[39] Conquista, briga e protegê-la(o)
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#BeatsAndCherry 🍒
A reunião com Yoon Ha, aconteceria em menos de 20 minutos e eu já estava ali, dentro do prédio grande e tão bem mobiliado. Eu aguardava na recepção, sentada no sofá de dois lugares, balançando uma das pernas em ansiedade.
— A senhorita Yoon em breve vai chamá-la! — fui alertada pela recepcionista. A coreana parecia simpática, e sua voz era doce.
— Okay, obrigada! — soltei o ar pelos lábios, sorrindo, mas por felicidade.
A principio, talvez pela ansiedade não percebi ela me olhar, a recepcionista estava me analisando dos pés à cabeça, não parecia ser de um jeito ruim, mas estava me deixando desconfortável.
— Está tudo bem? Tem algo...
— Não... Não! Oh, céus, me desculpe! — ela sorriu envergonhada — Achei sua roupa bonita, na verdade você é muito bonita.
— Ah, que alívio... — apertei a nuca nervosa — Mas obrigada!
— Por nada! — sorriu, voltando a analisar alguns papéis atrás da bancada, parecendo envergonhada pelo que tinha feito.
Ajeitei as mangas da camisa social branca que ia por baixo de um vestido bege, tentando controlar a ansiedade, já que o salto da botinha batendo no piso de madeira fazia um barulho irritante, mas que não conseguia evitar.
— Querida, Aurora! — levantei-me depressa, colocando o cabelo atrás da orelha, antes de olhar para trás.
Próxima a entrada do corredor, a senhorita Yoon estava, vestida em um longo vestido cinza de gola alta e um saltinho preto nos pés, os cabelos presos em um coque e o batom vermelho sobre os lábios. Ela era tão bonita e seu sorriso parecia iluminar toda aquela empresa.
— Bom dia, sen...
— Yoon Ha! — corrigiu, passando os braços por meus ombros e me guiando até seu escritório.
A sala bem iluminada, de tons claros estava fria por causa do ar condicionado.
— Como tem passado?
— Ansiosa... — brinquei, mesmo que fosse verdade.
— Eu imagino! — apontou para a cadeira onde eu poderia sentar.
Yoon Ha começou falando, puxando o tablete e explicando como seria o lançamento, suas ideias e opiniões.
— Quer que o lançamento seja em 4 meses? — perguntei com o coração disparado, afinal estava perto, mais do que poderia imaginar.
— Isso!
— Há tempo? Vocês não tem outros...
— Estamos aguardando pelo lançamento de "Escrevendo você" Aurora, seu livro é a prioridade.
Senti uma enorme vontade de chorar, parecia tão bom para ser real.
— Eu não consigo acreditar! — enfiei os dedos nos cabelos.
— Sei que deve pensar que estamos sendo precipitados demais por estarmos focando tanto em uma escritora a caminho do primeiro lançamento, mas... Nunca erramos quanto a confiar em bons autores.
— Se vocês realmente confiam nisso... Não me importo de confiar em vocês — ela sorriu.
— Vou trabalhar diretamente com você. Inclusive gostaria que olhasse nossos portfólios para escolher o ilustrador.
— Claro! — peguei a pasta que foi posta a minha frente.
— "Escrevendo você" me fez chorar. — afirmou — Quando terminei, desejei por tudo conhecer a autora que a escreveu.
— Eu nem posso acreditar, eu foquei por tanto tempo nessa história.
— Eu agradeço por nos permitir fazê-la chegar ao público.
— Quem agradece sou eu! — apertei a pasta contra meu corpo.
— Nós lemos a prévia de "Bad Rock" também, quando finalizarmos a produção de "EV", vamos adorar conversar sobre ela.
—Claro, claro! — sorri em ansiedade.
— Bem, agora você vai ler folha por folha desse contrato e depois vai assinar, leia até mesmo as letras miúdas.
Foi o que fiz, li linha por linha, e talvez tivessem ido minutos até acabar, mas quando parei na última folha, tive certeza e assinei, agora eu era oficialmente daquela editora.
— Por hoje é isso! Olhe o portfólio, e pense sobre a capa, nos vemos na próxima semana.
— Certo, mais um vez, muito obrigada! — curvei-me, despedindo da minha superior.
E lá estava eu, correndo pelas ruas cheia de felicidade, até o sol parecia brilhar mais, meu coração estava tão disparado que parecia querer sair pela garganta. Meu sonho estava perto novamente de ser finalmente realizado.
[Algumas semanas depois]
— Eu estou sem ar! — disse Jung Kook, olhando-me por trás enquanto eu terminava de me arrumar.
— Fique quieto!
Pedi envergonhada, olhando para ele sentado na cama, apoiando as costas pelos braços. Estávamos nos arrumando para ir até o clube, fazia tempo e aproveitamos a oferta de Yoongi de nos servir uma bebida de graça caso fossemos.
Jung Kook estava com os lábios abertos enquanto me olhava, mas eu estava presa na sua beleza também. A camisa branca de mangas curtas deixava os braços a mostra, e o peitoral levemente evidente pelos três primeiros botões estarem abertos, a calça preta presa por um cinto discreto, enquanto os coturnos pegavam toda sua panturrilha.
— Quem está perdendo o ar sou eu! — Cheguei perto, tocando seus ombros — Feche esses botões — brinquei, descendo os dedos até ali, sentindo ele tocar minha cintura.
— Eu fecho os botões, se abri-los depois quando chegarmos! — sorriu ladino — E se deixar eu descer seu zíper.
— Quando você ficou tão safado? — ele gargalhou, beijando meu ombro — Antes você nem tinha coragem de deixar eu retribuir o or... — beijou meus lábios, apertando minha cintura quando eu estava sentada em seu colo.
— Quietinha, Aurora! — disse ao afastar, olhei seu rosto vermelho e sorri achando fofa a forma como ele ainda ficava envergonhado com aquelas coisas, mesmo que segundos atrás ele estivesse com os olhos ardendo em chamas.
— Fofo! — encostou a cabeça em meu ombro.
— Lembrei que ainda não fez aquele striptize...
— Jung Kook! — gargalhei, levantando e indo calçar os saltos, quando ele também levantou na procura de seu relógio.
Minhas roupas eram escuras, um vestido preto de couro, justo e que batia um pouco abaixo da metade das coxas, e na cintura o corpete lembrava um espartilho, deixando minha cintura mais definida, diferente do normal - bendito seja esse vestido - aos pés eu usava uma sandália preta com salto onde uma fina fita rodeava a panturrilha. Meus cabelos estavam soltos, com uma leve ondulação nas pontas e em meu rosto, uma maquiagem leve, mas com um marcante batom na cor marsala ocupava meus lábios.
— Vamos? — perguntou, retornando do banheiro, revelando que havia acabado de passar perfume, quando o cheiro amadeirado inundou o quarto.
Assenti, puxando um casaco cinza apenas caso eu precisasse, e segui de mãos dadas com Jeon. Entramos no carro e deixamos as ruas, até onde queríamos ir.
Na entrada, mostramos nossas identidades e seguimos para o interior. A música tocava alto, e estava cheio assim como várias vezes que fomos ali. Yoongi estava ali, servindo algumas pessoas e quando nos viu abriu um enorme sorriso.
— Olá, Aurora! Olá, Jung Kook! — sorriu, limpando a bancada com um paninho amarelo — Estão bem?
— Estamos sim, e você?
— Bem, bem! Inclusive, tenho uma novidade! — parecia animado, e logo nos sentamos para ficarmos mais atentos.
— Consegui um emprego! — Jung Kook abriu um sorriso gigantesco, e eu fiquei feliz, mesmo que não soubesse bem que tipo de emprego se tratava.
— Com aquela música? — Assentiu — Parabéns, Yoon! Eu sabia que ia conseguir.
— Parabéns, Min! — disse, sorridente e ele faltou pular de euforia, talvez eu nunca tivesse o visto tão feliz.
Yoongi tinha um doce sorriso, que se via muito raramente, ele sempre estava com roupas neutras, e os cabelos bem penteados. Apesar de não falar muito, Jung Kook sempre dizia que se ele começasse a falar de algo, ele não pararia mais.
— Obrigado, obrigado! — soltou o ar — Mas então, o que querem beber?
— Licor de cereja!
— Vodca!
— É para já!
Ele preparou os copos, colocando-os na nossa frente, conversamos um pouco até o momento em que novas pessoas apareceram no bar e ele precisou sair.
— Ele vai trabalhar com o que? — perguntei curiosa.
— Produtor. — abri um sorriso, feliz pelo melhor amigo de Jung Kook, olhando para o barman que parecia muito mais feliz do que todas as vezes que vínhamos.
— Vocês três seguiram caminhos relacionados a mídia — afirmei, e parecia que ele nunca tinha pensado sobre aquile — Cineasta, modelo e produtor musical.
— Caramba, é verdade! — sorriu coçando a nuca.
— Aliás, como a carreira de Taehyung começou? — perguntei curiosa.
Lembro que quando o incidente com meu vestido aconteceu, Taehyung já tinha uma multidão de garotas loucas por ele, mas eu nunca me interessei tanto pela vida do rapaz, por isso eu mantinha distância daquele que por um tempo tive uma raiva guardada.
— Ele começou bem jovem, uns 12 anos, talvez. Para ser sincero, ele queria ser ator, ele fez algumas participações em doramas quando mais novo, mas acho que ele não se identificou muito com a área — bebeu um gole da vodca — Mas, depois de alguns pequenos papéis, algumas agências começaram a convidá-lo para propagandas, fotos de revistas e ano passado, uma agência europeia o convidou para ser o garoto da marca.
— Caramba, ele cresceu muito! — disse admirada — Vocês três, na verdade, são grandes homens.
— Obrigado — ele riu — Eu planejava de ir no fim do ano até Paris para assistir um desfile dele — arregalei os olhos.
— Paris? E quando pensou em me contar? — fingir estar magoada, mesmo que meu coração tivesse dado uma pequena pontada no peito.
— Quando eu tivesse certeza que dava para ir.
— Ah... Seria bom, e planeja ficar por quanto tempo?
— Ainda não sei, duas semanas, talvez! Não se preocupe Aurora, dá tempo de juntar dinheiro para ir comigo! — apertou minha bochecha.
— Se eu me transformar em dinheiro, dá mesmo! — ele riu — Mas aproveite sua garota Australiana, antes de conhecer as moças parisienses.
— Ciúmes antecipado? — enrolou uma mecha de meu cabelo em seu indicador, sorrindo ladino enquanto esfregava a própria coxa com a outra mão.
— Não, amor! Apenas um aviso. — aproximou o rosto do meu, quase colando nossas bochechas.
— Aviso? Por que? A garota que eu quero está aqui na Coreia, bem na minha frente — senti sua respiração tocar minha pele — E adivinha só, ela ja é minha! — beijou minha bochecha.
— Yoongi, mais um copo, por favor?! — disse trêmula, coçando a garganta enquanto apertava o copo vazio.
Jung Kook riu, girando o banco com os próprios pés enquanto tomava o último gole no copo.
— É o efeito da bebida? Já está vermelha? — Yoongi brincou, apesar do lugar ficar quase todo repleto de luzes coloridas, aquela área do bar tinha uma boa iluminação amarelada e a música era bem mais baixa justamente para que as pessoas pudessem conversar.
— Não diga coisas sem sentido, Min Yoongi! — ergueu os braços, rindo enquanto afastava para atender os que haviam se sentado nos bancos ao lado.
— Você quer dançar? — Jung Kook chamou minha atenção, ao tocar meu joelho com suas mãos geladas por causa do frio de seu copo.
— Vamos! — segurei sua mão, puxando-o até a pista de dança cheia de luzes e pessoas pulando.
A música eletrônica tocava que tremia o espaço e agora, as pessoas já eram iluminadas pelas luzes piscantes. Jung Kook e eu estávamos no meio, ele com as duas mãos na minha cintura enquanto girava meu corpo querendo me animar, mas o licor já estava fazendo efeito.
— Sabia, que você está linda nesse vestido de couro? — disse com os lábios rentes ao meu ouvido, fazendo minha espinha se arrepiar com o hálito quente.
— O que está querendo? — questionei, empurrando seu corpo um pouco para longe, dançando um pouco mais na pista, dessa vez, jogando meu cabelo para o lado e movendo meu quadril conforme a música tocava.
Jung Kook sorria com os lábios abertos, enquanto movia o corpo na batida da música, ele olhava cada mínimo movimento meu, analisava minhas mãos circulando pelo meu corpo e meu último gesto o fez morder os lábios. Os olhos dele ainda estavam firmes em mim, mas no instante seguinte ele deu dois passos puxando minha cintura para perto de si, e seus olhos não caíram sobre mim e sim sobre alguém atrás de nós, a expressão séria e intimidadora mostrava que algo havia saído do esperado.
— Qual é carinha? Eu só ia brincar um pouquinho — tremi, ao ouvir uma voz tão forte atrás de nós, mesmo com a música ainda podia ser ouvida. Apertei o braço de Jung Kook, ao ver o quão grande era aquele atrás de nós, vestido em uma blusa de zebras, calça rasgada e sapato social prateado, sem contar nos óculos escuros que refletiam as luzes. Ele estava tão perto, que fiquei assustada em como não consegui sentir ele chegar.
— Não ouse tocá-la! — Jung Kook alertou, ao vê-lo erguer os dedos para tocar meu rosto.
— Vai arrebentar minha cara? Não é minha culpa se ela estava dançando tão perto, que me deixou de pau duro! — engoli em seco, vendo-o sorrir cinicamente.
— É melhor calar a boca, antes que eu quebre a sua cara — Jung Kook estava nervoso, muito nervoso, podia-se perceber apenas pela maneira rude que falava e como sua mão me apertava quase na tentativa de me proteger. Mas o mais alto riu, parecendo não temer nada do que ele dizia, ele apenas continuou com o ar irônico, enquanto erguia os óculos.
— Antes que faça isso, eu quebro as suas pernas e como sua namorada na sua frente — tremi, apertando o tecido da blusa de Jung Kook.
— Eu diria que está mexendo com o cara errado! — apesar de sentir a raiva saindo pelo corpo de Jeon, suas palavras ainda saíam suaves, porém audíveis para que aquele ouvisse.
Ao nosso redor, ninguém parecia notar que os dois estavam prestes a brigar, talvez aquele tipo de situação fosse comum para um lugar como aquele... Não, não... Não deveria ser.
— Jeon... Vamos embora! — pedi com calma.
— Vocês não vão a lugar nenhum garotinha, esse coreano metido a burguês me deixou irritado e você com uma te... — foi calado pelo punho de Jung Kook, no momento em que o homem fez menção de aproximar.
— Eu disse para calar a merda da boca! — derrubou ele no chão, segurando a gola da camisa enquanto o balançava.
Sem o aperto de Jung Kook, eu tremi e coloquei as mãos sobre os lábios assustada, com os olhos presos nos dois se encarando. Jeon com a fúria saindo através de seus olhos e o homem rindo em desdém como se aquilo fosse um ótimo momento.
— Jung Kook... — tentei chamá-lo, mas ele não parecia me enxergar ali, e sim o ódio que estava sentindo.
— Respeite a minha namorada! — agora todos haviam ficado quietos, observando bem aqueles dois jogados ao chão. Apesar de todos terem parado, a música ainda rodava ao fundo, mas agora um pouco mais baixa.
— Será que ela queria realmente ser respeitada? — ironizou, olhando-me de soslaio, mas seu rosto foi virado para o outro lado com outro soco deixado por Jeon.
— JUNG KOOK! — A voz de Yoongi foi ouvida, e logo o amigo de Jeon veio apressado para tentar entender o que estava acontecendo. Ele estava perto de se aproximar, mas dois do que imaginei serem capangas daquele que apanhava, o seguraram, e o desespero de Jung Kook que fizessem mal ao amigo, fez com que ele desse bobeira e o que ele segurava pelo colarinho, o empurrasse derrubando-o no chão.
Senti meu coração doer ao vê-lo receber o primeiro soco, seguido de um chute na barriga. Eu iria até ele, estava prestes a deixar meus passos até lá e fazer o que fosse possível, mas as mãos frias em meu pulso fez com que eu virasse repentinamente para trás.
— Aurora? — tive medo que fosse algum estranho, mas ao ouvi-lo me chamar, fiquei mais calma.
Era Jimin, meu irmão bem ali, tranquilizando parte do medo que parecia querer engolir minha pele.
— Jimin! — o abracei, sentindo um pouco mais de alívio — Jimin, eles estão brigando... Temos que parar... — disse desesperada, segurando os braços levemente musculosos de meu irmão, enquanto dizia tudo de olhos arregalados, quase tendo um colapso.
— Precisamos sair daqui! — eu estava tão desesperada que sequer percebi que os dois amigos de meu irmão estavam ali - Hoseok e Namjoon - observando tudo e assustados com o que podia acontecer.
— Corajoso — dizia tudo de maneira cínica — Mas eu vou te quebrar todinho! — segurou a gola da camisa de Jung Kook.
— JIMIN, TIRA A AURORA DAQUI! — ele gritou, mas no instante seguinte, foi pressionado contra o chão e o punho do maior foi em choque contra seu rosto.
— JUNG... — senti meus lábios serem tampados e minhas costas serem puxadas.
Naquele momento, tudo pareceu correr tão lentamente, porque devagar pude ver o garoto que tanto amava lutar para sair das garras daquele com quem lutava para tentar me ajudar. Pensei em que as pessoas pensavam ao ver alguém com a boca tampada, sendo levada a força e não moverem um músculo para ajudar...
Era medo?
Covardia?
Egoísmo?
Choque?
O que elas pensavam, em não ajudar a separarem uma briga ou não ajudarem uma garota?
O que seria de mim naquele momento, se meu irmão, Hoseok e Namjoon não estivessem ali?
— Cretino! — Hoseok disse ao chutar o meio das pernas do maior, fazendo-o me soltar enquanto Jimin segurava seus cabelos, e em um golpe final, Namjoon estalou os dedos e deixou um soco forte em seu rosto.
— Aurora, legitima defesa! — assenti, mesmo ainda desesperada.
— Você não pode ir lá! — fui alertada por uma moça, alguma que estava dançando — Já chamaram a polícia, ele vai ficar bem.
— Vamos, Aurora! — Jimin me puxou, mas eu negava inúmeras vezes com a cabeça.
— Aurora, precisamos tirar você daqui! — Hoseok ditou, parecendo preocupado, porém meus olhos não saiam dos dois brigando ali no chão, Jung Kook era forte, conseguia devolver os socos e ficar por cima, mas eu tinha medo de quem poderia estar ali e piorar a situação.
— Não podemos deixá-lo!
— Você ouviu, já chamaram a policia!
— E os seguranças? Onde...
— Estão fechando o local...
— Por que? ELES PRECISAM SEPARAR OS DOIS...
— Aurora! — eles estavam quase implorando, puxando meu corpo, mas eu queria tanto ficar e ser forte o suficiente para impedir, mas não podia.
Quando notei, já estava longe, dentro do carro de Hoseok, discutindo com Jimin.
— Jimin, eu preciso voltar!
— E fazer o que? Ser pega pelos capangas daquele brutamonte e virar um brinquedo para eles? Jung Kook estava te protegendo.
— E SE ELE MORRER?
— ELE NÃO VAI MORRER! — Namjoon quem gritou, parecendo exausto da discussão — A policia já chegou no local, os dois foram separados e levados a delegacia da rua 82.
— Hoseok vamos para lá! — o ator deu meia volta, dirigindo para o destino dito anteriormente.
— A culpa é minha...
— Cala a boca, ou eu jogo você desse carro! — Jimin disse emburrado, cruzando os braços.
— Eu devia ter tomado mais cuidado.
— Errado foi o macho escroto que não sabe respeitar uma mulher! — Hoseok devolveu — Não seja tão boba, Aurora, você pode dançar e fazer o que quiser.
— Certo, me desculpe... — finalizei, quase arrancando os cabelos em ansiedade.
Eles estavam certos, eu não havia feito nada errado, mas por que ainda estava com aquele peso no peito.
Quando o carro parou em frente a delegacia, eu desci depressa, já descalça porque eu estava apavorada demais para tomar cuidado em não cair. Eu apertei o casaco de Jimin, recém colocado sobre meus ombros e atravessei a porta automática, enxergando a cabeleira castanha de Jung Kook.
— Jeon... — corri para ficar mais perto, mas o policial foi mais rápido em passar na minha frente.
— Quem é você?
— Namorada dele... Eu estava com ele no clube.
Permitiu minha entrada, e quando meu namorado notou minha presença, suspirou parecendo aliviado por ver que eu estava bem, e céus, seu rosto estava todo machucado, um dos olhos vermelhos e bochecha começando a inchar, sem falar no arranhão presente na outra bochecha...
— Aurora! Você está bem?
— Melhor do que você — ele riu, choramingando de dor.
— Você foi o estopim da briga?
— Ela só estava dançando.
— Quem é você?
— Park Jimin, irmão!
— Certo! Podem me contar o que realmente aconteceu? — demos nossos depoimentos, um a um, preenchendo algumas papeladas e resolvendo uma enorme burocracia dentro da delegacia, e por sorte Jung Kook precisou apenas pagar uma multa, diferente do outro.
Aquele cujo começou a briga, permaneceu calado a todo instante e ele não estava diferente de Jung Kook quanto aos hematomas, eu diria que até pior.
— Poderíamos deixá-lo preso por essa noite, mas recebemos várias denúncias sobre Choi Woon Ho, não é a primeira vez que temos casos de assédios e brigas por causa de um caráter sujo como o dele.
— Quer dizer que...
— Vão para casa! O barman deu o depoimento no local, apesar de você ter começado a agressão, ele assediou sua namorada e... — prendeu o ar — Bem, não vamos dar detalhes sobre outros casos. Se for preciso chamamos vocês para algum outro depoimento.
— Sério? — ele assentiu, parecendo já exausto daquele tipo de incidente.
— Vão logo!
Saímos da delegacia gratos por tudo ter sido resolvido rapidamente. Tivemos que voltar até o clube para buscar o carro de Jung Kook e tudo estava fechado quando voltamos, nem mesmo a moto de Yoongi estava na porta.
Antes de seguirmos para casa, passamos no hospital para alguns exames. O agressor atingiu um chute em cheio na barriga de Jung Kook e a dor que ele estava sentindo acabou me deixando preocupada.
Já beirava a meia noite quando saímos do hospital, com uma receita em mãos e os curativos de Jung Kook já cuidados, mesmo que eu tivesse que fazer tudo novamente depois que ele tomasse um bom banho.
— Yoongi disse que não precisamos pagar a bebida de hoje! — Jung Kook olhava o celular, enquanto eu dirigia.
— Vou passar na farmácia, para comprar os remédios — falei, já estacionando em uma.
— Você tem dinheiro? — assenti, abrindo o porta-luvas para pegar minha carteira.
— Já volto! — sai, apressada sem ligar muito para as pedrinhas que espetavam meus pés conforme eu ia atravessava a calçada.
— Olá, boa noite! — sorri, por mais tensa que eu ainda estivesse.
Expliquei a situação a farmacêutica, que foi paciente e me explicou como eu deveria fazer e quando eu deveria usar. Saí dali com uma sacolinha com remédio, gaze, analgésicos, soro e curativos.
A verdade é que eu estava tão apreensiva, porque tirando o ocorrido com Wooyoung, eu nunca me senti com tanto medo. Ver Jeon daquela maneira, brigando com alguém por minha causa havia me deixado de peito apertado.
— Tinha tudo?
— Sim! — disse simples, voltando a dirigir.
Em casa, ajudei Jung Kook a tirar suas roupas e o ajudei no banho, foi tudo tão licencioso que parecia que havíamos brigado, e não que ele havia feito o possível para me proteger.
— Obrigada! — sussurrei. Eu já estava de banho tomado, ele foi cuidadoso em dizer que podia esperar e que seria bom se ficássemos juntos depois que eu o ajudasse com os curativos, por isso estava limpinha.
— Não se preocupe tanto, 'tá bem?
— Okay! — sussurrei, passando a pomada nas regiões vermelhas e pouco inchadas de seu rosto.
— Eu vou proteger você, Aurora, sempre que eu puder.
— Eu queria protegê-lo também — afastei o cabelo úmido que caia em sua testa, apenas para passar um pouco do medicamento ali.
— Sei me virar, não viu como eu detonei aquele grandão? — riu sem muita força.
— Sim, eu vi! Mas olha seu estado agora... — choraminguei, ouvindo uma risada soprada, enquanto eu mergulhava um cotonete na pomada para passar em seu lábio inferior.
Jung Kook estava quieto, esperando que eu terminasse. No fim, ele terminou com vários adesivos para dor, gelo no olho, curativos na bochecha e pomada nos lábios.
— É melhor descansar...
— Você nem desabotoou minha camisa! Aquele maldito.
— Jung Kook...
— Certo, certo... Minha querida Aurora não está para brincadeira — ajeitou-se na cama, observando-me enquanto eu andava de um lado para o outro no quarto, procurando por meu telefone.
— Você está com sede? — negou — Quer que eu pegue algo? — negou novamente — Jeon...
— Vamos dormir! — disse calmo, dando duas batidas do lado livre de sua cama, e apesar de estar sentindo algo estranho no peito, cedi.
Sei lá que sensação era aquela que estava ocupando meu peito, e porquê estava me deixando desconfortável. Eu estava tão grata, mas ao mesmo tempo eu me sentia culpada.
— Você está tão séria? — tocou meu rosto — Não está se culpando, né?
— Não é isso... — segurei sua mão, entrelaçando nossos dedos — Seu rosto, está tão machucado.
— Está preocupada em perder esse rostinho bonito? — brincou novamente, e dessa vez não pude evitar em rir também.
— Não seja bobo.
— Eu quem digo! — arrastou- se para mais perto de mim.
O quarto estava escuro, iluminado pela luz que passava pela janela, a luz da lua, dos postes e algumas vezes dos carros solitários que vagavam pela estrada. Mas ainda sim, dentro daquele vasto quarto escuro, porém aconchegante, ainda podia-se ver o rosto dele, um pouco inchado pelos hematomas e os lábios vermelhos, com um pouquinho de sangue coagulado que talvez no outro dia formaria uma pequena cicatriz. Daquele jeitinho, em roupas cheirosas e um cobertor quente, Jeon olhava para mim de um jeito tão suave, que eu sabia que ele estava pedindo para que não me culpasse, mas que sim, entendesse que tudo que fez foi por me amar, e por querer me proteger da maldade que alguns humanos sentem prazer em fazer.
— Jung Kook... — chamei, mesmo que ele estivesse olhando para mim — Eu te amo!
— Eu também, te amo!
— Não faça isso de novo, okay? — pedi.
— Aurora...
— Dá próxima vez, vamos sair correndo!
— Aurora! — não estava bravo — Você acha que eu conseguiria dormir tranquilo sabendo que um homem como aquele estava assediando minha namorada? E se corrêssemos, e uma hora ele a pegasse desprevenida por ai.
— Mas você está...
— Eu li em um livro uma vez, onde o namorado da protagonista havia levado um tiro enquanto tentava salvá-la de um sequestro...
— Jung Kook!
— E depois ele disse que faria de novo se precisasse, faria tudo de novo para salvar a mulher que ama! — apertou minha mão unida sua — Então Aurora, eu não me importo de apanhar desde que garanta que você fique bem e segura.
— Mas e você? Eu não quero que se machuque...
— Do jeito que está falando, parece que me envolvo em brigas todo dia! — ele disse emburrado, e eu ri com o quão fofo ele estava.
— Desculpa... Talvez eu tenha exagerado!
— Eu sei que o seu amor por mim é tão grande que não suporta me ver machucado! — me abraçou, mesmo soltando um breve gemido de dor.
— Ainda bem que você sabe! — sorri, fechando os olhos enquanto sentia o aroma do sabonete que vinha suave de seu corpo.
E aquele clima pesado que eu sentia há alguns minutos, já não estava mais ali, estava tranquila aproveitando o calor de seu abraço e talvez eu tenha me ocupado tanto pensando que eu "eu fosse a causa da situação", mas na verdade aquele evento poderia ter acontecido com qualquer um, e talvez, não, caso eu fosse Jung Kook, faria o mesmo, porque o amava, e jamais suportaria algo como aquilo, mas isso não significava que eu, como Aurora, não faria de tudo para proteger aquele que tanto amo.
Jeon Jung Kook!
Oioi gente, voltei com atualização na madrugada! 💜
Nossa querida Aurora está a caminho de publicar um livro, eu estou tão feliz...
Mas e essa briga hein, poxa, nem sei o que dizer, ainda bem que o JK ficou bem, né?
É isso, eu espero que tenham gostado, não se esqueçam de votar, eu amo vocês e muito obrigada pelos +60k de leituras!
See you later!
💜
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