e ela levantou a cabeça ao ouvir passos se aproximando dela. Mark estava olhando para ela com as sobrancelhas franzidas; ela se empurrou para fora da parede, virando-se para encará-lo com um suspiro - ele tinha um olhar de pesar enquanto ela tinha um olhar de culpa.

— Eu preciso de uma bebida.

— Eu lhe devo uma explicação.

Ambos pararam sem palavras depois de deixar escapar a primeira coisa em sua mente. O longo dia já o fez esquecer as palavras que dissera mais cedo; ela estava com a cabeça baixa, não querendo encontrar seus olhos.

Ele a teria deixado sair dessa vez, mas não havia nada acontecendo entre eles - romanticamente - e então, ele decidiu desempenhar seu papel como chefe dela. Colocando as mãos nos quadris, ele esperou que ela continuasse, embora o olhar angustiado e cansado em seu rosto o deixasse inquieto.

— Eu admito, eu não gostei de ter sido colocado em plásticos hoje. — Admitiu a residente, — Então eu fui para o pronto-socorro e ajudei na ambulância virada durante a tarde, e eu-

— Não gostou? — Mark arqueou uma sobrancelha para ela, — Lawrence, eu sou seu assistente, e você é uma residente. Então, quando eu coloco você em um caso, você fica no caso. — Ele zombou levemente, — Você está em sua residência, o que significa que você tem que aprender em todas as especialidades. Não há como evitar. Não há como desistir. Isso não é escola.

Ela respirou fundo; a última coisa que ela precisava era de mais sermões - como se já não tivesse feito isso consigo mesma durante toda a noite. Sua exaustão a fez sentir vontade de cair, mas ela ainda manteve um rosto neutro enquanto olhava para o atendente. — Sim, entendido, Dr. Sloan.

Mark franziu a testa ligeiramente com a forma como ela se dirigiu a ele; o tom sob suas palavras o deixou preocupado. — Eu coloquei você no caso porque eu confiei em você mais do que todos. — Afirmou ele, franzindo a testa o olhar angustiado e cansado no rosto dela. — Você está bem?

Confiança?

Mark parecia ter lido sua mente enquanto refazia sua frase. — Confiança. Norah-

— Pare, isso não importa, de qualquer maneira. — Ela o interrompeu, — E você está certo. Eu não deveria ter deixado os internos sozinhos com o paciente, e eu não deveria ter ido embora. Eu era a residente responsável, a culpa é minha e estou pedindo desculpas. Sinto muito pelo que fiz hoje.

Ele sentiu uma estranha picada no peito. — Você está bem? — Ele perguntou novamente com uma voz mais suave, dando um passo mais perto dela, — Com o hum... Tudo.

— Eu estava, e depois não estou. — Seus olhos encontraram os dele, e ela deu de ombros com indiferença, — Mas eu estarei, sim.

Ela estava prestes a se virar e sair quando ele agarrou seu braço, parando-a. — Posso... Posso te levar para casa?

— Não. — Sua resposta foi rápida e descomplicada, mas o machucou mais do que ela percebeu. — Eu sou mais forte do que você pensa, Dr. Sloan. — Ela declarou, — Você não tem que me checar toda vez. Pintar, certo?

A mão dele escorregou do braço dela quando ela se afastou, e ele baixou a cabeça com um suspiro pesado. Um conjunto de passos parou atrás dele; Callie tinha acabado de sair do salão, levantando uma sobrancelha ao olhar em seu rosto.

— Sua? — Callie questionou incrédula: — Você está dormindo com ela?

Mark suspirou com uma risada estranha, sua cabeça ainda flutuando com a imagem daquele olhar em seu rosto - um que parecia que ela precisava de alguém ao seu lado... Mas não ele.

— Não é só dormir. É... Mais ... E-eu... Há mais entre nós... — Ele balançou a cabeça, — Pelo menos é o que eu espero.

— Ela está cansada. Você está cansado. Estamos todos cansados. — Callie tentou confortar o atendente de aparência problemática, — Você vai ficar bem.

Mark suspirou, — Não, eu preciso de uma bebida.

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