[04] roteiros, jaqueta e diversão

🌙 boa leitura!
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#beatsandcherry

Para mim nunca fora um costume acordar na metade da noite, na verdade eu dormia como um urso no inverno, no entanto dividir a cama com o rapaz era algo quase impossível. Naquela madrugada, a primeira coisa que aconteceu foi a perna de Jung Kook apertando meu quadril, para ser sincera até achei bom, até o momento que ele girou e me chutou da cama.

Na segunda tentativa, eu tentei dormir um pouco mais na borda, mas ainda assim eu cai, fui chutada para fora mais uma vez. A cama era grande, ele poderia ceder um pouquinho para mim.

—Jung Kook — segurei seus braços para virá-lo para cima, observando ele dormir de lábios abertos, os cabelos parecendo fuinhas enquanto suspirava baixinho — Jun.. — ele abriu os olhos, pareceu feliz por me ver ali, afinal seu sorriso demonstrava isso, mas ficou sério quando eu não estava sorrindo de volta.

— Aconteceu alguma coisa? — perguntou.

— Eu fui atirada para fora da cama! — disse baixo, porém sua risada foi alta.

— Desculpa, é que eu não consigo dormir sem meu travesseiro — apontou para o objeto que eu estava usando.

— Por que não disse, eu não me importo! — estendi para ele.

— Eu não consigo mentir, mas eu queria te abraçar — corei, certamente, deitando de costas para ele escondendo o corpo debaixo das cobertas. Senti o movimento atrás de mim, e seus braços não circularam meu corpo, na verdade ele estava de barriga para cima, olhos bem abertos e os cabelos como um ninho.

Cogitei fazer inúmeras coisas naquele momento, olhar para ele, entregar seu travesseiro, cobri-lo com o cobertor ou até mesmo abraçá-lo, mas eu era tímida demais para tomar alguma ação de repente, mas ele o fez, jogou uma das pernas por cima das minhas, apertando-me contra ele.

— Tudo bem? — questionou, eu sentia sua respiração em meu pescoço enquanto seus braço direito caia sobre o meu, dando apenas uma mera imagem das suas tatuagens quase ofuscadas pela escuridão do quarto.

— Está! — fechei os olhos, sentindo os olhos pensarem pouco a pouco, até eu estar adormecida mais uma vez, dessa vez sem chutes ou quedas, só um aconchego entre nós dois.

#

Acordei no horário normal, olhando ao redor do quarto sem achar qualquer presença do rapaz. Procurei aos arredores, até acha-lo no chão, ao pé da cama com inúmeros papéis a sua volta, ao lado do notebook enquanto estava com os fones no ouvido.

Sai devagar da cama e graças a música, imagino que ele não tenha percebido e aproveitei para seguir até o banheiro e confesso que fiquei surpresa ao ver uma escova de dente roxa ainda na embalagem, ao lado de um sabonete líquido feminino. Pensei no quão bobo e atencioso ele era e não evitei soltar um sorriso, ou melhor dar pulinhos silenciosos no banheiro enquanto analisava ridiculamente aquelas duas coisas tão pequenas, mas que para mim transformavam meu coração em uma metralhadora.

Usei os com cuidado, guardando a escova em uma capinha que ela já acompanhava e deixei o sabonete ali, passando as mãos pela roupa amarrotada e arrumei os cabelos. Deixei o banheiro, deitando na cama mais uma vez, mas dessa vez com a cabeça ao lado dos pés analisando o que ele fazia.

— O que está fazendo? — ele assustou, ao ponto de colocar as mãos no coração e puxar os fones depressa.

— Você acordou... Dormiu bem? — concordei, olhando seu rosto bonito, brilhando por causa da luminosidade do quarto enquanto seu cabelo estava suspenso por uma presilha colorida na frente, evitando que caísse em seus olhos — Isso, é a segunda versão do roteiro — levantou um amontoado de folhas encadernadas.

— Seu rosto não parece de alguém satisfeito — suspirou, jogando aquilo que segurava no chão, olhando para mim apoiada com os braços na cama.

— Quando estava finalizando a faculdade, consegui um estágio na empresa que sou contratado hoje... — respirou fundo — Produzi um roteiro que definitivamente chamou atenção, mas eu não consigo finalizar essa história.

— O final é feliz? — passei as folhas, mesmo com certa dificuldade devido a distância.

— Sim, mas não queria que fosse um final comum.

— Eu não sei sobre o que trata a história, mas pela sinopse... — olhei para ele — Coloque um momento de ação que os leve a perceber ainda mais o amor.

— Um conflito final? — assenti, assistindo-o puxar o laptop para seu colo, sorrindo parecendo ter uma ideia, com o aparelho nas mãos, seguiu apagando dois parágrafos,  digitando rapidamente um novo final.

— Uau, você é rápido.

— As coisas para mim funcionam quase por códigos, uma única palavra desperta uma história completa — sorriu aberto, parecendo tão satisfeito que chegava a ser fofo.

— Quantas ideias já teve?

— São incontáveis... — olhou em meus olhos, apoiado com a cabeça na cama.

— Aliás, obrigada pelas coisas! — mexi na sua presilha, vendo as bochechas vermelhas enquanto puxava ela de seu cabelo.

— Eu não sou muito bom com produtos femininos — coçou a cabeça — Mas imaginei que fosse precisar.

— Um exemplo de garoto! — afirmei. Jung Kook levantou, fechando o notebook para jogar-se na cama com força, balançando o colchão.

— Sou um bom exemplo de cara — afirmou convencido.

— Certo, "garoto exemplar" quer sair para tomar café? Eu pago como retribuição da pizza.

— Se você me disser que vai voltar para cá depois — bateu as pernas na cama, sem me olhar.

— Eu estava com outra ideia na cabeça — ponderei, sentada sobre sua cama ao seu lado, enquanto ele olhava para mim pelo canto do olho.

— Quais eram?

— Parque de diversões.

— Vamos na montanha-russa, roda gigante, carrinho de bate-bate? — balancei a cabeça afirmando todas as vezes, analisando seu sorriso gigante abrir nos lábios, dando uma cambalhota desajeitada na cama para parar em frente ao guarda-roupa.

— Vou em casa trocar de roupa, Jimin disse que viria me buscar.

— Eu passo lá para te buscar depois então. — afirmou, sem desfazer o sorriso — Me manda a localização, não esquece.

— Certo, você me pega, tomamos café e parque — concordou freneticamente, enquanto eu pegava minhas roupas sobre a cadeira em seu quarto, junto da bolsinha.

— Te pego sim! — sorri.

Levei meus passos até seu banheiro para trocar de roupa, mas parei ao sentir sua mão rodear meu pulso, aproximando-nos. Ele olhava para mim sorrindo, perto o suficiente para fazer meu coração disparar como nunca, assim como quando seus dígitos tocaram minha bochechas dando um selinho nos meus lábios antes de me soltar.

— Fica com a camisa, ela te cai bem — disse baixo — Aqui, assim você não precisa se trocar — jogou uma jaqueta sobre meus ombros.

— Eu te devolvo depois! — afirmei, sentindo o cheiro gostoso da jaqueta, o perfume amadeirado, mas suave que eu conhecia bem por sempre estar impregnado no seu corpo.

— Deixa na sua casa, se eu precisar já está lá.

— Pode ser que eu fique com ela para mim, e se você me perguntar eu vou dizer que ela sempre foi minha — virou a cabeça para trás, concordando enquanto mantinha as mãos em meus ombros.

— Certo, se isso acontecer irei aceitar a derrota — afastei de suas mãos quando meu celular vibrou inúmeras vezes com mensagens de Jimin.

— Vou indo, nos vemos em menos de uma hora — concordou, levando-me até a porta. Eu desci o elevador depressa, agradecendo por tudo estar tranquilo ao ponto de ninguém ver minhas roupas.

No carro de Jimin, eu suspirei em alívio absorvendo a imagem do rapaz olhando seu reflexo no retrovisor enquanto passava os dedos em seus cabelos, os jogando para trás.

— Voltou rápido da casa do Conde.

— Nos veremos em 1h! — Jimin olhou-me perplexo.

— Caraca, vocês foram rápidos hein.

— Eu já gostava dele há quase um ano, agora ele... — suspirei lembrando de suas palavras na noite anterior.

— Ele o que?

— Disse quê se apaixonaria por mim, porque eu era a garota.

— Ele tá vidrado nesses olhos castanhos e nessa boquinha cheinha.

— Quieto, Jimin. Ainda estou com um pé atrás, dizer que vai apaixonar é fácil, mas não é bem assim que as coisas funcionam.

— Aurora, se ele falou isso é porque já está sentindo alguma coisa.

— Não foram 3 dias, Park.

— Escuta, Aurora. Homens são idiotas quando se encantam por alguém, se ele estiver encantado não vai pensar duas vezes em investir — dizia tudo sem desviar a atenção do trânsito.

— E se eu me machucar de novo? Lembra o que aconteceu entre mim e Wooyoung?

— Você é aquele loiro da bunda de tanajura ficaram um ano enrolando, namoraram por 2 anos e no final ele ainda jogou na sua cara que você tinha medo de perder a virgindade. Me diz, como é o Jung Kook em relação a isso? Ele sabe?

— Sobre o Wooyoung?

— Não, bobinha. Sobre você ser virgem — encolhi o corpo no banco.

— Ele sabe, ontem quase aconteceu, mas eu fiquei tensa demais.

— E ele?

— Disse que me mostraria o quanto sou linda! — sorri boba, lembrando de como ele me tocava com tanta suavidade, delicadeza e aconchego, mas ao mesmo tempo tão forte e inebriante.

— Caraca, ele 'tá mais que encantado, tá jogando mel pelo nariz — disse enquanto sorria, estacionando o carro — Mas olha, Aurora... Tempo não significa nada, pode acontecer em um dia e ser para vida toda, mas também pode acontecer em anos e não ser nem para um dia.

— Nossos pais foram assim!

— Exato, lembra como minha mãe disse sobre ela e seu pai? Que eles haviam se apaixonado a primeira vista, enquanto ela lia um livro em um parque em Paris? — concordei — As coisas surgem rápido, e quanto menos tempo demoram acontecer, mais sinceras são, assim como nossos pais.

— Foi assim que nos conhecemos, ela correu atrás do trem dizendo que o amava, tudo em menos de uma semana.

— Amor é amor, independente do tempo — abri um sorriso, puxando o pescoço de Jimin para deixar um beijo em sua bochecha.

— Você é o melhor irmão do mundo — Ele começou a rir, empurrando meu corpo enquanto entrávamos no apartamento.

— Desgruda pestinha! — soltei, só porque eu precisava correr para me arrumar.

Eu abri meu lado do guarda-roupa, puxando um macacão jeans escuro que usaria com um tênis branco, ele ia até um pouco mais da metade de minhas coxas e por cima usaria a jaqueta de JK, apenas por diversão.

Tomei um banho rápido, me perfumando antes de vestir as roupas. Arrumei meus cabelos, deixando eles soltos. Meus cabelos pegavam um pouco abaixo dos ombros, na cor castanha totalmente natural. Passei protetor solar, cobrindo algumas marquinhas com corretivo, e algumas outras tramoias com o básico que eu sabia usar com um delineado e um batom.

Esperei na sala após enviar a localização de casa para Jeon, olhando o celular e as duas fotos que havia tirado de Jung Kook enquanto ele comia pizza na noite passada.

— Ele é bonito, hein?

— Muito! — disse, sorrindo para tela.

Deveriam ter passados uns 15 minutos até o som da campainha ecoar pelo apartamento, fazendo-me levantar depressa a procura das chaves.

— Oi! — disse nervosa, ao vê-lo ali, vestido em uma blusa branca, por baixo de um colete preto, uma calça na mesma cor e coturnos. Seu rosto tinha seus cabelos bem penteados sobre a testa e talvez uma maquiagem leve.

— Oi! — sorriu, olhando para mim — Gostei da jaqueta.

— Peguei emprestada de um amigo — brinquei, sendo pega de surpresa e interrompendo a próxima fala de Jeon quando Jimin aparece atrás de mim, batendo as mãos em meus ombros.

— Olá, xuxu! Então, cuida bem dessa praga divina e se quiser pode levar ela para sua casa — Jimin disse com um sorriso brincalhão nos lábios, enquanto Jung Kook apenas ria da situação concordando com o que o outro dizia.

— Tchau, Jimin!

— Tchau, pestinha! — fechou a porta na nossa cara, mas rapidamente abriu caminhando descalço até o elevador, impedindo que a porta fechasse — Por precaução — jogou um pacotinho vermelho para Jeon, que o pegou com agilidade, mas corou no mesmo instante — É para usar, viu?

— C-erto... Pera, não... Aurora — implorou por algumas saída, mas eu estava ocupada demais tentando enfiar a cabeça no duto de ventilação.

— Jimin... — sussurrei, observando o rosto malandro desaparecer quando as portas metálicas finalmente foram fechadas.

Jung Kook coçou a garganta, enfiando o preservativo no bolso com rapidez, controlando a respiração e cantarolando uma musiquinha infantil, uma música de propagando de tomate.

— Então... — dissemos juntos, mas foi rápido, porque assim que nos olhamos caímos na risada, sem entender nada e conseguindo controlar quando entramos no carro.

Ele girou as chaves, caminhando alguns minutos até chegarmos em uma padaria. O cheirinho de pão fresquinho invadiu nossas narinas assim que entramos, junto ao cheiro do café. Jung Kook foi ágil em pegar uma bandeja e preparar seu café da manhã com cuidado, assim como eu. Jeon escolheu um suco, no entanto eu escolhi café.

Nós nos sentamos em uma mesinha lá atrás, ele não sentou a minha frente e sim ao meu lado, fechando a janela atrás de nós por causa do vento.

— Já comeu isso? — questionou, mostrando um cubinho de leite ninho com chocolate, mas eu neguei, sequer lembrando onde estava aquilo — Experimenta! — estendeu para mim, eu pegaria e morderia, contudo ele foi rápido em segurar meu pulso e aproximar o doce de meus lábios pedindo que eu abrisse.

— Bobo — fiz, sentindo ele colocar o quadradinho, passando o polegar embaixo de minha boca, limpando o que imaginei ser o pó de leite do doce — Muito bom — sorri, assim que terminei, ainda abalada por estarmos tão perto.

Terminamos o café em 30 minutos, trocando conversas e risadas no ambiente pouco movimentado. Durante nossas conversas, descobri que o pai dele vivia em Busan, que ele tinha uma irmã que estudava moda em Paris, e também descobri o nome de seus dois melhores amigos, Kim Taehyung e Min Yoongi, a única coisa que ele não disse foi sobre sua mãe.

Nós saímos, após eu pagar a conta assim como havia sido combinado, seguindo nosso caminho até o parque. Na entrada nós retiramos os tickets e colocamos as pulseiras vermelhas de entrada.

— Qual nossa primeira parada? — ele deu uma voltinha ao redor de si mesmo, olhando em volta.

— Montanha russa? — olhei a estrutura de ferro terrivelmente alta, absorvendo os gritos de quem estava dentro dos carrinhos.

— Claro! — soltei um sorriso amarelo, seguindo seus passos eufóricos até a fila, sorrindo com a alegria de estar ali — Fazia tempo que não vinha aqui?

— Muito, a última vez eu tinha 12 anos e eu não podia ir por ser pequeno demais — fez um biquinho nos lábios, que mudou ao perceber a fila andar com uma velocidade agradável.

— Qual sua altura aos 12? — deu de ombros, afirmando apenas que era muito pequeno.

A fila andou e eu segui Jeon até as duas cadeiras na frente, respirando fundo enquanto conferia se o cinto estava preso como deveria, apertando o couro que cobria meus braços, suspirando enquanto mantinha os olhos fechados e o coração frenético.

— Aurora, é só diversão! — segurou minha mão, apertando-a com tenuidade enquanto sorria para mim. A contagem começou, até chegar no três e o som das rodas nos trilhos serem ouvidos. A subida lenta era o que mais me amedrontava, estávamos indo devagar e a chegada ao alto demorava demais, ou seja, a altitude só aumentava a cada segundo.

A queda foi rápida, paramos no topo e dois segundos depois o carrinho já corria acelerado pelos trilhos, eu sentia os fios do meu cabelo cruzarem contra meu rosto a cada virada e o aperto na mão do rapaz ao meu lado mudar para mais intenso a cada momento. Diferente de mim, ele gritava animado, levantando nossas mãos a cada descida, assim como seu sorriso não saia um segundo de seu rosto, nem mesmo quando saíamos, balançando a cabeça para ajeitar os fios, diferente dos meus que continuavam caídos sobre meu rosto.

— Aí, Aurora! — disse rindo da minha situação, movendo os fios para o lado ajeitando com os dedos — Qual você quer ir agora? — perguntou com um sorriso em meio ao rosto vermelho por causa da adrenalina.

— Você pode escolher, só não vamos na montanha mais... — assentiu várias vezes, ainda segurando minha mão para seguir até um que voava lentamente no ar, indo às vezes alto e outras devagar.

— Qual cor?

— Amarelo! — sentamos no banco amarelo, bem preso pelo cinto. O brinquedo tocava uma música agitada e Jeon aproveitava para fazer passos malucos de dança ainda sentado no brinquedo, parando apenas quando ele começou a girar.

O vento batia nos nossos cabelos, dando uma sensação de estarmos voando graças às manobras do brinquedo. Era suave, velocidade média e aconchegante. Eu senti Jung Kook aproximar de mim com cuidado, segurando minha mão, usando a outra para apoiar minha cabeça em seu ombro.

— Fecha os olhos! — disse baixo, esperando que eu fizesse para apoiar a sua sobre a minha.

A sensação era ainda melhor, com sua mão unida a minha, a proximidade e o calor carinhoso que estava entre nós, junta a carícia que seu polegar fazia sobre as costas de minha mão... Era extremamente bom, tão bom que eu se eu pudesse ficaria girando todos os dias daquele mesmo jeito com ele...

🥃🍒

Oioi pessoal!
E ? Como foi o fim de semana de vocês?
Gostaram do capítulo? Eu espero
que sim, hein!

Bem, vejo vcs em breve,

fiquem saudáveis e
até breve bolinhas de queijo! 💗

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