[42] Snow, Lecuteca e casamento

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#BeatsAndCherry 🍒

[🥃🐰]

Havíamos completado 3 anos de namoro há alguns dias. E eu não sei nem por onde começar, já havíamos tido tantos momentos juntos, momentos que ficariam eternamente gravados em minha mente e em meu coração.

Aurora era com toda a certeza, o amor da minha vida. Eu acordava pensando nela, apaixonado por ela e louco para ver ela, e dormia pensando nela, sonhava com ela e no dia seguinte, acordava ainda mais apaixonado.

Por isso, eu tinha certeza de tudo que sentia e estava pronto para tomar um passo maior do que todos os outros que já tomei com Aurora. Decidi isso há 3 anos, quando passamos o ano novo juntos, mas de lá para cá venho planejando meticulosamente cada detalhe.

✨️ 31 de Dezembro ✨️

Eu e Aurora estávamos a caminho de uma rápida viagem. Foi difícil fazê-la sair de casa quando ela estava na correria para um novo lançamento, mas no fim, consegui convencê-la a passar a virada do ano comigo.

Meus pais tinham uma casa de campo lá, onde passavam as festas de fim de ano, mas em especial, naquele cada um resolveu fazer algo diferente. Meu pai disse que viajaria ao Canadá para aproveitar um pouco mais a vida e meu avô estava de namorico com a jovem senhora de Seoul.

Então era para lá que iríamos!

Chegamos no dia 31 de Dezembro na parte da tarde. A casa era aconchegante, havia um gramado imenso diante de nossos olhos, a casa era um pouco alta, o que nos fazia ter que subir as escadas, na varanda havia uma rede e algumas cadeiras de balanço. O chão era de madeira e as paredes eram todas brancas e lisinhas. A decoração, era uma espécie de retrô moderno.

— Que lugar tranquilo! — ela disse, colocando a mala do lado de dentro da casa assim que abri a porta.

— Sim, aqui é realmente muito bom. E você vai ver o show de fogos que os vizinhos da fazenda da frente fazem.

— Estou ansiosa.

— Inclusive, quero que conheça o Snow! — ela ergueu uma sobrancelha.

Eu segurei sua mão e a puxei pela casa, até sairmos do outro lado. indo até um pequeno estábulo, que mais era a casa do Snow, porque só tinha ele e a Lecuteca, uma galinha que vivia muito bem sem botar ovos.

— E tem a Lecuteca!

— "Lecuteca"? — ela riu, zombando do nome da minha pobre galinha.

— Sim, meu avô chama isso de casa de campo, mas é mais uma fazenda sem animais. Os únicos aqui são Snow e Lecuteca.

Abri a porta do local, onde o cavalo já estava comendo seu feno e a galinha já andava pelos arredores cacarejando.

— Porque escolheu esse nome? Tem algum significado?

— Não... Eu gostava de criar nomes estranhos quando era mais novo. — ela gargalhou, aproximando do cavalo para olhá-lo.

— Lecuteca... Apesar de ser estranho, ainda soa de um jeito legal — ela disse rindo, enquanto erguia a mão como se quisesse tocar em sua cabeça.

Snow era um cavalo manso, e foi só me ver que ele rapidamente cedeu o carinho a Aurora. Ela sorriu enquanto acariciava o cavalo, conversando com ele enquanto tentava dar algumas cenouras que havia trago, a garota estava com medo de que ele acabasse mordendo sua mão, mas ele era bem treinado.

— Você quer andar nele? — ela negou, parecendo receosa.

— Não sei andar a cavalo! — ela disse — Tenho um certo medo de altura, também.

— Eu posso ir com você. — ela pensou um pouco, após olhar para o cavalo e em seguida meu rostinho implorando para tentarmos e então, ceder.

— Vamos lá! — pulei animado — Vou pegar um bota.

— Vou preparar o Snow! — assentiu.

Aurora correu para o interior da casa, e de lá não a vi mais. Preparei o cavalo e já o levei para o lado de fora enquanto ela se preparava.

Foram uns 10 minutos até que ela voltou, com botas caramelo que dava bem certo para aquela ocasião.

— Vamos? — ela assentiu, unindo as mãos como se estivesse nervosa — Coloque as mãos aqui e depois o direito e contorne. Você quer que eu suba primeiro e te puxe depois?

— Deixa eu tentar primeiro! — assenti, ela tentou subir, mas faltava um pouco de força na hora rodear a perna no cavalo, por isso optei por subir primeiro e quando ela ia tentar, com cuidado agarrei sua cintura e a coloquei sentada sobre o cavalo.

— Está tudo bem? — ela estava assustada, porque havia a pegado de surpresa.

— Estou. Não vamos usar cela, ou alguma coisa?

— Não, vamos devagar! — ela me olhou de canto de olho — Confie em mim, eu cresci correndo nos cavalos com o Jin, apenas com essa cordinha — ela riu, e quando ela estava acomodada e presa entre meus dois braços eu comecei a andar com Snow pelo campo, não muito rápido, em uma velocidade considerável.

— Para onde iremos?

— Um lugar muito bonito! — ela assentiu, suas costas estavam coladas em meu corpo e as vezes eu a via fechar os olhos e sentir a brisa bagunçando seus cabelos, enquanto íamos.

Paramos próximos de um penhasco, onde dava para se ver o por do sol que de pouco em pouco chegava. Eu desci de Snow, ajudando Aurora a descer. Ela esticou a coluna e observou os arredores.

— Uau, estamos no paraíso? — ela perguntou sorrindo divertida.

Onde estávamos era incrível, a grama verdinha em contraste aos últimos raios solares, o som da natureza, do vento brincando com as árvores, borboletas coloridas viajando entre nós e ao fundo, montanhas que em breve ocultariam os raios solares.

— Talvez seja o mais próximo do que chegaremos dele em vida.

— Certamente!

— Na verdade... — segurei sua mão, puxando-a para sentar-se sobre a grama — Você é meu paraíso em terra, Aurora! — ela sorriu envergonhada — Poxa, essa paisagem não é nada.

— Pare de ser tão fofo.

— Sou apaixonado.

— E fofo.

— E você tão linda que ofusca o brilho do por do sol — ela escondeu o rosto entre as mãos, sorrindo tímida.

— Pare se ser bobo! — ela empurrou meu ombro, enquanto ria em meio às bochechas vermelhas.

— Olhe, o sol está se pondo! — comentei um pouco depois que paramos de rir e ficamos em silêncio.

Os raios de sol estavam sendo escondidos por detrás das montanhas. A luz aos poucos deixava de nos iluminar, carregando consigo nossa sombra.

Aurora analisava tudo com um sorriso sereno, capturando com suas orbes castanhas aquele filme da natureza, uma cena que podíamos ver todos os dias, mas que ainda assim era diferente e impossível de se cansar de ver. O sol ia-se embora, mas minha atenção era totalmente roubada para ela. O sol que me perdoe, mas assisti-la era mais apaixonante.

Porque eu amava aquela garota e apenas o fato de poder admirá-la já me deixava satisfeito. Ela era única, até mesmo no fato de amar as coisas como aquela, amar analisar o sol se pondo, amar se aventurar comigo. Minha escolha se baseava em querer passar o resto da minha vida ao seu lado, aproveitando momentos como aquele, vivenciando momentos onde eu saberia que o sol poderia nascer e se por, que ela ainda estaria ao meu lado.

— E fim! — ela disse, colando as palmas das mãos uma nas outras, virando seu rosto para mim em seguida — Por que está me encarando assim?

— Porque eu sou terrivelmente apaixonado! — ela riu, ajoelhando-se e chegando mais perto, apenas para apoiar as mãos sobre meus ombros e deixar um beijinho sobre minha cabeça.

— Eu também sou terrivelmente apaixonada por você, Jung Kook! — puxei seus braços, para depositar um beijo em seus lábios, profundo e suave.

E foi naquela tarde, que eu decidi que a queria por todos os dias de minha vida e trabalharia para que em breve eu pudesse encaminhar esse desejo.

— Acho melhor voltarmos, está ficando escuro e eu quero te mostrar uma das melhores sensações da noite.

— Qual? Assistir as estrelas?

— Algo ainda melhor!

Nós voltamos devagar, aproveitando o caminho e assistindo o dia ir escurecendo aos poucos. Quando voltamos, entramos na cabana.

O lugar era amplo, limpo e bem sofisticado. Apesar da aparência rústica, os móveis e algumas decorações ainda eram modernos. Na minha opniao, a sala era o melhor lugar, porque havia um enorme sofá de couro vermelho, coberto por um tapete que lembrava a pele de animal, mas era apenas a estampa do tecido. Ao chão, um grande tapete redondo de crochê e a frente do sofá uma lareira de tijolos, porém ao lado uma janela grande que dava a vista para o gramado, e a ampla visão permitia que vislumbrassemos as estrelas.

— Vamos tomar um banho. Sorte a nossa, que temos água quente.

— Uh, seu avô é um cara moderno.

— Bastante, ele tem até uma máquina de café — rimos juntos, seguindo caminho para o quarto.

Onde estávamos agora tinha uma cama de cabeceira antiga, de madeira e com detalhes trabalhados. O colchão não era tão alto quanto a de minha cama, mas eu me lembrava que ele era tão confortável que depois que deitavamos não queríamos levantar. Havia também um guarda roupa e um cômoda, cada um de um lado da cama que ficava localizada ao centro, e ao lado dela, duas mesas de cabeceira com abajur que eu não sabia dizer se funcionavam.

— Vamos tomar banho juntos? — perguntei, ao abrir a mala e retirar minhas roupas de dormir. A noite ali era fria, por isso as meias e o conjunto de lã eram o look da noite.

— Eu não negaria, mas não sei você! — olhei para ela modestamente, rindo de sua fala tão séria. Quando é que eu negaria um banho com ela?

— Não seja humilde. Sabemos bem que nenhum de nós negaria uma oportunidade dessa.

— Hum, você não sabe! — abraçou a toalha, girando os calcanhares e abrindo a porta barulhenta do banheiro. — Isso é um bom aviso para que eu não use o banheiro de noite.

— Acredite, Seok Jin amava me trolar com essa bendita porta. Ele conseguia fazer de um jeito que parecia que ela estava rindo.

— Não quero nem imaginar.

— Okay, eu ficarei quieto.

— Olha que eu pego o Snow e vou embora.

— Você nem sabe cavalgar! — debati, seguindo ela pelo banheiro.

— Não sei mesmo? — sorriu ladino, retirando sua blusa e abrindo o box antigo para ligar o chuveiro.

— Não com a Snow... — cocei a garganta, provocando-a apenas pelo tom de voz.

Poucos segundos depois, começamos a rir e em seguida retiramos todas as nossas roupas. Aurora ficou a minha frente e passou a se ensaboar, eu a ajudei nas costas como sempre fazíamos e ela me ajudou.

— A água é boa... — disse enquanto esfregava o rosto.

— Ela parece cristal quando toca sua pele! — sussurrei, beijando seu ombro e abraçando sua cintura. Ela sofregou, rindo de minha ação — É uma pena que tenho que te mostrar algo, pelo contrário, poderíamos deitar naquela cama agora.

— Poxa... Mas céus, eu estou faminta.

— Eu também... — selei seu pescoço, e ela virou-se para mim, segurando meu rosto e selando meus lábios com delicadeza.

— Temos o dia de amanhã ainda, não precisa ter pressa.

— É verdade. Ainda tenho tempo para te ensinar a cavalgar

— Realmente precisa ensinar? — olhou-me divertida.

— No sentido que está rodando pela minha cabeça — sorri, fechando os olhos ao recordar as memórias de relance — Não... Realmente, não!

— Perfeito! — voltou sua atenção ao chuveiro, finalizando seu banho e apenas esperando que eu terminasse, o que não foi algo muito demorado.

Quando saímos, nós nos secamos e vestimos nossas peças de dormir, não esquecendo de colocar as meias.

— Acho inovador, passarmos o ano novo de pijama!

— Essa vai ser a parte boa. Seremos simples, mas teremos amor. — disse ela, sorrindo.

— Vou ligar a lareira, e fazer algo para comermos!

— Hum, e o que tem em mente?

— Macarrão, com molho e queijo? — ela sorriu de lábios fechados, concordando com a cabeça enquanto eu colocava algumas madeiras na lareira. Ela acendeu uma folha de papel e me entregou, acendendo por fim.

— Você pode assistir TV se quiser, estamos em uma "fazenda", mas... há Internet, TV a cabo e plataformas de filmes. Como eu disse, meu avô é um homem antenado.

— Eu vou amar assistir TV nesse lugar tão agradável, mas agora, prefiro ficar observando você.

— Que linda... então, se acomode e observe o master chefe colocar seus dotes culinários em ação.

— Eu posso ajudá-lo com algo? Sei que detesta descascar alho. — sorri, estendendo a vasilha de vidro que continha inúmeras cabeças de alho.

Aurora estendeu as mangas da blusa, e começou a dar atenção ao alho, descascando os dentes com facilidade. Ela já havia me explicado como fazia para ser tão rápida, mas eu nunca conseguia, quando precisava cozinhar, deixava o alho por pelo menos 5 horas mergulhados na água, assim como meu pai fazia.

— Aurora, me conte mais sobre a história que está escrevendo? — pedi, ela amava falar sobre, mas nunca o fazia se não pedisse.

— Hum, quer um resumo?

— Sim, com detalhes.

— Certo — ela sorriu, apoiando um dos pés na perna. Deixei sua companhia por alguns segundos apenas para levar a panela com água ao fogo, junto com o macarrão — É um drama dessa vez. A história se passa em Paris, e é romance dramático entre bailarinos de dança contemporânea. Ela é casada com o dono do estúdio, mas vive em um relacionamento abusivo, o protagonista começa a trabalhar lá e acaba se envolvendo na vida dela e quando descobre o que ela passa, ele simplesmente a leva consigo. E ele passa a viver para protegê-la e dar um jeito de se proteger também.

— Detalhes.

— Não tenho muitos, ainda não planejei tanto, só consigo vagar com algumas cenas soltas na cabeça.

— Isso quer dizer que se eu pedir para você falar mais, você vai se perder e no fim vai ficar frustrada porque não consegue colocá-las em ordem? — brinquei, mesmo que fosse verdade.

— Sim, é isso mesmo!

— Okay, então quando planejar melhor, me conte.

— Claro! — ela jogou os alhos no amassador — É todo seu! — disse, empurrando o potinho com os alhos amassados a minha frente.

— Sabia que estou dirigindo um filme novo? — perguntei, um tempinho depois quando estava esperando o macarrão cozinhar. Ela estava sobre a bancada de mármore e eu, no meio de suas pernas, enquanto ela apoiava a cabeça sobre a minha e abraçava meus ombros com meus braços.

— E é sobre o que? — virei-me para ela.

— Eu deveria contar? — sorri ladino — O roteiro é confidencial até o lançamento da primeira matéria sobre.

— Ah, você pegou mal. Não pode me deixar na curiosidade! Vamos, apenas me diga se é um romance clichê, um drama, ou uma comédia...

— É um romance cliche, entre adolescentes no colegial. Enemys to Lovers! Apenas direi isso... E nada mais.

— Certo, já é material suficiente para que eu queira ver.

— Seja sincera, você quer ver minha linda produção, porque o filme foi dirigido pelo seu namorado.

— Não seja tão egocêntrico, sou uma boa crítica e se eu não gostar, irei dizer.

— Você gosta de tudo! Eu te mostrei a minha primeira curta metragem e você disse que estava "esplêndido"! — disse assim que estava totalmente voltado para ela.

Em seu rosto havia um quase sorriso, ela tentava disfarçar, mas não conseguia. Suas mãos apertaram meus ombros e eu apoiei minhas mãos em sua cintura, olhando-a enquanto sorria abertamente. Suas bochechas estavam vermelhas, mas imaginava que era por conta da naturalidade de sua pele.

— Você é fofa... tanto que me dá nos nervos.

— Não faz bem ficar estressado.

— Se até uma bacteria passa por período de estresse, quem seria eu para não passar.

— Que comparação bizarra — ela riu — Parece coisa de gênio da biologia.

— Sabia que eu era o melhor em biologia quando mais novo? Meus colegas morriam de inveja.

— Hum, mas e as outras matérias? — revirei os olhos, rindo.

— Artes... física e história... educação física... — sussurrei derrotado — Cinco matérias que eu me saia bem.

— Espera, você era bom em física, mas não era em matemática? — assenti — Isso é tão novo para mim, parece meio irreal.

— Física é divertido se você entende ela bem.

— Sempre desconfiei que você tinha algum tipo de problema.

— Você está dizendo tantas coisas cruéis ao seu namorado hoje, não estou gostando disso — fiz um biquinho, dizendo tudo de um jeito dramático.

— Oh, meu amor. Não fique triste, eu ainda amo você, mesmo que você fosse bom em apenas cinco matérias.

— Céus! Mas é você? Era boa em tudo?

— Biologia e Química eram meus xodós, mas eu nunca tirei nenhuma nota abaixo de 80.

— Puff... Que mesquinha! — deixei seu corpo por instantes, mas ela desceu da bancada e abraçou meu corpo, sendo genuína ao deixar vários beijinhos por minhas costas, mesmo coberta pela camisa de dormir.

— Mas hoje, você é o mais genial de todos. Um cineasta fantástico, que não tem um trabalho ruim.

— Já sabia!

— Puff... Que mesquinho! — gargalhadas juntos.

Ela me abandou por instantes quando dei início a mexer mais frequentemente com o fogão. Comecei a preparar o macarrão, usando todos os meus dotes culinários naquele prato — um dos poucos que sabia fazer —. Quando estava quase pronto, peguei os pratos e os coloquei sobre a mesa.

— Aurora, há algumas acerolas em uma árvore em frente a varanda. Consegue pegar algumas para mim?

— Claro, só um instante — ela se retirou — Jeon, posso usar suas sandálias para ir lá fora?

— Claro! — ri de sua fofurice ao dizer aquilo. Era tão lindinha a forma como ela sempre pedia as coisas, mesmo sendo a mais simples. Sua educação era admirável. — Aqui, coloque-as aqui!

— Okay! — segurou a pequena bacia que a entreguei, antes de voltar a correr para a cozinha.

Agora apenas o molho fervia, e assim que Aurora voltou com a bacia cheia de acerolas, preparei para fazer um suco que meu avô havia ensinado para mim e Seok Jin.

— Acho que essa será uma ótima noite! — ela disse ao se sentar na mesinha redonda, enquanto eu colocava a tigela com o macarrão sobre a mesa.

— Eu sei que ama sorvete e pizza, mas tem outras coisas que gosta mais? — ela pensou.

— Batata frita, panqueca... Uva e melancia.

— Melancia eu já sabia, inclusive, eu trouxe uma para comermos com a colher. É daquela pequenininha.

— Hum, faz tempo que não como melancia assim! — ela sorriu.

— Pode se servir! — ela segurou o cabo do garfo um pouco maior que o normal e colocou um pouco de macarrão no prato, antes de colocar um pouco do molho.

— Obrigada pelo alimento! — ela disse, esperando que eu me servisse, para em fim comermos.

— Uma nota de 0 a 10!  — ela sorriu de lábios fechados enquanto mastigava, mas ainda assim, abandonou o garfo e ergueu as mãos, mostrando todos os dedos.

— Obrigado, obrigado! — ri, provando mais um pouco.

Nós comemos, ouvindo o som da natureza do lado de fora. Nós também conversávamos sobre coisas aleatórias até o fim do jantar. A tigela havia sido esvaziada, mas confesso que meu macarrão havia ficado verdadeiramente bom. Ao fim, lavamos a louça e a deixamos escorrendo, antes de irmos até a sala.

— Eu me sinto em outro mundo.

— Aqui é bom, não é? — ela assentiu — Vir aqui com você me faz sentir um calor muito acolhedor.

— Eu sinto isso também.

— Parece que estamos em lua de mel! — ela riu, balançando a cabeça negativamente. — Nós vamos nos casar um dia, não vamos?

— Se você fizer o pedido! — abraçou minha cintura, apoiando o queixo em meu peito enquanto me olhava.

— Eu farei, e é bom que aceite.

— Já está aceito! — ri, beijando sua cabeça.

Ficamos daquele jeitinho, juntinhos. Só nos afastamos quando resolvemos deitar no sofá. Aurora mexia no telefone, e só se levantou quando uma melodia começou a tocar, estendendo sua mão para que eu a segurasse.

— O que quer fazer? — ela me chamou com os dedos, forçando-me a levantar e segurar sua mão.

Ela começou a mexer nossos corpos junto da melodia, estávamos descalsos sobre o tapete e giravamos aleatoriamente conforme a música.

— Que música é essa?

— Não tenho a mínima ideia, mas ela é romântica e combina com o local em que estamos.

— Somos românticos ao extremo! — puxei sua cintura, colando seu quadril ao meu enquanto movia e a guiava comigo.

— Você leva jeito para dança, Jeon!

— Levo, não é? — rimos.

Ergui nossas mãos, entrelaçando nossos dedos antes de apoiá-los na lateral de meu rosto, virando-me para beijar as costas de sua mão. Com a outra, ela apertou minha blusa de dormir, tentando colar mais nossos corpos, o que ao meu ver parecia impossível, mas que era a vontade.

— Essa música me dá um vontade imensa de beijar você, Aurora! — ela sorriu, aproximando o rosto do meu, mas seus lábios tocaram meu queixo.

— Não o alcanço quando estou descalço.

— Baixinha!

— Nunca fui, você cresceu demais, grande Jeon!

— Você não é nem da altura do Jimin hyung!

— Não seja tão cruel.

— Nunca serei cruel com você, meu amor. Porém, sou sincero! — ela deu um soquinho em meu peito, rindo de minha fala, e tentando em seguida se afastar, mas consegui mantê-la por perto, enquanto apertava sua cintura.

— Me deixe sair! — neguei — Quero dormir!

— Ah, você não quer! — beijei sua bochecha — Você quer fazer outras coisas, e nós dois sabemos bem o que é!

— Eu não quero ouvir o ranger da cama do seu avô! — gargalhei, bagunçando seus cabelos.

— Aquela cama era minha e de Seok Jin!

— Não sei se ele vai gostar de saber disso!

— E quem disse que ele precisa saber? — quem riu foi ela, e eu aproveitei para fazer algumas cocegas que aumentaram sua risada, ela tentou se livrar de mim, mas eu apenas fui forte o suficiente para empurrá-la sobre o sofá e prendê-la embaixo de mim.

— Jeon, eu 'tô sem... ar! — ela dizia rindo, tentando segurar meus pulsos e apenas parei quando meus dedos cansaram e Aurora estava tão vermelha que parecia que iria explodir.

— Ufa! — ela puxou o ar com força. levantando a coluna e deixando o rosto quase colado ao meu — Que garota linda, amores! Bochechas coradas, cabelo bagunçado, e olha... — Apontei para seus lábios.

— O que? — ergueu uma sobrancelha, tocando o canto dos lábios, como se tentasse ver se havia algo.

— A peça faltante do meu quebra-cabeça! — ela relaxou os olhos, como se não acreditasse na minha brincadeira, e antes que ela resolvesse dizer qualquer coisa, colei nossos lábios suavemente, juntando as peças perfeitas daquele quebra-cabeça que era nós dois juntos.

Aquela garota, era a que fazia minha vida criar momentos favoritos. Seus lábios macios era uma delas, a suavidade e delicadeza na qual me beijava, a maneira como ela timidamente apertava minha camiseta, ou como eu nem percebia, mas quando via já estava ofegante, sorrindo entre seus lábios e abrindo os olhos para me afogar na imensidão dos olhos castanhos de Aurora!

— Isso é um convite? — ela perguntou — Sabe, para...

— Cama escandalosa? — ela riu, porém sabia que era sobre isso que ela estava dizendo. — Bem, eu tenho um plano melhor!

— Que plano?

— Vem comigo? — segurei sua mão, e ela caminhou comigo até o lado de fora! — Aurora!

— Jeon!

— Consegue ver as estrelas? — assentiu — E há muitas que você não consegue ver também, né? — ela assentiu novamente — Pois é esse o meu amor por você, tão imenso que ao mesmo tempo que pode ver uma parte dele, a outra não pode! — segurei suas duas mãos — Só que dia após dia, venho mostrando mais estrelas do meu amor por você!

— Tão poético! — sorri — Quer saber de algo também? 

— Diga! — sorri, tocando sua bochecha.

— Meu amor por você é como o primeiro amor e o último! — puxei ela para colar o corpo no meu — O primeiro, porque descubro novas coisas todos os dias com você, descubro mais do amor, me apaixono mais e sinto borboletas no estômago como se fosse a primeira vez, e o último, porque desejo que seja o último homem que eu ame, e quero amar esse último homem até meus últimos dias.

— Seu objetivo era me deixar emotivo?

— Não, é mostrar meu amor seu bobo!

— Boba é você! — torci o nariz, colando meus lábios em sua testa, antes de puxá-la para um abraço. — Aurora...

— Hum?

— Vamos ficar juntos pelos próximos 1000 anos? — senti seu sorriso surgir, mesmo que não olhasse seu rosto, as bochechas elevadas em contato com meu peito, faziam com que eu soubesse que ela estava sorrindo.

— Pelos próximos 100 mil anos no mínimo!

— Okay! — a apertei mais, no instante, segundos seguintes fogos iluminaram o céu, inundando nossa visão com a beleza, das luzes explodindo no céu.

— Okay!

✨️ Atualmente ✨

Foi naquele momento, que tive a certeza que poderia ficar com ela eternamente, e eu seria feliz. E depois daquele dia, assim que voltamos a cidade, eu abri uma conta poupança no banco, e todos os meses passei a depositar uma parte do meu salário para nosso casamento.

Mas para isso, eu precisava pedi-la em casamento, e isso era o que eu faria. Porque eu queria Aurora, queria ela para sempre comigo!

Eu estava indo buscá-la em casa, um pouco  atrasado, sabia que ela já estava me esperando, mas eu precisei passar em uma joalheria antes de buscá-la, e acabou demorando mais que o previsto por mim.

—  Sinto muito, peguei um transito intenso! —  disse, sorrindo sem graça assim que ela etrou no carro, radiante como sempre.

Ela parecia brilhar intensamente naquele dia, ou talvez eu estivesse tão animado e feliz, que até mesmo as estradas estavam iluminadas, mas ainda assim, ela estava linda vestida em uma blusa de mangas curtas e gola alta, onde a barra estava por dentro da saia de cor nude, e aos pés, botinhas brancas. Seus cabelos, no modelo rotineiro, em um rabo de cavalo e duas mechas soltas na frente, e sua pele, combinava com o batom avermelhado nos lábios, assim como a maquiagem simples, que só a deixava ainda mais bonita.

— Você está linda, como todos os dias!

— Digo o mesmo de você! —  ela sorriu, ajeitando minha jaqueta jeans, por cima da blusa preta, que combinava bem com a calça na mesma tonalidade que a jaqueta. —  Cortou o cabelo? —  concordei, sentindo seu carinho em minha nuca, onde os fios estavam bem aparados.

—  Está pronta? —  assentiu, passado o cinto sobre o corpo. —  Vamos almoçar primeiro, okay? 

—  Okay! 

Dei partida, seguindo rumo ao local que nos esperava. Eu já havia planejado tudo, havia feito uma reserva em um restaurante localizado no centro de Seoul. Havia sido uma indicação de Jimin, ele já sabia de tudo, assim como a mãe de Aurora.

—  Você está tão misterioso hoje, devo me preocupar? —  neguei, soltando uma pequena risadinha, antes de tocar sua mão quando paramos no último sinaleiro antes de chegarmos ao local.

Parei com o carro, dentro do estacionamento. O restaurante tinha dois andares, e continha uma iluminação gostosa, assim como a paleta que vagava de branco, a dourado e vinho. As mesas eram quadradas e de vidro, e as cadeiras de madeira, trabalhadas e vernizadas.

— Uau, aqui é lindo! — ela disse, assim que segurei sua mão, seguindo até onde havia reservado nosso lugar, que ficava no segundo andar.

— É a primeira vez que venho aqui, mas Taehyung disse que a comida é boa. — ela sorriu, assim que se sentou, após eu puxar a cadeira para ela, e empurrar com calma, sentando-me a sua frente em seguida.

— Taehyung é bom com lugares.

Assenti, bebendo um pouco do vinho que nos foi servido alguns minutos após sentarmos. Nós fizemos nossos pedidos, e não precisamos esperar muito.

Não conversamos tanto durante o almoço, na verdade, eu estava muito ansioso e minha vontade era de terminar, seguir até o local onde faria o pedido e fazer o que tanto desejava.

— Hum, realmente. Estava muito bom! Obrigada, Jeon! — ela beijou minha bochecha, assim que saímos e estávamos próximos de entrar no carro.

— Fofa! — apertei sua bochecha — Preparada para a surpresa?

— Sempre estive.

— Então, entra no carro!

Dei meia volta no caminho, seguindo para um local que visitava algumas vezes durante o ano. Há alguns anos, disse a Aurora que minha mãe se orgulharia caso soubesse dela, e aquela era uma verdade. Aquela garota que estava comigo a três anos, era perfeitamente o encaixe para mim. Minha mãe, amaria conhecê-la. Elas provavelmente ficariam horas conversando juntas, falando sobre histórias e ideias, e no fim, terminariam a tarde juntas, assistindo a um bom drama.

— Havia tempo desde a última vez que vinhemos aqui juntos — disse, após sair do carro acompanhado dela — E você sabe que esse local, é importante para mim.

— Sim, eu sei! — ela sorriu, apertando minha mão, enquanto eu puxava pelo vasto campo, repleto de genuínos dentes de leão.

— Aurora! — chamei, vendo seus olhos que antes vagavam pelo nosso redor, voltarem-se para mim. 

— Você está bem? Suas bochechas estão vermelhas! —  tocou meu rosto, alisando minha bochecha e sorrindo.

— Estou... só um pouco nervoso! —  ri, sem graça. 

Respirei fundo, sorrindo para ela e segurando suas mãos, antes de afastar apenas uma das minhas e puxar um pequeno dente de leão entre os inumeráveis ali.

— Aurora! 

—  Jeon! 

—  Eu trouxe você aqui, porque queria dizer algo a você. E um pensamento vem vagando por muito tempo na minha cabeça, venho pensando no quão importante é para mim, e a cada dia, me apaixono ainda mais por quem você é. — puxei o ar — Quando minha mãe estava doente, eu vinha aqui e implorava para que ela ficasse mais anos comigo, que eu pudesse voltar até aqui no próximo verão com aquela mulher que tanto amava, e eu tive meu desejo concebido por muito tempo, mas hoje, venho aqui perguntar algo a você, e não a nenhum deles. 

Ela estava ansiosa, mas um sorriso singelo era presente em sua face, me acolhendo e deixando mais calmo.

—  Aurora, você... —  cocei a garganta, enfiando sutilmente a mão no bolso da jaqueta e puxando uma caixinha de veludo prata do bolso. Eu percebi o susto de Aurora, ela não parecia estar esperando e no mesmo instante ela colocou as mãos sobre os lábios, surpresa — Você aceitaria se casar comigo? — perguntei com a voz um pouco trêmula, me ajoelhando a sua frente e abrindo a caixinha, com a aliança dourada e entendendo para ela.

— I-isso e sério? —  concordei rapidamente —  Céus, Jeon... É claro que eu aceito! —  ela se abaixou a minha frente, me abraçando antes mesmo que eu pudesse colocar a aliança em seu dedo.

— Eu amo você! —  disse, me afastando por breves segundos para olhar em seus olhos, que estavam cheios de água, mas um sorriso inundava seus lábios. Segurei sua mão, e com cuidado posicionei a aliança, antes de pegar a segunda e colocar em meu dedo.

—  Eu também te amo, Jeongguk! — a beijei profundamente, abraçando-a enquanto nos levantávamos e quando nossos lábios se afastaram, eu agarrei sua cintura e a girei no ar, ouvindo sua risada gostosa. 

— EU VOU ME CASAR COM A AURORA! — gritei quando nos afastamos, correndo entre os dentes de leão, enquanto ela me seguia, rindo também.

— VOLTE AQUI! —  Ela gritou de volta, tentando me alcançar, mas apenas parei quando estávamos em uma área mais baixa de um gramado, onde nos deitamos e olhamos o céu, que arrastava as nuvens rapidamente. 

E eu não parava de sorrir, porque eu era o cara mais feliz do mundo, simplesmente porque eu e Aurora, iriamos nos casar! 

Quem é vivo, sempre aparece! 😃
Kkkkk, olha , atualização de 5.000 palavras, amaram? Eu espero que sim, hein!

Perdão pela ausência, a vida anda bem corrida e eu escrevi esse capítulo durante minhas brechinhas de tempo.

Em breve as férias chegam e se Deus quiser, atualizo com mais frequência!

Não se esqueçam do votinho e de comentarem o que acharam! 💜

E AVISO! ⚠️

BEAST, TÁ COM PRÉ-VENDA ABERTA!

Pra quem não sabe, é uma história com o Jung Kook também que postei antes dessa, então deem amor e me apoiem, que se tudo correr bem com Beast, essa aqui também vai virar livrinho! 🥺💜

É isso amores, até breve!
Obrigada por não desistirem de mim!

💜✨️

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