𝟎𝟎ㅤ:ㅤ PRÓLOGO

PRÓLOGO ✦ ﹙00﹚
people help the people, birdy

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤERA MAIS UM DENTRE os dias cansativos na escola. Violet estar se preparando para patinar às dez da noite deixava isso claro.

O ensino médio nunca esteve em um pedestal para Violet, mas também não chegava aos pés do pesadelo que pregavam.

Até que chegou.

Lydia Martin era a garota perfeita de Beacon Hills, tinha um namorado perfeito, estava sempre vestida com as melhores roupas e podia ter quem quisesse bem na palma da sua mão. Mas até onde uma adolescente de 16 anos iria para manter sua reputação impecável?

Violet era vizinha de Jackson Whittemore desde que se entendia por gente, e por conviver por tanto tempo com o tal, podia afirmar que era uma pessoa desprezível e que não sentia nada por Jackson além de repúdio.

Algum motivo idiota pelo qual só Jackson se importava, envolveu os dois em uma discussão em plena aula de química. Lydia decidiu tirar sua próprias conclusões sobre o assunto: Violet estava dando em cima de Jackson, e por isso estavam conversando.

No dia seguinte a vida de Violet Kincaid estava arruinada, esmagada pelos dedos delicados de Lydia Martin.

O diagnóstico de TEI veio junto de seus 12 anos. Transtorno Explosivo Intermitente é uma desordem comportamental caracterizada por explosões de raiva e violência, e é literalmente a parte mais difícil da vida de Violet.

Sabe-se deuses como Lydia descobriu, mas o fato era: ela descobriu e espalhou para todos aqueles que conhecia. Não demorou muito para que os burburinhos estivessem percorrendo por toda a escola.

Sua vida escolar se tornou um inferno depois da revelação de seu transtorno para toda a integridade da escola. Parecia que sua vida girava em torno disso, todos a tratavam como uma boneca de porcelana, ou melhor, uma bomba relógio.

Após o acontecido, Violet começou a patinar mais constantemente a noite, onde finalmente podia espairecer e se descarregar para estar preparada para mais uma manhã na escola.

Depois de dar o último laço nos cadarços de seus patins, Violet ficou de pé, logo deslizando até o centro da pista de gelo. Naquele momento, tudo que a perturbou durante aquele dia desapareceu, sua mente estava vazia.

A música em seus fones de ouvido a ajudava a se concentrar em manter as vozes longe de sua cabeça por algumas horas, e estar sozinha no rinque era libertador. Kincaid patinava com calma pelas bordas da pista, tudo que se ouvia era o atrito das lâminas contra o gelo abaixo dos seus pés.

Não demorou mais que alguns segundos para que se acostumasse com o gelo. Patinação sempre fora sua paixão, era sua vida desde os cinco anos. Para Violet Kincaid, patinar era mais fácil até que respirar.

. . .

As horas se passaram em minutos, e quando faltavam poucos minutos para a meia noite ── o horário que lhe era permitido ficar fora de casa ── Violet guardava todos seus agasalhos e equipamentos no porta malas de seu carro.

Os últimos a serem guardados foram seus patins de lâmina, aqueles que faziam parte de sua vida há cerca de três anos, quando seus pés finalmente pararam de crescer. Quando tudo estava em seu lugar, e o porta malas devidamente fechado, Violet deu a volta no carro, em direção a porta do motorista.

──── Puta merda! ──── Praguejou dando um passo para trás, em um susto genuíno, ao ver Isaac pairando ao lado de seu Corolla branco. Viu Lahey sorrir desconcertado e murmurar um pedido de desculpas, mas o que lhe preocupava eram os numerosos machucados ao redor de seu rosto. ──── Você está terrível.

──── Obrigado, Haze. ──── Ele foi irônico ao agradecer, mesmo sabendo que Violet não tinha a intenção de ofende-lo.

──── Eu tenho que estar em casa em quinze minutos. Entra no carro, eu te ajudo quando chegar lá. ──── Fizeram o que foi dito e Violet dirigiu todo o caminho até sua casa. O trajeto foi silencioso, Violet sabia que Isaac não se sentia confortável em explicar as brigas com seu pai, então so aceitava de bom grado o silêncio que se estabelecia no interior do carro.

A velocidade foi diminuindo quando avistaram mais de meia dúzia de veículos médicos e policiais parados em frente a casa. Era uma confusão de luzes naquele meio, as sirenes piscavam freneticamente enquanto os oficiais pairavam por trás das fitas.

Sem demorar muito, Violet dirigiu os poucos metros que faltavam até chegar a sua casa e desceu do carro com pressa. Como esperado, foi barrada pelos policiais antes que pudesse sequer chegar perto.

──── Violet? ──── O xerife, colega de trabalho de seu pai e pai de seu melhor amigo, reconheceu a garota. ──── Deixem ela passar.

Violet se livrou dos braços dos oficiais antes de passar por baixo das fitas amarelas que cercavam a área. Naquele mesmo momento os paramédicos passaram pela porta da residência, duas macas seguiam caminho juntamente deles.

──── Eu sinto muito, Violet. ──── Noah disse a menina no momento em que sua figura se aproximou dele. A garota não precisava de mais nenhuma palavra para entender.

──── Não. ──── Sua cabeça se agitava freneticamente em negação. Violet levou uma das mãos até o estômago e a outra até sua boca. ──── Não! ──── As lágrimas começaram a rolar por suas bochechas e a morena caiu sobre seus joelhos. Seu coração parecia ter despencado para fora de seu peito, tudo que restara era o vazio imenso.

Isaac observava a cena em desespero. Os oficiais bloqueavam sua passagem e ele apenas assistia em angústia Violet sem amparo algum após ouvir sobre a morte dos pais.

──── O que está acontecendo? ──── Vivienne chegou no local no momento exato, mais alguns segundos e Isaac estaria preso por desacato a autoridade. A mão de Vivienne agarrou a manga do casaco de Isaac ao parar ao seu lado e ver sua irmã ajoelhada no chão em meio a soluços.

Ela suspirou profundamente, se recuperando dos poucos metros que correu e tentando se estabilizar. No impulso, Vivienne atravessou as fitas e puxou Isaac consigo. Não que tivessem intimidade alguma para isso, eram apenas vizinhos conhecidos, mas isso não importava naquele momento.

Vivienne tinha tirado o dia de folga de seu trabalho como policial, assim como seu pai, e só havia chegado até ali graças a uma ligação de um de seus colegas, o mesmo do qual recebeu a triste notícia ao chegar no local do acidente.

Isaac não parou para reparar na reação de Vivienne ao ouvir, Violet tomava toda sua atenção. Embora nunca tivessem estabelecido uma amizade ou qualquer outro laço similar, ela precisava de alguém. Ela precisava dele.

Caminhou apressado até a figura encolhida no asfalto frio, apoiando uma de suas mãos nas costas da garota ao se agachar ao seu lado. Violet se voltou para ele, seus olhos levemente inchados e avermelhados, assim como a ponta de seu nariz.

──── Eu sinto muito, Haze. ──── Isaac envolveu a morena em um abraço protetor, a puxando para perto. Violet foi levemente pega de surpresa, aninhou-se nos braços de Isaac antes de se derramar em lágrimas novamente.

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