🥃 boa leitura!
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#beatsandcherry

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Sabe aquela louca sensação de estar bêbado, mesmo que você não tenha tomado uma gota de álcool?

Pois era dessa maneira que eu me sentia todas às vezes que nossos lábios estavam juntos. Como naquele momento, jogados no chão, experimentando um pouco mais do sabor da confusão sentimental.

- Seus lábios ainda estão com o gosto do café - afirmou quando nos afastamos.

- Os seus também, com um pouquinho do biscoito de chocolate - ela gargalhou, pondo a mão nos lábios.

- Vamos continuar deitados aqui? - neguei, enquanto segurava seus braços após sua fala, ficando de frente para ela.

- Vamos sair? - perguntei, ignorando a garoa fina lá fora - Em um encontro.

- Encontro? - perguntou surpresa.

- Sim, podemos ir no shopping, assistir um filme, tomar sorvete... - comentei um pouco tímido.

- Sabia que nunca fui em um encontro de verdade?

- Não? Mas você já não namorou?

- Sim, mas sempre que saíamos ele ia junto ao time de basquete ou então me chamava para os jogos - disse suspirando.

- Se esse cara for o mesmo dos beijos, temos ai a prova de que ele é um idiota - afirmei com um pouquinho de raiva.

- Você é engraçado quando faz esses biquinhos - apertou minhas bochechas - Parece uma criança.

- Que biquinho?

- Não sei explicar, mas é meio assim... - tentou imitar, enquanto eu ria.

- Como? Assim? - fiz um biquinho, vendo ela me imitar, porém fui rápido em dar um selinho em seus lábios o que a deixou surpresa.

- O que? Você... - segurei suas bochechas para deixar outro beijinho, que esse seria mais demorado se...

- Pelo amor de Deus, todo dia isso? - se Yoongi não aparecesse com sacolas de compra na mão, eu estava tão preso em Aurora que sequer ouvi o barulho da porta sendo destrancada.

A garota levantou depressa, completamente envergonhada, descendo a barra da saia quando estava de pé.

- É só você ligar da próxima vez! - rebati, caminhando até ele e segurando as sacolas para colocá-las sobre a bancada.

- Eu ligue, mandei mensagem e ainda te falei no e-mail junto com a música.

- Não peguei no celular hoje e achei que não fosse ligação importante - ao fundo vi Aurora sentar no sofá com uma almofada sobre as pernas.

- Da próxima vez mando um buquê de flores com um cartão avisando - piscou e eu revirei os olhos - Aliás, oi Aurora - deu um giro a procura dela, acenando rápido.

- Mas por que fez as compras?

- As compras são minhas, mas eu preciso que olhe a letra da música, preciso enviar para Hyuran-ssi. - afirmou, tirando a mochila das costas, pegando um caderno vermelho lá de dentro.

- Min, eu já disse que está boa, porque está tão preocupado? - disse revendo a música que tinha poucas alterações desde a última vez que vi.

- Parece que está faltando alguma coisa - bateu a ponta do dedo no papel.

- A melodia.

- Hyuran está me ajudando com isso, mas ela não sabe tocar piano, ela tenta me enganar mas não sabe.

- Mas ela não é professora? - ao fundo eu vi Aurora rir, deitando no sofá enquanto mexia no celular.

- Sim, no início achei que ela só estivesse desinteressada, mas depois ela me falou que reprovou em piano e só sabe três músicas.

- Certo, e aí?

- Eu estou ensinando ela!

- Mas achei que não soubesse.

- Algum de nós precisava aprender, né? - ri, admirado com o quanto Yoongi pegava as coisas com facilidade.

- Você é genial, assim como a sua música, não se preocupe - suspirou, enquanto batia as mãos em suas costas.

- Obrigado! - ficamos em silêncio - Inclusive, isso aqui é para você - tirou um pote cheio de chocolate de uma das sacolas.

- Uh? Mas eu não gosto de chocolate...

- Justamente, é para a Aurora - ri desacreditado - Isso aqui já é para você, sei que é o único doce que você gosta - puxou um pacote de balinhas, o mesmo que ficava em um pote ao lado do sofá.

- Valeu, hyung - sorri, observando ele puxar as sacolas de cima do balcão.

- Bem, vou indo para deixar vocês namorarem - deixei um tapa em seu braço, vendo e rir - Aliás, vocês precisam ir na 24/7 essa noite.

- Por que?

- Se eu levar cinco amigos, ganho um aumento. E hoje é sábado, vocês sempre vão!

- Certo, vou...

- Aurora, você vai não é? - ela pareceu surpresa, mas concordou enquanto sorria - Ótimo, vou deixar o licor e a vodca bem geladinhos e ajustar as luzes - nós rimos. Eu acompanhei Yoongi até a porta, enquanto continuava dizendo sobre sua música estar boa o suficiente e que ele não precisava se preocupar.

Fechei a porta atrás de mim, escorando as costas na parede e desviando meu olhar para o dela, enquanto suas mãos tocavam as costas do sofá olhando para mim também.

- Ainda teremos aquele encontro? - perguntou, mordendo o lábio inferior e eu juro que por segundos minha alma subiu.

- Se você quiser... - ela balançou a cabeça, levantando do sofá.

- Eu vou lá em casa então...

- Você está linda assim! - afirmei, analisando cada detalhe - Você tem algumas coisas aqui daquela vez, podemos só ir...

- Certo - disse com um sorriso, caminhando até o quarto e eu a segui, vendo ela procurar por uma pequena bolsinha e seguir até o espelho do banheiro.

- Você quer uma blusa de frio? - perguntei, lembrando que ela estava com uma roupa mais fina e que o que nos mantinha quente era o aquecedor.

- Posso usar aquela que estava usando.

- Eu tenho várias aqui, escolha a que você achar que combina mais - ela saiu, com um pouco de maquiagem no rosto, delineado, talvez alguma base e um batom quase imperceptível, que mais deixava com um aspecto saudável.

- Tudo bem se for essa? - disse a respeito de uma das jaquetas de couro - Parece com a que usei aquele dia.

- Pode usar a que você quiser - sorri, puxando um sobretudo azul marinho para evitar o frio e uma calça preta, indo até o lado de fora do quarto para trocar de roupa depressa.

- Certo, estou pronta - afirmou quando voltei para o quarto. Aurora vestia uma blusa preta de mangas curtas, uma saia jeans que ia até um pouco abaixo da metade das coxas e a jaqueta negra sobre os braços, e em suas mãos ela segurava as botas de uma das vezes que ficou aqui.

- Vamos, então? - assentiu, enquanto eu puxava a carteira a enfiando no bolso, assim como o telefone.

Nós caminhamos pela casa até sairmos, eu percebi Aurora nervosa por alguns instantes inclinando o corpo para frente e para trás vez ou outra enquanto estávamos no elevador.

- O quer faremos primeiro? - quebrou o silêncio.

- Cinema? - concordou, enfiando as mãos na jaqueta.

No carro, liguei o som em uma música baixa, ligando o aquecedor por causa do frio enquanto eu dirigia para fora do estacionamento do prédio, observando as ruas úmidas e molhadas por causa da chuva.

- Em breve teremos neve - afirmei, lembrando que logo os primeiros flocos começavam a cair.

- Sim, é uma época linda - apoiou a cabeça na janela, desenhando um rostinho nela graças às pequenas partículas que embaçavam o vidro.

Deixamos as ruas até o shopping, era razoavelmente perto do prédio em que eu morava, então facilitava.

Lá dentro, nós subimos as escadas rolantes até a entrada do cinema, avaliando os filmes que rodavam os cartazes.

- Romance...

- Você sempre gostou de romances? - perguntou, puxando a identidade do bolso para entregar a moça do balcão.

- Na verdade, não. Comecei a gostar depois que escrevi meu roteiro anterior.

- E o que você gostava antes?

- Filmes de ação, ficção científica. Eu ainda gosto, mas romance está na minha lista agora também - pegamos os tickets. Ainda tínhamos 1h até o início do filme, era o momento de irmos em algum lugar e comprar comida.

Entramos em uma loja que praticamente tinha de tudo, pegando salgadinhos e enfiando em uma cestinha que ela segurava enquanto eu pegava as coisas que dizíamos ser o melhor.

Aurora parou por alguns instantes, analisando uma parte da loja em específico, a parte literária. Portanto, o que ela realmente observava era uma mulher, talvez na casa dos seus 32 anos, cabelos vermelhos, estética coreana e sorriso simpático, no entanto ela estava ali em uma sessão de autógrafos do que seria seu novo lançamento, ela sorria para cada um que parava a sua frente com um exemplar nas mãos.

- Ei, Aurora! - toquei seu ombro, inclinei a coluna para ficar na sua altura, recebendo o olhar puro da garota - Não fique triste, okay? Você está apenas começando.

- Estou feliz, Jeon! - colocou a mão na frente do corpo - O trabalho de um escritor é terrivelmente cansativo, mas quando vejo pessoas como ela, realizando o que provavelmente sonharam tanto... Me trás felicidade.

Admirei seu pequeno sorriso, ela era fantástica, sua forma de ver o mundo era verdadeiramente admirável...

Ficamos mais alguns minutos ali. Eu a olhando e analisando sua expressão serena, até que ela saísse de onde estávamos e pudéssemos continuar nosso trajeto, pelos corredores da loja.

- Quando é a sua formatura? - perguntei, quando já estávamos na fila do caixa.

- Dia 29 do mês que vem! - afirmou, pegando uma arminha de brinquedo que havia sido deixada em cima do freezer cheio de picolés.

- Hum!

- Você vai? - apontou o objeto em minha direção.

- Você ainda não me convidou - puxei um chocolate da prateleira, rodando ele entre os dedos.

- Jeongguk, você iria na minha formatura? - sinceramente, eu adorei como meu nome saiu, foi fofo e provocante, delicado e forte, carinhoso e bom demais... Eu sorri, como um bobo puxando a arminha de sua mão no intuito de que ela chegasse mais perto.

- Depois me fale a cor do seu vestido - sorriu, como eu amava, o sorriso aberto, profundo e encantador como todas as vezes que sorria.

- Tem um baile depois...

- Dançaremos juntos...

- Eu ia dizer para fugirmos juntos...

- Pro meu apartamento... - corou, quando nossos rostos estavam pertos demais, andando o pouco que a fila tinha andado - Mas eu ainda quero dançar com você!

- Certo.

Ela continuou com os passos, seguida por mim até pararmos no caixa para pagar nossas compras. Eu consegui convencê-la que pagaria, mas ela disse que pagaria o sorvete. No corredor escuro, passamos pelas poucas pessoas subindo as escadas iluminadas por uma pequena luz em cada ponta do degrau, parando nas cadeiras duplas do canto, eu ao lado da parede e ela ao meu lado.

As luzes acenderam por alguns minutos para que pudéssemos nos ajeitar nos bancos, mas no meio do tempo um rapaz chamou minha atenção, ele parecia ser bonito, mas a mascara não deixava que eu vesse seu rosto. Ele iria sentar na nossa frente, mas ele acabou demorando tempo demais enquanto olhava para Aurora, de inicio ela não percebeu por estar concentrada demais no telefone, por isso tirei meu casaco e coloquei sobre suas pernas, de primeira ele parou de olhar, sentou-se no seu lugar, mas ridicularmente usou um espelho para olhar Aurora.

Eu arregalei os olhos, e mesmo que o filme não tivesse começado eu abri o pacote de salgadinhos e joguei alguns em cima dele, disfarçando quando Aurora olhava para mim, rindo sem entender nada, e dele recebendo uma carranca, mas encolhendo-se no lugar até o momento que as luzes se apagaram. Agradeci por ele ter ficado quieto e não dar mais nenhuma na cara.

- Aqui! - entreguei uma latinha aberta para ela - Está com frio? - Negou.

- Você deve estar, pegue sua jaqueta - iria tirar a peça que usava, mas eu impedi afirmando não estar com frio, e de verdade eu não estava.

- O filme vai começar - sussurrei, ajeitando-me no assento, enquanto ela deixava um joinha.

A sala foi iluminada pelas imagens do filme, o enredo era ótimo, era uma comédia romântica e isso nos tirava risadas e confesso que vez ou outra eu aproveitava a distração para jogar um salgadinho ou outro no cara a nossa frente e quando ele olhava fazia questão de fazer uma careta, mais especificamente eu arregalava os olhos e quando Aurora não percebia, colocava a língua para fora.

Mas fora minha infantilidade, a melhor coisa que aconteceu naquela tarde foi o momento exato em que acidentalmente nossas mãos tocaram uma na outra e a partir dai, esquecemos o filme, apenas nos olhamos. Parecia tudo muito planejado, porque a música romântica começou a tocar, mas diferente do que podíamos fazer, nós rimos, ouvindo algumas reclamações daqueles que estavam perto de nós e envergonhados, nos encolhemos arrastando nossos braços um no outro, voltando nossa atenção até o fim do filme.

Quando as letras subiram e as luzes acenderam, levantamos, recolhendo os lixos do que comemos e descemos as escadas, mas fomos barrados na metade do caminho por nada mais nada menos aquele rapaz que estava a nossa frente e eu não contive em evitar a careta.

- Posso ajudar? - perguntou gentilmente, mas sua expressão mudou quando aquele que estava a sua frente retirou a máscara - Wooyoung...

- Meu bem!

- Meu bem? - sussurrei, olhando para os lados em choque, esfregando a testa na expectativa de relembrar algo sobre aquele nome, e quando lembrei faltei colocar as aulas de boxe em prática.

- O que quer? - não olhou para ele, na verdade ela fez foi dar dois passos para trás até estar ao meu lado, ela não havia abaixado a cabeça, só parecia abalada com algo, não havia gostar nos seus olhos ou amor, havia tristeza, mágoa.

- Você terminou comigo sem motivos depois que se mudou, procurei por você...

- Não perca seu tempo! - levantou a cabeça - Tudo que tivemos faz parte do passado. - ele passou a língua entre os dentes, desviando o olhar para mim.

- Gostando de outro? - deu um passo, mas eu passei na frente de Aurora.

- Isso não importa mais! - disse - Escuta, acho que conheço você de histórias que ela já me contou - olhei o rapaz um pouco mais baixo que eu, que sorria malditamente bonito e me dava vontade de socar a cara dele por parecer querer seduzir até o homem da limpeza.

- E o que ela disse? - pareceu curioso.

- Que não se lembrava de nada, porque você não causava sensações nenhuma, nem cocegas - sorri ladino, jogando o cabelo para trás e eu o vi procurar por palavras - Ah, e no dia seguinte sabe o que ela disse? - segurei a mão de Aurora, sentindo o calor, mas ainda olhando para ela por cima do ombro enquanto ela atuava muito bem naquela pose de orgulho - Que lembraria de tudo, mas que queria reviver todos os dias aquelas memórias.

Sorri, dando um soquinho em seu ombro antes de continuar saindo da sala de cinema, puxando Aurora comigo. Já distantes, paramos em um pequeno banco em um pequeno espaço do shopping e em um silêncio engraçado, nós deixamos a risada sair, dando alguns tapinhas na perna enquanto tentávamos manter o controle.

- Obrigada! - disse, de bochechas vermelhas por causa das risadas.

- Aquele cara ia atrapalhar nosso encontro, precisava me livrar dele - ela riu, ponderando o olhar em nossas mãos, ainda juntas, tocando a ponta do dedo da outra mão sobre as tatuagens.

- Tem quanto tempo que nos conhecemos?

- 1 mês e 12 dias.

- Você está contando? - olhou-me com a sobrancelha erguida.

- Preciso saber quanto tempo vou demorar para conseguir dizer.

- Dizer o que? - olhei para ela, sorrindo fino, aproximando nossos rostos.

- Que gosto de você!

Oi gente! Como vcs estão?
Gostaram do capítulo??? Eu espero que sim!
Atualização saiu atrasada, mas amanhã ainda tem hein... E olha... o Hot...
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Bem, vejo vcs em breve ❤
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