Prólogo

Uma pessoa muito sábia uma vez disse que no fim de tudo só restariam segredos e baratas. Tenho certeza de que ela estava certa, mas nosso fim acabou não sendo realmente um ponto final.

Os segredos do mundo antigo nos destruíram. Mataram crianças de fome, deixaram o gado com sede e nossa raça inteira a beira da extinção. Os poucos que restaram estavam desesperados o suficiente para fazer qualquer coisa, até mesmo matar.

Nossos governos eram mentirosos, corruptos e cheios de segredos. Eles nos aniquilaram. Foi nossa sorte que a Verhallow nos salvasse de nós mesmos.

O movimento ganhou os ouvidos do povo com tanta força que toda a derrocada do governo antigo parecia simples.

O conceito e a promessa fizeram com que a população marchasse até seus líderes e seu discurso acalorado animou um pouco demais as coisas, assassinatos incluídos. Não é à toa que até hoje a sede da Verhallow seja chamada de Bloodhouse, a casa que chorou sangue.

Dia 24 de abril se tornou o dia da Revolução, eventos públicos aconteciam nessa data e neles era tocada a música da Marcha.

O mundo foi dividido em quatro seções e dezesseis subseções, os povos restantes uniram-se, culturas tornaram-se uma só. Não havia guerras, pois não existiam motivos para tal, não havia fome e doenças eram raras. Todos tinham o mesmo valor para Verhallow. Vivíamos em uma utopia de paz, não deixaríamos os segredos do passado nos consumirem novamente. Nosso novo mundo não teria segredos, pois eles eram capazes de nos destruir.

Mas olhando para o corpo ensanguentado no chão, aos meus pés, percebi que ainda havia segredos. Muitos. Alguns terríveis e sombrios. Todos possuíam segredos entre si. A Verhallow por si só guardava inúmeros e era hora daquilo terminar.

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