006✔️
Celia James
Sai dali chorando como um bebê. O ódio que sentia de mim mesma era esmagador. Como eu fui uma idiota! Nem queria chegar em casa, pois sabia que ouviria um monte de merda da minha mãe. No entanto, era o único lugar onde poderia ir; do contrário, a bronca seria ainda maior.
Estava parada na porta de casa, ainda chorando, tentando controlar minha respiração ofegante. Quando finalmente entrei, encontrei minha mãe no sofá da sala, bebendo. Ela estava de costas para mim, sua presença já me fazia sentir pequena e insignificante.
— Demorou — disse ela, sem se virar.
— Acabei voltando andando e era longe daqui — respondi, tentando manter a voz normal, apesar do nó na garganta.
— Não ligo. Só não me arranje problemas! Se seu pai descobre que você faz cagada, a culpa cai sobre mim. — Ela se virou, lançando um olhar frio. — Meu Deus, menina, sai daqui! Vai molhar a casa toda e você vai limpar. — Falou grossa, voltando a se concentrar na TV e tomando um gole do seu drink.
Corri para o meu quarto, cada passo parecia um peso a mais sobre meus ombros. Fechei a porta, me encostei nela e deslizei até o chão, desabando em lágrimas silenciosas. O medo de que ela ouvisse meus soluços me fazia sufocar ainda mais os sentimentos.
Me sinto uma burra. Como pude perder Andy?
Cada lembrança dele vinha como um golpe. Não consigo ficar perto de ninguém. Me sinto sufocada, tudo fica estranho. Me afasto por achar que a pessoa vai se enjoar de mim. Faço isso para que, no futuro, a pessoa não me magoe, mas acabo magoando ela primeiro. O ciclo de autoproteção que me destrói por dentro e machuca quem está ao meu redor.
Não me orgulho disso, mas é automático. É como um mecanismo de defesa que não consigo desligar.
Fiquei ali, sentada no chão, por alguns minutos, tentando recuperar o controle. Mas as lágrimas só aumentavam e a sensação de sufocamento crescia. Meu peito parecia que ia explodir. A respiração ficou mais rápida, irregular. As paredes do quarto começaram a se fechar ao meu redor.
Tentei me levantar, mas minhas pernas estavam fracas, trêmulas. Caí de joelhos no chão, apertando o peito com as mãos, tentando desesperadamente recuperar o fôlego. As lágrimas não paravam de cair e tudo parecia girar. A dor de perder Andy, a pressão da minha mãe, a sensação de ser uma falha completa — tudo isso me esmagava.
— Por favor, para, para... — sussurrei para mim mesma, mas a crise não diminuía.
O quarto parecia mais escuro, mais opressivo. Senti como se estivesse afundando, cada vez mais, em um abismo de desespero. Tentei lembrar de algo positivo, algo que pudesse me trazer de volta, mas cada pensamento se transformava em mais dor. Eu estava perdida.
Depois de algum tempo que pareceu uma eternidade, a crise começou a diminuir. Minha respiração gradualmente voltou ao normal, e as lágrimas finalmente cessaram. Eu me sentia exausta, drenada de qualquer energia.
Levantei-me lentamente e fui tomar um banho. A água quente era reconfortante, mas não conseguia lavar a dor. Vesti uma roupa limpa e confortável. A dor de cabeça era intensa, como se refletisse o turbilhão de emoções. Deitei na cama, meu corpo e mente exaustos, e, apesar de tudo, acabei dormindo.
Andy Goldfarb
Estava deitado na minha cama, olhando para o teto, minha mente uma tempestade de pensamentos.
Será que eu devo parar de falar com ela?
Estou começando a gostar dela de novo e não quero isso. Não quero a sensação de nervosismo quando estou perto dela. Não quero sentir vontade de beijar seus lábios rosados. Não quero sentir borboletas no estômago. NÃO QUERO!
Mas como minha mãe sempre diz: "Querer não é poder."
Os sentimentos por Celia me consumiam. Lembrava de cada detalhe: seu sorriso tímido, o jeito que ela mexia no cabelo, o som da sua risada. Mas também lembrava das vezes que ela se afastou, sem explicação. Cada afastamento dela era como um golpe no meu coração, deixando-me confuso e magoado.
Não quero sentir isso. Não quero essa montanha-russa emocional. Mas, ao mesmo tempo, não consigo parar de pensar nela. A cada mensagem não respondida, a cada encontro evitado, a sensação de perda crescia. O conflito entre querer estar perto dela e a necessidade de me proteger era insuportável.
Acho que é melhor tentar esquecê-la de vez. Não pode ser tão difícil, pode?
Fechei os olhos, tentando imaginar um futuro sem ela. Mas, em vez de alívio, sentia um vazio. A ideia de não tê-la em minha vida parecia insuportável. A falta que ela fazia já era uma dor constante.
Lembrei das palavras da minha mãe: "Querer não é poder." Talvez ela estivesse certa. Talvez, por mais que eu quisesse esquecê-la, não fosse possível. Talvez, lutar contra esses sentimentos fosse a verdadeira idiotice.
Enquanto esses pensamentos se agitavam em minha mente, percebi que o simples ato de pensar nela me trazia uma mistura de dor e conforto. O que eu deveria fazer? Como deveria lidar com isso? O sono finalmente veio, mas a batalha interna estava longe de acabar.
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▪︎ Esse foi um dos que eu mais modifiquei enquanto estava revisando então espero que esteja bom
▪︎ Revisada
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