[03] gloss, beijos e camisas
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#beatsandcherry
Às horas passaram como uma tartaruga andando em lama. Durante a manhã consegui prestar atenção na aula, anotar e ser prestativa assim como todos os dias, mas quando pisei os pés em casa meu coração pareceu uma bomba prestes a explodir.
A única sorte que eu tinha, era ter boa parte do sábado sozinha. Jimin trabalhava em um restaurante até às 16h para bancar os 50% pagáveis da faculdade de arquitetura. O Park odiava contas com todas as suas forças, mas quando se tratava do seu futuro fazia questão de virar as noites quebrando a cabeça.
No entanto, meu objetivo maior naquele dia era: fazer pelo menos mais duas páginas do TCC e começar a planejar como eu iria até o bar aquela noite, dessa vez não para observar o rapaz misterioso e sim para tirar boas conversas com Jung Kook.
Algumas horas depois, fazendo um pouco mais do que havia planejado a respeito da faculdade, deixei os cadernos na mesinha de estudos do meu quarto, este que eu dividia com Jimin, e caminhei até a cozinha. Os pés descalços, tocavam o chão gelado sem muita preocupação, apenas com o objetivo de encontrar algo que fizesse minha fome cessar.
— Bem, vejamos... — disse para mim mesma, mordendo o canudo do suco — Vermelho não me cai muito bem, decote não, preto? Preto é o melhor, né? — coloquei o vestido sobre a cama, o tecido era um pouco grosso o que cairia bem pelo frio noturno, colava em meu corpo e era de manguinhas o que me deixava mais confortável. Larguei ele ali, voltando para sala na espera de que o tempo corresse.
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Faltar 1h para o momento é algo que eu já considero estar completamente atrasada. A questão foi que eu jurei que tiraria um cochilo de 30 minutos, mas que no final levaram 2h e de fato eu acordei com Jimin jogando meu pé para fora do sofá.
— Por que não me acordou? — perguntei seguindo os passos até o quarto.
— Acabei de chegar, estava em um encontro! — respondeu em um meio grito.
— Encontro? Com quem?! — joguei outro berro do quarto.
— Te conto quando você chegar, se bem que se quiser dormir na casa do pãozinho pode dormir te busco amanhã!
— Vai trazer alguém aqui?
— Depende, se você for dormir fora — neguei com a cabeça, mesmo que ele não pudesse me ver por já estar dentro do banheiro.
— TE AVISO! — gritei, ligando o chuveiro sem esperar qualquer resposta. Eu não esperava dormir na casa dele mais uma vez, afinal era demais, aquele dia foi um acidente, não pensava que iria ocorrer de novo.
Porém, eu tomei um bom banho, não lavei os cabelos por ter lavado antes da faculdade, arranquei aqueles pelos com a lâmina... Não, eu não estava pensando nele, só gostava de cuidar do meu corpo. Ao fim, sai ajeitando o vestido no corpo e calçando um saltinho de plataforma, talvez quatro dedos de altura, cor preta, fechados na frente e confortáveis. Os cabelos eu os deixei soltos, ajeitando os pedaços marcados com a chapinha e no rosto, uma maquiagem um pouquinho mais elaborada, mas nada demais.
— Não usa brilho, se você usar é o mesmo que querer evitar o beijo — cambaleei para trás com a voz de meu irmão parado na porta — Calma, gatinha, ele pode gostar, mas você não sabe ainda, então usa algum que seja bom de deslizar a boca.
— Você só está vendo ele como um ficante, ele é muito mais que isso.
— Aurora, qual batom você estava usando? — ignorou, mas ainda de olhos presos em mim.
— Hidratante de cereja misturado com um batom vermelho.
— Como foi o beijo?
— Jimin! — ele cruzou os braços, enquanto me olhava esperando por uma resposta — Foi bom, quente e sedutor... Não sei.
— Ui, sua cara parece a de um peixe perdido — joguei a almofada em seu rosto — Calma aí pestinha, só quero ajudar.
— Escuta, maninho... Não quero passar nada do que não sou para ele, não vou usar o brilho porque estou com o cabelo solto e gruda na minha boca quando venta, vou usar o mesmo da outra vez.
— Aurora, você é uma mulher de respeito — pareceu orgulhoso — Você está certa, seja você mesma.
— Obrigada, Jimin. Agora deixa eu terminar, vai!
— Não está pronta? O que mais tem para arrumar aí?
— Minha bolsa! — puxei a bolsinha de ombro, guardando meu telefone, uma liguinha, remédio para dor de cabeça, dinheiro, documentos e chave reserva.
— Esqueceu o perfume — Jimin avisou, puxando minha bolsa de meu ombro — Vou por lá na sala, okay? — avisou enquanto eu concordava, seus passos deixaram o quarto depressa enquanto eu passava o perfume.
— Jimin, você me leva? — perguntei, agradecendo por ele aceitar facilmente, puxando as chaves do carro vermelho e sair comigo. Descemos pelo elevador, mas durante todo o caminho escutei os inúmeros conselhos infalíveis do Park a respeito do que eu deveria fazer.
— Certo, eu te trouxe, mas não te busco! — deixou o sorriso bonito escapar dos lábios, enquanto ajeitava os fios negros pelo retrovisor.
— Idiota! Eu irei te ligar.
— Só me ligue se o mundo estiver caindo — neguei com a cabeça, abrindo a porta do carro e coincidentemente vendo aquele que estava tão ansiosa para encontrar saindo de um bonito carro preto também.
— Chegamos juntos, não me diga que estava me esperando? — disse provocativo, mas ainda divertido.
— Acho que é o contrário! — afirmei, mostrando minha identidade junto da sua na entrada do bar, seguindo dessa vez não até a mesa do canto e sim ao balcão preto, completamente frio e reluzindo as luzes neon do lugar.
— O que quer beber? — perguntou sem desviar os olhos de meu rosto.
— Hum, licor de cereja e você? — eu já sabia, mas entrar naquele jogo de bate e volta era um motivo para assuntos surgirem.
— Vodca — o barman encheu nossos copos, afastando-se em seguida — Como consegue ficar só no licor? — perguntou parecendo surpreso.
— Não sou tão forte com outras bebidas, vodca mesmo, um copo e eu já caio dura no chão — ele afastou o seu com um sorriso nos lábios.
— Nem ouse tocar em bebidas que não te deixem sóbria.
— Por que não? Tem medo que eu precise usar sua cama de novo? — virou o liquido na boca, fazendo uma fina gota da bebida escorrer no canto dos lábios.
— A questão não é usar minha cama, pode usá-la, mas é melhor que esteja acordada — disse olhando para mim, balançando minhas estruturas até a raiz sem piedade.
— Isso significa que aquele dia não houve nada? — rebati, aproximando o copo de licor dos lábios, girando-o nos inferiores.
— Exato Aurora, não vou continuar escondendo por um único motivo...
— Qual?
— Não se deve ficar com uma garota quando ela está bêbada — sorri, instintivamente — Sem falar que qual seria a graça se você não se lembrasse? — olhou para mim, sorrindo ladino.
— Um bom garoto — perguntaria algo mais, talvez sobre seus pais ou trabalho, se duas garotas não entrassem na nossa roda de conversa com dois copos cristalinos cheios por uma bebida azul. Ambas loiras, vestidos curtos e semelhantes na cor azul cintilante e corpos que eu diria que eram de dar inveja.
— Olá, eu sou Kívia e essa minha irmã Laurence — tocou o ombro do rapaz, sorrindo sem vergonha nenhuma — Somos do Canadá e chegamos a Coreia recentemente, trabalhamos em uma empresa de moda aqui e precisamos de ajuda em conhecer a cidade.
— Sinto muito, mas não posso ajudar — ele soou simplista, deixando um sorriso desconfortável.
— Ah, vamos você não parece ser o tipo de cara que recusa uma oferta — a outra, quase idêntica a irmã disse, olhando-o de cima a baixo, enquanto eu virava o resto da bebida na boca, a questão não era estar com ciúmes e sim porque eu estava prestes a cair na risada.
— Não posso ajudar vocês, estou ocupado...
— Por favor, nos...
— Amor, vamos dançar — a quase crise de risos se esvaziou quando eu ouvi suas palavras, segurando minha mão e puxando-me da cadeira com pressa até a pista de dança, o licor ainda parecia entalado na garganta mesmo que já houvesse descido a um bom tempo — Você está bem? — concordei, em meio a inúmeras pessoas que dançavam sem qualquer pingo de pudor — O licor subiu para suas bochechas — apertou o local enquanto sorria.
— São as luzes.
— Não são — começou a dançar, sua mão ainda estava junto a minha e isso estava me desconcertando, vezes ou outra ele ainda olhava para trás parecendo procurar as loiras, e ele suspirou aliviado quando elas saíram.
— Você está sério? O que houve? — perguntei, sendo puxada por ele até onde estávamos antes, sua cabeça estava baixa e fixa em um único ponto no chão.
— Consegue ver, como elas me veem aqui?
— Jung Kook, você é um homem bonito, cheio de elegância e com esse porte físico que deixaria qualquer uma louca, não acha que as mulheres ficarem caidinhas por você é uma virtude.
— Você me vê assim também? — soltou minha mão, para enfiá-las no bolso e isso de certa forma fez meu coração doer.
— Óbvio que não! — disse alto — Não sou assim, sou sincera quando digo que confio em você, mas não é por causa da sua aparência e sim porque sei que é mais do que isso — suspirei, puxando o copo recentemente preenchido com o líquido vermelho.
— Obrigado — coçou a nuca com as bochechas vermelhas — A verdade é que eu gostaria que vessem o garoto que sou, eu tenho um misto de sentimentos que ninguém nunca conseguiu vê-los.
— Você quer dizer sua personalidade — concordou.
— Eu tento fazer com que vejam, que percebam sobre o que eu gosto... Mas ou eles me veem como o garoto perfeito ou garoto sedutor do bar. — bufou, com um biquinho nos lábios.
— Então me mostre quem você é! — afirmei, dando uma batinha na mesa que o assustou — Vamos, mostre para mim todos os seus lados, mas não me fale, vou te mostrar que posso ver todos sem precisar que me digam e que como os outros te veem não é importante.
— Se o que os outros pensam não é importante, porque eu deveria mostrar a você?
— Porque como uma futura escritora, sou capaz de ver a pessoa apenas pelo olhar — afirmei e ele parecia desentendido ainda — Não importa se todos que o veem de primeira não encontre o garoto que você guarda, o que importa mesmo é que aqueles que gostam de você ainda consigam enxergar sua essência.
Analisei seu sorriso aberto, seus olhos negros estavam fixos em meu rosto e por impressão minha parecia que estávamos nos aproximando, mas a batida em cima do balcão vinda do barman nos fez afastar.
— Namoro, só na área de dança! — o jovem que servia as bebidas disse simples, com os cabelos negros caindo sobre o rosto enquanto passava um pano úmido sobre o balcão. Fui surpreendida pelo toque de Jeon sobre minha mão, puxando-me mais uma vez pelo bar até pararmos na área da dança.
— Onde aprendeu a dançar? — perguntei, enquanto ele se mexia.
— Fui aprendendo com o tempo — disse simples, aproximando seu corpo do meu o que me fez dar passos curtos para trás até sentir minhas costas colarem na parede — E você? — olhou para mim, tocando minha cintura descolando meu corpo de onde estava para mover nossos corpos juntos.
— Não sei dançar, eu só vou copiando os outros — ele gargalhou, sua risada era gostosa de ouvir, ele tinha o costume de virar a cabeça para trás quando ria muito abertamente, ou sorrir e afastar os cabelos dos olhos apenas com um movimento com a cabeça.
Apesar da música agitada, mantínhamos movimentos um pouco suaves, sua mão ainda continuava intacta na minha cintura e vez outra ele ameaçava subi-la, mas parecia ficar receoso e continuava com ela lá, sem desgrudá-la até mesmo quando seu celular vibrou no bolso da calça.
— Está tudo bem? — assentiu, deixando uma risada escapar com os olhos presos no telefone — O que houve?
— É seu irmão! — arregalei os olhos, quando ele mostrou o visor com uma mensagem de Jimin no Instagram.
"Jimin aqui dizendo que a casa pegou fogo, então a Aurora precisa dormir na sua, beijocas amendoim!"
Bati a cabeça na parede, completamente envergonhada enquanto fechava os olhos na tentativa de fugir, no entanto eu estava encurralada.
— Não há o que fazer, vai precisar ficar comigo essa noite — sorriu ladino, abaixando o olhar para mim enquanto guardava o celular no bolso mais uma vez.
— Por favor, não me coloque mal na fita e sim o Jimin — supliquei, ouvindo ele rir quase inaudível pela batida da música.
— Tudo bem, vou descobrir quem você é pelo que me mostrar assim como disse que faria comigo — mordeu o lábio inferior, como se puxasse alguma pelinha, mas logo abandonou o gesto passando a língua nos lábios por instinto.
— Não queria dançar? — cortei o "silêncio" entre nós dois, afinal os toques agitados eram altos ao ponto de qualquer coisa que precisávamos dizer teria que ser com quase um grito.
— Sim, mas esse não era meu maior objetivo ao sair de lá — disse perto de meu ouvido, afastando para tirar os fios de cima dos olhos — Quando nos conhecemos fizemos muito mais que apenas dançar — disse sedutor, mas não evitou em passar as mãos no pescoço demostrando parte de sua timidez, assim como sempre reparei que fazia.
— Então você gosta de repetir as coisas? — questionei, puxando um copinho com licor que estava sendo distribuído, virando ele entre os lábios para retirar aquela vergonha instalada na minha garganta.
— Gosto de descobrir também! — apertou minha cintura, eu estava prestes a levar meus braços para seus ombros se ele não houvesse sido empurrado e elas tocassem seu peito coberto pela fina camiseta branca de mangas curtas.
Foram segundos que pareceram durar anos, mas de um jeito bom. Graças ao empurrão, ele segurou minha cintura com as duas mãos e seus rosto extremamente próximo ao meu, seus olhos estavam arregalados como duas bolinhas de gude, assim como os meus também estavam e minhas mãos, elas estavam paralisadas sobre o peitoral definido de Jung Kook ao ponto de sentir as curvinhas. Aquele enlace todo só foi abandonado um tempinho depois, quando a luz que antes piscava em variadas cores, agora continha um único tom de vermelho.
Deixei minhas mãos escorrerem por seu peito por automático, sem perceber que aquilo de certa forma era um pouquinho... Como eu diria? Tentador? Na verdade, excitante ao ponto de vê-lo fechar os olhos.
Ele abriu os olhos, voltando seu olhar para os meus, ainda arregalados e cheios de timidez, mas impossibilitado de desviar de seu rosto bem desenhando.
— Olha... — ele disse perto de meu ouvido — Não há nenhum problema em nós beijarmos de novo, não é? — questionou, surpreendendo-me ao colar os lábios contra a parte atrás de minha orelha e um suspiro sair dos meus lábios antes de voltar a olhar para mim.
Deu um passo pequeno para voltar a contornar minha cintura com seus dígitos, parecendo esperar alguma resposta, essa que só veio quando ele passou a língua nos lábios mais uma vez o que fez minhas mãos puxarem seu rosto para colar seus lábios nos meus.
Sentir os lábios finos em contato com os meus, suas mãos em contato com minha cintura e agora uma das minhas puxando seus cabelos negros enquanto a outra segurava seu pescoço, eram um combo de sensações tão boas que eu não poderia dizer que era desse mundo. Seus lábios pareciam ter uma sincronia louca com os meus, a forma como era lento, mas extremamente cheio de personalidade...
Sim, beijos também possuem personalidade!
Era único, se eu dissesse que alguém já houvera me beijado tão bem quando Jung Kook eu estaria mentindo e eu não dizia aquilo por falta de experiência, eu já havia sim beijado alguém, no jogo do armário e com meu ex.
Voltando ao foco, diferente do primeiro beijo, ele pareceu ter se sentido mais livre, afinal foi firme em puxar meu quadril e colá-lo ao seu, levando um dos braços até minhas costas para apertar nossos corpos... Afastamos com suspiros, mas tremi quando ele deixou um único selar no canto de meus lábios, seguindo a bochecha até parar em minha orelha, mordiscando o lóbulo antes de voltar sua atenção para meu rosto. Eu deveria estar vermelha, de olhos arregalados e os lábios entreabertos e imagino que esse tenha sido o motivo da risada de Jung Kook.
— O que foi?
— Suas expressões, são engraçadas! — apertou minha bochecha esquerda.
— É difícil ficar firme nessa situação — ele sorriu convencido.
— Eu concordo — colou nossos corpos mais uma vez — Vamos para casa?
— Até parece que a casa é minha.
— Do jeito que está indo, daqui uns tempos esta usando até minha internet.
— Mas eu peguei a senha embaixo do modem outro dia — brinquei, vendo ele abrir o carro parecendo se divertir com a situação.
— Quer pizza? — perguntou antes de girar as chaves.
— Só se for de calabresa.
— Com a outra metade quatro-queijo? — olhou para mim com um sorriso aberto, parecendo uma criança prestes a ganhar um brinquedo.
— Perfeito! — puxou o telefone do bolso, fazendo o pedido, assim quando chegássemos ela demoraria menos.
Jung Kook me contou algumas coisas sobre sua vida no caminho, coisas bobas que tiravam risadas boas e outras que faziam-me perguntar se aquele garoto podia ser real.
— Por que o Jimin te chama de pestinha? — perguntou já fora do carro, seguindo para o elevador e discando o andar de seu apartamento.
— Quando eu tinha 16 anos e ele uns 18, ele disse que queria ficar ruivo, aí eu pus fogo no cabelo dele falando que agora ele tinha "cabelo de fogo" daí ele começou e nunca mais parou.
— Espera, você pôs fogo no cabelo dele? — ele parecia chocado demais, de olhos arregalados como duas bolinhas negras.
— Foi uma pequena vingança por ele ter colado meus saltos no tapete! — ele queria rir, mas ainda tinha uma expressão de choque no rosto.
— Por favor, não coloque fogo no meu cabelo — pediu, parecendo preocupado enquanto olhava para mim.
— Não cole meus saltos em um tapete! — pisquei, observando ele ainda em choque, mas surpreso ao ponto de rir enquanto saíamos a caminho de sua casa.
— Vem, vou pegar uma roupa mais confortável para você, tem coisas na gaveta você pode tomar um banho — disse.
Arrastando os pés pelos corredores, segui Jeon entrando em seu quarto bem arrumado. Coloquei minha bolsa sobre a cômoda puxando pela primeira vez o celular lá de dentro, mas levei um susto quando um pacotinho azul caiu junto do meu gloss no chão.
— Jimin você me paga — sussurrei, pegando o pacote do preservativo depressa enfiando ele no bolsinho da bolsa, tentando mantê-lo escondido.
— Aqui, acho que fica bom em você! — estendeu uma camisa social e uma calça um pouco menor do que ele parecia usar.
— Não precisa da calça, estou com um short por baixo — afirmei, pegando a camisa branca antes de deixar passos ate o banheiro.
Eu tomei um banho rápido, apenas para afastar o calor, me secando com a toalha deixada no banheiro e vestindo a camisa que Jung Kook havia me emprestado. Como imaginei, roupas como aquela não eram as que mais me deixavam bonitas, na verdade por serem largas ela acabavam tirando todas as minhas curvas, no entanto, o cheiro dele na camisa me embriagava ao ponto de ignorar aquele fator.
— Uai, já tomou banho? — perguntei surpresa ao vê-lo voltar da porta de entrada de cabelos molhados e roupas aconchegantes.
— Sim, tomei no outro banheiro! — concordei com a cabeça, sentindo o cheirinho da pizza.
— Depois me fala quanto ficou, vou te dar a metade! — recusou com um único som, deixando a caixa sobre a bancada e puxando dois copos para colocar o refrigerante.
Procurei por alguma nota fiscal em cima do balcão, mas lamentei por não encontrar nada e Jung Kook pareceu perceber, já que ele mastigava com um sorriso malandro nos lábios. Puxei um pedaço da pizza, enfiando entre os lábios enquanto o olhava de olhos cerrados.
Deixamos o assunto fluir depois daquele momento, ignorando as notas fiscais, mesmo que antes de ir deixaria algum valor sobre sua mesa. No entanto, nossas conversas foram das pizzas na bancada, até um filme na sala e no fim, dois jovens deitados de barriga para cima na cama de Jeon.
Foi quase inevitável, precisei deixar meus olhos do teto branco, para seu rosto, observando o maxilar marcado, seus cabelos caindo sobre seu rosto, o biquinho que seus lábios formavam por automático, e as pintinhas que faziam parte da sua pele sem maquiagem alguma.
— Tem alguma coisa no meu rosto?— virou-se, fazendo com que eu desviasse a atenção envergonhada. Ele estava com a cabeça apoiada em sua mão deitado de lado, deveria estar ainda mais bonito, mas eu não tinha coragem para olha-lo de novo — Aurora?
— Hum? — perguntei em um único som.
— Por que suas bochechas estão vermelhas? — girei na cama, escondendo a cabeça no travesseiro — Olha para mim, eu não te fiz nada — enfiou o indicador na minha cintura, causando um pouco de cócegas — Eu vou fazer com as mãos se não olhar para mim — virei o rosto, observando a expressão divertida enquanto levantava as mãos como sinal de que começaria a fazer cócegas em mim.
— Não faça isso — pedi sentada sobre a cama, escondendo minha barriga com o travesseiro na tentativa de me esconder, eu tinha pânico de quem tocasse nela, era incontrolável, eu já entrava em desespero.
— Desculpa, eu... eu... — pareceu desconexo, e me senti culpada por instantes por ter dito daquela forma, o clima havia ficado pesado e a culpa era minha.
— Não precisa pedir desculpas, eu só... — suspirei — Não me sinto tão segura em algumas horas... — afirmei, olhando para minhas mãos.
— Mas por que? Não há nada de errado com você — era inevitável, no clube enquanto ele tocava minha cintura, não parecia ter nada errado, estávamos no escuro, nos maravilhando com o calor do momento entre o sentimento causado pelo licor de cereja, as batidas e de certa forma, aquela mistura, aquilo que surgia, que nos conectava, tirava meu medo junto das luzes, mas ali, no claro, sem qualquer sentimento que me fizesse sair do chão eu sentia pânico, ao ponto de querer correr com medo do que acontecesse.
— Desculpa, não precisa...
— Aurora, você é linda! — disse suave — Muito! — aproximou de mim, tocando o travesseiro para tirá-lo de onde estava, suas mãos tocaram minhas coxas cobertas até a metade — Não temos nada, mas toda vez que eu te vejo fico louco — levantou elas para tocar minha cintura por cima do tecido branco da camisa.
— Jung Kook...
— Eu sei, tem três dias que nos conhecemos, mas eu quero descobrir sobre você também — puxou meu corpo, beijando minha bochecha — Eu não sou de dizer mentiras, Aurora e sem sombra de dúvidas você é uma garota linda e não há motivos para se sentir insegura — virei para olha-lo, estando extremamente próxima dele, eu sentia sua respiração contra meu rosto assim como seus olhos vagando por cada detalhe de meu rosto.
Um frio na barriga surgiu, mas tudo começou a esquentar quando pouco a pouco nos aproximávamos. Meus olhos desceram para os seus lábios entreabertos, assim como os dele vagaram para os meus, parecia que um milhão de borboletas estavam dançando na minha barriga, mas o sentimento era extremamente avassalador, de um jeito ótimo, mas que me fazia tremer.
Fechei os olhos quando senti seus lábios contra os meus, iniciando com um beijo suave, mas aprofundando em um beijo quente. Ele foi deitando meu corpo aos poucos na cama, segurando minha cintura com uma das mãos enquanto a outra ficava embaixo de meu cabelo. Seu corpo ficou em cima do meu, com uma perna de cada lado enquanto ainda mantinha seus lábios colados aos meus. Minhas mãos puxavam seus cabelos, as vezes descendo pelo seu pescoço com a ponta das unhas. Ele largou meus lábios para beijar minha bochecha, seguindo uma trilha por meu pescoço até minha clavícula, chupando e mordiscando alguns locais enquanto agora deixava suas mãos nos botões da camisa, mas parou na metade do caminho para olhar em meus olhos, dando um beijinho sobre a ponta de meu nariz.
— Você está bem? — questionou parecendo sentir minha tensão.
— Estou ótima — disse, mordendo os lábios — só não estou pronta... — disse baixo, desviando o olhar do seu, este que não saia um segundo sequer de meu rosto.
— Vamos descobrir mais um sobre o outro e até lá, vou te mostrar o quanto você é linda! — me beijou mais uma vez.
— Você está sendo tão fofo que até parece que namoramos! — afirmei.
— Não vejo problema nisso, se me perguntarem vou dizer que namoro com você — arregalei os olhos.
— Não faça isso, não vão acreditar.
— É só namorarmos de verdade!
— Você nem é apaixonado por mim! — afirmei rindo.
— Nem você — queria rir e dizer que já era, mas só olhei para seu rosto — E olha, não vai demorar muito para que eu me apaixone.
— Você é maluco — sorri, analisando seu corpo ainda sobre o meu.
— Ainda não, vou ficar maluquinho por você daqui uns tempinhos, então se apaixone por mim também.
— É bom se apaixonar mesmo — disse sentindo uma euforia surgir no meu peito.
— Eu vou!
Oioi amorzinhos! Tudo bem?
Atualização para vocês! Mas e aí, o que acharam do capítulo? O JK já se apaixonou? É eu sei que de cara tá indo tudo muito rápido, mas não se preocupem, ainda tem muita coisa para rolar... E "amor a primeira vista" existe. Fontes: Confia!
Bem, beijocas da Anna, espero que tenham aproveitado e vejo vocês em breve!
Não esqueçam de me seguir no twitter @whybusaboys e usar #beatsandcherry para falar sobre a história, isso me deixa feliz! 💜
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