006

CAPÍTULO SEIS
quem é mark?

2ª temporada, episódio 18

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VOCÊ NÃO PRECISA me ligar todas as manhãs, sabe? — Norah falou pelo telefone pressionado entre a orelha e o ombro. — Eu estou fazendo tudo certo.

Você estava em uma explosão, Nor - uma bomba literalmente! Você está me dizendo para não me preocupar, porra?

— Estou vivo, estou andando, e poderia até gritar com você agora mesmo se não estivesse no hospital. Estou bem, e você tem aulas para assistir - adeus!

Ela desligou e fechou a porta de seu armário. — Eu entendo que meu irmão está preocupado, mas me ligar todas as manhãs, por duas semanas? — ela suspirou, — Devo mudar meu número?

George deu de ombros. — Meus irmãos só falam sobre caminhões e motores. — Ele compartilhou enquanto vestia seu jaleco branco. — Você pode mudar se quiser.

Fazia duas semanas desde o incidente do atentado, e Norah finalmente teve permissão para remover sua tipoia de braço. Ela se inclinou contra os armários ao lado de George, que estava observando Meredith há algum tempo. A mulher estava sentada em silêncio e imóvel, com um olhar perturbado no rosto.

— O que há com ela? — Perguntou Nora.

— Não faço ideia. — George balançou a cabeça, e ela se aproximou da mulher no banco.

Cristina entrou no vestiário e passou pelos dois, caminhando com urgência para Meredith. — Você sabe, ele está agindo como se eu tivesse cometido um crime - como se meu apartamento estivesse cheio de mercadorias roubadas. — Ela desabafou enquanto jogava sua bolsa em seu armário. — Ele está agindo como se eu mantivesse meu apartamento para esconder bens roubados para que eu pudesse fazer transplantes ilegais por dinheiro!

— Eu faria transplantes ilegais pelo dinheiro. — Disse Norah com um leve encolher de ombros.

— Você tem certeza que ele não está agindo como se você tivesse mentido sobre se mudar? — Meredith se agitou.

Cristina virou a cabeça para Norah, que deu de ombros e balançou a cabeça. — Ok, o que há de errado com você? — A primeira perguntou à mulher no banco.

Meredith olhou para ela, parecendo perturbada. — Minha mãe é uma puta imunda.

Enquanto os internos se encaravam, Norah deu uma risadinha. — Eu deveria estar feliz por não ter mais um?

— Sim. — Meredith e Cristina responderam em uníssono.

— Jake Burton, 15, tem displasia craniodiafisária avançada, — apresentou Cristina, — foi internado ontem à noite depois de reclamar de dores de cabeça.

— Ele não é um reclamão. — Interveio a Sra. Burton.

— Ele também está tendo algumas náuseas. — Acrescentou Burton.

— Ok, posso? — Derek perguntou enquanto caminhava até o paciente. — Jake, posso fazer você se sentar, por favor?

Enquanto o neurocirurgião verificava as pupilas de Jake, os cinco internos, além de Cristina, ficaram para trás. George e Izzie estavam conversando enquanto Norah estava com os braços cruzados na frente do peito.

— Cristina roubou este caso de mim. — Ela suspirou.

— Você devia a ela por te ajudar a se mudar. — Alex deu de ombros.

— Eu sei. Mas ainda assim.

— Você está virando um viciado em Neuro. — Ele apontou, e Norah olhou para ele.

— Sabe, se você fingir que eu sou um leão, isso ajuda. — Jake ofereceu quando Cristina desviou o olhar dele inquieto.

— Desculpe?

— Se você fingir que eu sou um leão e, em vez de uma criança realmente confusa, você recebe um animal de circo falante, que é muito mais fácil de olhar. — Explicou Jake com um sorriso, e os estagiários se entreolharam divertidamente.

Derek riu. — Dra. Yang, qual é a nossa preocupação imediata?

— Que os tumores ósseos estão crescendo para dentro e invadindo seu cérebro. — Respondeu Cristina. Ele assentiu, e o resto dos internos saiu da sala. Cristina deu uma piscadela para Norah quando percebeu que ela a olhava boquiaberta.

— Você precisa descansar o ombro, querida. — Cristina zombou de seu sotaque inglês, que acabou ganhando uma cutucada afiada na lateral da morena.

Norah estava sentada preguiçosamente em um escritório vazio, onde ela estava folheando alguns arquivos de casos quando George entrou, fechando a porta de vidro atrás dele. Ela levantou a cabeça dos papéis e olhou para o estagiário. — E aí?

— Eu... Quero convidar Meredith para sair, — ele deixou escapar, — em um encontro. Tipo- namoro, encontro? — A boca de Norah estava aberta enquanto ela olhava para ele, seu cérebro não formando nenhuma palavra para ela falar. George gemeu: — Você acha que é uma má ideia.

— Não, George, eu- — Antes que ela pudesse responder, a porta se abriu novamente, e Derek entrou no escritório. Ele acenou com a cabeça em reconhecimento para George, que imediatamente se moveu para o lado da sala e começou a puxar gráficos aleatórios para escapar do constrangimento.

— Como está seu braço? — Perguntou o atendente.

— Bom como novo. — Afirmou ela, recostando-se na cadeira. O atendente levantou uma sobrancelha para ela. — Faz duas semanas desde a última vez que estive dentro de uma sala de cirurgia. — Ela temia. — E abrir as pessoas faz parte do meu processo de aprendizagem - sou uma estagiária de cirurgia!

— Que sobreviveu a uma explosão de bomba com nada mais do que um ombro deslocado e um corte no rosto. — Acrescentou Derek. — Sabe, a cicatriz está começando a crescer em você. Você não acha, O'Malley?

George virou-se para eles apressadamente e acenou para Norah - muito lentamente. Ela soltou um grunhido e revirou os olhos para a parte de trás de sua cabeça. Por mais que a incomodasse, o corte em sua mandíbula deixou uma cicatriz. Felizmente, não era muito óbvio, só podia ser visto de perto ou se você realmente prestasse atenção nisso.

— Ah, e Bailey especificamente me disse para não deixar você entrar em uma sala de cirurgia por mais duas semanas. — Disse Derek a estagiária, cujos olhos se arregalaram desagradavelmente. — Mas eu vou reduzir para um. Ela não... — ele parou e olhou duas vezes para fora da janela. — Aquele filho da puta.

Hein?

Norah e George olharam confusos para o atendente, que saiu do escritório em direção ao posto de enfermagem - Meredith estava sorrindo para um homem de jaqueta de couro. Assim que a estagiária loira apertou a mão do homem, o punho de Derek colidiu com o rosto do outro homem; um golpe o desequilibrou.

Norah pulou da cadeira e se aproximou de George, que se animou ao testemunhar o incidente com o queixo caído. O neurocirurgião acenava com a mão com dor; todos ao seu redor pareciam alarmados com a situação.

Pela janela, ela vagamente distinguiu as palavras que Derek murmurou para Meredith; curiosidade cresceu dentro dela. — Quem é Mark? — Ela questionou, olhando para o homem que estava assobiando de dor no chão.

— Eu acho... Eu acho que ele é o cara com quem Addison dormiu. — George adivinhou, e Norah virou a cabeça para ele surpresa. — Aquele que fez Shepherd se mudar para Seattle.

— Ah. — Ela piscou. — Vá Shepherd, então. — Ela observou o homem de jaqueta de couro se levantar, esfregando o maxilar de dor. Um sorriso divertido surgiu em seu rosto quando Addison apareceu em cena, parecendo chocada com toda a situação.

— Este estágio está se tornando altamente... Interessante.

Os dois internos assistiram enquanto o Chefe de Cirurgia falava algumas palavras para o homem vestindo uma jaqueta de couro, então instruiu Meredith a lidar com o corte no rosto do homem.

Enquanto Meredith conduzia o homem para uma das salas vazias próximas, muitos pares de olhos os seguiram, junto com sussurros e murmúrios. Fofocas do hospital.

No entanto, quando o homem estremeceu ao tocar o corte em sua bochecha, seus olhos se encontraram com um certo par de avelãs; havia algo naqueles olhos azuis brilhantes que acendeu algo dentro dela.

— Lawrence, vá pegar estes arquivos para mim. — Bailey pediu enquanto empurrava um pedaço de papel na mão de Norah. — De lá. — Ela cutucou a cabeça em direção ao escritório onde Meredith e Mark estavam atualmente; a estagiária estava segurando um espelho no lugar.

Norah olhou fixamente para ela. — Por que?

— Porque eu preciso de algo para fazer além de trocar fraldas e amamentar.

— Mas... Por que eu? — Ela perguntou novamente.

— Porque você não tem cirurgias para se preparar. — Bailey brincou. — E eu porque eu disse isso.

Norah suspirou e assentiu. Com votos de 'boa sorte' e 'divirta-se' dos outros quatro estagiários, ela caminhou em direção ao escritório e abriu a porta. Meredith se animou um pouco quando a outra estagiária entrou na sala. Norah estava apertando os olhos para o papel em sua mão, tentando ignorar o homem notavelmente atraente na sala cujos olhos estavam olhando para ela.

— Olá. — Mark falou.

— Ignore minha presença. Estou aqui apenas para pegar alguns arquivos. — Norah murmurou enquanto caminhava em direção às prateleiras para procurar os arquivos que Bailey havia solicitado.

— Ele está se suturando. — Meredith expressou, seu tom soando fascinado.

Norah deixou seus olhos vagarem até o homem na sala - tudo bem, ele é gostoso - e deu de ombros. — Bem, cirurgiões plásticos são pessoas arrogantes.

Meredith bufou enquanto Mark levantou a cabeça, seus olhos se estreitaram. — O que faz você pensar que eu sou um cirurgião plástico?

Com vários arquivos na mão, ela franziu as sobrancelhas para ele enquanto caminhava em direção a ele - ou mais especificamente, para as prateleiras localizadas atrás dele. — Como eu disse: pessoas arrogantes.

— Você é muito hipócrita. — Meredith interveio, sua declaração dirigida a Norah, que riu baixinho.

Os olhos de Mark seguiram a morena enquanto ela se aproximava dele. Ela passou por ele e começou a procurar os arquivos. — Você não quis dizer 'pessoas' da primeira vez. — Ressaltou.

— Você prefere que eu te insulte quando eu nem te conheço? — Norah apenas deu de ombros ao encontrar o último arquivo solicitado por Bailey.

— Por que você está pegando arquivos? — Meredith perguntou.

— Acho que Bailey está ficando entediada com a maternidade. — Respondeu Norah, virando-se para encará-la. — E para citá-la, não tenho cirurgias para me preparar. — Ela balançou a cabeça enquanto olhava para o espelho que Meredith estava segurando. Mark estava sentado em uma posição um tanto desconfortável enquanto suturava seu rosto.

— Posso apenas... — Norah colocou os arquivos debaixo do braço enquanto caminhava até Meredith. — O espelho tem que refletir a luz naquele ângulo específico. — Ela inclinou o espelho levemente.

O que ela não percebeu foi que Mark estava lançando olhares para ela pela sua proximidade não muito próxima.

- para a melhor vista. — Ela terminou. — E eu deveria ir agora... Bailey parece que está prestes a jogar fraldas sujas em mim.

O olhar de Mark continuou atrás de Norah enquanto ela saía da sala. — Quem era?

— Dra. Lawrence, do meu ano de estágio. — Meredith respondeu. — E você não é muito sutil. Você estava checando ela sem nem mesmo esconder isso!

— Uma estagiária que sabe sobre iluminação? — Mark colocou as ferramentas no chão enquanto terminava de se suturar. Ele estalou a língua com um sorriso. — Isso é interessante. E quente.

Norah entregou os arquivos para Bailey, que encarou a estagiária com os olhos semicerrados. — Não flerte com as pessoas, Lawrence. — Aconselhou a residente.

— O quê? Eu não estava... — a morena ainda tinha que terminar sua frase quando Bailey foi embora. Ela se virou para o resto dos internos com curiosidade, mas eles encolheram os ombros em resposta.

— Por que ele está suturando o próprio rosto? — George questionou; os cinco internos ainda não conseguiam desviar os olhos do recém-chegado dentro da sala.

— Para me excitar. — Ofereceu Cristina, encostada no balcão da estação.

Alex soltou um suspiro antes de responder: — Porque ele é Mark Sloan. Ele é como o cirurgião plástico da Costa Leste. — Norah sorriu para si mesma com seu palpite correto enquanto se jogava em uma das cadeiras.

— Esse é o cara com quem Addison dormiu? — George questionou em um sussurro baixo, com os olhos arregalados em choque.

— Não pode realmente culpá-la, pode?

— Não, na verdade não.

George franziu as sobrancelhas. — Sim, você pode. — Ele olhou para Norah, tentando fazer com que ela o apoiasse, mas ela deu de ombros e sorriu.

Meredith saiu da sala e se juntou aos outros internos no posto de enfermagem. — McSexy quer um raio-X para verificar se há fraturas, e acho que é uma má ideia se eu levá-lo. — Afirmou.

— Eu estou trabalhando nisso! — Alex imediatamente se ofereceu, correndo para longe.

— McSexy? — Cristina arqueou uma sobrancelha com o apelido.

— Parece sem graça. — Comentou Norah.

— McYum? — Sugeriu Izzie.

— Não. — As três outras mulheres responderam em coro.

Norah observou enquanto Mark seguia Alex para fora da sala; havia grupos de enfermeiras ocupadas fofocando sobre o cirurgião plástico. — McSteamy.

— Ah, aí está.

Enquanto isso, George olhava para as quatro mulheres, perturbado. — Ugh, eu só estou... Engolindo um pouco de McVomit.

Norah estava muito entendiada depois de ser examinada em Ortho. Quando ela acidentalmente deixou escapar que ainda havia uma leve dor no ombro, o residente não a autorizou a ser autorizada a esfregar nas cirurgias.

Por isso, ela agora estava no quarto de Jake Burton ao lado de Alex, onde Mark estava conversando com os pais do adolescente sobre fazer uma cirurgia plástica em seu filho.

— Você me chamou de viciado em Neuro esta manhã. — Norah sussurrou, e Alex se virou para ela. — Olhe para você agora, Karev. Você é um puxa-saco de plástico.

— Eu não sou um puxa-saco. — Alex negou. — Quero me especializar em plásticos.

— Escolha ousada. — Norah sorriu antes de olhar para ele. — Apenas admita. Você é um puxa-saco de plástico.

— Eu não sou.

Os dois estagiários se animaram quando viram Derek parado na porta. O neurocirurgião ficou furioso, sem dúvida; Cristina estava atrás dele, parecendo mais do que divertida.

— Dr. Sloan, posso ajudá-lo com alguma coisa?

— Ele diz que pode consertar meu rosto. — Jake exclamou antes que Mark pudesse responder. — Ele diz que pode me fazer parecer normal!

Derek atirou ao cirurgião plástico um rosto acalorado; a tensão na sala parecia se tornar dez vezes maior. Norah olhou para os dois atendentes, balançando a cabeça.

— Você tem algo a dizer, Dra. Lawrence? — Derek questionou de repente.

Os médicos na sala moveram seu olhar para ela, no qual ela não pôde deixar de sorrir de volta, balançando a cabeça. Rir em situações sérias vai ser o meu fim, ela se repreendeu mentalmente.

O neurocirurgião revirou os olhos. — Você está pressionando um sorriso. Se você tem algo a dizer, diga.

Norah hesitou, olhando entre os dois atendentes. — Eu amo drama de hospital. — Ela deixou escapar.

Cristina deu uma risadinha e tentou esconder com uma tosse, e Alex estava sorrindo maliciosamente; o cirurgião plástico parecia divertido enquanto o neurocirurgião parecia mais do que descontente.

— Saia daqui - agora.

A galeria estava cheia de cirurgiões e enfermeiras que observavam a cirurgia de Jake. Norah estava embalando o filho de Bailey, Tuck, em seus braços; o bebê agarrou a gola de seu uniforme enquanto dormia profundamente.

De repente, o monitor cardíaco conectado a Jake começou a apitar rapidamente, e ele estava perdendo muito sangue, muito rápido.

— Coloque o infusor de pressão.

— Sem carótida.

— Nós temos v-fib!

Todos na galeria estavam na ponta de seus assentos enquanto observavam os cirurgiões na sala de cirurgia correndo e gritando ordens para salvar a vida do adolescente. Quando Jake parou, Mark agarrou os remos para sacudir o coração do adolescente para começar... Mas falhou.

Em um minuto, o som da tela plana do monitor encheu seus ouvidos.

— Lawrence. — Bailey falou, e a estagiária olhou para ela. — Você tem certeza que seu ombro está bem?

Nora assentiu. — Sim.

— Tudo bem, vá esfregar e dar pontos nele. — Bailey instruiu e carregou Tuck para longe dos braços de Norah. — Apenas... Tente-

— Eu sei. — Ela retribuiu o residente com um sorriso tenso.

Norah saiu da galeria para recuperar o fôlego. Jake tinha 15 anos e permanecerá para sempre com 15. Jake não estava nem perto do primeiro dos pacientes, que ela testemunhou em uma sala de cirurgia, mas pode ser um dos primeiros que era apenas uma criança.

Ela sacudiu o pensamento de sua cabeça e lentamente fez seu caminho para a sala de limpeza da sala de operações 4. Empurrando a porta, ela viu Derek e Mark parados ao lado da pia, lavando as mãos em silêncio.

— Você está fechando ele, também? — O neurocirurgião perguntou quando ela entrou. — Eu pensei que sua mão não estava liberada para a cirurgia?

Ombro, Derek. Minha mão está bem. — afirmou a estagiária, mas quando ele levantou uma sobrancelha para ela, ela suspirou. — Bailey insistiu.

— Ok. — Derek se afastou da pia, e Norah assumiu o lugar. — Apenas certifique-se de que ele pareça-

Apresentável?

O atendente balançou a cabeça. — Não é a palavra.

— Nunca foi.

Norah assistiu através do vidro enquanto Cristina e Alex começaram a se preparar para fechar Jake. A água corrente que corria em seus braços parecia fria; seu ombro dolorido não parecia mais um incômodo. Ela simpatizou com o adolescente. Naquela tarde, ele estava todo animado para consertar seu rosto, onde poderia finalmente viver uma vida normal, e agora - não havia mais vida para ele viver.

Um pensamento ávido cruzou sua mente.

— Dr. Sloan? — Norah virou a cabeça para Mark, que ergueu os olhos da pia. Ele parecia chateado - se era sobre Jake ou qualquer outra coisa, ela não sabia. — Existe a possibilidade de que você possa... Continuar consertando o rosto dele? — Ela perguntou, e ele inclinou a cabeça para o lado, avaliando sua sugestão.

— Bem, apenas algumas horas atrás, ele estava todo... Emocionado, finalmente sendo capaz de se parecer com outras crianças de sua idade. — Ela falou, — Ele queria isso, a cirurgia... Ele realmente queria.

Mark encarou seu olhar ansioso; o brilho em seus olhos parecia irradiar dela e afetá-lo. Havia algo nela que o fazia sentir esperançoso, depois de tudo o que havia acontecido.

— Você já pensou em se especializar em plásticos? — Ele perguntou em vez disso, sem saber por que ele perguntaria isso de repente. Quando a estagiária balançou a cabeça em resposta, ele assentiu. — Vou tentar obter o consentimento dos pais dele. — Afirmou.

Uma estranha sensação de confiança subiu em seu peito, uma que o deixou intrigado.

E seu sorriso crescente derreteu tudo.

A desvantagem de morar a cinco minutos de distância do hospital é que os internos frequentemente fazem festas do pijama ou, mais especificamente, dormem no sofá todas as noites.

Uma vantagem, no entanto, de morar a cinco minutos do hospital é que ela morava a apenas algumas ruas de distância do bar. Por isso, ela o visitava com bastante frequência sempre que não conseguia adormecer. E esta noite foi exatamente como aquelas noites.

Norah abriu a porta do bar de Joe; a badalada do pequeno sino foi sobreposta pelas risadas estrondosas de dentro. — Ei, Joe. — Ela cumprimentou enquanto se sentava ao lado do balcão, jogando o casaco no assento ao lado dela. — Uísque, puro. —

— Longa noite no hospital? — O barman perguntou enquanto despejava o álcool em um copo.

— Não. Meu sono me arruinou... De novo. — Norah suspirou, tomando um gole da bebida. — Além disso, beber sozinho em casa... Bem, até a ideia disso soa muito deprimente.

Eu concordo. — Seu casaco foi levantado do banco do bar, e o homem ocupou o lugar, colocando seu casaco sobre sua coxa. — Bebidas são mais saborosas compartilhadas. — Mark afirmou com um sorriso. — Gostaria de vê-lo aqui a esta hora, Lawrence.

Ela tomou um gole de seu copo antes de se virar para ele. — Vou dar um palpite, — ela falou, e ele acenou com a cabeça para que ela continuasse, — Addison não apareceu?

Seu rosto ficou ainda mais amargo do que antes. — Você é psique.

Ela bufou. — A última vez que eu disse isso a alguém, uma bomba explodiu.

Mark riu baixinho antes de balançar a cabeça com um suspiro. — Quanto tempo é muito tempo para esperar por alguém?

— À quanto tempo você esteve aqui? — Ela perguntou de volta, mas ele não respondeu. — Ela não vai aparecer, sabe?

— É... Estou começando a pensar assim também. — O homem bebeu sua dose, e o copo tiniu contra o balcão de madeira. Ele virou a cabeça para ela, seu dedo ainda circulando na borda de seu copo. Ela olhou para ele, franzindo a testa.

— Você tem uma pergunta em sua mente. — Observou ele.

Ela se virou para ele, seus corpos agora de frente um para o outro, cada um segurando o álcool de sua escolha enquanto olhavam nos olhos um do outro. Joe se aproximou para reabastecer suas bebidas, depois foi até os outros clientes no balcão.

— Bem, se você não se importa... É verdade que você dormiu com metade de Nova York?

Ele foi pego de surpresa, ligeiramente, e ele levantou uma sobrancelha para a pergunta dela. — De onde você ouviu isso?

— Nova York, — ela tomou um gole de uísque, — eu sou de Nova York.

— Eu diria que você é do Reino Unido.

— Ah, sim, Londres, eu já morei lá. Me mudei para o Queens antes da faculdade.

— Então você conhecia Derek de Nova York? — Ele adivinhou, e ela assentiu. — Você saberia tudo sobre mim, então.

Tudo sobre você? Não se iluda, mas acho que todo o hospital sabe praticamente tudo entre você e ele. — Ela riu, e ele arqueou uma sobrancelha com suas palavras. — As fofocas do hospital viajam rápido, Sloan.

Mark. — Ele tomou um gole de seu copo. — É Mark. Não estamos trabalhando. E acredito que ainda não nos apresentamos formalmente.

— Você pensaria que uma noite com um adolescente morto é suficiente para apresentações. — Ela sorriu, e ele riu levemente de sua declaração notavelmente contundente.

— Mas, eu tenho uma coisa sobre ir pelo primeiro nome. — Ela encolheu os ombros. — Ele se baseia na confiança, e parece... Íntimo... De certa forma, e nós nos conhecemos há menos de 24 horas. Então, não. Desculpe.

— Eu entendo. — Ele sorriu, se aproximando dela. Ela notou seu movimento; ele sabia que ela notou seu movimento, mas ela não se afastou. Um sorriso surgiu nele quando ele se inclinou para mais perto dela. — Não há necessidade de desculpas, Laurie.

Norah engasgou com o uísque. — Diga-me que você não me chamou assim.

— Bem, devo admitir, nenhum primeiro nome é apenas um pequeno inconveniente na cama. — Mark deu de ombros, e ela o encarou. — Vamos lá, isso não soa tão ruim. — Afirmou. — Eu poderia pensar em coisa pior se estiver distraído.

Ah, você quer jogar isso? Ela sorriu para si mesma.

— Você está falando como se a cama fosse o único lugar para as coisas acontecerem.

Mark quase cuspiu sua bebida. — Uau, eu não sabia que você estava... Nessa. — Ele tossiu, enxugando a boca.

Ha! Não, eu não estou. — Ela sorriu enquanto passava alguns lenços para ele. — Mas eu fui bem.

— Sim, você foi, Laurie... Sim, você foi. — Ele riu, e ela revirou os olhos ao ouvir o nome.

Nesse momento, um pager soou, apitando na multidão barulhenta de pessoas rugindo com conversas e risos. Ambos os olhos baixaram para o casaco que ainda estava sobre sua coxa. Ele enfiou a mão no bolso e tirou o pager dela.

— Você está bebendo enquanto está de plantão? — Ele perguntou enquanto deslizava o aparelho para ela.

— Eu não estou de plantão. Essa é a questão.

— Pager errado? — Ele assumiu. Mas quando o pager tocou outra vez, ela suspirou e o prendeu na cintura. — Definitivamente não é um pager errado, então.

Norah bebeu o último gole de uísque em seu copo e pulou na banqueta. Mark segurou seu casaco para ela enquanto ela esticava os braços nas mangas. — Prazer em conhecê-lo, Sloan. Obrigada pela companhia. — Ela acenou para ele, andando para trás enquanto se dirigia para a porta.

— Da mesma forma. — Ele sorriu de volta. — Boa noite, Laurie.

Norah saiu do bar; a brisa fria soprava em suas bochechas. Ainda assim, ela se sentia quente - fosse por causa do uísque ou... Não, não ele. Um segmento dela ponderou sobre a possibilidade, mas uma parte maior dela descartou a ideia. Seu pager tocou pela terceira vez enquanto ela atravessava o estacionamento, gemendo com o dispositivo por interromper sua noite.

Os olhos de Mark a seguiram quando ela saiu do bar, e seu olhar permaneceu na porta de vidro quando ela saiu. A estranha sensação de sentimento permaneceu dentro dele, semelhante a quando ela olhou para ele com aqueles olhos esperançosos na sala de limpeza. Joe ia reabastecer sua bebida, mas ele o impediu.

Ele precisava de sua cabeça clara por apenas um momento - um momento para pensar como naquela hora de sua conversa, ela conseguiu fazê-lo esquecer a razão pela qual ele estava no bar em primeiro lugar. Não que ele se importasse, o pensamento disso o desconcertou.

Ela o fez sentir-se agitado em suas veias, e antes que ele pudesse se acostumar com a sensação, ela foi embora, deixando um fragmento para ele se perguntar.

Mark se levantou do banco e deslizou algum dinheiro sob o copo. Vestindo sua jaqueta de couro, ele estava prestes a sair quando notou alguns rabiscos em um dos lenços.

No pequeno quadrado, onde uma mancha redonda se formou na borda, havia seis letras escritas com uma caligrafia bagunçada:

Norah L.

Ele balançou a cabeça com uma risada suave; todos, menos ele, podiam notar o sorriso estupefato estampado em seu rosto enquanto ele saía do bar.

Poxa, como ele poderia tirá-la de sua mente agora?

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