CAPÍTULO VINTE TRÊS
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Jungkook pediu para Jimin morar com ele. Vamos ver como será essa nova fase.
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Os dedos de Jimin estão segurando os dele como se a vida dependesse disso, então Jungkook nunca tenta soltá-los, seus olhos focados na estrada na frente deles. Eles estão perto de seu apartamento ~ o apartamento deles ~ e ele realmente espera que não tenha que parar novamente, porque será a quarta vez em menos de uma hora. Ele sabe que Jimin não consegue evitar, é o remédio que o faz sentir vontade de vomitar, mas a culpa está obviamente escrita em seu rosto; ele está olhando pela janela como se fosse a primeira vez que vê Seul. Com certeza parece.
Taehyung recebeu a notícia de que Jimin estava se mudando melhor do que ambos esperavam e até confessou que ele acreditava ser a escolha certa também. Ele queria que sua alma gêmea fosse feliz e, se isso significasse que Jimin teria que morar com Jungkook, ele não poderia se opor à sua decisão (ele teve que prometer que iria visitá-lo muito). Bunny ficou com o estudante de arte para que ele não se sentisse sozinho, mas passaria os fins de semana na casa deles, porque Tae geralmente estava ocupado durante os shows.
Milo está sentado no banco de trás e o cinto de segurança está segurando-o porque Jimin insistiu que ele estivesse seguro o tempo todo.
Muitas outras coisas foram colocadas ao lado dele, todas as coisas que os mais novo guardou dentro de seu quarto de hospital durante os dias que ele passou lá.
— Aqui estamos. — Felizmente, sua vaga de estacionamento habitual está vazia, então o tatuador corre para parar o carro e abrir a porta do outro antes de ajudá-lo. Rosa claro já está espanando as bochechas de Jimin por causa do tempo frio e ele sussurra um pequeno 'obrigado' antes de se deixar guiar em direção à entrada do edifício. — Por que você está tão quieto, bebê?
— Estou nervoso, eu acho. — O garoto de cabelos sussurra e pigarreia antes de pressionar o botão do elevador que precisam. Ele sabe que é estúpido, porque é um apartamento vazio e familiar que ele vai ver. Cada passo que ele dá é inseguro e pode ser o pensamento de que ele quer ser muito melhor que o esteja pressionando. Felizmente, Jungkook está ao seu lado e não há dúvida de que ele pode sentir sua ansiedade.
— Eu tenho você, anjo. — As palavras são tranquilizadoras, mas ele apenas cantarola enquanto espera o namorado abrir a porta da frente. Ele tem uma cópia da chave na mochila que deixou dentro do carro e o pensamento por si só é avassalador, porque muitas coisas estão mudando em sua vida. É emocionante, mas ele é um gato assustado e a coisa predominante que ele sente é o medo. Ele ainda está um pouco tonto, então sente-se grato quando Jungkook o ajuda a desamarrar os cadarços. Chinelos confortáveis são colocados na frente dele e ele sorri quando nota os gatos coloridos decorando-os.
— Eles são tão fofos!
— Imaginei que você iria gostar deles. — Mesmo que o tatuador esteja tendo dificuldades para gerenciar seu dinheiro momentaneamente, ele ainda o enche de pequenos presentes, então Jimin o abraça timidamente. O contato físico é sardônico: ele o anseia por todas as células do corpo, mas acha dolorosamente difícil suportá-lo. Ele acha difícil explicar isso, mas, felizmente, Jungkook é perspicaz o suficiente para ver através de suas ações e ele nunca o empurra além de qualquer coisa que ele possa suportar. Um braço descansa com infinita gentileza na parte inferior das costas e ele sente os lábios pressionar sua testa antes de se afastar e ir em direção à sala de estar.
A sala está escura e ele está prestes a perguntar a Jungkook se suas coisas ainda estão em caixas quando ele acende as luzes e é recebido por cinco sorrisos tolos. Ele pula assustado com a "surpresa" que todos gritam em uníssono, mas consegue ler a enorme faixa presa na parede. "Bem-vindo ao lar!"
— Bem-vindo de volta, Jiminie! — Hoseok é o primeiro a dar um passo em sua direção e no momento que Jimin é puxado para braços fortes, já está chorando, sem saber como lidar com tanto amor vindo de seus amigos.
Jungkook é o cúmplice deles porque está sorrindo enquanto observa Jimin passando de um abraço para outro, sua única preocupação sendo o conforto do seu bebê.
A pequena festa não dura muito, mas é doce porque deixa claro que todo mundo está realmente feliz por o garoto estar se sentindo melhor. Cada um deles come uma fatia de bolo que Seokjin fez para o evento e decide não ficar muito tempo, o cansaço de Jimin sendo óbvio. Este último agradece inúmeras vezes por todo o cuidado que demonstram e promete a cada um que irá sair com eles durante os dias seguintes. Assim que os convidados vão embora, o mais novo se permite sentar no sofá, a exaustão inundando seu corpo e frustrando-o. Deve ser evidente porque Jungkook faz o mesmo, olhos de corça procurando sua expressão com preocupação.
— Estou com sono de novo.
— Por que você não tira uma soneca enquanto eu preparo o almoço? — Ele irá preparar o prato favorito de Jimin e espera que isso melhore o clima sombrio em que seu namorado parece estar. O médico explicou que levaria algum tempo até que o medicamento mostrasse seus benefícios e ele tinha que ser paciente e solidário, não importa o quão difícil Jimin se torne.
— Parece bom. — Ele não se mexe, porém, o silêncio enche a sala pelo que parecem horas antes de continuar. — Me desculpe, eu sou tão...
— Calma, docinho. Mais alguns dias e você começará a se sentir melhor. — Jimin ouviu essa frase tantas vezes que quase chora porque as coisas nunca parecem mudar e ele está quase acreditando que é mentira. Ele só pode imaginar o quão difícil deve ser passar tanto tempo acompanhado por metade de um ser humano. Um braço forte desliza sob as duas pernas e ele é levantado no ar e forçado a agarrar a camisa de Jungkook. Ele fecha os olhos e sente o cheiro de menta que o rodeia até que seu corpo é colocado em lençóis macios e coberto por um cobertor macio. — Vá dormir, bebê.
Milo está ao seu lado quando ele acorda e um leve cheiro de ensopado kimchi inunda suas narinas, pedindo-lhe que estique os membros. As cortinas foram fechadas, então ele espera alguns segundos para se acostumar com a escuridão antes de sair lentamente da cama e deixar seus pés calçados com meias levá-lo para a cozinha, onde encontra Jungkook com os fones de ouvido, seu traseiro se movendo no ritmo da música que ele provavelmente está ouvindo. Jimin sorri largamente para a imagem e leva alguns segundos para memorizá-la antes de envolver os braços em volta da cintura do namorado, pegando-o de surpresa.
— Olá. — Jungkook sussurra enquanto desliga a música e se move para poder beijar sua testa. — Espero que você esteja com fome.
Jimin não protesta quando muita comida é colocada na frente dele, em vez disso, opta por agradecer ao mais velho que está procurando na geladeira por suco de laranja. Ele serve dois copos e ergue as sobrancelhas quando percebe que seu bebê está olhando para ele atentamente, o mesmo sorriso estampado em seu rosto.
— O que?
— Só estava pensando em como sou sortudo. — Sua experiência de quase morte mudou a maneira como ele ver as coisas que tem em sua vida; ele não considerou as coisas como garantidas antes porque não era de seu caráter fazer isso, mas está tentando apreciar cada pequeno detalhe. Ele leu tudo sobre grandes amores, mas tem certeza de que é raro viver o tipo de história que eles estão vivendo em uma idade tão jovem.
— Nós dois somos.
Eles ficam colados durante a refeição e, assim que terminam, Jimin decide lavar os pratos porque ele não havia cozinhado, mas o tatuador é teimoso demais para deixá-lo "se cansar" de tal coisa. Jungkook não quer se intrometer, então eles ainda tem que desembalar suas coisas e encontrar um lugar para tudo, e isso provavelmente levará a noite toda.
Três novas prateleiras são fixadas em uma das paredes do quarto e são largas o suficiente para acomodar todos os pelúcia que Jimin tem e os livros cabem na biblioteca de Jungkook, que ocupa uma parede inteira da sala, mas o maior problema são as roupas porque são três vezes o número que o armário do mais velho pode cober. Há coisas que Jungkook nunca viu antes e todas são lindas, então ele se pergunta por que seu namorado hesita em usá-las.
— Posso pegar metade da mesa?
Jungkook assente sem pensar duas vezes.
— Eu acho que você vai usá-la mais do que eu.
O mais novo cantarola e ordenadamente coloca seus cadernos de lado, juntamente com algumas outras coisas pequenas, sem saber que seu namorado ainda está olhando através das roupas que eles não conseguem encontrar um lugar.
— Min? — Olhos curiosos se viram para encontrar os dele. — Você quer brincar de se vestir?
Jimin nunca fez nada assim antes, nem mesmo com Taehyung, que é viciado em compras e adora desfilar suas roupas de grife, mas a ideia desperta seu interesse, principalmente porque ele suspeita que Jungkook ira escolher as roupas para ele.
— OK.
Há muitos macacões, então, para a primeira rodada, Jungkook escolhe um simples feito de jeans, que combina com um suéter listrado em preto e branco e meias rosa fofas. Jimin se tranca na sala e abre a porta do quarto timidamente quando termina, lentamente entrando e parando para dar uma voltinha que faz Jungkook sorrir como um idiota.
— Uau, meu gatinho está tão bonito. — As bochechas fofinhas ficam rosadas e Jungkook se levanta de onde estava sentado no chão para se aproximar do dono e beijá-las profundamente.
— Você realmente acha?
— Eu nunca mentiria para você. Você sabe que eu acho você o garoto mais bonito do mundo, não é?
Não é segredo que Jimin adora elogios e com cada palavra, ele o observa deslizar para o little space, seus lábios carnudos entreabertos e suas pupilas dilatadas sem motivo aparente. O garoto assente timidamente e senta-se ao lado de Jungkook enquanto pega mais algumas roupas, algumas delas envolvendo itens que ele nunca usou antes.
A aprovação de Jungkook o faz se sentir bem, então ele bebe todos os elogios, ansioso para obter mais com cada olhar, tornando-se cada vez mais confiante em si mesmo. Jungkook tem que admitir que seu namorado não é tão ruim quanto ele esperava quando se trata de estilo, sem medo de usar materiais brilhantes e cores pastel em combinação. O último envolve um suéter branco enorme e calça curtas azul bebê combinadas com meias de malha e uma boina azul bebê e que se torna o seu favorito porque os olhos de corça simplesmente se iluminam ao vê-lo.
— Oh meu Deus! Você parece ser modelo de uma revista, cupcake. — O apelido é novo, mas não deixa de fazer Jimin sentir borboletas dentro de sua barriga, então ele executa sua voltinha habitual antes de se ajoelhar entre as pernas separadas do mais velho para se aproximar dele como um gato. A mão quente de Jungkook acaricia sua bochecha suavemente enquanto a ponta dos seus narizes roçam e ele é levantado e colocado em um colo seguro, com as pernas em ambos os lados do torso do tatuador. — Eu confundiria você com um príncipe.
Jimin dá uma risadinha e sauda os lábios que estão pressionados no canto da boca. Ele descansa a cabeça em um ombro largo assim que tem a oportunidade e eles não conversam por um tempo, mãos grandes esfregando suas costas amorosamente.
— Pensei que você tivesse se cansado de mim. — O sussurro mal é audível, mas ele está orgulhoso de si mesmo por ser corajoso o suficiente para trazer o assunto a tona. O terapeuta com quem ele conversou disse que ele deveria tirar todos os seus pensamentos sombrios para fora, para que eles não o empurre para ações piores e a maioria desses pensamentos estão relacionados ao relacionamento deles.
— Sinto muito por fazer você se sentir assim, sou uma bagunça quando se trata de ser um Daddy. — Jungkook diz e o empurra gentilmente para que ele possa ler a expressão de seu namorado. — Eu acho que nunca vou me cansar de você, Min. — Ele está fazendo o possível para melhorar a si mesmo quando se trata de sua dinâmica, ele está disposto a aprender mais, conhecer mais pessoas que estão no mesmo tipo de coisas porque ele está machucando Jimin inconscientemente. — Você já pensou no que vai fazer com a universidade?
— Acho que vou congelar o ano e procurar um emprego de meio período para que eu possa pagar todas as sessões de terapia. — Ele decidiu ir duas vezes por semana a um especialista e os remédios também não são tão baratos. — O que você acha?
— Eu vou apoiá-lo, não importa o que você decida, bebê.
— Sinto que não sou mais uma pessoa inteira. — Jimin confessa e engole o nó que se forma dentro de sua garganta, não querendo envolver lágrimas na conversa. É frustrante não poder mais estudar literatura, mas ele percebe que mal consegue se concentrar em algo por mais de alguns segundos e isso significa que não há como ele passar nos exames. O médico disse que se ele reagir bem às pílulas poderá parar de tomá-las em cerca de um ano e o garoto está se agarrando a essa ideia como se fosse uma vida preciosa. — Eu quero me sentir como eu de novo.
— Devemos levar em consideração o que é melhor para sua saúde mental. Não há nada de vergonhoso em estar doente, amor. — Jungkook o conhece bem o suficiente para perceber que está se sentindo culpado por tudo o que está acontecendo. — Não será assim para sempre, mesmo que pareça.
[...]
Parecia que março consistia apenas em dor. Não havia dia em que Jimin não acordasse no meio da noite e começasse a chorar, pedindo desculpas repetidamente por sentir o que sentia. Normalmente, demorava mais de uma hora para Jungkook ajudá-lo a se acalmar, enquanto ele lembrava-o de que ninguém o estava culpando e que não era culpa dele hospedar tais emoções. Ele tinha dificuldade em acordar de manhã e mal falava metade do dia, sua frustração crescendo a cada hora que passava porque seu cérebro não lhe permitia pensar direito.
O tatuador veio com a ideia deles vagar por Seul horas antes de irem dormir e a rotina parecia ajudar muito, então eles a seguiram religiosamente. Jimin desistiu de fingir que estava bem porque o ato em si estava drenando e sua rápida mudança de humor quase levou Jungkook ao limite. Eles nunca discutiram, o mais velho escolhendo usar a raiva que estava sentindo em seu trabalho. Ele sempre acordava cansado, mas uma olhada para a forma adormecida de Jimin era suficiente para lembrá-lo por que ele estava fazendo isso. O tatuador começou a praticar kickboxing mais uma vez e o garoto de cabelos rosa passava as noites de sábado dançando com Hoseok para liberar dopamina porque a vida pessoal deles era uma bagunça.
Abril chega com esperança. No primeiro fim de semana, Jungkook acorda em uma cama vazia e assim que abre os olhos, percebe que é o terceiro dia consecutivo em que eles não acordam no meio da noite. Sua primeira reação é invadir o banheiro que está vazio ~ todos os objetos pontiagudos foram "escondidos" ~ e depois vai para a sala onde encontra a TV ligada, Adventure Time está passando no mudo, mas seu namorado não está em lugar algum. Jungkook está pronto para ir em direção à cozinha quando Jimin sai segurando duas xícaras enormes de café que quase cai quando seus olhos se encontram.
— Bom dia. — Ele sorri timidamente e vê o tatuador agarrar uma delas. Ele franze os lábios e recebe um selinho alto antes de beber sua bebida quente, apreciando a substância adocicada.
— Bom dia, pêssego. — Jungkook hesita em perguntar como ele está se sentindo, porque não quer fazer o outro se sentir como um paciente. — Parece que vamos ter um bom dia. — Jimin ri e assente antes de se levantar na ponta dos pés para beijar sua bochecha.
— Você vai ao studio hoje?
Jungkook balança a cabeça com a pergunta.
— Você quer que façamos algo especial?
— Eu quero passar o dia com você.
É a primeira vez que o garoto está obviamente melhor, e Jungkook sabe exatamente quando o progresso começou e isso o deixa esperançoso de que não seja apenas um "bom dia", mas um clima que irá se generalizar. Eles passaram muito tempo juntos desde que se mudaram, mas não podem dizer que aqueles eram necessariamente momentos felizes. Houve exceções: um banho que eles tomaram juntos e brincaram lavando os cabelos um do outro com xampu, uma hora de risadas histéricas por alguma piada boba, algumas sessões de desenho; mas era difícil não deixá-los ser ofuscados pela desesperança aninhada dentro de seus cérebros. Little space metamorfoseou completamente; Jimin só podia chorar e se agarrar a ele, implorando para não deixá-lo sozinho, para não odiá-lo.
— Claro. Você tem uma sessão de terapia depois, certo?
O garoto assente e morde o lábio inferior.
— Você poderia, uhm, me ajudar a decorar meu diário? — Ele tem um monte de adesivos fofos porque Jungkook tenta usar gráficos de adesivos para incentivar seu namorado de que ele é incrível, mesmo que ele esteja fazendo coisas básicas. O garoto recebe um adesivo sempre que acorda antes das 9 ou toma todo o café da manhã, quando se lembra de escrever em seu diário ou tomar as pílulas na hora certa. A verdade é que Jungkook está orgulhoso dele, porque ele obviamente está lutando, mesmo que se sinta um desastre.
— Você quer usar adesivos ou quer que desenhemos nas páginas?
— Ambos?
O mais velho ri e beija sua bochecha macia.
— Ok, anjo, mas precisamos tomar café da manhã primeiro, ok?
Jimin assente apressadamente.
— Posso ajudar?
Eles comem panquecas e Jungkook fica feliz ao ver que o mais novo está disposto a terminar sua parte porque ultimamente ele sempre perdia o apetite por causa dos remédios. O tatuador se oferece para limpar a mesa enquanto o garoto procura o caderno rosa e suas canetas brilhantes que eles vão usar. Milo está descansando contra os pequenos travesseiros no sofá quando Jungkook se junta ao seu bebê e ele sorri para a imagem: Jimin está com a língua de fora enquanto se concentra em desenhar o que parece alguns corações brilhantes no canto de uma página.
— Devemos começar com os adesivos?
— Posso ter uma borboleta na capa? — As borboletas brilhantes são especiais porque foram oferecidas a ele somente após uma semana de conclusão de todas as suas tarefas e ele ficava muito orgulhoso sempre que recebia uma. — Eu tenho sido bom, Daddy.
Suas sobrancelhas se erguem com o nome que ele recebe e o mais velho sorri feliz porque seu bebê não está chorando ao fazê-lo.
— Você pode, docinho. Vá em frente e escolha a que você mais gosta.
— Esta aqui, por favor? — Um dedo gordinho aponta para uma azul brilhante e Jungkook beija o lado da sua cabeça antes de sussurrar para o garoto que ele pode ir em frente. Ele o coloca no meio da capa, logo acima da placa que informa a todos que o caderno pertencem a "Park Jimin" e o último grita entusiasmado por sua obra.
— Ótimo trabalho, gatinho.
[...]
Não é raro Jungkook se juntar ao namorado em suas sessões de terapia e ele fica feliz sempre que é informado sobre o progresso que o garoto está fazendo. O médico quer trocar os remédios por algo mais leve, o que significa que eles estão no caminho certo.
— Daddy? Ajude-me? — Jimin insistiu em manter o curativo no corte mais novo e profundo que decora seu pulso e eles o troca a cada poucos dias, certificando-se de mantê-lo limpo. Ele tem ataduras em tons pastel e quer uma amarela dessa vez, porque está ensolarado lá fora e ele quer se lembrar disso. Jungkook deixa o desenho em que estava trabalhando e vai ao banheiro pegar a tesoura da prateleira mais alta que seu namorado não consegue alcançar e corta delicadamente o embrulho para revelar a ferida.
— Está quase completamente curado. — Ele sussurra e o garoto assente, com os olhos colados na pele destruída. — Vamos colocar um pouco de pomada antes de fazer o curativo. — O tatuador se tornou um especialista em todo o processo e ele se certifica de que não está muito apertado antes de esconder novamente a tesoura e colocar os materiais coloridos no armário do banheiro.
— Obrigado!
[...]
Eles estão se beijando com mais frequência, mesmo que seja na maior parte castos, e Jungkook está satisfeito com a maneira que seu relacionamento está indo, a mudança visível de um dia para o outro.
— O que é isso? — O garoto de cabelos rosa aponta para a caixa em forma de coração que Jungkook está segurando, então o mais velho sorri antes de oferecer a ele para abri-la. É mais ou menos do tamanho da mão, então ele está curioso sobre o que poderá encontrar lá dentro. Assim que a tampa é retirada, ele vê sete compartimentos igualmente menores, cada um com o nome de um dia da semana escrito na tampa.
— É para seus comprimidos. — Jungkook explica e fecha a caixa para mostrar a ele as palavras que estão decorando a tampa: "eu te amo". — Eu sei que é muito clichê, mas quero que você sempre lembre o quanto eu realmente amo você.
Jimin não tem ideia de como responder, a não ser pisando nos pés de Jungkook para que ele se torne um pouco mais alto e beije seu pescoço com amor.
[...]
Em uma noite de terça-feira, Jungkook chega em casa do studio e encontra seu namorado segurando um livro grosso, com as sobrancelhas franzidas em concentração. É um autor russo e o garoto está tão concentrado que Jungkook reprime uma risadinha e silenciosamente tira os sapatos antes de se aproximar e beijar o topo de sua cabeça, surpreendendo-o no processo.
— Oi. — Jungkook ri depois de receber um tapa brincalhão no ombro.
— Bem-vindo de volta, idiota.
Jungkook levanta a sobrancelha pelo jeito que ele é chamado e imediatamente ataca o garoto com cócegas antes de pegá-lo e jogá-lo por cima do ombro para que ele possa dar um tapa em seu traseiro.
— Idiota, hein?
— Você sabe que eu não quis dizer isso. — Jimin faz beicinho e recebe outro tapa, este mais gentil. — Ow! — Ele grita e esfrega o local, intensificando o bico. — Onde você está me levando?
— Vamos tomar um banho juntos.
Meia hora depois, eles estão de frente um para o outro, enquanto seus corpos são pouco visíveis por causa da espuma que cobrem a superfície da água rosada. Todo o lugar está cheirando a jasmim por causa da bomba de banho que eles dissolveram e Jungkook se permite relaxar pela primeira vez nesse dia, seu corpo fica mole contra a extremidade da banheira. Ele pode sentir os pezinhos de Jimin se movendo em ambos os lados da cintura, os dedos dos pés se curvando e desenrolando enquanto o garoto canta uma música estrangeira.
Jimin está olhando para o teto, mas ri quando seu pato de borracha toca seu peito, fazendo com que os olhos de Jungkook se abram e esse sorri preguiçosamente.
— Eu sou eu de novo. — O sussurro é acompanhado por um sorriso de olhos crescentes e o tatuador se inclina para frente para pegar a mãozinha de Jimin e levá-la aos lábios para beijá-lo. A pele macia é substituída por lábios almofadados que se abrem ansiosamente para que suas línguas possam se encontrar, a sensação quase estranha após tantas semanas de nenhum contato físico "profano". É como voltar para casa depois de uma viagem muito longa, então Jimin se aproxima de bom grado quando o outro o guia e prenciona seus peitos, um calafrio percorrendo sua espinha.
Sua boca desliza pela mandíbula de Jungkook, que ele apimenta com beijos e morde suavemente o lado do pescoço, onde marcas florescem. Ele quer colori-los de violeta e o mais velho parece gostar da ideia, porque um gemido baixo deixa seus lábios entreabertos enquanto sua mão embala a cabeça rosa. O membro de Jungkook está endurecendo embaixo do corpo menor, mas ele não fará nenhum movimento porque Jimin não o informou se ele quer algo mais do que um pouco de brincadeira. O tatuador não consegue parar de gemer quando lábios macios se fecham ao redor do seu mamilo direito e uma língua começa a circulá-lo, então ele cerra os punhos com a sensação.
— Chega, baby... não irrite o Daddy. — É um pedido suave, porque no final ele sabe que permitirá que Jimin faça o que quiser.
— Por favor?
Os olhos de corça estão cheios de confusão.
— Por favor, o que?
— Posso te tocar? — É peculiar o quão inocente o garoto pode fazer essas ações obscenas soarem e Jungkook sente seu pau se contorcer com a sugestão. Ele pega uma das mãos pequenas que está apoiadas no seu bíceps e a guia em direção à virilha, fechando-a com força suficiente para que ele sinta prazer antes de soltá-lo e permitir que o outro assuma o controle. Um polegar imediatamente roça sua ponta e ele geme, mas se contém de erguer os quadris, percebendo que seu bebê está estudando sua expressão enquanto move lentamente o pulso para cima e para baixo. — É bom?
— Você sabe que sim, bebê. — Ele já está sem fôlego, tentando não gozar prematuramente. Seria hipócrita da parte dele não admitir que está se tocando pelo menos duas vezes por semana, mas todas as vezes aconteceram às pressas, mecanicamente, porque ele se sentia cansado demais para não se apressar. Houve momentos em que ele simplesmente deixava sua ereção morrer ou tomava banho frio para poder acabar com elas. — Tente se mover mais rápido.
Jimin faz e sente seu próprio membro começando a endurecer enquanto esfrega lentamente contra uma das coxas de seu namorado. O médico lhe disse que havia uma possibilidade de seu libido ser afetado pelos antidepressivos, mas esse não é o caso, a única coisas que o impediu foi suas inseguranças. Ele quer sentir Jungkook perto dele novamente, ele quer ter um relacionamento saudável e isso envolve ser sexualmente ativo também.
— Você vai fazer amor comigo? — Suas bochechas estão rosa-escura quando ele finalmente murmura a pergunta e a mão de Jungkook a agarra e a afasta da ereção que o garoto estava acariciando, sabendo que ele gozará muito cedo para que isso aconteça se o movimento não parar.
— Você tem certeza?
— Eu quero que você me peencha. — Ele diz e se inclina para iniciar outro beijo, desta vez mais rápido e apaixonado. O tatuador deixa seus dedos deslizarem pelas costas arqueadas e começa a massagear suavemente as nádegas da bunda de Jimin enquanto suas línguas dançam juntas. Não é uma coisa calculada, eles estão agindo por instintos e cada parte de seus corpos os lembra do quanto eles sentem falta um do outro.
— Vou pegar o lubrificante no quarto. — O homem sussurra contra os lábios avermelhados, mas uma mão o impede de se mover.
— No armário do banheiro. — Jimin diz e evita olhar em seus olhos, agindo como se tivesse sido pego fazendo algo que não deveria. É fofo como ele pensou em tudo, então Jungkook segura sua cabeça e beija seus lábios castamente antes de fazer o que lhe foi dito, encontrando uma nova garrafa de lubrificante em uma das prateleiras.
— Bom garoto. — Ele elogia e entra na banheira mais uma vez, ligando a água quente para que seu bebê não fique com frio. — Fique de joelhos e vire-se, docinho.
É quando o garoto congela e balança a cabeça com força, suas orelhas ficando rosa também.
— Vamos, Min, deixe Daddy cuidar de você.
— Mas eu não estou... — Ele engole em seco, sentindo-se envergonhado por pensar em cada pequeno detalhe ao lado deste. — Uhm... eu não estou barbeado.
Jungkook viu os pelos em sua região pubiana quando se despiram, mas não pensou muito nisso, então acha meio engraçado que seu bebê estej tão angustiado por causa disso. Estar completamente barbeado o tempo todo foi um das regras e ele o criou quando começou a experimentar o jogo de cera e percebeu que seus parceiros estavam se tornando mais sensíveis sem esse tipo de proteção.
— Não importa. Vire-se, eu vou ajudá-lo a se barbear depois que terminarmos. — Jimin choraminga com a sugestão, porque ele sente que é um pouco demais, mas a ideia de seu Dom fazendo algo tão pessoal para ele faz suas entranhas se apertarem. Como esperado, o tatuador demora a prepará-lo, então, assim que um dedo escorregadio entra em seu buraco, ele descansa contra a borda da banheira, frustrado por não ter nada contra o que se esfregar.
É fácil para Jungkook encontrar o pequeno feixe de nervos, mas ele o evitou religiosamente, não querendo causar carência muito cedo. Ele adiciona um segundo e passa um braço em volta do corpo menor para impedir que o garoto se mova da maneira que não gostaria, seus dentes roçando suavemente a pele do ombro.
— Você está tão apertado para mim, gatinho. Aposto que você vai se sentir no paraíso ao meu redor. — Jimin geme alto e tenta empurrar contra os dedos longos, choramingando quando os sente tesourando dentro dele. Mais lubrificante é adicionado e seu batimento cardíaco começa a aumentar com a sensação, seus sentidos também aumentam. — Daddy poderia passar horas abrindo você com os dedos, Min. Você gostaria disso?
— Não. — Ele fala e ganha uma risada e um leve tapa no traseiro.
— Mas eu gostaria de ver você se contorcer por causa disso. — Três dedos entraram nele com um movimento rápido e sua mão procura cautelosamente o eixo duro que está esperando por um pequeno toque. Ele consegue puxá-lo exatamente duas vezes antes de ouvir uma voz assustadoramente séria avisando-o. — Você não vai gozar se fizer isso, meu amor. — Ele sabe que Jungkook está falando sério, então solta, protestando com um gemido agudo.
Faz muito tempo que ele é facilmente levado ao limite e, assim que acontece, o ancião para de ministrar, lendo-o como um livro aberto.
— Como você quer isso, gatinho.
— Eu quero montar você.
Jungkook o puxa para mais perto, a fim de beijar seus lábios com amor antes de esfregar o nariz na bochecha e sussurrar que ele pode ir em frente. O mais velho consegue entender o pouco controle desejado pelo garoto porque eles não são íntimos há um bom tempo e ele está disposto a entregar.
— Qualquer coisa pelo meu bebê.
A boca de Jimin se abre assim que ele começa a afundar no pênis duro e ele leva alguns segundos para apreciar a sensação de ter algo tão grande enterrado dentro dele antes de começar a se mover lentamente, sua iniciativa formando pequenas ondas ao redor deles. Os movimentos ficam mais desajeitados quando o eixo é inclinado corretamente e roça sua próstata, então dedos tatuados cavam a pele pálida de seus lados para ajudá-lo. Jungkook é muito mais forte do que ele e, mesmo que o esteja manobrando como uma boneca de pano, ainda é mais fácil se concentrar apenas no prazer, seus gemidos se tornando mais altos a cada minuto que passa.
— Está bom, pequenino? O pau do Daddy te enche bem?
— Estou perto, posso... posso gozar? — Ele sabe que é muito cedo e Jungkook não está nem na metade do que precisa para o orgasmo, mas espera que ele seja liberado.
— Você tem sido tão bom para mim. Goze para mim, anjo. — Dedos longos se fecham em torno do pênis vermelho do garoto e começa a bombear rapidamente, de modo que o sêmen jorra da ponta imediatamente, fazendo todo o seu corpo tremer. Os tremores secundários são tão poderosos que o tatuador pensa que também gozará, mas Jimin fica flácido contra ele no momento em que isso poderia acontecer. Sua respiração está irregular e ele está perto de desmaiar, então JK decide não abusar da sorte e gentilmente o ajuda a sair de seu pênis antes de embalá-lo em seus braços. Jimin treme como uma folha e, assim que Jungkook vê os olhos confusos e lacrimosos, começa a se sentir culpado ao pensar que pode ter exagerado com a coisa toda. Talvez ele devesse ter mantido a baunilha. Dedos afundam na pele do seu peito quando as primeiras lágrimas caem. — Porque você esta chorando, menino? Daddy machucou você?
— N-não. — Ele funga. — É apenas um... muito.
Jungkook arrulha com as palavras e beija sua cabeça repetidamente, suas mãos massageando a pele quente dos braços e torso de seu namorado.
— Eu sei que é, baby. Me desculpe se isso te sobrecarregou. Daddy foi muito mau com você?
Jimin balança a cabeça.
— Gosto quando você é mau. — Ele sorri fracamente e enterra o rosto na dobra do pescoço do mais velho. Ele percebe que Jungkook não gozou, então pega sua ereção, mas Jungkook o detém.
— Está tudo bem, gatinho, você não precisa.
— Mas eu quero.
Alguns minutos depois, o tatuador está gozando em torno de uma mão fechada, mas tem que voltar rapidamente aos seus sentidos, porque Jimin cai em little space e há poucas chances dele sair tão cedo. Então ele tenta tornar o banho divertido, lavando o cabelo do garoto delicadamente e pedindo que ele cante, apreciando a voz doce e rouca. Eles até brincam com o pato de borracha antes de saírem e Jungkook ajuda o mais novo a vestir seu pijama, que tem abacates sorridentes.
— Meu anjo está com sono? — Jimin balança a cabeça, seus olhos tão arregalados quanto pires. — Você ainda quer que o Daddy o ajude a raspar suas partes de príncipe? — O garoto de cabelo rosa cruza as pernas com a pergunta e sorri timidamente enquanto assente. — Ok, espere por mim no quarto.
Ele limpa a banheira antes de vestir sua túnica marrom e pegar tudo o que precisa para sua próxima tarefa. Ele consegue derramar água morna em uma vasilha e leva para o quarto junto com creme de barbear, uma navalha e duas toalhas fofas. Ele encontra Jimin já nu da cintura para baixo, abraçando Milo com força.
— Chegue mais perto da borda, docinho. — Ele coloca uma das toalhas embaixo do corpo e deixa as pontas dos dedos vagarem por uma das coxas, pensando no melhor plano para fazê-lo funcionar e não machucar o bebê no processo. — Vire-se, vamos começar com o seu bumbum.
Jungkook está tocando-o como se ele fosse feito de vidro e, mesmo quando ele choraminga ao sentir suas nádegas se espalharem, tenta relaxar contra o colchão. A verdade é que ele se sente mimado, então fecha os olhos enquanto a espuma se espalha por sua pele, a navalha seguindo suavemente. O tatuador evita sua entrada, mesmo assim Jimin está meio duro quando é pedido para ele se virar, então ele imediatamente tenta cobrir seu membro, sentindo-se envergonhado.
— Não, você não tem permissão para se esconder de mim, gatinho. — Jungkook não está falando sério sobre seu aviso, mas funciona. — Daddy fez você ficar duro, docinho?
É mais fácil raspá-lo assim e Jimin sabe que é esse o caso, então assente, gemendo alto quando sente os lábios aveludados envolvendo-o. Ele choraminga quando a ponta de seu pau atinge o fundo da garganta de Jungkook e agarra os fios escuros com uma mão, a outra ainda abraçando Milo.
— P-perto! — Ele avisa e seu pau é liberado antes que mais espuma seja espalhada sobre sua pélvis.
— Não se mexa, bebê. Eu não quero te machucar.
A penugem de pêssego está completamente pronta quando o tatuador termina seu trabalho, então ele se inclina e beija a pele macia com amor.
— Você quer que Daddy cuide disso? — Jimin assente e enterra o rosto no bicho de pelúcia que está segurando enquanto se goza. Ele goza por todos os dedos de Jungkook e sua barriga e a brancura são enxugadas por uma toalha úmida antes que o mais velho o ajude a usar suas calças de pijama.
O tatuador leva algum tempo para cuidar das coisas que usou e, quando volta, encontra o garoto de cabelos rosa enrolado como um gatinho no mesmo lugar, com os olhos fechados. Ele está dormindo, então o homem pega o telefone para tirar uma foto da cena fofa antes de pegá-lo em seus braços e colocá-lo debaixo das cobertas. Ele tem um estêncil para terminar, mas ouve um fraco "Daddy" que o convence a se deitar e aconchegar seu bebê perto do peito.
Abril chegou trazendo felicidade.
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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📝 Olá, muito obrigado por ler este capítulo! Espero que tenham gostado. Eu só queria incluir tudo: angústia, fofura e obscenidade e eu não queria enfeitar a parte da recuperação, porque na verdade não é fácil aprender a amar e aceitar a si mesmo. Ambos são falhos, mas acho que as coisas vão melhorar porque eles se amam.
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