CAPÍTULO DEZESSEIS

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Jungkook e Jimin estão muito bem. Hoje vamos ver ele levando Jimin para a terapia.
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— Primeiro, preciso que você preencha este formulário. — Jimin pega os papéis timidamente, sua mão esquerda segurando firmemente Jungkook enquanto ele examina todas as perguntas que precisa responder. A única razão pela qual ele está se sentindo à vontade é porque seu namorado decidiu acompanhá-lo à sessão de terapia, mas em pouco tempo ele consegue perceber que a velha mulher sentada ao sua frente não tem intenção de machucá-lo.

Ele nunca levou esse tipo de ajuda em consideração porque nunca imaginou se abrindo a um completo estranho em primeiro lugar, mas relaxa quando entende que a Sra. Wang foi informada sobre o fato de que ele sente-se pequeno. Yoongi fez questão de instruí-la sobre sua personalidade e Jimin não poderia agradecê-lo o suficiente por aliviá-lo de tanta pressão. É uma introdução, então o garoto decide falar sobre sua ansiedade primeiro, mencionando brevemente sua auto-mutilação, mas nunca mostrando os resultados reais dela por baixo das mangas compridas. A sra. Wang é paciente e gentil e, quando se separam, ele concluí que está bem em vê-la sozinho e que quer aprender a melhorar.

Jimin se sente motivado a melhorar seu estado de espírito e, como é a primeira vez na terapia, seus pensamentos são esmagadores. Sessenta minutos se passaram mais rápido do que ele gostaria e assim que o ar frio começa a fazer cócegas em suas bochechas, ele sente seus olhos formigarem com as lágrimas que começam a se formar. Ele pisca várias vezes para não começar a chorar no meio da rua, mas Jungkook deve ter visto através dele, porque ele pega o cachecol que está usando no pescoço e envolve nele antes de puxá-lo para um abraço apertado. Ser segurado enquanto se sente tão inseguro é a melhor coisa do mundo inteiro e ele está feliz por seu namorado estar tão atento.

— Estou orgulhoso de você. — O tatuador sussurra em seus cabelos e lentamente solta para que suas mãos se unam.

Alguns minutos de silêncio se passam enquanto descem a rua em direção ao carro do mais velho. Assim que entram, ligam o aquecimento e Jimin abre o zíper de sua jaqueta de inverno, sem se mexer para tirar o cachecol.

— Para onde você quer que a gente vá?

— Eu não sei. — Ele não está com fome e não está com vontade de voltar para a casa dele ou de Jungkook, então dá de ombros e descansa a cabeça na janela assim que sente o carro dando partida.

— Viagem? — Parece perfeito, então o garoto sorri com a tentativa do namorado de melhorar seu humor. Não que ele esteja deprimido, seus sentimentos estão simplesmente desordenados e ele precisa de alguns momentos para ganhar controle sobre eles. Felizmente, Jungkook liga o rádio, e não começa nenhuma conversa, pois canções lentas em inglês começam a inundar o carro, sua bela voz zunindo junto a elas.

"Paper Hearts", de Tori Kelly, aparece e os olhos de Jimin se arregalam de surpresa ao ouvir o som, seu batimento cardíaco aumentando.

— Esta é a minha música favorita!

Eles estão esperando no sinal vermelho, então Jungkook vira-se para olhá-lo, feliz por ver que sua disposição mudou drasticamente. Ele fica surpreso ao ver o quão bem seu bebê segue cada linha da música, como ele está derramando seu coração em cada palavra em inglês que ele está tentando reproduzir.

Eles dirigiram todo o caminho até a Ilha Muuido e tentaram dar uma curta caminhada na praia, mas o vento soprava violentamente e o ar estava frio demais para isso.

Seus estômagos protestam alto quando entram no apartamento de Jungkook, então a primeira coisa que fazem é concordar com o que comer no jantar. Kimchi parece perfeito porque é rápida, quente e fácil de preparar, então eles fazem a refeição no chão da sala, com a TV ligada.
(Kimchi é um alimento pronto. JK não preparou o kimchi em si, como no run. A refeição é o próprio kimchi, que já  está pronto e pode ser consumido de varias maneiras, como ensopado, frito, etc. Tive que explicar porque teve comentários sobre o kimchi ser difícil e demorado de fazer.)

Jimin se sente mais como um colega de quarto do que como um convidado, então ele se oferece para lavar a louça quando seu namorado o suborna com beijos para deixar tudo e atraí-lo para o quarto.

— Vamos lá, eu tenho algo para você.

O garoto de cabelos rosa ​​torce o nariz.

— Por que você sempre me compra coisas?

— Porque eu gosto de mimar você. — Um selinho alto é colocado na lateral do pescoço de Jimin antes que ele sinta os braços do mais velho pegando-o e levando-o para longe do balcão da cozinha sem muito protesto.

Jimin gosta da maneira que sempre é tratado com muito cuidado; Jungkook parece acreditar que ele é feito de vidro, então ele sorri contentemente quando o mais velho o deixa por um minuto para examinar as coisas que estão em sua mesa.

Ele volta segurando uma caixa lindamente decorada com um laço rosa, então Jimin puxa o material aveludado antes de tirar a tampa e espiar dentro. Há um bonito caderno dentro, sua capa cheia de ouriços sorridentes e ao lado dele Jimin vê uma bolsa transparente cheia de... curativos desenhados?

— Oh? — Ele consegue ler a nota que foi colocada por cima, então percebe que são tatuagens temporárias e sorri amplamente quando lê algumas das mensagens escritas nelas. Eles são recomendados para pessoas que lutam contra a ansiedade e a depressão, por isso mostram linhas positivas que só fazem o batimento cardíaco de Jimin aumentar. Às vezes, ele se pergunta o que fez para merecer alguém tão carinhoso ao seu lado.

— Yoongi me disse que escrever seus pensamentos pode ajudar.

Embaixo do caderno há algumas canetas brilhantes, então Jimin sorri antes de se mover para sentar no colo do namorado. Ele deseja ter palavras suficientes para dizer a Jungkook o quanto o ama.

— Obrigado. — Ele pega a bolsinha e oferece para o homem. — Por favor, escolha um.

Um pequeno curativo é aplicado nas costas da mão em pouco tempo e Jimin sorri quando vê que diz "Você é meu raio de sol", a pele de suas bochechas queimando. O tatuador começa a cantarolar a música em seu ouvido, mas é interrompido por lábios macios pressionando o canto da boca. Eles logo se perdem enquanto estão deitados de frente um para o outro, suas línguas roçando ternamente e certificando-se de não perder um segundo de proximidade. Jimin acha que pode passar o resto da vida assim, mas concorda quando Jungkook se afasta para ligar o aquecedor.

Está muito frio no quarto, então o mais novo caminha até o armário, onde pega um moletom preto que veste sem esforço antes de se enrolar na cama como um gato. Ele fecha os olhos e os mantém assim até que um beijo forte ser pressionado em sua orelha.

— Vamos tomar chocolate quente.

— Você tem marshmallow, Daddy? — Sua voz sai rouca e ele umedece os lábios quando Jungkook assente e oferece sua mão.

Eles nunca se queixam desse tipo de dia doméstico porque sentem prazer em pequenas coisas, e adormecem abraçados depois de fazerem amor e se aninharem debaixo dos lençóis.

O alarme dispara e o som é tão estridente que Jungkook geme de aborrecimento enquanto procura cegamente o botão que desliga. É muito cedo, mas os dois tem coisas a fazer, então Jungkook esfrega o rosto com uma mão, tentando afugentar a sonolência. Ele decide que eles devem comer antes de tomar banho, então se vira para olhar a cabeça rosa que mal aparece debaixo do cobertor grosso. Ele gentilmente tira as cobertas e vê Jimin se afastar dele e se enrolar ainda mais.

— Vamos lá, gatinho. — Ele sussurrou e esfregou o lado amorosamente. — Acorde.

O garoto cobre a cabeça com o braço e não se mexe.

— Min, não me faça dizer de novo. — Outro gemido, mas nenhum movimento; o tatuador pega a mão menor na dele para revelar o rosto da vítima matinal. — Você tem aulas hoje, bebê.

— Não. — Jimin murmura e choraminga exasperado antes de franzir as sobrancelhas, com os olhos ainda fechados. Jungkook pensa que é apenas uma birra, mas depois percebe o quão vermelhas estão suas bochechas, então pressiona as costas da mão contra a testa e ofega quando a sente queimar.

— Você está com febre, bebê. — O mais velho raramente teve que lidar com esse tipo de situação, mas tenta se lembrar do que sua mãe sempre fazia quando ele ou seu irmão ficavam doentes. Ele precisa de alguns minutos para encontrar o único termômetro que tem e Jimin choraminga quando sente a coisa fria ser colocada debaixo do braço, seus olhos finalmente se abrindo para encontrar os do namorado. Ele parece um pouco confuso. — Ei, garoto bonito. — A voz de Jungkook está coberta de bondade enquanto fala. — Você pode voltar a dormir depois que Daddy descobrir como está sua temperatura, ok?

— OK. — Jimin está rouco. — Estou com sede.

Um copo de água é imediatamente oferecido a ele e Jungkook fica surpreso com a rapidez com que o líquido desaparece, mas se concentra quando o termômetro começa a apitar.

Certamente 39 graus são suficientes para deixá-lo preocupado, então não há como ele ir ao studio e deixar seu bebê sozinho. Deve ter sido o frio que eles passaram no dia anterior e ele se odeia por não ter se certificado de que Jimin estava vestido adequadamente, mas não há como voltar atrás, ele tem que se concentrar em fazer o garoto se sentir melhor.

— Posso dormir agora?

— Claro, docinho. — Ele beija o topo de sua cabeça.

— Você vai embora? — Jimin parece preocupado, então os dedos do mais velho correm pelos cabelos rosa.

— Não, eu vou pegar algo para comer. Você pode descansar até lá.

Jungkook está pronto para fechar a porta atrás de si quando ouve um pequeno suspiro e se vira para observar seu namorado.

— Daddy...

— Sim, docinho? — Ele sabe que Jimin se sente pequeno e isso o torna ainda mais vulnerável, então ele tem que agir com mais cuidado.

— Posso ficar com o panda? — O homem sorri largamente e vai em direção a sua mesa, sobre a qual repousa o bicho de pelúcia e oferece ao namorado. — Obrigado. — O pelúcia é abraçado perto do peito quando ele se vira e fecha os olhos mais uma vez, irritado com a tontura que está tomando conta.

Jungkook deixa Yoongi saber que ele não poderá ir, confiando que seu hyung reagendará seus compromissos; ele tem sorte de ter alguém tão solidário e compreensivo como parceiro de negócios. Yoongi sabe que ele teria feito o mesmo se Hoseok estivesse doente, então é fácil para ele ser compassivo; há certas coisas que sempre serão mais importantes do que o trabalho deles.

Jungkook prepara omelete e duas xícaras de chá que coloca em uma bandeja de madeira e leva para o quarto meia hora depois ficando surpreso ao ver que Jimin está bem acordado e abrindo a janela. Ele coloca a bandeja na mesa de cabeceira antes de puxar as cortinas e deixar os raios de sol inundarem a sala.

O garoto não protesta quando é pego como uma boneca de pano e guiado na posição sentada, com travesseiros garantindo que ele esteja confortável o suficiente antes que a comida lhe seja oferecida. Jimin não está com fome, mas sabe que é o melhor, então tenta comer sua parte, sentindo a garganta dolorida a cada gole. Ele sente seu estômago ficando embrulhado, mas acha que irá se acalmar depois de conseguir comida.

— Beba o chá, anjo.

Jimin faz, mas percebe que é uma má idéia apenas quando sente um espasmo no corpo e se vira, cobrindo a boca com a palma da mão. É tarde demais, porque ele já esta vomitando e a ansiedade enche seu cérebro, deixando-o em pânico.

— Porra, deixe sair, bebê. Está tudo bem, deixe tudo sair.

Lágrimas enchem seus olhos e o garoto começa a soluçar assim que consegue respirar mais uma vez, sentindo vergonha de si mesmo.

Ele sente um guardanapo limpando o queixo e a mão, mas sabe que os lençóis estão destruídos, então fecha os olhos e passa os braços em volta do corpo, como se quisesse se proteger. Ele inala profundamente antes de se esforçar para sair da cama.

— Você quer vomitar de novo? - Jungkook se levanta e tenta alcançá-lo, mas para quando vê que o garoto está puxando os lençóis. — O que você está fazendo, Min?

— Eu sinto muito, Daddy. Está tão bagunçado. — Seus soluços ficam mais altos com cada sílaba e Jungkook percebe do que o garoto está falando, então o puxa para seus braços e o deixa esconder o rosto no tecido macio da camisa enquanto seu corpo continua tremendo. Ele não se importa se o vômito irá manchar sua camisa, ele só quer fazer seu namorado entender que sujar algo é uma coisa inofensiva e ele nunca ficará chateado por algo assim.

— Você não precisa se desculpar por sua dor de estômago, baby. — Jungkook beija o topo de sua cabeça e aproveita o silêncio por alguns segundos antes dele sugerir trocar os lençóis para que o garoto possa se deitar mais uma vez depois de se limpar. Jungkook tem a sorte de encontrar um limão, então oferece água com limão ao namorado, esperando que seja o suficiente para acalmar sua barriga. — Acho que preciso sair e comprar mantimentos. — Ele está pensando em cozinhar um pouco de sopa, mas sua iniciativa começa a desmoronar quando encontra olhos lacrimosos.

— Mas eu não quero que você faça isso. — Teria soado malcriado se a voz de Jimin não estivesse tremendo e Jungkook suspira, sabendo que seu bebê está realmente se sentindo mal.

— O mercado é perto, você sabe disso. Já estivemos lá antes e Daddy quer cozinhar algo realmente bom para você, para que você possa melhorar. — Ele também quer comprar um remédio para ajudá-lo com a febre, pois as bochechas gordinhas estão tão rosadas quanto antes.

— Não estou com fome. — Os ombros do pequeno começam a tremer quando outra onda de lágrimas desliza por suas bochechas, mas ele se senta e se afasta do namorado, seus soluços vibrando no ar.

— Minnie. — Jungkook desliza os dedos entre os mais curtos, mas o garoto retira a mão e a coloca entre as coxas para evitar qualquer tipo de contato. — É uma viagem de vinte minutos, gatinho. — O garoto é difícil, mas o mais velho decide evitar a palavra, sabendo que isso terá um enorme impacto negativo na mente do namorado. — Olha, podemos conversar ao telefone enquanto eu...

— Não. — Jimin engole em seco e limpa o rosto com as costas da mão. — Está tudo bem, me desculpe por ser ruim.

O tatuador oferece um guardanapo e beija a orelha de Jimin tranquilamente antes de ligar a TV e encontrar o canal de desenhos animados. O garoto está uma bagunça, então Jungkook basicamente corre para o mercado para comprar tudo na lista, certificando-se de não pular nenhum item crucial antes de parar em uma farmácia.

Jimin está bem acordado quando ele anuncia sua chegada e, por mais ruim que o garoto esteja, insiste em se juntar a Jungkook na cozinha e observa enquanto esse cozinha, com a cabeça apoia nos dois braços que estão sobre a mesa. Jungkook percebe o quanto Jimin está lutando para se manter acordado, então aproveita a primeira vez que o garoto fecha os olhos por alguns momentos para ergue-lo gentilmente em seus braços e levá-lo de volta para o quarto.

— Eu não vou a lugar nenhum, docinho. Tente tirar um cochilo até que a sopa esteja pronta.

Surpreendentemente, o garoto concorda, então Jungkook se concentra em fazer tudo. É a primeira vez que ele cozinha esse tipo de sopa, já que raramente pegava resfriados, mas espera que tudo fique delicioso porque seu namorado é um pouco exigente quando se trata de comida. Ele consegue dissolver o remédio dentro de uma xícara de chá que leva para o quarto, lembrando que tem que manter o bebê hidratado.

Jimin ainda está com febre quando toma a primeira colher de sopa e cantarola em aprovação, suas pupilas prontas para dilatar. O pobre garoto deve estar faminto porque ele come tudo sem esforço, um gemido escapa de seus lábios quando Jungkook pergunta se ele quer mais.

— Não me lembro da última vez que alguém cuidou de mim assim. — O pequeno suspiro no final sublinha o significado por trás das palavras, então Jungkook sorri tristemente antes de colocar a tigela vazia na mesa de cabeceira e iniciar uma sessão de carinho.

— E Tae?

Jimin ri e começa a brincar com as cordas do capuz que o tatuador está usando.

— Acho que cuido de Tae mais do que ele cuida de mim. — Talvez seja por ele ser o hyung, mesmo que seja uma diferença de apenas alguns meses, mas a verdade é que Taehyung é muito inocente no coração, então ele é constantemente afetado por coisas e pessoas ao seu redor. Jimin não  quer vê-lo triste, então ele sempre faz o melhor que pode para melhorar seu humor e cuidar dele sem parar.

— Sua mãe? — A pergunta sai hesitante e Jungkook entende que ele atingiu um ponto sensível porque um sorriso triste é exibido, a visão puxando todas as cordas do seu coração. Ele nunca mencionou o assunto 'família', mas nesse momento sente que eles estão perto o suficiente e ele está curioso para descobrir que tipo de pessoas criaram Jimin.

— Ela não veio me ver. — Desde que ele saiu e começou a se vestir "feminino", seus pais decidiram que não queriam ter nada em comum com ele. Então eles pagaram por sua educação com a condição de que ele se cuidasse e nunca exigisse voltar para casa. Era cruel, mas era uma maneira familiar de lidar com personagens LGBTQ+ na Coréia do Sul. — Meu pai e ela sabiam que eu era gay, mas esperavam que eu ficasse fechado para sempre.

Ele poderia ter vivido assim, preso. Provavelmente teria terminado casado com uma mulher que seus pais escolheriam para ele, tendo um ou dois filhos. Mas como ele poderia aceitar isso quando não suportava a ideia de tocar em alguém do sexo oposto?

— Mas você não fez.

A tristeza de Jimin alcança seus olhos.

— Eu não fiz. — Jimin não quer mais voltar para eles, não passa as noites pensando neles como costumava fazer quando se mudou. Lar tem uma definição diferente agora e, por mais assustador que seja, ele não mudaria nada na vida que está vivendo atualmente. — E seus pais?

— Pff... — Jungkook exala alto antes de rir sem humor e esfregar a testa com a mão direita. — Eu nem quero pensar nisso.

— OK.

O mais velho adora que seu namorado nunca tente invadir. Ouvir sua triste confissão o faz querer compartilhar sua história também e ele chega à conclusão de que o contexto é perfeito.

— Meu pai é um homem muito violento. Lembro-me de ser criança e de ter medo dele porque ele estava sempre jogando coisas e gritando por causa das menores coisas com as quais ele não concordava. — Jungkook faz uma pequena pausa porque pode ler o choque no rosto de seu namorado. — Eu sabia que não era normal ele dar um tapa na minha mãe e falar com ela daquele jeito e a adolescência me empurrou para o limite. Estávamos sempre brigando e de alguma maneira eu sempre terminava com machucados no meu corpo. — Sua mãe nunca tentou protegê-lo, sempre lembrando que seu pai o amava e essa era a razão pela qual ele o tratava com tanta severidade.

— Eu sinto muito.

Jungkook balança a cabeça e agarra uma pequena mão para colocar um selinho em seu pulso.

— Você não tem nada para se desculpar. Os pais de merda são uma coisa infelizmente. — Jungkook se tornou amigo de Yoongi por acaso, durante seu período rebelde. Felizmente, seu hyung já estava em tatuagens, trabalhando em seu pequeno projeto de um studio, então ele lhe ofereceu não apenas um emprego, mas um lugar para morar também. — Então eu saí.

— Estou feliz que você fez. — Jimin sussurra e pressiona suas bocas juntas em um beijo suave. Ele ainda se sente doente, mas está feliz por ser segurado com tanto carinho contra o peito de seu namorado. Ele se afasta quando percebe que pode passar sua doença e esconde o rosto na curva do pescoço à sua frente. — Somos apenas você e eu, não é?

— Você e eu contra o mundo, gatinho. — A frase extravagante faz o garoto rir e o som puxa os lábios de Jungkook.

Eles passam o que parecem horas conversando até Jimin adormecer mais uma vez, nocauteado pelo remédio que também é a razão pela qual ele acorda ensopado de suor. Seu batimento cardíaco aumenta em ritmo quando vê que Jungkook não está ao seu lado, mas sente-se aliviado quando seus olhos o encontram sentado em sua mesa de trabalho, suas mãos focadas em criar.

— Kookie?

Jungkook imediatamente se vira e coloca os óculos redondos no nariz.

— Ei, anjo. — O mais velho percebe o quão suado o namorado está quando esse pergunta se pode tomar um banho, então ele o ajuda a ir ao banheiro. Ele pega a caixa rosa que colocou dentro do armário e oferece a seu bebê para que ele pegue uma bomba de banho do seu gosto. O mais velho não fica surpreso quando o arco-íris é agarrado e ajuda seu namorado a entrar na banheira cheia antes de pegar uma muda de roupa limpa e uma toalha.

— Vai tomar banho comigo?

— Não, mas eu vou lavar você, como isso soa? — É perfeito porque ele está familiarizado com a gentileza por trás de cada movimento. Jimin ainda não consegue acreditar que um ser humano tão gentil possa nascer da violência, mas está agradecido por cada toque terno. — Você esqueceu de trazer seu pato de borracha.

— Você não fica incomodado por eu trazer tantas coisas?

— Não. — Os dedos de Jungkook começam a massagear suavemente seu pescoço, esfregando o gel de banho com cheiro de fruta em sua pele. — Isso me faz sentir menos solitário, porque eles me lembram que você virá em breve.

— Você já morou com outra pessoa?

As mãos do mais velho deslizam pelas costas e pelos lados, seguindo o mesmo caminho.

— Alguém com quem eu tive um relacionamento? — Seu nariz torce com a ideia e Jimin teria rido se ele não se sentisse tão ansioso. É egoísta da parte dele, mas ele quer ser o único a ter um lugar tão especial no coração de Jungkook. — Na verdade não. Não posso dizer que tive um relacionamento sério antes, sempre mantive as pessoas à distância. Foi por isso que me tornei um dominador tão renomado, que gosta de coisas exatas e de disciplina.

— Isso não soa como nós.

O tatuador ri e enxagua as mãos com bolhas antes de cobrir o rosto do namorado e iniciar um beijo lento.

— Estamos um pouco confusos, Min. — Seus narizes roçam carinhosamente. — Mas eu amo isto.
 
 
 

CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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📝 Muito obrigado pela leitura! Espero que você tenha gostado deste capítulo. Sinceramente, não consigo pensar em nada mais adorável que o cuidado de Jungkookie quando se trata de seu bebê.

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