021
CAPÍTULO VINTE E UM
é isso que você quer?
Pré - 4ª temporada
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MARK ABRIU OS olhos levemente, apertando os olhos para os brilhantes raios de luz que entravam no quarto. O apartamento estava quieto, exceto pelo tique-taque do relógio na mesa de cabeceira. Agora ele entendia o que ela queria dizer sobre acordar em silêncio absoluto - era solitário.
Exceto que não era.
Não para ela, não para eles, não hoje.
Ele ouviu os roncos leves da pessoa deitada em seu peito nu, que tinha um braço abraçando seu abdômen. Suas pernas se entrelaçaram com a esquerda dele sob os cobertores, como um coala cochilando abraçando o tronco de uma árvore.
Ele acariciou a parte de trás do cabelo dela levemente, gentilmente - como se ele estivesse fazendo isso desde sempre.
Norah se mexeu no peito dele, e ele levantou a cabeça do travesseiro para dar um beijo na cabeça dela.
— Que horas são? — Ela murmurou, mal acordada.
Ele se virou para olhar para o relógio em sua mesa de cabeceira. — Um pouco depois das seis, — ele respondeu, — não tenho que chegar antes das oito.
— Nós podemos ir para outra rodada antes que eu tenha que sair. — Afirmou, e ela levantou a cabeça de seu peito, olhando para o sorriso sugestivo em seu rosto.
Ela deixou cair a cabeça para trás em seu peito. — Você me manteve acordada até as duas da noite passada, Mark. Eu preciso dormir.
— A maneira como você diz meu nome me faz sentir as coisas. — Ele falou, — Ainda assim, eu gosto mais quando você grita.
Ela olhou para ele.
— Eu quero ficar na cama o dia inteiro antes de começar meu primeiro dia como residente amanhã. — Ela murmurou. Os estagiários tiveram uma folga de 17 dias antes de começarem seu segundo ano de residência, e as duas semanas e meia se passaram como um piscar de olhos. Ela de repente se levantou e olhou para ele. — Droga - eu sou uma residente amanhã?!
Ele riu de sua súbita percepção que fez seus olhos se arregalarem. — Parece que você é. — Ele sorriu, sentando-se na cama.
Ele pegou o braço dela antes que ela pudesse sair da cama e a puxou de volta para ele. — Vamos, Laurie, estou deitado nu em sua cama. Como você pôde resistir a mim? — Ele sussurrou.
Ela estreitou os olhos para ele como se ele estivesse propondo um desafio. Seus braços descansavam em ambos os lados de seus ombros enquanto ela montava sobre ele; sua mão traçou abaixo de seu cabelo.
— Ok, não! — Ele gemeu, — Agora você está apenas brincando comigo.
Ela deu um beijo suave em seus lábios, mas quando ele se inclinou para mais, ela se afastou. Provocação.
— Olhe para mim. — Ela murmurou e se levantou da cama, deixando-o deslumbrado e estupefato sob os lençóis.
★
— Você está me deixando louco. — Disse Mark enquanto secava o cabelo com uma toalha, caminhando em direção à sala, onde Norah estava folheando alguns diários.
— Dá a você algo para pensar no trabalho. — Ela riu antes de perguntar: — Vou receber estagiários como residente amanhã?
— Eu acho que é assim que funciona. — Ele respondeu e se jogou no sofá. — Não se preocupe. Você será uma ótima residente.
— Oh, eu pretendo ser. — Ela sorriu.
Mark a puxou do chão e a sentou em seu colo. Seus braços envolveram sua cintura e estômago enquanto ela continuava folheando os diários. — Você é a primeira pessoa que conseguiu resistir a mim, sabia? — Ele disse, aconchegando seu rosto ao lado de seu pescoço.
— Você quer dizer, eu sei que sou um grande desafio? — Ela virou a cabeça para ele, — Sim.
Antes que ele pudesse beijá-la novamente, a campainha tocou.
Mark estreitou os olhos para ela, e ela olhou para ele com um encolher de ombros. — Coloque uma calça. — Ela sussurrou para ele enquanto jogava o diário na mesa de centro.
Relutantemente, ela se levantou do colo dele e foi até a porta da frente. Ela espiou pelo olho mágico - seus olhos se arregalaram quando ela virou a cabeça de volta para ele. Ele ficou intrigado com o rosto alarmante dela enquanto puxava seu par de jeans, ainda atrapalhado com o zíper.
Norah abriu ligeiramente a porta; a abertura estreita só era larga o suficiente para sua cabeça espiar. — Que porra você está fazendo aqui?
O homem na porta estreitou os olhos para ela. — Nossa, que maneira de dar as boas-vindas ao seu irmão. Eu me lembro de você dizendo que eu sou bem-vindo para ficar aqui sempre que eu precisar?
Ela olhou para as duas grandes malas atrás dele. Oh droga. — Sim, Tim, mas-
— Bem, não para me gabar, mas vou começar meu estágio amanhã, Nor. — Ele disse, — Então me deixe entrar.
— Espere, pare! — Ela praticamente latiu para Timothy, que estava prestes a abrir a porta. Ele arqueou uma sobrancelha para ela enquanto a mente dela dava voltas em sua cabeça. — V-Volte mais tarde! — Ela gaguejou antes de fechar a porta.
Mark olhou por trás do sofá, as sobrancelhas levantadas até a linha do cabelo com um olhar alarmante no rosto. — Seu irmão está aqui? — Ele murmurou para ela com um suspiro.
Antes que ela pudesse responder, a voz de Timothy falou novamente do lado de fora. — Bom dia, Dr. Sloan. Importa-se de pedir a minha irmã para me deixar entrar?
A boca de Mark se abriu, e Norah olhou para ele com o mesmo rosto chocante. Ele se levantou de seu lugar enquanto ela se voltava para a porta para destrancá-la com um suspiro pesado. A porta se abriu, e Timothy olhou entre os dois com um sorriso no rosto.
— Olá para você também, querida irmã.
— É melhor você fechar o focinho sangrento, ou eu vou quebrar sua cabeça. Literalmente. — Ela ameaçou, e seu irmão fez um gesto de 'fechar a boca', em seguida, jogando as 'chaves' fora. — Como... Como você sabia?
Ele levantou uma sobrancelha para ela enquanto puxava suas malas para dentro do apartamento. — Você tem cabelo de sexo, Nor. — Ele apontou obviamente.
— Não, quero dizer, c-como você sabia que era Mark?
— Eu não sabia, — ele deu de ombros, tirando os sapatos, — eu adivinhei. Ou eu acerto o jackpot, ou vou mandar outro rapaz embora.
Norah olhou para ele, impressionada; Mark também ficou surpreso. — Sabe, eu te chamaria de louco... — Ela falou, — Mas eu faria o mesmo.
— Eu sei que você faria.
Norah o puxou de volta ao seu lugar antes que ele pudesse ir embora. — Você está começando seu estágio no Seattle Grace? — Ela perguntou, e ele assentiu animadamente. — Seu idiota - você nem se deu ao trabalho de mencionar para mim que você se inscreveu no Seattle Grace?
— Surpresa?
— Você é o único que adora surpresas. Eu as odeio. — Ela fez uma careta para ele, — E você odeia a Costa Oeste.
— Eu vou aprender a gostar daqui. — Timothy sorriu para o olhar desinteressado no rosto de sua irmã antes de se virar para o homem na sala de estar. — Café da manhã, Dr. Sloan?
Mark olhou para Norah, ainda perplexo com toda aquela situação inesperada. A maneira como os irmãos interagiam o impressionava. Norah virou-se para Timothy, que havia entrado na cozinha carregando uma bolsa grande sobre o ombro. — Eu não estoquei mantimentos. — Ela informou.
Timothy levantou a cabeça para ela, sem surpresa. — Bem, sorte sua, eu fiz. — Afirmou e abriu o zíper da bolsa por cima do ombro. — Além disso, hoje é o seu dia.
Seus olhos se arregalaram de alegria. — Brilhante - você é o melhor! — Ela exclamou enquanto caminhava até a cozinha, olhando para os muitos ingredientes; legumes, laticínios, um pouco de carne, farinha, macarrão e assim por diante.
Mark caminhou até a cozinha com curiosidade, mas quando se deparou com a expressão no rosto de Timothy, ele de repente se deu conta de que estava apenas vestindo um par de jeans. O homem mais jovem examinou o cirurgião plástico da cabeça aos pés enquanto sua irmã mastigava uma maçã distraída.
— Uh... Eu acho que eu deveria pegar uma camisa. — Mark murmurou antes de se virar.
★
O bar do Joe estava vibrando com a vida noturna barulhenta e vibrante, assim como todas as outras noites.
As mesas estavam cheias de familiares e amigos, e os balcões eram mais pessoas esperando para serem atendidas. A pista de dança estava cheia de casais sorridentes, enquanto os alvos e as mesas de sinuca estavam ocupados por jovens.
O assento ao lado dela foi puxado, e seu casaco foi colocado sobre a coxa dele. — Norah.
— Mark.
Joe serviu um copo de uísque para ele e encheu o dela antes de deixar os dois no balcão. Mark deslocou seu banco para o lado enquanto se aproximava dela, seus braços se tocando. Ele bateu seu copo contra o dela, e ambos tomaram um gole de sua bebida.
— Nós não podemos ir para sua casa esta noite. — Mark mencionou.
— Não podemos, — Norah balançou a cabeça, — não preciso que meu irmão fique petrificado antes do primeiro dia de estágio.
Ele assentiu enquanto se aproximava ainda mais dela. A ponta dos dedos dele roçou suavemente os nós dos dedos dela, enviando faíscas por todo o braço até o estômago. Ela ergueu os olhos para ele, apenas para descobrir que seu olhar nunca deixou o dela.
— Nós, olhando um para o outro. — Ela apontou, — Está se tornando coisa nossa, hein?
— Não podemos tirar os olhos um do outro. É quase impossível. — Afirmou com naturalidade; ela revirou os olhos e voltou para sua bebida.
Ele a encarou, observando-a enquanto o ar tranquilo entre eles os protegia da crescente multidão de aplausos. Seu coração pulou uma batida - algo que ele nunca sentiu antes, não tão esmagadoramente, pelo menos.
— Sobre o que você disse na outra noite. — Ele falou, traçando círculos sob sua palma suavemente. — Nós somos-
— Sem amarras, você sabe que eu quis dizer isso.
— Sim, eu sei. — Ele suspirou e balançou a cabeça. — Eu não sei, na verdade... É só... Eu sinto que há algo diferente... Sobre nós.
— Eu não posso deixar que sejamos nada, Mark. — Ela declarou com sinceridade enquanto pousava o copo.
— Por que?
Ela virou a cabeça para ele; o olhar em seu rosto estava ansioso por uma resposta. Ela viu em seus olhos, algo diferente de luxúria, algo que ela não tinha certeza se era capaz de fornecer.
— Tenho sérios problemas de abandono, — ela falou em vez disso, — preciso de alguém que esteja comprometido.
— Eu posso ser comprometido. — Ele alegou com uma pequena carranca no rosto.
— Com quantas outras pessoas você dormiu, só este mês? — Ela perguntou de volta. Ele abriu a boca para responder, mas decidiu não e balançou a cabeça levemente. — Eu preciso de alguém que esteja comprometido. — Afirmou ela novamente.
— Mas é isso que você quer?
Sua cabeça girou em sua pergunta, e ela estava agradecendo a bebida por mantê-la silenciosamente enevoada. — Pelo bem da minha sanidade? Sim. — Ela suspirou, — Até então, acho que somos melhores como... Amigos.
Se ela fosse honesta consigo mesma, até a maneira como ela soltou a palavra parecia estranha para ela.
— Com benefícios? — Acrescentou esperançoso.
Ela suspirou. — Eu não acho que isso não vai acontecer entre nós.
Ele acenou com a cabeça, seu olhar demorando em seus lábios.
Seu toque gentilmente traçou ao longo de seu braço, sentindo seus arrepios subindo sob as pontas de seus dedos. Seu movimento era dolorosamente lento, dando a ela uma chance de recuar se era isso que ela queria, mas ela apenas se inclinou para mais.
Seu pé alcançou sob o metal de sua banqueta e a puxou para mais perto dele. A mão dela pousou no peito dele, e ela podia sentir a pulsação rápida do coração dele sob a palma da mão. A mão dele descansava na lateral do pescoço dela, o rosto enterrado na outra; um rastro de beijos que ele traçou em sua pele, o último colocado na cicatriz desbotada ao longo de sua mandíbula.
— Feliz aniversário, Laurie. — Ele sussurrou em seu ouvido.
— Como você-
Ele a interrompeu pegando seus lábios com os dele; um beijo longo, doce e apaixonado. Ele se afastou, dando-lhe um longo olhar antes de colocar o casaco de volta no banco.
Sem amarras, lembrou a si mesmo, mas as cordas o puxavam de uma maneira que cegava seus pensamentos. Não caia agora.
E então ele foi embora.
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