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#beatsandcherry

Foram quase três horas de viagem, porém meu coração ainda estava da mesma maneira frenética. Era tão boa aquela sensação, eu estava ali com ele com toda a certeza do mundo de que ele gostava de mim. E eu, como confidente afirmava que cada momento com Jeon era maravilhoso, mas passar cada momento com ele tendo a certeza de que era reciproco era ainda melhor.

Em Busan, nós deixamos a estação e pegamos um táxi assim que chegamos, tendo mais alguns minutos de viagem até a casa de minha mãe, lugar onde conhecia bem por passar as férias de verão com ela naquela pequena casa próxima ao mar. Naquela época, lembro-me o quão furiosa ficava pela areia entrar nas minhas roupas, mas amava rolar na areia morna no fim da tarde e sentir a água tocar meus pés.

— Aqui é mais lindo do que as fotos, tia Sun! — Jimin afirmou observando o lugar, fechando os olhos quando abriu a janela e um vento gostoso invadiu a casa.

— Fiquem a vontade queridos! — ela retirou a blusa de frio, colocando-a sobre a cadeira atrás do balcão, amarrando os cabelos da mesma forma que Aurora fazia.

— Onde posso colocar minhas coisas, tia! — o Park sempre entoava o "tia" de um jeito engraçado, era meio divertido, mas você sentia o carinho por ela.

— Escuta, há dois quartos, Jung Kook e Aurora podem dormir juntos, desde que a porta esteja aberta! — engoli em seco — Vocês são dois adultos, e sei que já fizeram mais que apenas essas mãos dadas — olhou para nós, analisando nossas mãos — Vocês conseguem?

— Mãe... Não somos assim, também! — sorri nervosa, tendo minha mão levantada e apoiada atrás das costas de Jeon, enquanto minha mãe soltava uma risada junto com Jimin.

— Tudo bem, senhora...

— Apenas Sun! — piscou, com o sorriso aberto enquanto puxava sua mala para o quarto — Vou dormir um pouco, se quiserem sair tranquem a porta eu tenho uma reserva!

— Vamos a praia? — Jimin perguntou com um sorriso no rosto, já abrindo sua bagagem para pegar um conjunto de banho e jogar para Jeon.

— Obrigado! — soltou minha mão, para ir até o quarto com o Park, para trocarem de roupa, enquanto eu puxava um maiô preto de dentro da mala e um shortinho vermelho, trocando-me dentro do banheiro.

— Ô AURORA BOREAL, VAMOS! — sai a tempo de ver o tapinha no braço dado por Jeon em Jimin, afirmando que Sun estava dormindo — Foi só conseguir a mão da duquesa que perdeu o respeito, né? Safado! — franziu os olhos para o Jeon, andando na frente com a toalha azul enrolada no pescoço.

— Vamos! — disse rindo, puxando uma pequena bolsinha transparente com minha toalha, protetor, minha capa de celular e alguns itens extras.

— Seu irmão é praticamente de casa, né? — questionou quando sentamos em baixo de um guarda-sol.

— Minha mãe gosta dele desde a primeira vez que o viu, ela o acha forte! 

— Eu também acho... Há alguns dias fui até o restaurante que ele trabalha com Hoseok depois do trabalho e o ator acabou falando um pouco sobre a vida do Park, ai na sua formatura descobri que ele, Hoseok e o... — coçou a cabeça parecendo lembrar o nome de alguém.

— Namjoon! 

— Isso! — apontou para mim — São grandes amigos.

— Eu descobri há pouco tempo também, o Park tem uma pegada aventureira, mas sua maior preocupação são os problemas dos outros... Mas não de um jeito ruim, ele acaba se desgastando demais em silêncio e ajudando muito os outros...

— Eu já percebi isso — suspiramos — Mas ele tem garra, e isso é a maior força dele! — balancei a cabeça, puxando k protetor solar para passar em meus braços.

— O clima de Busan está oposto do de Seul — disse — Mas só por esses dias, a neve deve chegar em breve.

— Sim... — coloquei a palma da mão sobre o rosto — Você quer protetor? 

— Eu passei lá dentro... Só não nas costas, Jimin não quis passar! — ficou vermelho.

— Tira a camiseta! — desviou o olhar quando puxou a blusa.

— TÁ SARADÃO HEIN JEON! — Ouvimos a voz de Jimin ao fundo, jogando vôlei com algumas outras pessoas.

— As pessoas estão olhando para gente... — sua voz saiu baixa, enquanto minhas mãos espalhavam o protetor por suas costas.

— Há um cara bonito e tatuado comigo, devem estar surpresos — riu nasalado.

— Há uma mulher maravilhosa passando protetor nas minhas costas, devem estar com inveja — virou-se para mim, rindo timidamente antes de puxar a blusa e vesti-la mais uma vez.

Ele deixou o banco para seguir até a água do mar, enfiando os pés na areia enquanto as ondem cobriam seus pés conforme a água vinha e voltava. Jung Kook sorriu ao ver seus pés sujos, serem limpos a cada vez que a água os engolia, parecia até uma criança.

— Yah, seus bando de boiola! — olhamos para trás, vendo Jimin jogar uma bola para nós, que foi agilmente pega por Jung Kook.

— O que vamos fazer?

— Vamos brincar de queimada, tá com você Jung Kook! — começou a correr, deixando-me desesperada por estar ao lado dele, mas não impedida de ser queimada.

— Vai, pode correr! — foi o que fiz, rindo atrás de Jimin e conseguindo abaixar-me para desviar de sua ação, o que resultou na queima de Jimin, mas que rapidamente jogou ela contra meu corpo.

— Vamos correr pela eternidade — o Park zombou, enquanto corria de mim e desviava de minhas jogadas, mas enquanto ele estava de costas, Jung Kook pediu a bola e em um único lance queimou meu irmão.

— Você perdeu, Ji! — disse rindo, acolhendo o mandado silencioso de Jeon para que não contasse.

— Os perdedores sempre serão os vencedores — passou as mãos nos cabelos negros, ofegante.

— Preciso de uma água! — Jung Kook falou entre arfadas fundas, caminhando preguiçosamente pela areia até uma barraquinha com água de coco, perguntando de longe qual eu e Jimin prefeririam, nós dois afirmando que água normal.

Aproveitamos o fim do dia entre pegar um pouco de sol, brincar na água e tentar construir castelos de areia junto de duas crianças, eu já havia desistido, enquanto Jimin e Jung Kook pareciam focados em fazer aquelas paredes ficarem em pé.

— Já expliquei, oppa, você precisa amassar bem a areia no baldinho! — uma garotinha talvez com 7 anos disse firme, mostrando com fazia.

— Mas como faço ela sair inteira! 

— Dá um soquinhos, assim! — bateu duas vezes no plástico, puxando-o e mostrando como havia ficado perfeito e os dois rapazes fizeram o mesmo, mas acabaram desmanchando quando suspenderam-no.

— Lamentáveis! — os dois adultos naquela roda arregalaram os olhos com a frase do garotinho, e ambos saíram com um biquinho.

— Vamos embora, tem areia no meu calção!

Rimos de Jimin, enquanto pegávamos nossas coisas. Jeon segurou minha mão enquanto subíamos as escadaria que levava até em casa e ali dentro, nos deparamos com limonada e sanduiches feitos por minha mãe.

— Tia, Sun, a senhora nunca erra! — disse lavando as mãos.

— Imaginei que chegariam com fome — concordamos, estávamos famintos.

— Vamos assar carne a noite? — perguntei, era um costume.

— Se os garotos cuidarem da churrasqueira — minha mãe jogou para os rapazes.

— Sou ótimo em temperos — o mais novo exibiu-se e eu concordava, uma única vez onde fizemos o almoço juntos, Jung Kook grelhou uma carne e ajeitou um tempero e estava delicioso.

— Então eu cuido da churrasqueira! — meu irmão mordeu o ultimo pedaço do sanduiche, enquanto eu pegava as bagunças e levava-as para a pia ajudando minha mãe a lavá-las.

Os dois tomaram um banho nos dois banheiros da casa e antes de entrar no quarto para pegar minhas coisas, vi Jung Kook passar o corredor com as roupas de Jimin. Uma blusa verde moletom e um short jeans, por mais que o dia fosse quente, a noite seria fria.

— Suas bochechas estão vermelhas — disse ao seu lado no corredor.

— Foi o sol — tocou a bochecha, fazendo uma careta — Você tem algum hidratante, meus lábios estão machucados — fez um biquinho como reflexo, mordendo a pelinha.

— Tenho, vem cá! — abaixei-me ao lado da mala no quarto, vendo ele sentar-se sobre a cama na espera, enquanto eu abria minha bolsinha para puxar o cacau.

— Se você realmente fosse para Russia... — olhei para ele, vendo seus olhos fixos no chão — Iria sem falar comigo?

— Não, não iria conseguir — sorriu fino — Meus sentimentos por você são fortes, se eu fosse, ficaria com um peso no coração...

— Se você fosse, eu ira atrás de você! — afirmou, observando meus passos lentos até sua frente, enquanto estendia o hidratante labial para ele, vendo ele passá-los nos lábios.

— Eu tentei te avisar, queria ir até sua casa antes de ir, mas Jimin impediu.

— Era o bendito plano dele... Por um lado, agora você sabe como gosto de você.

— Mas ainda não me pediu em namoro — brinquei, pegando um creme facial para passar em suas bochechas.

— Ainda não, mas vou pedir, só quero que dessa vez estejamos a sós! — olhou para o lado, levantando da cama para beijar meus lábios com delicadeza.

— De qualquer forma, na minha cabeça já namoramos a muito tempo — brinquei, tocando a ponta de seu nariz.

— Desde quando? 

— Segredo — empurrei seu corpo deixando ele deitado na cama, enquanto pegava minha toalha ao seu lado, apoiando as pernas só por pura provocação antes de beijar sua testa, mas antes de me afastar ele falou.

— Uma vez me disse que preferia usar vestidos do que shorts, mas eles te caem bem! — desceu o olhar até minhas pernas.

— Lembra o que minha mãe disse? Vamos ser pessoas civilizadas.

— Eu apenas elogiei você...

— Mas estava olhando para minhas pernas.

— Por que são bonitas! — sorriu ladino, mesmo que o tom de suas bochechas tivessem dobrado de tamanho!

— Você é terrivel!

— Você também, provocativa demais com esse pobre Jeon! — brincou — Sua mãe não falou nada sobre as marcas no pescoço? 

— Não... Acho que por não estar sempre presente, ela acaba fazendo vista grossa para essas coisas...

— Isso seria bom? — dei de ombros.

— Ela se preocupa, pergunta se estou sendo cuidadosa e coisas do tipo... — sentei na borda da cama — Eu sei que ela confia em mim! 

— Ela te ama muito Aurora, mesmo que esteja longe maior parte do tempo, percebi no metrô, ela te olhava com tanta ternura e admiração, durante sua formatura...

— Obrigada... — apoiou os braços atrás das costas — Sabe, por estar aqui também e dizer essas coisas — levantou o corpo agora, aproximando os lábios para me dar um selinho.

Sorri, abandonando sua presença quando o som das pantufas de minha mãe arrastaram contra o piso, por isso puxei a toalha e segui até o banheiro, despindo-me e tomando um bom banho, retirando a areia presa no corpo.

Quando sai, consegui ouvir a risada de Jimin zoando alguma coisa com Jung Kook, enquanto a fumaça entrava para dentro do quarto, junto com o cheiro da carne. 

Vesti um macacão jeans por cima de uma blusa justinha na cor branca e sandálias nos pés, mas antes de conseguir sair do quarto, a presença de minha mãe fez com que eu desse um sobressalto, ela estava sorridente com um copo com suco na mão e ao corpo, um vestido longo e solto, amarelo, branco e verde.

— Filha, podemos conversar? — assenti, sentando-me na borda da cama e batendo ali para que ela sentasse ao meu lado — Como estão as coisas?

— Bem, e com a senhora? — concordou — Por que está tão séria?

— Nada, só andei pensando em algumas coisas nesses últimos dias! 

— Quer falar sobre? — negou complacente.

— Queria dar meus parabéns, dizer que tenho muito orgulho de você! — tocou minha mão — Suas escolhas são inteligentes... Até mesmo quanto aos rapazes! — rimos.

— Obrigada, mãe! 

— Também estava pensando, ficarei um tempo em Busan.

— Não tinha planos de ir a Itália?

— Estou gastando a fortuna de seu avó em minhas viagens, mas ainda penso que poderia fazer algo mais... Então pensei em abrir uma fazenda aqui perto.

— Fazenda? — assentiu — Para ser sincera, conheci alguém esses últimos anos e resolvi tentar.

— Ah, então...

— Não é por ele, é por você... — enxugou uma pequena lágrima — Quero estar perto quando lançar seu livro, quando casar e tiver seus filhos — sorriu para mim — Eu te amo filha, e não sabe o quanto eu sentia sua falta.

— Eu também senti muito a sua! — nos abraçamos — Sei que Busan e Seoul tem algumas horas de diferença, mas é mais fácil e você sabe que não gosto de viver em cidades agitadas demais.

— Eu sei, mas viajar é um dos seus amores, não pare com eles.

— Não vou, mas minha filha, você é maior que minhas viagens e romances, é meu maior tesouro — apertei mais seu abraço, sentindo o calor acolhedor que ela passava para mim, agradecendo por tê-la ali.

— Obrigada, mãe! — beijou minha cabeça, afastando para levantar e estender a mão.

— E aquele garoto, ele é bom para você?

— Bom é pouco! — sorri boba, recebendo seu sorriso como resultado de sua felicidade.

E nós ainda conversamos por um bom tempo, comendo a carne maravilhosa feita pelos rapazes. Naquela noite, Jimin ainda soltou fogos de artifícios e ficamos sentados na escadaria da porta de casa, ouvindo uma boa música instrumental.

— Sun — sai do meu cantarolar quando Jung Kook chamou minha mãe — Posso roubar Aurora por algumas horas? 

— Onde vocês vão? — ele olhou para mim, aproximando os lábios do ouvido de minha progenitora antes de sussurrar algo, e ao ver o sorriso de minha mãe, sabia que ele estava aprontando — Podem ir, mas juizo!

— Obrigado! — desceu as escadas depressa, abaixando para segurar minha mão — Feche os olhos e só abra quando eu mandar.

— Por que eu faria isso? — retruquei fingindo receio.

— Porque sei que confia em mim! — sorriu, beijando minha testa enquanto uma de suas mãos escorriam pelo meu rosto e com o carinho acolhedor de seu toque eu fechei os olhos, sendo guiada por ele pelo caminho escuro, mas que eu não temia, porque ele era quem estava me guiando.

Hey, gatinhas e gatinhos!
Como estão? Desculpa a demora a atualizar, estava ocupada esses últimos tempos, mas cá estou eu <3

Espero que gostem do capítulo e me digam, gostaram do capítulo?

O que será que o menino Jeon está aprontando?
Veja no próximo capítulo :)

Bem, é isso! Não esqueçam do votinho e comentem, isso deixa a autora muito feliz!

Eu amo vocês! 💜
Obrigada por todo o carinho!

💜