[37] família, amor e cuidados

Boa leitura! 💜
Não se esqueça do votinho! 🥃

#beatsandcherry 🍒

[🐰🥃]

Eu não sei quando nos separamos, minha última lembrança é de quando estávamos dentro da ambulância, deitados um ao lado do outro, mas diferente de mim, ela parecia inconsciente. Os sons ao meu redor eram ocos, por mais perto que estivessem, pareciam estar distantes.

Eu apenas a olhava. Com a visão turva ainda notava a palidez de sua pele, minha mão tentava tocar a sua, mesmo que falhasse constantemente...

— Fique quieto, será melhor para você! — fui alertado, sem dar ouvidos, me atentando apenas na garota ao meu lado.

Céus, eu queria muito chorar, e meu corpo pesava segundo após segundo até que minha consciência fosse levada para onde eu desconhecia.

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Agora eu estava acordado, sentando na cama do hospital sendo forçado a engolir a sopa, que não estava ruim, mas eu odiava como minhas perguntas a respeito de Aurora eram ignoradas.

— Você precisa comer! — meu avô bateu na mesa de cama, quase derramando o que estava na tigela — Não vai sair desse quarto se não comer.

— Quero saber dela, vovô!

— Filho, coma por favor! — mordi a pele interna da boca, enchendo os olhos de água.

— Qual é, porque é tão difícil me responderem? Eu só preciso saber se ela está bem! — disse alto, soltando um suspiro cansado, tentando levantar a mesinha, mas as mãos finas e frias de meu avô me impediram de continuar.

— Não temos notícia, ela está em cirurgia!

— Foi um corte pequeno, por que... Por que ela está em cirurgia... — minha voz saia trêmula, assim como minhas mãos.

— Houve uma complicação, hemorragia parece... Precisaram levá-la para a sala de cirurgia para estancar um corte interno... — fechei os olhos, sentindo o coração bater depressa dentro do peito e um calor desesperador.

— Acho melhor chamar uma enfermeira.. Ele está pálido! — meu avô alertou, tocando minha testa e estranhamente minha visão ficou turva.

Não conseguia pensar em muito, apenas rodava Aurora e seu sorriso bonito na minha cabeça. Ela estava bem, não estava?

— Senhor, Jeon! Consegue me ouvir? — Sim, eu conseguia.

— Me sinto enjoado!

— O senhor tomou um medicamento forte, deve ficar em repouso e descansar. Quando acordar...

— Aurora! Preciso saber dela!

— A garotinha de cabelos castanhos? — ergui a coluna, segurando os ombros da enfermeira — Respire fundo, ela está estável.

— Posso vê-la!

— Assim que acordar, no momento você e ela precisam descansar — empurrou meus ombros até eu estar com a cabeça escostada no travesseiro.

Aquele sentimento estranho no peito foi passando aos poucos, até que agora eu sentisse sono e aquele enjoo passasse. Eu queria estar acordado no momento em que eu soubesse que Aurora pudesse receber visitas, mas aqueles malditos medicamentos... Eles me mandaram para a inconsciência.

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Eles disseram que eu poderia ver Aurora quando estivesse descansado, mas na verdade quem estava a minha frente apos acordar, era o policial Kim.

— Vejo que está bem, Jeon! — sorriu gentil, sentando-se na poltrona ao lado da cama.

— Estou, obrigada! E quanto a você?

— Estou bem, e tenho boas notícias — ergui a coluna, mesmo sentindo elas doerem — A atriz Hyuna foi encontrada, e Wooyoung e Aellin foram presos.

— Eu nunca desejei mal a ninguém, mas que eles fiquem a vida toda lá.

— Eles estavam por trás do sequestro de Hyuna, o objetivo deles era que você ou Aurora saíssem como culpados.

— Céus, que... — tentei não me estressar, pelo contrário seria terrível.

Tive sorte pois o policial interrogou bem pouco do que havia ocorrido e quando saiu, fui avisado que poderia visitar Aurora.

Por mais que meu braço doesse, eu não precisei de ajuda, consegui andar até o quarto que havia sido avisado logo de manhã que era o dela. Do outro lado, através da janelinha retangular da porta azul bebê, eu pude vê-la, deitada sobre a cama com parte do tórax enfaixado, percebi que seu ferimento foi mais grave que o meu.

Sentei ao seu lado, na poltrona de couro enquanto segurava sua mão levemente fria. Seu rosto estava pálido, mas os lábios vermelhinhos por algum hidratante.

— Jeon, você está aqui!? — foi uma pergunta afirmativa vinda da progenitora de Aurora — Como se sente?

— Senhora Sunny? — ela sorriu, me abraçando.

— Sim, euzinha! — disse divertida — Você está melhor?

— Eu estou bem, obrigada... E ela? Está bem?

— Sim... Agora tudo passou, não precisa se preocupar! — acariciou meu ombro, ajeitando meus cabelos na testa.

Conversamos por um tempinho, ela me contou sobre o pai de Aurora tê-la avisado do ocorrido e que ela fez o possível para chegar o mais rápido que pode. Ao menos Aurora ficaria feliz quando acordasse.

— Aliás, a senhora sabe quem chamou a polícia?

— Seu amigo, Taehyung! — arregalei os olhos, lembrando do meu amigo pela primeira vez, céus, que tipo de amigo eu era?

— A senhora sabe onde ele está?

— Ele está em um dos quartos — agradeci — Vai lá, se ela acordar peço que o chame.

— Obrigado! — antes de sair, deixei um beijinho na testa de Aurora.

Ao lado de fora, passei pelos quartos olhando as plaquinhas com nome e depois de muito procurar, consegui achar, encontrando Taehyung rindo junto de Yoongi.

— Jung Kook! — fui abraçado pelo Min.

— Como estão?

— Estou bem, tirando a pancada na cabeça! — Taehyung passou a mão sobre a faixa — Tive que passar por um monte de exames, quando pensava que tinha acabado, tinha outro.

— Me desculpe envolver você nisso!

— Eu me envolvi sem planejar, Deus me enviou para ser o anjinho de vocês. Imagina se eu não chegasse? Quem ia chamar a polícia?

— Mesmo assim, você...

"I'm superhero bro!" — soltamos uma risada boa naquele quarto — Mas e a Aurorinha, como ela está?

— A mãe dela disse que está bem... O ferimento dela foi mais grave que o meu.

— O Jimin disse o mesmo, por mais que ele tivesse passado a noite inteira em prantos.

— O que estão falando de mim? — olhamos para porta, vendo o baixinho com uma sacola nas mãos.

— Sobre seu choro da madrugada.

— Rir é que eu não ia!

— Está certo! — rimos baixinho, mas no instante seguinte meu estômago roncou quando ele retirou as marmitas da sacola.

— Minha mãe quem preparou, ela olhou a dieta de vocês.

— Como sabia que eu estava aqui? — Yoongi perguntou quando uma marmita foi entregue.

— Ela colocou a comida nas marmitas até acabar, a senhorinha da cantina ainda ganhou uma!

— Eficiente!

Comemos, aproveitando a boa comida por um bom tempo. Acabei descobrindo entre nossa conversa o porquê Taehyung estava na Coreia.

— Eu e Bloom vamos fazer um ensaio fotografico aqui.

— Bloom também? — Yoon questionou.

— Sim! Ela está com meus pais.

— E ela não sabe que está aqui? — negou — Meu Deus, cara! Ela vai te matar.

— Sim, eu vou matar... — tomamos um baita susto, juntando todos na parede oposta a cama de Taehyung quando a garota de cabelos totalizados de vermelho, porém em mistura do castanho apareceu.

— Amor? — Taehyung apertou o travesseiro.

— Como... Como você ousa? — ela dizia tudo com pausas grandes, por não saber bem o coreano, seu sotaque era engraçado até e algumas coisas, por mais que fossem minha língua nativa, apenas Taehyung entendia.

— Eu não queria te preocupar!

Se você morresse, eu ia ficar sabendo quando um anjo viesse me entregar uma carta sua? — agora ela disse em inglês, parecendo cansada de tentar adivinhar.

— Ela quer chorar!

I don't wanna cry! — disparou, sentando-se na beirada da cama, ajeitando a barra da saia azul.

— Eu estou bem, amor — tocou a mão dela — Eu receberia alta hoje e quando chegasse eu te contaria.

— Pois faça-me o favor de contar assim que conseguir, eu não suportaria a ideia de te perder. Caramba! — aquela última palavrinha saiu em uma língua desconhecida, e não era coreano porque Taehyung só concordou com aquela cara de paisagem habitual dele quando não entendia algo.

— Me desculpa pelo escândalo — ela disse — Eu vi as notícias por alto, e quando ouvi seu nome entrei em desespero.

— Meus pais sabem?

— Sim, eles vieram comigo, mas pela sua fama eles resolveram esperar em casa. Há uma multidão aí fora.

— Céus, eu vou receber presentes até o ano que vem! — eles riram, e aquela tensão já havia ido embora.

Era nítido ver o quanto os dois eram apaixonados, rapidamente eles já estavam juntinhos, conversando sobre algo que nos deixava de fora.

— Eu vou indo, ver se Aurora já acordou! — Jimin concordou, mesmo que ele fosse me seguir.

Yoongi disse que precisava ir ao trabalho, por isso nos acompanhou até a metade do caminho. Novamente, de frente a porta do quarto, Jimin girou a maçaneta seguindo na frente, porém o quarto estava ocupado pela enfermeira e um médico, avaliando a temperatura de Aurora.

E ela estava acordada!

— Jeon... — foi a primeira coisa que disse. Ao me ver tentou até mesmo se movimentar, mas fui rápido em chegar até ela e a impedir.

— Não tente se mover! — fui firme, passando os dedos pelo seu rosto enquanto ela me olhava com os olhos brilhando.

— Que situação, hein! — ela disse divertida — Ainda bem que tudo está em ordem.

Concordei, agradecido por vê-la bem. Eu havia ficado tão preocupado com ela, onde imaginaria que ao tentar protegê-la ela faria o mesmo e não mudaria muito para nós.

— Eu fiquei com tanto medo, você perdeu tanto sangue...

— É, eu realmente me sinto mais leve — disse divertida, porém ao dar uma risada uma careta de dor se apossou de sua face.

— Sobre Wooyoung... O policial Kim disse que ele e Aelin foram presos.

— Eu fiquei sabendo... Quem diria, não é?

— Quem diria!

Mantemos silêncio, e por instantes esqueci de Jimin ali atrás, parado próximo a porta nos observando.

— Se vocês vissem a cara de vocês! — olhamos para ele — Dois fantasmas apaixonados.

— Fantasmas?

— Jung Kook tá mal se aguentando em pé coitado, Aurora até agora não recuperou o sangue que perdeu.

— Eu estou me aguentando em pé, sim! Meu ferimento foi bem mais leve comparado ao de Aurora.

— Você tem um ponto, porém eu ainda não acredito! — finalizou, porém em instantes a porta foi aberta revelando Moon, com uma roupa que jurei ser seu pijama.

— Aurora, seus pais me ligaram...

— Eu pedi.

— E você tá viva — ela riu da amiga — Graças a Deus.

— Ela veio até aqui chorando.

— Espera, ela veio com você? — perguntei a Yoongi parado na porta.

— Quando ela soube que Aurora havia sido esfaqueada, ou melhor "canivetada", ela entrou em crise e precisou tomar um calmante e acabou dormindo.

— Caramba!

— Eu fiquei tão desesperada, parecia que o mundo havia caído sob meus pés.

— Viver um drama assim faz parte de um bom romance.

— Tô vivendo muito bem com Yoongi, não quero nada desse tipo! — rimos.

Moon e Yoon nunca havia de fato dito que estavam juntos, apenas descobrimos naturalmente e deixamos levar, vezes ou outra brincando com eles, mas nada de mais.

Conversamos por mais alguns minutos, ou talvez horas, só paramos quando fomos servidos com o lanche da tarde e nossos amigos disseram que precisavam ir —até mesmo Yoongi que precisava trabalhar—  Por meu ferimento ter sido um pouco mais leva que o de Aurora, a enfermeira foi cuidadosa e paciente em me deixar com minha namorada por um pouco mais de tempo.

— Taehyung veio com a namorada dessa vez, acho que deveriam se conhecer! — ela assentiu.

— Devo agradecer a ele depois...

— Sério? — sorri, olhando seu rostinho inchado, talvez pelo medicamento.

— Aquela dívida de anos atrás já foi quitada — ela soltou um sorriso fino, apertando minha mão.

Aproveitei o silêncio do quarto por ter apenas nós dois ali para devagar deitar-me ao seu lado, tomando cuidado com meu ferimento e o dela ainda mais. Eu adoraria abraçá-la, enfiar o rosto entre seu pescoço e fazer um bom carinho em seus cabelos, mas não podia, não conseguia por nosso estado, então o que podia era deitar ao seu lado e encostar nossas mãos e admirar o teto branquinho do hospital.

— Você está sentindo alguma coisa? — questionei, esperando que sua resposta fosse negativa.

— Apenas sono, mas é devido ao medicamento.

— Então durma, antes que a enfermeira venha aqui e diga que preciso voltar para o quarto — ela riu, balanço levemente a cabeça.

Fiz questão de ouvir sua respiração ficando cada vez mais suave e o aperto entre nossas mãos ir se afrouxando pouco a pouco conforme ela ia caindo no sono.  E foram cerca de talvez 15 minutos e o remédio já havia feito efeito e ela se encontrava em um sono profundo. 

A enfermeira entrou, e antes que eu deixasse seu quarto eu beijei sua testa e em seguida seus lábios, ajeitando sua coberta como pude antes de ser levado de volta para meu quarto e agora quem estar pronto para dormir ser eu, mas eu não consegui conter meus pensamentos enquanto não cai no sono, Aurora os ocupava durante o dia e durante minhas doces noites de sono.

💜

Bom dia meus amores!
Cheguei finalmente!

Gostaria de pedir desculpas pela ausência, eu realmente estou passando por uns momentos bastante corridos aqui em casa, por isso as atualizações estão vindo com mais lentidão... Mas eu juro que estou tentando reorganizar isso!

Eu espero que gostem desse capítulo, e não se esqueçam de usar a #beatsandcherry para comentar sobre a história.

Amo vcs, e obrigada pelos +40k 💜

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