você roubou de uma criança? ➤ wade wilson
Pedido de Ziguiridum. Espero que goste!
Obrigada a amandlx pela ajuda no imagine.
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A demora de Wade para retornar para casa era no mínimo suspeita e intrigante, contando com o fato de que o estabelecimento do MC Donalds era cerca de uma quadra de distância da nossa casa. Bem que eu tentei contraria-lo e dizer que poderíamos simplesmente pedir delivery, mas havia algo no modo de agir estranho de Wade que entregou que ele estava armando alguma coisa. Contesta-lo não adiantaria nada, então ele apenas saiu porta afora quando eu o questionei do porquê da sua repentina vontade de comprar um fast food diretamente do estabelecimento, deixando-me reclamando sozinha no meio da sala.
Cerca de meia hora depois, enquanto olhava para o pouco movimento da rua através do vidro da janela da sala, um garoto baixinho e robusto passou correndo à toda velocidade na calçada enquanto chorava alto o suficiente para que eu conseguisse ouvir de dentro da casa. Segundos depois, Wade virou a curva da entrada do jardim e aproximou-se da porta em passos saltitantes.
Antes que ele pudesse entrar totalmente dentro de casa eu parei em frente a porta da sala e cruzei os braços sobre o peito, aguardando pacientemente.
— Wade Wilson, você roubou uma criança?
Ele espiou minimamente através da pequena fresta da porta que ele havia aberto e, mesmo com o rosto coberto pela sua máscara vermelha e preta típica, eu sabia que ele estava bravejando alguns palavrões silenciosos nesse momento.
— Não. Por que acha isso?
Respirei fundo.
— De mercenário a criminoso. Isso é ótimo, Wade.
Mesmo relutante, Wilson entrou completamente em casa, trancou a porta de uma vez e, segurando firmemente a sacola vermelha decorada com o sorriso típico das embalagens do MC Donald, aproximou-se calmamente de mim em passos lentos e contados, como se quisesse fazer uma cena dramática ou algo do tipo.
— Eu sei que você quer...
Wade enfiou uma das mãos dentro da embalagem e retirou de lá um hambúrguer fresquinho envolto por mais uma embalagem de papel restante. Ele aproximou o lanche do meu rosto e, entre desperdiçar aquele hambúrguer jogando-o na sua cara e comê-lo, eu decidi escolher entre arrancá-lo da sua mão e desfazer a embalagem em volta do mesmo.
— Se você está comendo, está compactuando com o crime.— ele apontou um dedo na minha direção, obrigando-me a revirar os olhos.— E o garoto não deveria ficar andando por aí abanando esse tipo de lanche. É irresistível.
Mordi o hambúrguer enquanto encarava Wade sobre a sua máscara típica que ele sempre usava para ir a qualquer lugar, seja para algum tipo de missão ou não. Wade não é um herói; acredito que ele se encaixa melhor no cargo de anti-herói piadista e tagarela que brinca com o perigo e raramente faz algo certo e civilizado. Era até estranho pensar que ele poderia conter um lado amoroso dentro de si depois de tudo o que passou e fez, mas ainda estávamos no caminho; era difícil? Obviamente. Ressignificar o seu passado era um trabalho e tanto para Wade. E momentos como esse mostravam que, ou eu precisava lhe dar um sermão daqueles, ou eu apenas revirava os olhos e o fazia jurar que nunca mais iria fazer esse tipo de coisa. Se bem que estávamos falando de comida...
— Eu estava pensando...— falei, limpando os cantos da minha boca com o guardanapo que viera junto com a embalagem.— Acho melhor você parar de perseguir o cara que desfigurou você.
O fator de cura de Wade e as suas cicatrizes por causa da desfiguração eram um assunto consideravelmente aceito dentro do nosso relacionamento, já que eu havia lhe dado total liberdade para falar sobre isso e ele havia permitido a minha opinião dentro desse assunto delicado.
— Se eu não persegui-lo, o que vou fazer?— ele enfiou a mão mais uma vez dentro da embalagem vermelha e retirou uma bela rosa da mesma cor, estendendo-a na minha direção.— Vou perder meu entretenimento diário.
— Não vai me ganhar com flores. Roubar é crime.— respondi, mas mesmo assim agarrei a rosa vermelha da sua mão.
— Já te ganhei com a comida.— Wade largou a embalagem parcialmente vazia em cima da mesa de centro da sala enquanto eu fazia o mesmo com o hambúrguer pela metade.— Não vou pedir desculpas. Coisa mais brega.
Mesmo contra a minha vontade, ri, analisando cautelosamente a rosa incrivelmente vermelha e aparentemente muito bem cuidada que irradiava um perfume adocicado na minha mão.
— Roubou essa de quem?
— De uma velhinha que estava esperando na calçada pra atravessar a rua.
— Wade!
Ele deu de ombros e aproximou-se mais de mim, passando seus braços ao redor das minhas costas enquanto puxava-me para mais perto. Surpreendentemente, eu era alguns centímetros mais alta que Wade, fato que contrariava completamente o clichê que a figura masculina é sempre mais alta que a mulher.
— Brincadeirinha. Peguei do jardim de uma velhinha.
— Não anula o fato de ser um roubo.
— Eu estou aqui fazendo uma ação solidária, demonstrando meu apreço por você, e é assim que me retribui?
Fora a minha vez de dar de ombros, sorrindo. Mas é claro que essa sua demonstração de carinho suspeita e repentina escondia algo. Antes que eu pudesse fazer alguma coisa a respeito ele impulsionou meu corpo para cima e pegou-me no colo, envolvendo-me firmemente com os seus braços fortes mesmo com a minha relutância e o fato de que eu tentava inutilmente me rebater do seu aperto.
Wade girou-me no ar algumas vezes antes de cairmos sobre o espaçoso sofá da sala, enquanto eu esbravejava palavrões de todos os tipos na sua direção.
— Vá pra rua roubar outra criança e me deixe em paz.
— Mudou de opinião rápido.— ele respondeu, passando um dos braços por cima dos meus ombros enquanto ria baixinho através do tecido da sua máscara.
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