013

CAPÍTULO TREZE
meu jeito com palavras.

3ª temporada, episódio 5

[TW: leve ataque de pânico/ PTSD]

———— ————

ELA ESTÁ PERDENDO. — Meredith reclamou enquanto empurrava sua bolsa em seu armário. — Ela quase espancou e fritou um cheque de oito milhões e meio de dólares esta manhã.

— Esse dinheiro, eu compraria meu próprio hospital. — Disse Cristina.

— E eu o encheria de pessoas doentes. — Acrescentou Norah.

— Imagine as vavuloplastias e os aneurismas rompidos.

— Vocês duas são psicopatas. Você sabe disso, certo? — George olhou para as duas mulheres com medo.

— Ok, não sou eu que tenho um cheque de oito milhões e meio de dólares que não vou descontar. — Defendeu Cristina.

— Pare de falar de mim. Eu estou bem. — Izzie interrompeu enquanto se sentava no banco, olhando para o conteúdo dentro de seu armário com uma caixa ao seu lado. — Estou limpando meu armário e vou para casa.

— Brilhante. — Norah deu de ombros, fechando a porta de seu armário.

Izzie virou-se para a morena, as sobrancelhas unidas. — Você tem algum problema comigo? — Ela questionou; Norah ergueu os olhos para a loira enquanto ela amarrava o cabelo. — Porque você tem me ignorado ativamente desde a noite em que Denny morreu.

Norah a encarou por um momento antes de dar de ombros novamente. — Brilhante.

Os internos se reuniram em torno de Bailey, esperando que ela lhes desse o trabalho do dia. — M&M em quinze minutos, pessoal. — Informou a residente.

— Espere, podemos ir ao M&M? — Alex perguntou incrédulo.

— Mesmo que não tenhamos começado nossas rondas? — Norah reconfirmou.

— Mesmo que. — Bailey assentiu. — Quero todos vocês no M&M hoje.

Sim! — Alex aplaudiu em voz alta, e Norah o cutucou no cotovelo.

Bailey, que estava prestes a ir embora, virou-se e fez uma careta para seus estagiários; o sorriso no rosto de Alex morreu instantaneamente. — As pessoas morrem neste hospital. — Repreendeu a residente. — Uma vez por mês, nos reunimos para discutir como nossas ações como médicos contribuíram para as mortes - este é um exercício sério.

Quando ela foi chamada, os estagiários se reuniram imediatamente. — George, Alex, vocês arranjam os lugares. — Cristina instruiu, — Mer, Norah e eu vamos pegar lanches. — E lá eles foram para direções separadas.

— O paciente 34986 morreu no mês passado de complicações após um transplante de coração. — Anunciou Webber pelo microfone. — Dr. Burke vai apresentar. — Os estagiários pareciam horrorizados quando Burke subiu no púlpito.

— Não é o paciente #34986-

— Denny Duquette. — Confirmou Norah, sentindo uma amargura crescer em seu estômago.

— 8 milhões de dólares. — Resmungou Cristina. — 8 milhões de dólares poderiam nos levar em um avião para algum lugar muito, muito distante.

Burke pigarreou e começou: — Paciente n° 34986. A causa da morte foi um êmbolo que se deslocou da linha de sutura e causou um AVC com hérnia de tronco cerebral.

Muitas pessoas levantaram a mão para fazer perguntas, e Burke chamou uma delas. — Então a linha da empresa é que ele morreu de AVC? — Perguntou uma mulher.

— Não há linha da empresa. Foi assim que ele morreu.

— Vamos voltar a essa necessidade de pacientes para um transplante emergente. — Interrompeu um homem mais velho. — Você está dizendo que o ventrículo esquerdo do paciente foi enfraquecido pelo mau funcionamento do LVAD?

— Seu ventrículo esquerdo estava enfraquecido pelo fato de ele ter insuficiência cardíaca congestiva. — Afirmou Burke.

— Por favor, Dr. Burke. — Outro homem zombou. — Todos nós sabemos que o LVAD foi cortado por um estagiário. — O salão ficou em silêncio antes de sussurros e murmúrios começarem a crescer.

— Os eventos permanecem obscuros.

Norah não gostou de como esse M&M estava indo, nem um pouco. O evento daquele dia que permaneceu obscuro para ela estava rastejando de volta para sua pele. — Eu estou indo para o meu lugar feliz. — George murmurou.

— Eu também. — Ela sussurrou, afundando em seu assento.

Ela fechou os olhos e estabilizou a respiração, pensando no jardim da frente de sua casa de infância - a grama verde e o ar fresco ao redor do bairro.

Até que a fumaça do veículo encheu seus pulmões. O lugar claro e ensolarado foi substituído por uma noite fria e escura. As luzes no pronto-socorro estavam brilhando, e gritos e murmúrios estavam por toda parte.

— Não está claro para você porque você estava no pronto-socorro com um ferimento de bala. — Afirmou o homem sem rodeios enquanto cruzava uma perna em cima da outra. — Por que não temos notícias da Dra. Bailey? Ela era a médica sênior no caso.

Ferimento de bala... Tiro.

O som alto de batidas no microfone fez com que Norah pulasse levemente em seu assento enquanto seus olhos se abriam. Ela agarrou os braços com força, e suas pernas sacudiram; ela sentiu como se tivesse ficado corada por uma onda de frio.

— Norah, você está bem? — Meredith perguntou ao lado dela.

— Sim, eu estou... Eu estou bem.

— Você pulou. — Cristina apontou.

— Ela se encolheu. — Alex corrigiu, suas sobrancelhas franzidas.

O auditório estava quente e abafado, como se o ar a prendesse por dentro. Norah sentiu-se mal.

— Sim, eu só vou... — Ela lentamente se levantou de seu assento e passou seu saco de batatas fritas para Meredith. — Eu estarei de volta em um minuto.

Antes que os outros internos pudessem falar, ela correu para a porta. Ela abriu as maçanetas frias da pesada porta e saiu da sala, caminhando em direção à parede e se apoiando nela.

Ela teve que sair do lugar para recuperar o fôlego; parecia sufocante.

— Norah? — Uma voz falou. A morena levantou a cabeça para encontrar a loira. — É o M&M-

— Você não quer entrar lá. — Norah afirmou sem rodeios. — Confie em mim, Izzie, não.

— Por que você está me impedindo de ouvir o M&M? — Izzie cruzou os braços na frente dela.

Idiota. Por que eu me importo? — Tanto faz. Apenas vá se você quiser. — Ela murmurou antes de se afastar em direção à varanda.

Ela ficou ao lado do parapeito por um longo tempo, observando médicos e enfermeiras andando, bem como pedestres andando do lado de fora do hospital. As árvores balançavam levemente pelo que ela esperava ser uma manhã ventosa; o sol estava brilhante e o céu nublado.

— Você parece um inferno.

Norah revirou os olhos para Derek, que estava ao lado dela perto do parapeito da sacada. — Eu me sinto como o inferno. Eu pareço quente.

— Eu pensei que você deveria estar no M&M? — Perguntou Derek.

— Paciente n° 34986, Denny Duquette. — Afirmou Norah. — Bem, vamos apenas dizer que eu não poderia passar mais um segundo lá, ouvindo-os discutir sobre os eventos que me levaram a ser baleada. — Ele assentiu em silêncio.

— Você sabe, eu vi minha mãe - minha mãe adotiva - quando eu estava fora. — Lembrou ela. — Era como um sonho lúcido... Exceto que eu estava meio que morrendo.

— Onde você estava? — Ele perguntou.

— Em nossa casa em Londres. — Ela respondeu. — Foi na manhã em que ela esmagou a cabeça em um vaso de flores... E morreu durante a cirurgia.

Derek piscou com suas palavras. — Isso é escuro. — Ele fez uma careta. — Bem, então é por isso que você decidiu se tornar uma cirurgiã?

— Isso soaria clichê. — Norah riu baixinho, — Mas não, essa não é a razão. — Ela franziu a testa ao recordar uma memória dela. — Eu tive um sonho quando tinha seis anos... Sobre minha mãe biológica. Ela era médica, voltando para casa depois de um turno tarde e me puxando para a cama. — Ela riu secamente, — Engraçado, não é? Odeio ela - aquela mulher me abandonou, e eu escolhi esta carreira por causa de um sonho estúpido com ela... Ou pelo menos parece que é.

— Você já pensou em... Encontrá-la?

Ela balançou a cabeça. — Ela deixou claro que não queria nada comigo quando me deixou no centro de adoção. — Afirmou. — Então, não, eu não estou perdendo meu tempo com ela.

— Mas por que um cirurgião? — Ele perguntou novamente, e ela sorriu.

— Pelo pagamento, duh.

O vestiário estava quase vazio, pois a maioria dos internos já havia ido para casa. Norah havia passado as chaves de seu apartamento para Cristina, que queria um lugar melhor para dormir enquanto esperava Burke terminar sua cirurgia.

Norah arrastou os pés para dentro do quarto, bocejando e se espreguiçando depois de um longo dia no hospital. Ela caminhou em direção ao seu armário, onde viu Izzie parada na frente de seu próprio armário, colocando seus pertences de volta em seu armário.

A loira a viu e deu um leve sorriso. — Decidi ficar. — Disse ela.

— Oh. — Norah estava curiosa sobre o que a fez mudar de ideia, mas ela não se incomodou em perguntar. — Bom para você, eu acho. — Ela abriu a porta de seu armário e começou a guardar suas coisas.

— Você me odeia. — Izzie expressou.

Houve um longo momento de silêncio antes que a morena suspirasse. — Isso é uma pergunta ou uma afirmação?

— Por que você me odeia? — Perguntou Izzie. — Quero dizer, eu entendo que eu meio que matei Denny, mas por que você me odeia tanto por isso?

Norah não tinha ideia de como responder a sua pergunta. — Você sabe o que? — Ela fechou seu armário, — Eu quero que nós coexistamos pacificamente como colegas de trabalho se você estiver mantendo seu emprego.

— Eu também. — Concordou Izzie.

— Mas eu não posso prometer que vou parar... De não gostar de você, por suas ações feitas. — Acrescentou a morena. — Mas... Vamos apenas coexistir.

Norah deitou-se na cama em seu quarto, olhando fixamente para o relógio que agora marcava 3h40. Ela tinha saído da cama para fechar a janela ao lado de sua cama, bloqueando o som de gritos e xingamentos bêbados das pessoas que deixaram os pubs e bares.

Ela precisava do silêncio para adormecer, mas era o mesmo silêncio que a mantinha acordada. A solidão que ela sentia na quietude a estava incomodando, e ela se virou para o outro lado de sua cama por inúmeras vezes naquela noite.

Tiro. Essa palavra se repetiu em sua cabeça. A cicatriz em seu abdômen estava formigando, mas ela sabia que era apenas sua mente brincando com ela. Ela ouviu o tique-taque do despertador que parecia ser a única coisa que a acalmou.

Tic... Toc... Tic... Toc...

O ritmo era constante, sem soluços ou paradas.

Tic... Toc... Tic... Toc...

O tempo passou lentamente, um segundo de cada vez, até que ela finalmente sentiu suas pálpebras ficarem mais pesadas.

Tic... Toc... Tic... Toc...

Ela finalmente adormeceu para um sono profundo que ela perdeu por um longo tempo.

3ª temporada, episódio 8

Norah entrou no vestiário depois de vestir seu uniforme, onde os outros cinco estagiários estavam reunidos em um grupo com George no meio. Ele estava folheando o prontuário de um paciente; sua expressão preocupada enquanto ele batia os pés ansiosamente no chão.

— O que está acontecendo? — Norah perguntou, aproximando-se deles.

— O pai de George foi internado ontem à noite. — Compartilhou Izzie. — Ele desmaiou, caiu no chão e fraturou a clavícula.

— Ah, George, seu pai está bem?

— Ele está bem. — Disse George, — E sua clavícula está bem. Callie disse... Ela disse que está bem.

— Esses são os laboratórios de AM dele? — Meredith perguntou por trás.

— Queixando-se de fortes dores abdominais.

— Ele não tem sinais peritoneais. Isso é bom.

Bailey entrou no vestiário e tirou Norah do caminho; a estagiária tropeçou um pouco enquanto ela prendeu seu pager no cós de sua calça. — Alguém viu- — Bailey falou, e os estagiários viraram a cabeça para ela imediatamente.

— Eu estava apenas olhando para isso. — Informou George, passando o prontuário de seu pai de volta para a residente.

— Você não acha que eu lendo isso é mais importante do que você lendo? — Bailey balançou a cabeça e levantou a cabeça de volta para George. — Você está na merda hoje. Você vai se distrair.

— Não, eu não vou-

— Os membros da família não tratam os membros da família. — Bailey o cortou. — Corte.

— Estou me preparando para uma cirurgia com o Dr. Burke esta manhã. — Informou Cristina.

— Claro que você está. — Bailey brincou; os outros cinco estagiários olharam para o olhar azedo dela, depois deram de ombros um para o outro. — Karev, Sloan. Lawrence, você também. Grey, pit. Stevens é a sombra de Karev. — Bailey distribuiu suas tarefas.

— Sloan? — Norah questionou.

— Sim, Sloan. Ele pediu por você. — Bailey confirmou.

Pediu? Ótimo.

— Ah, excelente. Meu estagiário inestimável e muito valioso. — Afirmou Mark quando os três estagiários se aproximaram dele no posto de enfermagem. Ele levantou a cabeça dos gráficos para os três, então virou-se para franzir o cenho para Alex.

— É dia de 'trazer uma loira gostosa para o trabalho'? Ninguém me disse.

Os três riram baixinho. — Assédio sexual. — Izzie tossiu, e Norah sorriu ao lado dela. Mark ergueu os olhos para ela momentaneamente, depois voltou para seus prontuários.

Alex limpou a garganta antes de falar, — Dra. Stevens está me seguindo hoje, então.

— Em qual desses casos você precisa de nós? — Perguntou Izzie.

Mark pensou por um momento enquanto se virava lentamente para olhar para os internos. — É realmente trágico. — Afirmou, e a curiosidade dos estagiários foi aumentando gradualmente. Ele sorriu para os três pares de olhos ansiosos.

— Só esta manhã, descobri que tenho mais de duas semanas de lavagem a seco que precisa ser retirada. — Ele entregou a Alex um recibo, — Agora.

— Legal. Só isso?

Marco balançou a cabeça. — Eu também preciso que você me traga um sanduíche daquela patética desculpa para uma delicadeza, Karev - você sabe o que eu gosto. Mas vá com calma na maionese desta vez. Acho que você está tentando me matar.

Izzie pareceu surpresa enquanto Norah olhava para Alex, divertida. — Você é um idiota. — Norah murmurou para ele, e Izzie assentiu com a cabeça.

— Lawrence, você vem? — Mark gritou, e Norah se virou. Ela rapidamente se despediu dos outros dois estagiários e se apressou em direção ao atendente. Alex gemeu de frustração enquanto Izzie suspirava.

— Por que você me pediu em seu serviço? — Ela perguntou enquanto alcançava Mark esperando o elevador.

— Você tem um potencial em plásticos.

— Potencial? Talvez. Interesse? Nenhum. — Ela sorriu quando o elevador chegou. Ele segurou as portas do elevador para ela, e ela entrou. Ele levantou uma sobrancelha curiosa para ela quando ela estreitou os olhos para ele. — Limpeza a seco?

— Eu preciso de roupas para vestir. — Afirmou enquanto as portas se fechavam. Ele abaixou a cabeça para a estagiária e acrescentou com um sussurro: — Tanto quanto você gostaria de mim sem ele.

Norah apenas balançou a cabeça. — Não se iluda, Sloan. — Ela respondeu. Mark assentiu e se levantou; o espaço ficou quieto pelo resto da viagem de elevador.

— Oh, sim! É disso que estou falando! Oh, olhe para você! — Frank exclamou quando Alex removeu o embrulho em torno de seu peito. — Eles ainda parecem tortos? Quero dizer, do seroma?

— Não, parece que a maior parte do inchaço diminuiu. — Assegurou Alex.

— Sim? Oh sim. — Frank continuou admirando seus novos implantes antes de se virar para as duas estagiárias. — Ei, uh, Dra. Lawrence, você poderia dar uma olhada nos gêmeos? — Ele perguntou. — Frank gostaria da perspectiva de uma mulher.

— Uh... Os gêmeos parecem bem, parecem bons... — Norah parou, virando-se para Izzie. — A Dra. Stevens pode dar uma olhada... olhando.

Izzie observou o peito de Frank e o elogiou enquanto Alex e Norah ficaram para trás, olhando para a situação, tentando não rir. Frank explicou a razão pela qual ele conseguiu os implantes de peitoral em primeiro lugar, contando aos estagiários sobre seus problemas com ex-namoradas.

— Eu simplesmente não entendo essa coisa de peitos falsos. — Disse Izzie. — Sem ofensa.

— Ah, estes são top de linha. Parecem reais. Parecem naturais. — Afirmou Frank. — Não, realmente. Sinta-os, realmente. Sinta-os.

Alex acenou com a cabeça para que a loira continuasse, e Izzie cutucou o peito de Frank. — Ooh, muito sólido. — A loira comentou.

— E real.

— Eu não sei sobre isso.

— Bem, compare-os com os dele. — Frank sugeriu, apontando para Alex.

Alex olhou entre os dois com as sobrancelhas franzidas. — Eu não estou envolvido com isso.

— Oh, não seja tão bebê. — Izzie brincou, e Norah deu-lhe um empurrão forte para ele dar um passo à frente. Alex suspirou e levantou a blusa enquanto Izzie colocava uma mão no peito de cada cara para testar a 'realidade' dos implantes de peito de Frank.

— Isso... — Mark falou na porta, olhando para os estagiários com um olhar horrível no rosto. — É por isso que não trabalho com estagiários. — Ele imediatamente se virou e saiu; Norah desatou a rir.

— Você acha que nós o assustamos? — Izzie se perguntou.

— Eu acho que ele vai ter pesadelos por um tempo. — Norah riu.

— Norah? — George gritou quando viu a morena passando por ele.

Norah franziu a testa ao ver sua figura parada sem rumo no meio do refeitório. Ele tinha folhas de papel em suas mãos, e seu rosto estava bastante pálido. — Sim, George?

— Eu... Eu preciso que você... Hum... — Ele entregou os resultados do teste de seu pai para ela. Ela olhou através dos papéis e virou para a próxima página, depois para a próxima novamente. Os resultados não foram boas notícias, e George não sabia como entregá-lo à sua família - não sozinho, pelo menos. — Você pode, uh-

— Sim. Sim, claro. — Ela disse e levantou a cabeça de volta para ele. — Você quer fazer isso... Agora?

Ele assentiu. A dupla saiu do refeitório e foi para o quarto do pai de George, onde seus dois irmãos estavam jogando cartas. — Estamos esperando aqui desde sempre. — Disse Jerry ao ver seu irmão entrar na sala. — Onde está o médico?

— O Dr. Webber estará aqui em um minuto. — George informou, tentando o seu melhor para colocar um rosto inexpressivo.

— Eles não dizem nada a você, hein? — Ronny provocou. — Não até que você seja um médico de verdade.

O rosto de George ficou pálido, e ele estava cerrando os dentes. — Ei, George é um médico de verdade. — Defendeu Norah o amigo. — Ele é um dos melhores da nossa classe também. Ele é rápido, inteligente, afiado - ele será um cirurgião fantástico um dia.

George assentiu baixinho ao lado dela. — Sim, eu só... Eu não sou o médico do papai.

O Sr. O'Malley notou uma expressão estranha no rosto do filho. — O que é isso, Georgie? — Ele perguntou.

— Vamos esperar pelo Dr. Webber.

O homem na cama tinha um olhar conflitante e preocupado em seu rosto. Ele tinha uma ruga na testa, e seus olhos esperançosos fitando seu filho foram notados por Norah.

— Eu acho que ele está esperando que você diga a ele. — Ela sussurrou. — Webber está vindo, mas seu pai quer saber de você. Ele quer que as notícias venham de seu filho.

George balançou a cabeça ligeiramente, apertando a mandíbula com força. — George, você é um cirurgião brilhante. Você pode fazer isso. — Garantiu Norah. — E, eu estarei aqui se você... Não puder.

— O que há com todos os sussurros? — O'Malley questionou.

George ergueu a cabeça para seu pai e irmãos; ele engoliu em seco e respirou fundo. — Os resultados da biópsia foram anormais. — Informou.

— Anormal é ruim ou apenas diferente? — O Sr. O'Malley perguntou, mas George ficou paralisado em seu lugar. — George?

George estava lutando contra as lágrimas, tentando não desmoronar na frente de sua família enquanto lentamente se voltava para Norah em busca de ajuda; ela assentiu suavemente. — Senhor O'Malley... — Ela falou enquanto se aproximava do paciente na cama, — Você tem câncer... No esôfago, que se espalhou para o estômago. Vamos agendar uma operação para remover Então, você terá que passar por quimioterapia e radiação... Sinto muito.

O homem olhou para ela enquanto a alegria lentamente desapareceu de seus olhos; a sala ficou em silêncio.

E então, George correu para fora da sala. — George... — Norah o chamou, mas ele já tinha ido embora. Ela se virou para os outros três homens na sala. — Eu vou... Ir atrás dele. Por favor, me chame se precisar de alguma coisa. — Depois que os irmãos assentiram, ela correu para alcançar George.

Ela o encontrou sentado sozinho na escada, inexpressivo e entorpecido. Ela suspirou e se sentou ao lado dele enquanto ele olhava pela janela para o sol poente.

— George?

— Vou agendar a operação para esta semana. — Afirmou George. — É câncer metastático estágio 3. E meus irmãos são... — ele balançou a cabeça fracamente, — Eu simplesmente não posso - não posso lidar com nada disso.

Norah colocou um braço sobre seu ombro. — Como você está aguentando?

— E-eu não sei. — Ele suspirou. — Passei o dia inteiro me preocupando com Burke, tipo... Como se houvesse algo de errado com ele. Mas não há nada de errado com Burke. — Ele olhou para a janela e engoliu em seco: — Deus, meu pai tem câncer, e eu não consigo nem olhar na cara dele.

Norah sentou-se em silêncio ao lado de seu amigo enquanto ele soluçava baixinho na escada vazia.

O dia foi longo. George ficou no hospital com sua família; Meredith foi visitar sua mãe; Cristina estava de volta à casa de Burke; Alex e Izzie estavam bebendo no bar de Joe.

Norah estava sentada em um dos bancos do lado de fora do hospital com os olhos fechados. Ela estava aproveitando a noite tranquila, até que sentiu uma figura parada na frente dela.

— Esperando por alguém, Laurie?

— Ninguém para esperar.

— Então o que você está fazendo aqui?

— A chuva tinha parado há um tempo atrás. — Ela declarou enquanto lentamente abria os olhos e observava a figura alta em pé na frente dela. Mark estava com as mãos dentro dos bolsos da jaqueta de couro e a observava. — Se você ouvir com atenção, o som das gotículas das árvores é bastante reconfortante.

Ele ergueu uma sobrancelha com curiosidade e sentou-se no banco. Sentaram-se um ao lado do outro sem palavras, afogando-se na noite silenciosa. Depois de um longo momento, ele falou: — Eu não ouço nada.

— Sim, eu sei. Eu inventei. — Ela deu de ombros.

Ele riu baixinho antes de se virar para ela novamente. — Então... Por que você está aqui, sozinha, neste banco?

— Eu não tenho certeza... — Ela suspirou, fechando os olhos e inclinando a cabeça para trás no banco. — Meu apartamento é muito silencioso, e o bar de Joe é muito barulhento. Aqui está apenas... Certo.

Mark a encarou por um longo tempo. Ele observou as mechas de seu cabelo sendo sopradas suavemente pela brisa leve, a forma como seu nariz torceu quando ela cheirou suavemente, seu peito subindo e descendo seguindo o padrão de sua respiração. Ele também notou a leve cicatriz ao longo de sua mandíbula, de alguma forma alinhando-se perfeitamente com sua mandíbula, como se realçasse o perfil lateral já atraente.

— De onde você conseguiu essa cicatriz? — Ele perguntou. — Aquele ao longo de sua mandíbula.

— Uh... Eu acho que era um caco de vidro... Ou um pedaço de metal? Eu realmente não me lembro. — Ela respondeu. — Por que você ainda está aqui?

— Porque eu não tenho ninguém para ir para casa. — Ele deu de ombros.

Ela virou a cabeça para ele. — O bar fica do outro lado da rua.

— Eu sei, — ele suspirou, — mas eu não estou com vontade hoje.

Norah franziu as sobrancelhas para ele, olhando para ele como se ele tivesse crescido duas cabeças e cinco braços. — Você, não está com vontade? — Ela questionou. — Sloan, você é uma escória - um prostituto, literalmente.

Mark sorriu de volta para o olhar confuso em seu rosto. — Você realmente deveria parar de me chamar assim. — Ele se aproximou dela, — Está começando a me excitar.

Ela bufou para ele. — Isso geralmente funciona quando você está tentando colocar uma mulher em sua cama?

Geralmente. — Ele riu. — Agora, me diga - como faço para que minhas palavras funcionem em você?

— Bem, com quantas outras você dormiu este mês? — Ela perguntou de volta, e ele permaneceu em silêncio, balançando a cabeça. — Oh, o homem ficou quieto. O gato comeu sua língua, hein?

Houve um breve silêncio antes que ela percebesse o sorriso que crescia no canto da boca dele - ela zombou dele, revirando os olhos ao perceber suas próprias palavras.

— Oh meu Deus... Você é imundo, sério. — Ela meditou, e ele riu junto.

— Isso é muito melhor e mais interessante do que o bar. — Ele riu. Quando ela tentou inclinar a cabeça para trás no banco, ela endireitou as costas imediatamente, percebendo que o braço dele estava lá.

Ele levantou o antebraço para si mesmo, sorrindo para ela inocentemente. Ela não percebeu quando ele se aproximou tanto dela - ele descansou o rosto preguiçosamente na palma da mão, os olhos ainda fixos nos dela. Ela jurou que tinha que se conter para não se perder no par de olhos azuis olhando para ela... Daquele jeito.

Ele lentamente se aproximou novamente - desta vez, ela notou - e ela o empurrou fisicamente de volta para o outro lado do banco. — Você empurra as pessoas com a mão no peito, então? — Ele perguntou. — Porque isso me faz sentir coisas... Embora, eu gostaria mais se não houvesse nenhum tecido separando nossas peles.

Este homem nunca vai parar. Norah pensou por um segundo antes de responder: — Eu gostaria que você estivesse deitado.

Ele foi levemente pego de surpresa, e ele inclinou a cabeça com um sorriso puxando seus lábios. — Oh sim?

— Hum. — Ela baixou a voz enquanto se inclinava para mais perto dele. — Minha mão pode estar dentro do seu peito... Com você aberto em uma mesa de cirurgia.

Sua expressão desapareceu, e ele olhou para ela sem expressão. — Você só... Você acabou de arruinar o momento.

— Eu sei. — Ela sorriu presunçosamente.

Ele balançou a cabeça com uma risada leve. Havia uma sensação inexplicável em seu peito que estava lhe dando uma vibração bêbada. — Você é impossível, não é?

— Eu tenho meu jeito com as palavras.

— Suas palavras me excitam também. — Ele flertou novamente.

— Ah, afaste-se.

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