— Pois bem, o que mais você sente? — a enfermeira perguntou, enquanto mexia o seu café e olhava para o garoto.

Ela estava se esforçando para tentar compreender o motivo da dúvida. Mas, para ela, já estava mais que óbvia a situação. Mark claramente tinha alguma suspeita, mas não podia admitir e nem cogitar. Aquilo estava mais para uma loucura, na visão dele.

— À noite, quando vou dormir, do nada ele aparece na minha mente. E sempre quando ele vem, é como se meu coração começasse a bombear o sangue mais rápido. Daí eu fico feliz, porque eu irei ver ele no dia seguinte. — Mark contou, segurando o seu copo vazio.

— Mark! Como você não pôde perceber até agora? Pare e pense! Está mais do que óbvio... — a enfermeira se aproximou dele.

Mark pensou em tudo, depois repensou e repensou. Lembrou dos poucos dramas que assistira na televisão, dos seus casais favoritos da ficção e dos filmes de Hollywood. Se o que sentia era real, Mark preferia que ficasse na sua cabeça.

— Mark, você está...

— Sim! É exatamente isso! — Mark a interrompeu, se levantando e jogando o copinho do lixo — Estou no meio de uma amizade avançada! Não é um relacionamento romântico, como muitos pensam. Eu dei uma pesquisada no Google e vi que nada mais é que uma amizade extrema. Olha, Enfermeira Lee, a senhora é a melhor! Muito obrigado! Tenha um bom dia!

Mark se curvou rapidamente, depois deixou a sala sem espera nenhuma. Quando chegou do lado de fora, o sinal havia tocado. Fora diretamente para a sala de aula, teria aula de inglês.

Durante o caminho, não pôde deixar de pensar sobre o que aconteceu na enfermaria. Por um momento, Mark compreendeu tudo e decidiu mentir sobre aquilo. Depois de pensar, já sabia qual seria a resposta da enfermeira, mas seria duro demais para ele escutar em voz alta.

Então se perguntou por quanto tempo mais continuaria fugindo daquilo.