[08] cuidado, acaso e chocolate

🌙 boa leitura
Não se esqueça do votinho 💛

#beatsandcherry 🍒

Durante o intervalo após as primeiras quatro aulas, meus pés me guiaram pelos corredores ao lado de minha fiel amiga: Hyuran Moon!

A Australiana de cabelos negros que chegavam um palmo abaixo do ombro, pele morena  visual elegante e sofisticado era professora de música na minha faculdade. Apesar de estarmos no mesmo bloco da universidade, era mais complicado encontrar uma a outra do que parecesse.

Nós nos conhecemos talvez quando eu tinha meus 16 anos e elas uns 22, em uma plataforma de escrita, começamos a conversar e alguns anos depois nos encontramos quando fui fazer a prova do vestibular e ela era a fiscal das salas, foi estranho vê-la naquele momento que até então só rodava tensão, mas encontrar com ela também me aliviou e fortaleceu o que chamamos hoje de "amizade conectada pela alma".

Hyuran era sincera, ela dizia se gostava ou não de algo, prezava pela sinceridade, mas não por ofensa, ela sabia equilibrar as palavras ao ponto de apenas ajudar, pelo menos na maioria das vezes.

— Aquele cara é terrivelmente chato! — soltou as palavras enquanto segurava um caderno de partituras — Quer que eu o ensine piano quando não temos piano na grade.

— Ele quer aulas extras? — concordou — Mas achei que tivesse reprovado em piano — amarrei os cabelos com uma liga vermelha.

— Esse é o problema, eu não sei tocar piano, mas se eu disser isso a ele vai rolar os boatos: "Que tipo de professor de música não sabe tocar piano?" — bufou, batendo o conjunto de papéis sobre o rosto.

— Ei, Hyu! Eu sei que se você tentar você consegue — bati em seu ombro como apoio — É só ensaiar aquelas músicas básicas.

— Vou ver o que faço, aquele branquelo — bufou enquanto eu apenas ria da sua carinha brava.

Nossas conversas rolaram desde o aluno de Hyu até Jung Kook, eu não sei como fomos parar naquilo, apenas que do nada estávamos falando sobre bolinhos e entramos no cara irresistível do bar.

— Ele parece ser bonito, por que nunca me falou dele?

— Porque ele era algo impossível de alcançar.

— Se você alcançou então não era impossível, só precisava das mexidas certas.

— Eu ainda estaria o observando se não fosse por Jimin — cruzei os braços lembrando daquele dia.

— E como vocês estão hoje? Algum sinal de investida? — sorri amarelo, enquanto deixava ela para trás — Eu conheço essa cara, aconteceu algo sério, pelo amor de Deus o que vocês fizeram?

— Nos beijamos na primeira noite... — ela curvou as sobrancelhas como se soubesse que havia mais — Eu desmaiei, ele me levou para casa dele...

— Aurora pelo amor de Deus, você é louca? E se ele fosse uma pessoa má?

— Certo, eu fui irresponsável, mas isso foi culpa de Jimin, ele me deixou lá sem chave ou carro... Ele disse que cuidaria de mim caso ele não aparecesse e foi o que aconteceu.

— Não muda nada, ele era um desconhecido.

— Eu não tive culpa em desmaiar... — fiz um biquinho.

— Por favor Aurora, tome cuidado — puxou meu corpo me abraçando — Nem todo mundo será bom assim.

Eu balancei a cabeça, sorrindo assim que  afastamos. Deixamos a companhia uma da outra quando os minutos livre acabaram, ela indo até a sala dos professores e eu para a B-2.

Com a correria do fim do dia, rodado por planos da faculdade e exames finais, o horário de almoço finalmente chegou e eu poderia ir para casa almoçar.

Pluguei os fones de ouvido no telefone antes de sair totalmente do campus, sendo acolhida pelas músicas da minha playlist, mas algo muito mais alto me fez abandonar o som que saia dali, uma buzina.

— Eu sei que hoje é terça, mas nós podemos sair além das quintas e sábados não é? — o rapaz disse após abandonar o carro, parando de frente para mim. Ele estava tão bonito como todas as vezes, uma jaqueta de couro por cima de uma blusa branca, calça jeans e coturnos, cabelos presos sobre a cabeça pelo óculos escuro.

— Não devia estar no trabalho? — perguntei rindo com certa timidez.

— Tenho o fim do dia livre, sai com meus colegas de trabalho hoje cedo para visitar alguns cenários — balancei a cabeça concordando — Eu estou morrendo de fome e tenho certeza que também está.

— Você veio de propósito ou estava passando por aqui?

— Se você considerar desviar da rota para passar de frente a saída da faculdade por curiosidade como acaso, foi isso. — gargalhei, incrédula com sua sinceridade, enquanto entrava no carro, passando o cinto por meu corpo.

— E você está gostando do seu trabalho?

— Bastante, é divertido e recompensador — sorriu com a atenção presa no trânsito.

— Fico feliz, é um trabalho muito complexo e eu te admiro por fazê-lo tão bem — sorriu mais uma vez, sussurrando um: "Obrigado" enquanto dirigia.

Nós paramos em um pequeno restaurante, porém moderno. Tinha uma estética simples, mas os móveis eram brilhantes e elegantes, as cores iam de um bege até o vinho. Nós nos sentamos em uma das mesas próximas da janela, e abrimos o cardápio, Jung Kook foi quem escolheu, afirmando que o prato que tinha frutos do mar era o melhor de toda Seoul.

— Aliás, Jung Kook! — disse, engolindo em seco ao lembrar da festa de inverno que haveria na faculdade em alguns dias — Se eu pedisse pra ir em um evento comigo, você iria? — ele balançou a cabeça como se fosse uma mola.

— Por que quer que eu vá com você?

— Jimin tem que trabalhar no dia e eu não conheço outros homens que possam me acompanhar nessa missão — cerrou o olhar — Eu só preciso que deixe seu bonito porte físico ao meu lado enquanto eu faço o discurso.

— Certo, quando é? — ele apoiou as mãos embaixo do queixo, fixando suas iris negras nas minhas de uma maneira profunda que por segundos esqueci completamente de continuar.

— Sexta que vem.

— Então na quinta você já leva suas coisas lá para casa — entortei uma sobrancelha — Depois do bar, você já pega suas coisas e na sexta você passa o dia lá em casa, quando der a hora nos arrumamos juntos — eu ri, desacreditada com o quão sem vergonha ele podia ser.

— Você é muito cara de pau — deu de ombros, tirando os cotovelos da mesa quando fomos servidos.

Jeon foi sincero quando disse sobre o pedido ser ótimo, afinal aquilo estava divino, tudo no ponto certo e bem temperado.

Ao fim da refeição, dividimos a conta por insistência minha e saímos pelos arredores, contornando um pequeno parque que havia em frente, jogando conversa fora.

— Quer chocolate? — apontou uma barrinha na minha direção.

— Achei que não gostasse de doces — disse ao pegar, agradecendo em seguida.

— Taehyung disse que garotas gostam de chocolate — afirmou, desviando o olhar e enfiando as mãos no bolso.

— Está tentando me conquistar? — perguntei enquanto passava a sua frente, na tentativa de olhar seu rosto que estava totalmente vermelho.

— Não, é só... — interrompi, com um pedacinho de chocolate entre seus lábios, continuando meu caminho enquanto ele ficava para trás, de olhos arregalados parecendo perplexo.

Nos sentamos em uma banco de frente o parquinho, repleto de crianças aproveitando o que eu chamava de "Idade de Deus" só diversão e nenhuma preocupação, um prestigio para os próximos anos.

Deveríamos ter passado mais de trinta minutos ali, absorvendo o clima e trocando conversas até  levantarmos para irmos para casa. Jung Kook dirigiu devagar e no prédio ele fez questão de subir as escadas comigo até a porta.

— Obrigada pelo almoço, pela caminhada e pela carona... — disse com a mão na maçaneta, olhando para os pés em seguida para seu rosto.

— Não foi nada — sorriu — Passar esses momentos com você são divertidos, eu gosto — suas bochechas coraram enquanto coçava a nuca.

— Então... — dei um passo para trás — Vá para casa e descanse — concordou com as mãos no bolso, sorrindo e dando passos lentos para trás.

Jung Kook e eu caminhamos juntos em caminhos opostos até a porta separar nós dois, eu colei as costas na madeira suspirando com o  sorriso bobo colado no rosto, fechando os olhos, mas abrindo no mesmo momento com duas batidas leves atrás de mim. Ajeitei a postura, destrancando a porta recentemente fechada e  sendo pega de surpresa por Jung Kook, com os olhinhos arregalados e ofegante.

— Hum, é... Eu desci as escadas, mas tive impressão de que tinha esquecido algo... E subi denovo — disse recuperando o ar — Mas ai eu pensei que não tinha nada e desci — Só que então eu lembrei e subi mais uma vez... — ri de seu jeitinho, chegava a ser fofo.

— E o que você esqueceu? — questionei rindo, mas fechando o sorriso em um leve desespero com os dois passos em minha direção.

— Ai meu Deus, é agora! — olhamos para trás assustados, graças a voz de Jimin, com a cabeça nas costas do sofá olhando tudo de longe. Jung Kook sorriu, puxando a porta e fechando-a atrás de mim, subindo com a mão até estar ao lado de meu rosto.

— Eu não me esqueci de nada, mas gosto das sensações que seus beijos causam em mim — arregalei os olhos, surpresa pelas palavras repentinas, sentindo os dedos de sua mão esquerda tocarem minha bochecha.

— Meus beijos?

— É, mas são os seus e isso é estranho.

— Beijou outras garotas? — levantei as sobrancelhas, analisando cada uma de suas expressões, como quando deixou a cabeça cair e uma risada tímida sair.

— Sinto muito, mas as outras só mataram minha curiosidade de entender se era apenas você ou todas.

— Onde quer chegar? — como todas as vezes, sua mão em contato com minha cintura causaram o frio na barriga, o frio tão bom.

— Por enquanto, na parte em que nos beijamos — um sorriso divertido saiu de meus lábios, segurando cada lado de sua jaqueta de couro e puxando até que nossos lábios estivessem unidos.

Como sempre, doce e suave, mas cheio de marcas únicas dele, do cara misterioso do bar que arrancava suspiros meus e quem quer que o visse. Eram beijos sem qualquer compromisso, mas que tinham um sabor de adrenalina, descobertas e juventude... Coisas que eu faria agora e sequer sabia se iriam resultar algo no futuro, mas que deixavam as borboletas loucas no meu estômago, que faziam meu corpo reagir e saber bem como agir. Eram sensações magníficas e sem qualquer significado, saciando a paixão boba que surgiu naquele bar, a paixão que hoje não ligava, porque já era bom o simples fato de estar ao menos vivendo aquilo.

A falta de ar era o que sempre nos afastava, descolando nossos rostos, mas ainda mantendo o contato entre sua mão e minha cintura, seus dedos e minha bochecha.

— Era isso que tinha esquecido? — concordou, colando sua testa na minha — Se alguém nos ver, irão achar que estamos namorando — soltou uma risada nasalada, descendo os dedos de minha bochecha para agora agarrar minha cintura com as duas mãos.

— Elas só estarão prevendo o futuro! — sussurrou em meu ouvido, deixando um beijo demorado um pouco abaixo, afastando devagar, deixando passos lentos pelo corredor até sumir nas escadas.

Voltei para o lado de dentro do apartamento, com a palma colada em cima dos lábios, saindo do transe com o susto de avistar Jimin vestido de árvore no meio da sala.

— Pelo amor de Deus, o que é isso? — vaguei com a mão até o peito, controlando a respiração na tentativa de achar uma resposta plausível para aquela cena.

— O restaurante fará uma cerimônia vegetariana...

— Vegetariana? — tombei a cabeça, olhando ele dos pés a cabeça.

— Sim, eu sou um brócolis, não consegue ver?

— Achei que fosse uma árvore desbotada — revirou os olhos, andando em passos vagarosos até a cozinha puxando um copo para beber água, mas a fantasia impedia de erguer o braço. — Ei, Ji, você terminou o TCC?

— Ia terminar hoje, mas apareceu essa peça teatral de fachada.

— Eu estou quase no fim, se quiser faço o papel de brócolis por você.

— Eu consigo, quando chegar termino — seu rosto estava vermelho, parecendo quente por causa da fantasia.

— Jimin, você sabe que não precisa ser forte o tempo todo...

— Preciso, Aurora — riu parecendo exausto — Eu não tenho uma mãe que paga meus estudos ou um pai que garante o futuro da filha.

— Jimin, sabe muito bem que a sua mãe ama você...

— Sim, ela ama, mas nunca apoiou nada que referisse ao que eu queria, ela paga tudo que enche meu ego capitalista, mas não joga um tostão na minha faculdade.

— E o meu pai não vai mudar em nada no que sou, poxa Ji... Sabe quantas respostas recebi de editoras? Nenhuma? E sabe quantas mensagens da minha mãe recebi esse mês? Duas, e foi da transferência do dinheiro da faculdade... — puxei os cabelos para trás — Se eu pudesse, não usaria um centavo dela, mas eu preciso...

— Nós dois estamos amarrados — soltou o ar, cerrando os olhos.

— Sim, mas olha, está acabando — sorriu, parecendo sentir o gosto do fim — Agora vai, tira essa fantasia, eu faço isso por você — seus olhos tremeram, parecendo não saber qual resposta me dar, até vencer as próprias obrigações e abrir a roupa.

— Obrigado, pestinha! — baguncei os cabelos negros, retirando a maioria das roupas de cima para vestir-me de brócolis, não ligando se iria sem banho ou não, eu iria soar feito uma condenada então que fizésse aquilo quando chegasse.

Jimin preparou uma garrafa com água e uma toalha que enfiou nos dois bolsos da roupa, dizendo que eu precisava ir.

— Olá, senhor Kim! Eu sou Aurora, irmã de Jimin — o mais velho virou-se, olhando para mim dos pés a cabeça, sorrindo em seguida antes de enxugar o suor que escorria na única parte visível de meu corpo.

— Ele sempre tão responsável, mandou a irmã — confirmei enquanto era empurrada para fora do estabelecimento com uma pilha de folhetos entre os braços.

O sol que parecia ter ido embora mais cedo, agora havia voltado para planejar uma festa dentro da minha roupa. Eu sentia cada gotículas escorrendo entre minhas roupas enquanto eu amigavelmente estendia um folheto para aqueles que passavam nas ruas, quase implorando para que pegassem.

— Almoço Vegetariano? Seria bom começar assim, não é? — ouvi alguém sussurrar ao meu lado, olhando os papéis na minha mão pelo canto do olho.

— Aqui, pegue esses folhetos e entregue a sua família — tirei uma quantidade relativa e entreguei a ele, o rapaz alto e pele bronzeada, cabelos loiros e bochechas grandinhas.

— Se eu levar esse folhetos ganho 30% de desconto na primeira refeição? — concordei — Certo, obrigado, vou começar meu caminho como vegetariano agora — franziu os lábios mostrando seu par de covinhas, andando rapidamente até o estabelecimento parecendo determinado.

Continuei a entrega dos folhetos, até estar quase exausta e precisar sentar em um dos bancos ali perto, que estava tão quente quanto o sol. Procurei pela garrafinha no bolso, lamentando que ela estivesse vazia e eu só poderia voltar até o lado de dentro em 46 minutos. Fechei os olhos tentando controlar a respiração e controlar o calor, mas fui interrompida pela voz próxima, que me fez abrir os olhos e assustar com a mão que segurava uma garrafinha d'água.

— Aqui! — vaguei os olhos até seu rosto, analisando a feição gentil e familiar.

— O que? Quem é você? — cerrei os olhos por causa do sol.

— Nos esbarramos no clube aquele dia, quando seu namorado sem querer bateu a mão no seu rosto.

— Ah, você — lembrei-me da cena, percebendo que pedi desculpas tantas vezes que sequer observei seu rosto — E ele não é meu namorado.

— Não? Vocês deram um beijo digno de filme americano — abaixei o rosto envergonhada.

— Nem eu sei explicar — ele colocou a garrafinha na minha mão.

— Beba, antes que caia desmaiada no chão.

— Obrigada! — quebrei o lacre da garrafa, sentindo o líquido descer como se fosse um prêmio na minha vida, suspirando totalmente agradecida.

Ele sentou ao meu lado, parecendo esperar que eu terminasse para dizer alguma coisa.

— Seu nome é Aurora, não é? — concordei — Sou Hoseok, Jung Hoseok! — estendeu a mão para mim e apertei mesmo que ela estivesse ocupada pela luva verde.

— É um prazer.

— O sol está quente, precisa se cuidar.

— Estou apenas cobrindo para o meu irmão, então não fico aqui todos os dias.

— De qualquer forma, se cuida — levantou, parecendo esperar por alguém, até um outro rapaz, o mesmo que perguntou sobre os 30%.

— Cara, não deu — o bronzeado negou decepcionado — Eu tinha pedido um prato vegetariano, mas aí um cara do lado estava comendo uma picanha e meu estômago ardeu e eu precisei pedir.

O Jung gargalhou e confesso que ri também, enquanto levantava na tentativa de entregar os outros folhetos. Hoseok tinha uma risada um pouquinho escandalosa, dentes grandes e olhos que lembravam um peixinho quando ele estava rindo.

— Certo, dá próxima você consegue, mas me deixe apresentar a garota que te falei aquele dia.

— Do namorado estabanado? — ele concordou enquanto eu ainda ria.

— Aurora este é Kim Namjoon, vive querendo se tornar vegetariano, mas se rende a carne toda vez.

— Você consegue.

— Vou sim! — simulou um sinal de força, virando ao rapaz ao lado para dizer algo — Precisamos ir, tenho aula em 30 minutos e você tem um teste de elenco também.

— Você é ator? — perguntei a ele.

— Sim, confesso que fiquei surpresa por não me conhecer.

— Não sou de assistir TV, então fico um pouco fora do ramo artístico — justifiquei.

— Tudo bem, continue me vendo como um cara normal! — assenti.

— Certo, bem... É melhor vocês irem! — concordaram, despedindo gentilmente, virando as costas a caminho de um carro de luxo, cor vermelho vinho e portas que eram suspensas para cima quando abertas.

Confesso que fiquei admirada, mas tentei abandonar aquelas coisas materiais e focar na entrega de folhetos que até as 18h havia entregado quase todos.

— Obrigado querida Aurora, aqui! — o dono do lugar, nomeado como Kim Kyon entregou um envelope com a quantidade relativa ao trabalho de Jimin.

— Eu quem agradeço — antes que eu e virasse ele ainda me entregou um outro envelope.

— Pelas desvantagens do sol, calor e fantasia — sorriu amigável, entregando algumas notas para mim.

— Obrigada, senhor Kim — curvei-me, abandonando a roupa de brócolis e pegando minhas coisas para ir para casa.

Peguei o elevador e a primeira coisa que fiz ao chegar em casa foi me jogar no sofá, deixando o dinheiro em cima da mesinha.

— Você deve estar com fome! — Ji apareceu, vestido em roupas frescas e cabelos úmidos — Vai tomar banho, vou fazer algo gostoso para nós — concordei, andando lentamente até o quarto, mas sendo impedida na metade do caminho pela chamada de Jimin.

— Sim?

— Obrigado! — sorriu, parecendo agradecido antes de desviar o olhar para a geladeira, enquanto eu devolvia o sorria e seguia para o quarto.

Entrei no banho, tirando aquele grude de suor do corpo e no quarto vestindo um conjunto de dormir, fresco, mas bem vestido.

Na cozinha, Jimin fazia o jantar, algo simples, mas com um cheiro maravilhoso que só aumentavam minha fome. Cobri o sofá com um lençol, assistindo TV até o momento que ele disse ter terminado, servindo a nós dois na pequena bancada na cozinha.

— Eu amo sua comida, Park — afirmei, mordendo um pedaço do frango.

Terminamos a refeição assistindo a um filme na sala, até o sono cair sobre nós e precisarmos subir para escovar os dentes e deitar. Jimin continuou assistindo a um canal de games no YouTube enquanto eu conversava com Jung Kook.

|Kook 💕🥃
Eu sinto muito que tenha tido uma tarde tão quente.

|Me
Uma experiência que se possível
não quero reviver.
Kkkk

|Kook 💕🥃
Estarei torcendo para que não precise.

|Me
E como foi o seu dia?

|Kook💕🥃
Até o momento que tive um teste de
elenco, ótimo!
Precisei aceitar um cara chato para caramba.

|Me
Quem?

|Kook💕🥃
Parece uma gaivota sorridente
Jung Hoseok, que cara chato.

|Me
ㅋㅋㅋㅋㅋ
Se eu estiver certa, me encontrei com ele hoje.
Então ele conseguiu o papel?


Ele não respondeu, visualizou e quando pensei que ele tivesse dormido, o som do toque do celular me assustou, fazendo seu nome brilhar na tela.

— Sim, ele conseguiu o papel — Sua voz estava baixa.

Levantei, deixando Jimin e indo para a sala para não atrapalhar sua atenção fixa no telefone.

Isso é bom, ele parecia ansioso hoje mais cedo, mas você é o diretor, como pode não gostar do personagem que escolheu?

— Eu não o escolhi, mas o resto da equipe disse que ele perfeito para o personagem secundário apaixonado pela protagonista.

— Ele deve ser bom então!

— Nada, ainda é universitário — a voz dele afinou, parecendo fazer pouco caso e não contive em soltar uma risada.

— Acho que ele é bom e você não gosta dele.

— E você gosta dele?

— Por que não gostaria, ele é legal.

Não gosto dele! — afirmou do outro lado enquanto eu ria ainda mais.

Você é uma graça!ele negou do outro lado, não dizendo nenhuma outra palavra por um bom tempo, até mudar o assunto.

Não quer vir aqui amanhã? — disse em um sussurro — Taehyung não vai estar aqui, ele vai passar os últimos dias na casa dos pais.

Isso não soa bem, mas é tentador.

— Suas roupas estão aqui, no cantinho do meu guarda roupa.

Você lavou?

— Levei na lavanderia!

Minha nossa, Jeon — eu gargalhei, sem acreditar.

Aurora... Eu me sinto tão bem quando está comigo — suspirou Você me enxerga tão bem que assusta.

Jeon...

Não fique preocupada, vamos deixar rolar.

— Um sempre acaba rolando demais — disse baixo.

— Provavelmente... Sou eu, rolando em todas as emoções que você faz meu corpo sentir.

— Eu não sei... Vamos ver isso juntos...

— E na hora certa você saberá exatamente o que eu sinto.

— Eu amo sua sinceridade — sussurrei como reflexo — Você deveria dormir.

irei se me disser que nos vemos depois da faculdade.

Não tem que trabalhar?

— Sim, mas eu posso te levar para comer e você me ajudar no trabalho... Vou em uma vila aqui perto, não quer ir comigo?

— Eu não perco esse tipo de oportunidade.

Então, eu te vejo na saída, vá dormir.

— Certo, também.

— Okay, boa noite Aurora.

— Boa noite, Jung Kook!

Minha mãe sempre dizia que o "Boa noite" nem sempre significava que as pessoas iriam se  preparar para dormir... Eu era a prova, que passei talvez horas pensando em Jung Kook, martelando suas intenções e matutando se ele realmente era tão sincero quanto aparentava...

Mas de qualquer maneira, eu esperaria quanto tempo fosse preciso para enxergar a verdade... Essa que talvez seria boa ou ruim...

Oioioioi amores, atualização de segunda para vcs! E aí como estão?

Fiquem bem, se cuidem e espero que tenham gostado do capítulo! 

Vejo vcs em breve! 💕

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