[22] malas, despedidas, Roma?

🍒 Boa Leitura! 

Não esqueça do votinho! 🥃

#beatsandcherry 

[🥃🐰]

Acordei ao seu lado assim como fizemos tantas vezes, diferente do que prometeu. ela não foi antes da meia noite, na verdade ás 09h ela ainda estava deitada, enrolada em um dos meus lençóis enquanto meus braços abraçavam seu corpo, com uma camiseta minha e a roupa intima.

Eu a deixaria dormir como estava antes, mas ela acabou acordando na metade da noite, de bochechas vermelhas ao perceber a forma como estava dormindo, levantou-se e seguiu direto para o banheiro.

Confesso que meu coração ficava agitado com o jeitinho dela, cheia de personalidade, mas tímida, era fofa e fazia meu coração disparar.

Apertei mais o abraço entre nós, fazendo-a entrelaçar nossos dedos talvez sem nem perceber. Sendo sincero, passei longos minutos analisando seu rosto inchadinho junto dos fios agitados em sua cabeça, até ela abrir os olhos e prendê-los na parede.

— Bom dia! — disse baixo, ajeitando os fios em seu rosto, vendo a girar no colchão até sair dali.

— Bom dia, Jeon! — sorriu com os lábios fechados, puxando a blusa para baixo parcialmente tímida naquela manhã, quase correndo até o banheiro.

Gargalhei, olhando para o teto enquanto esperava ela sair do banheiro, algo que não deveria ter demorado mais que 10 minutos. Fiz o mesmo, escovando os dentes, penteando os cabelos e lavando o rosto e ao sair, encontrá-la mais uma vez na cama, com uma coberta sobre as pernas.

— Por que está tão tímida? — sentei-me de frente para ela, analisando seu rosto vermelho.

— Sabe que eu também não sei — ela sorriu, enfiando os dedos entre os fios — As vezes o que vivemos parece um conto de fadas.

— Nos contos de fadas eles nunca passam dos beijos — sorri, tocando seu pescoço e vendo ela encolher o pescoço.

— Você entendeu, quero dizer que não parece real — sorriu — Talvez seja pela TPM, fico mais insegura quando essa época vai ficando próxima.

— Não se sinta assim, já disse que é perfeita — sorri, descendo as mãos por suas braços até tocarem sua coxa — E eu digo com todo orgulho do mundo, você é maravilhosa Aurora — toquei suas pernas por baixo do lençol, suspendendo até que ela entendesse que era para ficar em meu colo.

— Não faça essa coisas, eu...

— Sei que falar é muito mais fácil, mas olha, você é incrível. Seu corpo Aurora, ele me enlouquece, suas ações, os seus toques... Poxa, você me controla e eu adoro isso.

— Não me acha sem graça? As vezes acho você tão incrível e não parece que tenho coisas que possam realmente conquistar você.

Segurei sua cintura, apertando o local antes de negar.

— Você é muito mais do que pensa, Aurora e são essas coisas que me deixam caidinho por você! — beijei seus lábios, impedindo ela de dizer qualquer coisa, inclinando nossos corpos até que ela estivesse deitada comigo por cima de si.

Minha destra apertava sua coxa enquanto a outra apoiava meu corpo para beijá-la, parecia que as coisas esquentariam, se o telefone de Aurora não começasse a tocar e precisamos interromper nossas ações.

— Desnecessário — sussurrei, sentindo sua risada contra a minha pele, enquanto ela saia da cama para pegar o telefone.

— É minha mãe... — afirmou, sentando-se na beirada da cama, enquanto atendia a ligação.

Aurora foi gentil, porém curta em apenas concordar e responder algumas perguntas, uma delas sobre com quem estava e fiquei feliz quando ela foi sincera em dizer: "Estou com o Jung Kook, não se preocupe!"

Pode parecer bobeira, mas gosto daquela sinceridade, em como ela não é de mentir, como algumas garotas que fiquei onde sempre diziam estar com alguma amiga. Tudo bem, muitas precisavam salvar sua pele, mas normalmente elas não eram sinceras nem comigo.

— Minha mãe pediu que eu fosse para casa, que temos algo a conversar! — jogou-se na cama — Não quero ir, provavelmente ela vai pedir que eu vá com ela em suas expedições.

— Você não tem vontade?

— Não... Quero viajar, mas não como ela!

— Entendo... — toquei seu rosto — Podemos nos ver mais tarde? Umas 19h?

— Claro, o que faremos?

— Uma viagem pelos meus sentimentos — sorri — Vou te falar tudo que sinto por você, Aurora — ela ficou sem piscar por alguns segundos.

— Mas vo...

— Sem perguntas, só irei dizer mais tarde — puxei seus braços — Bem, é melhor eu levar você, não quero que sua mãe pegue uma imagem errada sobre mim.

Gargalhou, levantando e caminhando até o guarda-roupa, pegando uma peça de roupa, a que usou da última vez que esteve aqui. Percebi ela olhar para a peça em suas mãos enquanto eu vestia apenas uma camisa de mangas longas, analisando suas ações, consegui pegá-la respirando fundo, antes de passar a saia por suas pernas e retirar a blusa de costas para mim e olha, que cena

Ela vestiu-se com rapidez, calçando as sandálias e saindo do quarto junto comigo após juntar suas coisas. Aurora acabou levantando as sobrancelhas quando viu nossas roupas espalhadas pelo chão da sala e eu, apenas toquei minhas orelhas e desci as mãos pelo pescoço, uma das minhas reações quando ficava tímido.

— É... Você quer tomar café? — puxei minhas peças enquanto ela puxava o vestido do chão.

— Não, não... É melhor eu ir — sorriu, puxando sua bolsa e passando por seu corpo, enquanto eu procurava por minhas chaves para levá-la para casa.

O caminho foi tranquilo, apesar de estarmos em silêncio, fomos ouvindo as músicas tocadas na rádio. Trocamos poucas palavras, até estarmos parados em frente ao prédio, eu desci para acompanhá-la até sua porta e de cara já nos encontramos com Jimin descendo as escadas para jogar o lixo fora.

— E aí? A noite foi boa? — sorriu ladino, analisando as roupas de Aurora.

— Foi tranquila! — sorriu nervosa.

— Imagino, depois de chegarem na fonte da exaustão devem ter dormido como dois anjos — bateu em seu ombro, quase fazendo ele derrubar as sacolas — Vai lá pestinha, sua mãe está arrumando as malas.

— Malas? — soltou os ombros de olhos arregalados, os olhos estavam trêmulos — Como assim, Ji? Ela acabou de chegar... — pareceu não acreditar, e o outro deu de ombros com o semblante sério.

— Vai lá, ela queria conversar com você! — Aurora olhou para mim, apertando as mãos uma nas outras e antes que ela dissesse qualquer coisa, consegui dar um beijo em sua bochecha e sorrir fino.

— Nos vemos mais tarde — correu para dentro do apartamento, deixando-me sozinho com o Jimin, aproveitando para descer com ele até a portaria.

— E aí, garanhão, você gosta da minha irmã, quando vai falar para ela? — questionou, olhando para mim de lado, enquanto eu sorria sem dar uma resposta para ele, até o carro — Yah, eu sou seu hyung! Não me deixe falando sozinho...

— Desculpa, hyung, mas você vai saber! — entrei no carro, dando partida e indo para casa.

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Haviam três horas desde que Aurora tinha ido embora e sendo sincero, a casa fica extremamente sem graça quando ela não está, por isso talvez eu passei a ser mais produtivo como desculpa de que o tempo passasse mais rápido.

Naquela tarde eu resolvi escrever, por mais que eu estivesse trabalhando no filme, havia uma ideia na minha cabeça que eu gostaria de transformar em uma nova produção, por isso abri o computador e coloquei todos os tópicos sobre minha mais nova ideia, um romance místico.

Talvez eu tenha passado horas sentado naquela cadeira, planejando aquele roteiro, contudo quando meu telefone começou a tocar indicando o número de Jimin Hyung, parei e o atendi.

— Hyung?

Jeon, ferrou tudo, sua namorada está indo embora — desencostei as costas no sofá arregalando os olhos.

— Do que...

Escuta, a mãe de Aurora conseguiu convencê-la de ir para Roma, só com passagem de ida — levantei em um sobressalto.

— Park, não brinque comigo? Por que ela não me falou nada? 

Ela não sabe onde deixou o telefone, ela queria te ligar, mas ela estava chorando muito — ele fungou do outro lado de um jeito exagerado — Você precisa impedi-la, Jung Kook.

— Mas, o que eu faço?

Vai atrás dela, oras! — olhei para os lados — Ela está no metrô.

— Ela vai de trem para Roma? 

— N-não... Elas vão passar em Busan antes, pegar algumas coisas da mãe...

— Ela vai sem falar nada? Talvez não queira me ver. — disse baixo.

Não seja idiota, Jung Kook — disse nervoso — Quero dizer... Ela estava muito abalada, disse que seria mais fácil falar quando entrasse no trem, ela detesta despedidas, sabe como é, né? 

— Que mêtro ela está? Que horas o trem sai? Me passe todas as informações por mensagem, Jimin!

— Of course, boss!  — desliguei a chamada, puxando um casaco qualquer do guarda-roupa e calçando o primeiro sapato que eu vi, abri a gaveta e puxei as cartas, junto de uma caixinha com um presente que havia comprado para ela e quase entrei em desespero quando não conseguia encontrar as chaves do carro, vendo-as sobre a bancada.

"Ela parte às 16h, está na plataforma 5 do metrô central"

Faltavam um pouco mais de uma hora até o horário, e para chegar até a estação levavam quase quarenta minutos se eu tivesse sorte com o trânsito, o que não era o caso. 

Meu coração parecia que sairia pela boca, a ansiedade rodava meu peito e o medo de não vê-la tomava qualquer parte sã do meu corpo. Não queria nem imaginar, queria chegar a tempo de vê-la e dizer que mesmo que ela fosse eu iria esperá-la, não importava, eu gostava dela, muito mais do que pensei e só me dei conta naquele momento quando estava perto de não vê-la por um bom tempo sem sequer ter a chance de me despedir.

Eu iria dizer a noite, mas se soubesse que aquilo iria acontecer, teria dito aquela manhã... Teria dito desde o dia em que disse que me apaixonaria e na verdade eu estava caidinho por ela.

— Como você é idiota! — rodei a rotatória, entrando na última rua antes de parar em qualquer lugar disponível  com o carro, meu telefone vibrava com um número qualquer, mas nas duas primeiras vezes que atendi a ligação estava péssima e não consegui ouvir, porém pelo número, deveria ser engano ou trote.

Eu corri para dentro do local, subindo as escadas depressa e quase tendo um ataque de medo, o transito havia sido horrível e agora eu só tinha 10 minutos, meu coração estava doendo, parecia que eu estava prestes a perder a coisa mais valiosa para mim... 

— Jovem, você precisa de uma autorização para passar — fui barrado por um dos seguranças.

— Por favor, eu preciso entregar isso para alguém, preciso falar coisas que nunca falei — puxei minha carteira, com as mãos trêmulas — Aqui, fique com meus documentos, eu só preciso vê-la antes que ela vá — o homem que antes tinha a mão sobre a porta, analisou em um suspiro, observando minhas coisas, e durante minha ansiosa espera senti até algo molhado escorrer por minha bochecha — Por favor...

— Qual a plataforma? — pareceu entender, suspirando.

— 5!

— Pode seguir em frente, é a última! — segurou minha carteira — curvei-me agradecido, passando pela porta e olhando para os lados, antes de correr até o fim, procurando Aurora entre as pessoas e lamentavelmente, praguejei quando o número do trem que Jimin disse que era o de embarque de Aurora partiu.

Puxei os cabelos, quando o ambiente já estava vazio, indicando que boa parte das pessoas já haviam embarcado e imaginando que Aurora estava entre elas, soltei o ar, sem saber o que fazer enquanto apertava as cartas entre os dedos, e eu queria chorar... Porque estava doendo, queimando talvez.

Parado, analisando um único ponto e sentado em um dos bancos da estação senti o ar faltar quando um par de tênis parou na minha frente, fazendo meu olhar pairar sobre eles, subindo para seu rosto, dando de cara com a figura de Jimin.

— O que faz parado aqui? — Jung Kook sorriu desacreditado.

— Não cheguei a tempo, Jimin.

— Sério? Nossa viagem foi adiada para às 17... — tremi o olhar, analisando a feição serena do Park, analisando a passagens nas mãos.

— Jimin, onde...

— Meu ticket foi trocado com o dela, pre... — levantei depressa, puxando os braços de Jimin enquanto meus olhos vagavam por ele quase suplicando para que ele fosse direto e não brincasse comigo.

— Onde ela está? Park, eu estou desesperado, ela está aqui ainda? — ele sorriu, parecendo ter atingido algum objetivo e sem pressa alguma olhou para a esquerda, fazendo-me olhar também.

E com os olhos vagando as poucas pessoas, no fundo consegui ver sua silhueta, sentada no banco atrás da pilastra, mas levantando quando sua mãe voltou com uma barrinha de chocolate nas mãos.

Meus pés faltaram voar, enquanto eu corria para a outra plataforma que recentemente havia saído, mas não havia a visto. Quando meus olhos foram preenchidos por sua imagem completa, gritei seu nome, analisando seus olhos arregalados enquanto procurava por quem havia lhe chamado, até andar um pouco mais e girar vendo minha correria até ela, sendo surpreendida com meu abraço.

Ela estava parada, talvez tentando processar tudo que estava acontecendo enquanto eu só mantinha a fixação de ter finalmente a encontrado antes de ir.

— Jeon...

— Como pode ir embora sem falar comigo? Uh? — suas mãos rodearam meu corpo — Eu fiquei desesperado achando que não a veria mais.

— Eu tentei avisar... Jimin, ele...

— Espera... Antes de ir tenho algo a dizer — desfiz o toque, ficando a um passo de distância enquanto puxava seu pulso e colocava as cartas sobre sua mão.

Enquanto ela parecia não entender, fui capaz de absorver sua imagem, os cabelos presos, olhos espantados e trêmulos, descendo eles até as cartas amarradas pelo barbante.

— Eu gosto de você, Aurora! Isso é óbvio e demorar tanto me trouxe ate aqui e quase não conseguir dizer tudo antes de você ir... — suspirei — Gosto muito de você, tanto que não quero perder você... — ela olhou para mim — Desculpa ter demorado tanto, desculpa se te deixei confusa... Eu estou desesperado Aurora, tive tanto medo de não conseguir ver você, de... — interrompeu-me, puxando meu rosto de encontro com o seu para que nossos lábios se encontrassem.

— Jeon — abraçou meu corpo enquanto eu deixava lágrimas rolarem — Não seja tão dramático, eu estou aqui...

— Mas você vai embora, vai para Roma e esquecer das coisas que...

— Espera, Roma? — afastou olhando para mim de sobrancelhas erguidas.

— Sim...

— Quem te disse que vou para Roma? — vagou o olhar por meu rosto, até virar o rosto a procura de Jimin que estava escondido atrás da mãe de Aurora com fones no ouvido, olhando tudo de longe.

— Jimin!!! — gritamos e o rapaz tremeu.

— Não briguem comigo, eu adiantei o processo de vocês, estava lento demais.

— Concordo! — a mais velha, que agora estava sentado ao lado do de cabelos negros, cruzou as pernas no mesmo momento que o Park.

— Por que fez isso? Eu quase tive um ataque, Park! — disse nervoso — Não queria que as coisas tivessem saído assim, eu estava planejando fazer algo bonito e sentimental.

— Jeon, acha que tem algo melhor que isso — ele sorriu — Você está com sapatos de corrida fluorescente com uma jaqueta de couro vermelho e blusa dos vingadores, seus cabelos parecem um tornado e seu nariz está vermelho de tanto chorar, acha mesmo que isso não é sentimental?

— É vergonhoso!

— Mas é sincero! — Aurora tocou minha mão.

— Ele está certo, foi melhor do que pensei! — abaixei a cabeça, sentindo ela tocar minha bochecha.

— Mas, se não vai para Roma, onde vai então? Por que não me avisou.

— Ah, eu roubei o telefone dela! — Jimin entregou o celular com uma capinha colorida para Aurora, mas no mesmo momento recebeu um peteleco na nuca por parte dela — Se ela conseguisse te avisar, vocês iam adiar essa declaração mais uma vez.

— Então você não vai embora? Por que as malas então?

— Vou em Busan, volto amanhã. Eu estava tentando falar com você, mas sempre que atendia você desligava — lembrei-me das ligações que recusei por ser de um número desconhecido.

— E depois você volta? — assentiu e foi como se 3 toneladas deixassem minhas costas, eu precisei abaixar-me no chão para suspirar aliviado com aquela noticia.

— Jeon, levante — seu tom era divertido, mas eu percebi o tremer de sua voz — Vamos, temos 15 minutos até o trem chegar.

— Aurora, Deus do céu, parece que estava prestes a perder o chão!

— Exagerado! — levantei, puxando seu corpo para um abraço mais uma vez.

— Por que você não vai com a gente? — Jimin propôs.

— Não quero atrapalhar o momento de vocês, sem contar que não tenho nada que vestir — o Park parecia ter planejado alguma coisa só pela forma como sorriu.

— Acha que não pensei em tudo? — coçou a garganta — Tenho roupas para duas pessoas e fiz questão de pegar duas cuecas novinhas só para você usar! — senti minhas bochechas esquentarem — Qual é, a Aurora já deve ter visto a salamandra que fica debaixo desses tecidos, não precisa corar só porque citei sobre um pedaço de pano — desviei o olhar do campo de visão da mãe de Aurora, que fingia ler um jornal enquanto mantinha os olhos arregalados.

— Jimin, por que você é assim? — Aurora sussurrou, rangendo os dentes.

— Assim, você quer dizer "extremamente esperto, sedutor e dono dos planos infalíveis de juntar um casal"?

— Sem vergonha! — debateu enquanto cruzava os braços.

— Mas eu não tenho passagem, co... — Jimin ergueu dois tickets em mãos, fazendo-me olhá-lo incrédulo — Senhora, Clark... — olhei para a mais velha, que subiu o olhar para mim antes de levantar, olhar o relógio e tocar meu ombro.

— Temos lugar para o Jimin, então para você também temos — sorriu fino — E preciso conhecer o cara apavorado do metrô antes de deixar minha filha sozinha.

— Não se preocupe, serei um bom garoto! — ela sorriu, descendo as mãos por minhas costas antes de dar dois tapinhas nela.

— Aqui seus documentos, mostrei sua passagem e já confirmaram sua entrada, o segurança disse que estava torcendo por você — olhei para a porta, analisando o senhor que permitiu minha entrada acenar bem de longe.

Sem ter mais nada para discutir sobre aquela ocasião, deixei meu olhar voltar para Aurora que estava ao meu lado analisando as cartas, enquanto uma de suas mãos tocavam o colar com um sorriso.

De longe, conseguimos ouvir o som do trem se aproximando e quando ele parou, apresentamos nossas passagens e entramos, Jimin sentou-se junto a Sunny e eu com Aurora, deixando-a do lado da janela e foi apenas um tempo depois que consegui perceber as pessoas nos olhando, pensei em quantas vezes assisti filmes clichês onde o protagonista corria atrás de um trem, mas  nunca imaginei que naquele roteiro ou livro da vida eu seria o protagonista, e nunca pensei que seria tão desesperador pensar que não veria alguém que você tanto gosta.

De fato meu coração estava acelerado, minhas mão soavam e vez ou outra eu deixava um sorriso escapar. Esses sentimentos eram a resposta para aquela conta tão difícil, nomeada de Aurora.

— Quando escreveu essas cartas? — puxou a última, analisando o envelope um pouco amaçado por causa da minha correria.

— Um pouco depois que nos conhecemos, Taehyung e eu acabamos discutindo sobre o que eu sentia... — ponderei continuar — Contei a ele sobre a confusão de sentimentos quanto a você, e ele recomendou que eu escrevesse tudo que você me causava — descolou o adesivo em formato de sol.

— "Querida, Aurora... Dormimos juntos esses dias atrás e foi algo tão estranho... Aish, são sentimentos complexos demais! Já os senti, não? Obviamente não! Jamais vou esquecer essa miscelânea que meu corpo sente por sua causa..." — sorriu ao ler os pequenos trechos dispostos na folha — "Eu quero pular em seu oceano, mas por quê tenho tanto medo?"

— Hum... Será que poderia ler quando estivesse sozinha... — sorri sem graça, impedindo que ela abrisse as próximas.

— Se você está pedindo — guardou-as com cuidado na mochila — Jung Kook! — virou-se para mim no banco vermelho do trem — Talvez não tenha dito, mas sou completamente apaixonada por você! — sorriu abertamente, tocando minha mão sobre o apoio de braço e eu não faltei sorrir como um idiota.

— Eu também! — mudei a posição de nossas mãos para entrelaçar nossos dedos, dando um breve beijinho sobre a pele delicada. 

Ela sorriu, tocando minhas tatuagens antes de fazer um coração sobre elas.

— Pensa em fazer mais? 

— Não sei... No momento ainda não! — concordou.

— Gosto delas, você fica incrível quando veste aquelas camisas brancas e sobe a manga, me causa borboletas.

— Só quando as uso? — gargalhou negando — Você me causa borboletas só existindo Aurora... — ficou tímida, sussurrando um "idem" baixinho.

— Quando conseguiu descobri o que realmente sentia? — apoiou a cabeça em meu ombro.

— Um pouco antes da sua formatura, quando fiquei aqueles dias sem poder vê-la eu escrevi a última carta e na metade dela afirmei sem perceber que estar com você era o que me completava naqueles últimos tempos e que eu era louco para ter você todos os dias!

— Escreveu isso aqui?

— Não nas mesmas palavras — rimos — Gosto muito de você, Aurora, tanto que sempre que olho para você meu coração acelera.

— O meu também! — disse simples e após sua última fala ficamos em silêncio, até o instante que ela pareceu lembrar de algo e do fundo da mochila, puxar uma caixinha — Na estação havia uma loja de coisas antigas, procurei por uma replica de uma câmera que vi na internet, mas só encontrei essa!

— Aurora... — meus olhos brilharam, era uma câmera instamatic analógica branca com preto, retangular e pequenininha com um apoio de mão que havia um chaveiro preso nela, com o nome "Diretor JK" cravado em dourado.

— Diretor de ouro! — sorriu — Também tenho momentos que vi muito amor nos seus olhos, Jeon! — tocou meu rosto — Naquele campo, com seu avó e quando falou sobre seu pai e a influência dele nas suas escolhas.

— Isso... Eu nem tenho... — foi como se uma abertura na minha memória se abrisse — Meu pai tinha uma câmera dessa, ele levava ela para todos os nossos passeios... Você recuperou uma memória na minha vida que... — não tinha palavras, coisas que faziam com que eu sentisse demais tiravam as palavras da minha boca.

— Não foi bom?

— O que? Não! Isso é mais que fantástico, a sensação é como uma chama não-inflamável no peito, aquece apenas! — ouvi ela soltar o ar parecendo aliviada.

— Espero que a use muito, ela funciona! — abri um sorriso bobo no rosto, posicionando ela na frente do rosto, virando em seguida para fotografar o rosto sorridente de Aurora.

— Terrivelmente perigosa!

— Tão bobo! — sorriu, acomodando-se no banco.

— Venha, vamos tirar uma foto — colei minha cabeça na sua, invertendo a posição da câmera para a altura de nossos rostos, antes de contar até três e abrir um sorriso gigante para ela.

— Fofo! — sorri tímido enquanto olhava pelo pequeno quadradinho, percebendo que quase cortei parte de nossas cabeças, mas que no fim, deu certo.

— Viu Aurora? —seus olhos moveram até os meus, sem entender nada — Eu disse que me apaixonaria por você!

E foi com o sorriso tímido nos seus lábios, que ela deitou a cabeça em meu ombro e apertou nossas mãos, fechando os olhos enquanto nosso caminho era seguido...

💜

OI XUXUS!

Como vocês estão, atualização de sexta-feira para terem um final de semana muito bom! Espero que estejam bem e aguardem porque se vcs acham que acabou as declarações do bobo do JK, tá enganado! 

Inclusive, somos 6k de leituras e 1k de votos, eu só tenho a agradecer vcs <3

Espero que tenham gostado desse capítulo, um beijão e não esqueçam de comentar o que acharam sobre a história, assim como usarem a # também! 

Beijocas e vejo vocês em breve! 💜

#beatsandcherry

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