3: Te Ajudando A Ver
Tentei me concentrar em terminar a atividade acumulada, mas era bem difícil com aquela estranha criatura me observando, Taehyung parecia curioso com cada movimento que eu fazia tentando captar o máximo sobre mim, o possível para "me ajudar" como o mesmo já havia dito.
- Você sente vontades? - ele tombou a cabeça para o lado sem entender minha pergunta - fome, sono, sede...
- Não! - ele disse simplista - sou apenas um reflexo.
- Um fruto da imaginação?
- Não novamente - seu dedo tocou minha testa fazendo me rir - qualquer um pode me ver e eu posso tocar, não sou da sua cabeça e sim de um outro local...
- Qual seria?
- Um segredo!
Bufei e continuei fazendo a atividade, queria saber, no entanto ele continuava fazendo seus jogos, só então algo bateu com força em minha mente... "Qualquer um pode vê-lo!" O que minha mãe ou meu pai acharia vendo um garoto de hobbies e pijama em meu quarto? Eles não perguntariam se era meu k-idol favorito, apenas me dariam uma bronca. Ouvi o barulho dos passos do meu pai e me desesperei mais ainda.
- Se esconda! - disse arregalando os olhos
- Por quê?
- Apenas faça V!
O mesmo foi rápido em se esconder atrás de uma sapataria velha que eu tinha respirei aliviada quando meu pai colocou a cabeça dentro de meu quarto checando como eu estava e dando um breve aceno; depois que o mais velho foi embora V saiu de seu esconderijo rindo por ter entendido o motivo de meu desespero.
- Devo me recolher! - ele disse por fim me fazendo o olhar - sei que já já irá dormir e eu preciso conversar sobre meu dia com meus amigos, em breve conversamos sobre o que tem que melhorar, mas se preocupe continuo te observando!
Antes de eu falar qualquer coisa e mesmo se tornou parte do pôster novamente me deixando novamente com um enorme questionário...
Eles se encontravam? Será que todos os álbuns "especiais" era da mesma versão? Como assim me observando e conversar?
Sei que foram tantas coisas que acabei pegando no sono, com o celular em mãos conversando com minhas amigas virtuais, tendo um estranho sonho de que minha invisibilidades estava prejudicando tudo ao minha volta, me fazendo por fim realmente sumir!
Acordei no susto no dia seguinte, o sonho ainda estava fresco em minha cabeça e resolvi tomar um banho e mandar cumprimentos a aquelas que não me despedi na noite anterior. Mia apenas deixou um ponto de interrogação e Sky mandou uma sequência de perguntar do porque eu ter sumido; expliquei brevemente e entrei no banho, seguindo a rotina de toda manhã: banho/ café da manhã/ arrumar a bolsa/ colocar o dinheiro no bolso/ sair agradecendo por mais um dia.
Minha manhã no curso foi tranquila, as chatas faltaram e tive paz, Hinata se aproximou novamente e conversei por um longo tempo com ela, conseguia me arrancar risadas e também me fez falar mais, até eu mesma fiquei abismada com o jeito que desenvolvi uma conversa.
Já em casa conversei sobre meu dia com minha mãe e fiz planos para sair com a mesma para algumas programações que tínhamos; no quarto me programei para planejar o trabalho que o professor havia passado e conversar com minhas amigas enquanto fazia o mesmo, mesmo sendo amigas a distância elas me ajudavam muito e me consolavam em momentos de dificuldade, no momento de devaneio tomei um enorme susto quando um estrondo tomou o local.
Assustada olhei para o local que veio o barulho e para minha surpresa havia um V meio desajeitado reclamando por seu tombo.
- Eu devia saber fazer saltos perfeitos, mas parece que não é possível, sou meio desajeitado - coçou a cabeça envergonhado
- Que é saltos perfeitos? - o encarei e foi a vez do mesmo se assustar pela minha presença.
- Eu...sabe... quando eu saio do pôster
- Aaaah! - sorri - bem talvez com o tempo se pega a prática!
- Talvez né! - ele veio em minha direção curioso para ver o que eu estava fazendo. - o que está fazendo?
- Organizando as coisas do trabalho.
- Bem, acho que você deveria tomar um ar e sair um pouco, acho que deveria admirar o espaço aberto, você passa tempo demais preso nesse quarto.
Resolvi ignorar um pouco o que ele falava, não precisava que falassem sobre meus hábitos ou que os tentasse mudar, mas analisando um pouco V tinha a razão. Olhei as paredes e soltei um suspiro cansada:
- Você tem razão!
- Então vamos sair?
- Mas você não disse que não podia sair?
Seu sorriso revelou como era travesso e sabia falar as palavras certas para conquistar a confiança de alguém.
- Está brincando comigo?
- Claro que não! Estou tentando te convencer que você precisa mudar.
Ele tinha razão, precisava mudar, precisa reconhecer as coisas e construir um novo mundo ao meu redor.
Quando finalmente saímos, o sol estava agradável e uma leve brisa chegou em meu rosto, sorri por um progresso que havia feito, muitas vezes minha mãe brigava comigo por conta de eu não sair muito, e lá estava eu sentada na grama ao lado de uma cópia como o mesmo dizia admirando o céu com diferentes formatos de nuvens, curtindo os leves raios de sol.
- So-Hyung refleti sobre o que precisa mudar e sobre as coisas que você precisa aprender, contei cinco passos se permitir gostaria de ajudar.
- Tudo bem! - disse distraída
- Tudo bem mesmo? Quer dizer você terá que mudar hábitos, rotinas e aprender que a vida é mais que se esconder.
- Eu não me escondo - disse ríspida - eles me excluem.
- Pare para pensar, você se esforça em fazer novas amizades? Ser notada? Ou apenas se esconde atrás do rótulo que te deram?
- Você não sabe o que está falando! - disse sentindo a raiva me consumir
- Será que não sei ou você não quer assumir? Uma coisa que sou é observador e te garanto, você poderia muito bem se revelar, porém prefere se esconder com seus traumas.
- E o que você sabe sobre isso Kim Taehyung? - gritei
- Acredite sei muito bem! - sua calma ao falar me desconcertou - eu era tímido Hyungnie não conseguia nem mostrar meu rosto em público, mas depois aprendi que revelar o que nos somos é melhor do que se esconder.
Ficamos um longo tempo em silêncio, principalmente porque eu estava sentindo vergonha pelo modo que falei, eu sabia muito bem sua história por conta de ser fã e conhecer bem, porém no momento de raiva ou até mesmo de não aceitar quis jogar algo inútil em sua cara, como dizem minha auto defesa falou mais alto. V parecia absorto em seu mundo, admirando o céu e a paisagem ao seu redor, sorri ao olhá-lo, aquela era uma oportunidade única, por que estava negando? Sem resposta para a estupida pergunta resolvi interromper seu devaneio dando-lhe a certeza:
- Eu quero! - o mesmo me olhou em dúvida - quero que me ajude a ver e entender!
- Assim que se fala menina! - ele abriu sua mão para um high five e retribui sabendo que dali em diante teria muito que mudar e aprender.
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