O Monopólio do Crime
FRANÇA, PARIS,
22 DE MAIO DE 1950
O desejo ilícito de Min Yoongi dominava as ruas de Paris, eram vitrines, manequins e cabides com os modelos projetados. Influenciado pela moda, o jovem garoto estava determinado em monopolizar suas tendências. Anos depois daqueles assassinatos, meses de trabalho duro e liberdade, o sacrifício era ideal em prol da arte.
Durante uma tarde ambígua e indecisa, de céu cinza e ar úmido, num opaco ocaso parisiense, vagavam-se pés, pernas e sapatos nas avenidas principais. O sol, por mais que misterioso, era negligenciado pelos franceses. Yoongi observava-os dum prédio alto, luxuoso, filial da sua empresa inglesa; muito lhe provocava tamanha desatenção local, mesmo que diante de tal astro, sequer reparavam-no, não dispensavam a esdrúxula monotonia.
Ser repetitivo, não ser autêntico, para Min, era sinônimo de morte, ausência de expressão, presença de exaustão, cansaço enclausurado. No reflexo da vidraça, além do olhar profundo de Yoongi, o cabelo pintado recaía sob sua face, ondulado, com medeixas brancas que dividiam a personalidade luxuosa, exótica e excêntrica, das medeixas pretas, as quais divergiam do seu comportamento social conspícuo, seu ego exacerbado.
Estar em Paris para dominar o caos, Min bem sabia o que fazer no mais novo evento, inaugurou uma filial meses antes numa futura precaução, já preparado para a logística dos convites.
Caitlyn Robberts, irmã de Yoongi, sobrevivente do extermínio, hoje encontrava-se casada, administrava alguns setores da empresa, secretariando as tarefas do irmão sempre, ainda fiel as convicções dele, ciente nas tendências sensacionalistas. Por trabalhar com a comunicação, muita violência voltou-se contra esta mulher, por fim, ocasionando em seu desaparecimento.
Há dois dias, nos folhetos da cidade, a manchete alertava o sumiço de Caitlyn Robberts, ao que acreditava-se, num sequestro furtivo, silencioso. A culpa tinha autoria dubitável, Min tinha diversos inimigos, e por tal zelo, decidiu investigar por si só, prosseguindo com o grande desfile 'Burn The Sky'.
24 DE MAIO DE 1950
A mais nova assessora de Yoongi, Stephannie Locker, vislumbrava o chefe insatisfeito, o desfecho do sequestro da irmã deixava-no iraso. Ao ver dele, no que se aludia a isto, muitas peças do quebra-cabeça faltavam. Min tragou o cigarro profundamente, procurando quaisquer evidências ou teorias. Preferia conspirar do que ser fatídico.
— Crápulas! Cafajestes! — O homem exclamou, socando a própria mesa. — Jazido sob qualquer solo o copo dela está! Morta, sem suspiros.
— Senhor, por favor, não se altere.
— Pois esta é a verdade, senhorita Locker. Caitlyn era fadada a morte por seu conhecimento. Ela sabia de tudo, e como sabia...
— Senhor Min, o que vossa autoridade pretende...? — Stephannie Locker fora interrompida.
— Prosseguiremos com o evento, entretanto... — mais uma vez, Yoongi tragou àquela droga, batendo as cinzas num local específico —, detonarei até os meus aliados para buscar o responsável.
O sorriso libertino provindo daqueles lábios conotava uma coisa: péssimos acontecimentos estariam por vir. Desde os mais sujos atos pertubarão as vidas dos mais inocentes moradores de Paris. Yoongi não se importava, todos pagariam na moeda que tivesse.
— Co-como? — Stephannie gaguejou, um tanto amedrontada.
A assessora teve como resposta as mais desvirtuosas palavras de Min.
— O Estado não será mais um aparato de controle, não enquanto eu o manipular.
Min Yoongi se levantou da cadeira, vislumbrou o horizonte e ordenou:
— Colete as informações necessárias, dos nossos oponentes, do Estado.
— Senhor Min, e-eu...
— Você, retire-se já! Convoque os nossos funcionários aptos para este serviço.
A dualidade ferrenha de Yoongi amedrontava os seus colaboradores, a instabilidade psíquica do branquelo era detectável há quilômetros. Ser anormal era sinônimo de loucura, desvarío, causa de medo na população. Min Yoongi amava o temor, o responsável pela ordem social. Tamanho era o furdunço, pois o mistério que envolvia a conduta dele era de fato instigante, pouco investigado, interessando Sophie Hudson, uma detetive de origem francesa, pobre, entretanto, trabalhadora.
A garota, recheada de razões, abriu um inquérito contra o burguês, e, a favor da verdade, se infiltrou na firma, conforme o planejado, entretanto, 20 dias depois, o sequestro de Caitlyn, uma das gerentes, ocorreu. Ciente do perigo, Sophie percebeu algo de errado: por instantes, recorreu à cabeça dela o mau caratismo militar, não obstante, a possibilidade daquilo ser uma emboscada, visto que é a única mulher nesse emprego.
Perante aquela política do pão e circo, conflitos homicidas silenciavam as testemunhas. Sophie Hudson tinha de escolher o lado certo, justo, como numa guerra de ideologias: esquerda ou direita, vermelho ou azul. Do que importava? Ambos era errados. Matutou novamente.
Quando na delegacia, Sophie, a detetive feroz, distribuiu aos superiores algumas informações: falaciosas, sensacionalistas, pretenciosas, criando um perfil descarado do chefe inglês. Ele não era um refém, vítima e fantoche do Estado, porquanto, Hudson o fez parecer. Ela desconfiava das incógnitas, o governo poderia ser o culpado, talvez não fosse histeria de um irmão carente, Burn The Sky era a mais elaborada farsa, e, Min Yoongi, um completo alucinado pela aventura.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top