Um Anjo?
Olá!
Estou aqui postando mais uma fanfic. Essa se passa na idade média (mais precisamente no final dela), então abordará problemáticas daquela época. Irá questionar a igreja e seus fundamentos, mas não é sobre a igreja de atualmente, e sim da igreja daquela época, então não entendam errado, por favor.
Sempre que tiverem alguma dúvida sobre o que é tal coisa, me perguntem que eu explico. Mas também - em alguns capítulos - eu já deixarei explicado nas notas finais.
Espero que gostem!
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Jungkook já estava cansado da vida que levava. Sempre preso dentro do Castelo, sem poder sair para fazer nada, apenas resolvendo acordos diplomáticos e tendo aulas que - em sua opinião - eram inúteis.
Queria sair, viver. Ter uma vida comum. Trabalhar durante o dia e, ao cair da noite, se encontrar com os amigos na praça central da vila, em uma festa animada, cheia de música e bebidas.
Escutava os seus serviçais falando dessas festas com tanta animação, que lhe dava vontade de participar. Ninguém sabia que ele tinha conhecimento sobre esses eventos, mas em um determinado dia escutou sem querer e, após isso, tornou-se um hábito escutar as estórias por trás das portas.
Sempre eram interessantes. Pareciam ter amor e apreço a vida. Eles sabiam viver, não apenas sobreviver, e Jungkook sonhava em ter essa mesma experiência.
As estórias de amor eram as mais interessantes. Não amor no sentido de querer passar a vida com a pessoa, essas eram raras demais para conseguir escutar. Eram estórias de amor carnal. Eram quentes, cheias de luxúria e pecados, pecados esses que Jungkook era cheio de vontade de executar.
O mais interessante era o fato de quase nunca serem com mulheres. A maioria das que ele escutava - e gostava - eram das que envolviam dois homens. Isso despertava uma curiosidade no futuro rei.
Já havia se deitado com mulheres, porém aquilo não havia lhe sido prazeroso. Os gemidos, curtos e agudos, não soavam como música aos ouvidos. Na verdade, até soavam. Era como as músicas que era obrigado a escutar nos domingos de manhã, durante as missas - algo clássico, que poderia até ser bom durante o primeiro minuto, porém logo se tornava algo tedioso, maçante.
Escutava os funcionários cochicharem como havia sido suas noites com outros homens. Sempre eram quentes e envolventes, que instigavam sua mente e o fazia querer, querer experimentar aquilo que o era proibido.
Nunca havia, de fato, sentido atração por um homem. Contudo também não o sentia por mulheres. Mas com homens era diferente, nunca nem tinha experimentado para dizer se era bom ou não, então tinha esperanças de quando o fizesse, gostar.
Muitas pessoas, na posição de Jungkook, não iriam querer experimentar. Eram covardes, não tinha como explicar de outra maneira. Tinham medo de tentar e gostar, gostar daquilo que é proibido, abominado pela igreja. Porém Jeon não se importava com isso. Queria desfrutar dos prazeres da vida, sentir aquilo que tanto escutava e ansiava.
Certo dia, logo pela manhã, descobriu que teria o dia livre. Aquilo, da primeira vez que chegou aos seus ouvidos, lhe soara como uma mentira. Oras, tinha deveres até em seu aniversário, por que, naquele dia tão qualquer, não teria nenhum?
Mas resolveu não contestar. Aproveitaria a ocasião rara. Aquela era uma oportunidade de ouro. Um dia sem ninguém o procurando, um dia onde não escutaria discursos do cardeal, não teria encontros políticos com seu pai e não escutaria lamúrias oriundas de pessoas oportunistas.
Assim que o almoço foi servido, falou para todos que estava com uma terrível enxaqueca e que ficaria trancado em seu quarto. Ordenou que não lhe incomodassem nem para jantar. E todos lhe obedeceram, é claro.
Para todos o príncipe ficaria no seu quarto o dia todo, mas não era o que aconteceria. Desde muito pequeno, sempre foi extremamente aventureiro. Assim que escutou que havia boatos de passagens secretas pelo Castelo, se pôs a averiguar a veracidade da informação. E de fato estavam corretas.
Destinou seu pequeno tempo livre diário a investigar cada canto daquele Palácio - que para si mesmo era como uma prisão. Conhecia várias passagens, que levavam a mais variados lugares.
Descobriu que havia um em seu quarto. O interessante é que cada passagem se ligava em algum ponto, então com uma dava para chegar aonde quisesse.
Sabendo disso, após o almoço se trancou no quarto. Procurou suas roupas mais simples, precisava tirar aquele ar de poder que possuía.
No final, conseguiu ficar parecido com um nobre. Aquilo já bastava. Sabia que pessoas de todas as classes sociais iam as festanças da vila, já havia até escutado sobre.
Adentrou na passagem que havia em seu quarto. Ficava atrás de um espelho, que para todos estaria grudado na parede. Era difícil abrir aquela entrada, mas devido aos anos de prática aprendeu todos os truques.
Do lado de dentro dava para ver tudo que ocorria no quarto, mas quem estava no quarto não o veria. Era extremamente bem pensado, o que despertava curiosidade em Jungkook de saber quem havia o elaborado.
Se pôs a andar ao longo daquele enorme e escuro corredor - mas não antes de acender uma vela, que guardava para sempre que entrava naqueles túneis.
Para qualquer um de fora aquilo seria um labirinto. Não saberiam se guiar e acabariam perdidos, porém Jeon conhecia aqueles caminhos melhor que ninguém.
Andando um por um longo percurso, tendo que descer escadas e escolher corredores diferentes, chegou ao seu ponto. O jardim.
Aquela passagem não o deixava no meio do jardim. Era totalmente ao contrário. Era coberto por uma cerca natural, onde dificilmente alguém veria. E o melhor de tudo: do lado dela tinha uma pequena portinhola que dava para fora dos muros do Castelo.
Rapidamente o moreno passou por ela, saindo finalmente daquele lugar onde passou a vida inteira. Já havia saído de lá algumas vezes, apenas para ir em outros reinos.
Deu de cara com uma floresta. Sabia que ela não era muito grande, já a vira em mapas que estavam na biblioteca. Mesmo assim, ainda o assustava andar por ali sozinho.
Se lembrava que em livros falavam que seu reino tinha uma floresta "mágica". Na verdade, na floresta teria seres mágicos, como fadas, elfos e outras diversas criaturas que não fez nem questão de gravar. Nem sabia se acreditava ou não, era tão fantasioso aquela história. De todos os reinos, por que só no seu teria criaturas encantadas? E por que nunca viu nenhum?
Atravessou a floresta, chegando em um longo caminho de terra. Não viu nada de anormal. Pelo visto não era aquela a floresta das histórias.
Caminhou por todo aquele percurso, chegando em uma rua ladrilhada, um pouco movimentada.
Seguiu por ruas diferentes, observando tudo ao redor. Era tão diferente do universo em que vivia que criava uma extrema curiosidade de descobrir mais e mais sobre a vida daqueles cidadãos.
Viu o comércio, casas e pessoas. Pessoas normais. Que tinham alegria e amor sem interesses - ou quase - na vida.
Óbvio que não viu só coisas bonitas. Também viu mendigos, viu um homem bater no rosto de uma mulher - nesse momento Jungkook teve que se segurar para não aplicar nele suas aulas de defesa pessoal -, viu lixo nas ruas. Nem tudo é completamente bonito, mas isso não o fez se interessar menos.
O tempo estava passando rápido. Estava ligeiramente perdido, não sabendo direito qual o rumo certo, mas mesmo assim não parou.
Enquanto caminhava em umas das ruas que o levaria para a praça em que teria a festa, se deparou com a guarda real. Não podia ser pego fora de seus aposentos, quem dirá fora do castelo. Sem muitas opções, Jeon se pôs a correr, entrando em ruas que não sabia onde daria, apenas para sumir das vistas dos guardas.
Não importava aonde entrava, acabava encontrando um guarda. Movido pelo desespero, entrou em um denso bosque que tinha ali perto. Dificilmente alguém o encontraria ali.
Corria em meio a mata e árvores, ficando perdido em questão de minutos. Nem lembrava de ter visto esse bosque nos mapas, porém ali estava ele.
Olhou para os lados, procurando algum traço familiar. Nada. Estava perdido.
Começou a caminhar, em direção contrária de onde corria, tentando achar o caminho de volta. Não sabia se estava em direção certa. Oras, árvores eram todas iguais!
Escutou um barulho na mata ao seu lado. Se assustou. E se fosse um animal selvagem? Sabia lutar com espadas, mas não estava com a sua.
O mato continuava a se mexer, e aquilo deixava o príncipe apreensivo. Não sabia o que era, a possibilidade de ser um animal violento era grande. Foram alguns segundos tensos para Jungkook, até que ele finalmente viu algo saindo dali.
Era verde, baixo. Tinha uma aparência feia e um tanto quanto assustadora. usava apenas roupas de baixo, que aparentava ser feita de pele de algum animal, que não conseguia reconhecer no momento.
Jeon se lembrava de ter visto uma figura parecida em alguns livros da biblioteca. Eram criaturas facilmente confundidas com elfos, porém eram piores que os mesmos. Selvagens e violentos, se tornam um problema se forem enganados ou traídos por algum humano. Era um Goblin.
Aquele, em especifico, não parecia ter um apreço pelos humanos. Assim que viu o futuro rei, fez um barulho estranho, parecido com um grunhido. Jungkook podia nunca ter tido um contato com algum ser daqueles, mas sabia que aquilo estava longe de ser um bom sinal.
Ainda estava desacreditado. Era difícil crer que estava de frente para um ser, que até então para si, era místico. Mas não precisou de muito para sair correndo para longe dali assim que viu a criatura andar em sua direção.
Se estava a ver coisas ou se elas eram reais não sabia, mas não ficaria lá a tempo de descobrir. Corria entre as árvores, sem nem saber qual caminho seguia. Já estava perdido mesmo, então isso não faria nenhuma diferença agora.
Virou um pouco para olhar para trás, vendo se ainda era perseguido. Seu maior erro foi não ter parado de correr. Quando percebeu, já estava caindo uma ladeira.
Não sabia dizer quanto tempo demorou a queda. Durante ela, bateu a cabeça em algo que não conseguiu identificar. Quando finalmente chegou no final dela e parou de cair e rolar, estava extremamente tonto. Seu corpo todo doía, sua vista estava embaçada e ainda girava. Via a copa das árvores cobrindo o céu azul. Seria uma cena bonita, se não estivesse naquelas condições.
Em sua frente apareceu uma figura. Sua vista ainda estava borrada, mas conseguiu perceber um cabelo loiro. Estava tonto, mas sabia que o ser a sua frente era extremamente belo. Lhe lembrava um anjo. Talvez seja isso, o anjo veio lhe buscar, havia chegado sua hora.
E apagou, tendo visto como a última coisa seu anjo salvador.
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Ficou bom?
Confesso que estava muito ansiosa para posta-la. Não posso confirmar se vou poder atualizar rápido ou não, porque para escrever eu preciso pesquisar algumas coisas e isso acaba demorando. Sem falar que todo final de semana eu tenho prova, então tenho pouquíssimo tempo livre para escrever. Mas tentarei atualizar rápido <3
Obrigada por lerem!
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