pedido de desculpas ➤ bucky barnes
Eu tinha esse rascunho aqui ainda quando tfawts tava sendo estreado (inclusive sdds dos surtos; ô tempinho bom q não volta 😭). Então resolvi ajeitar ela e tá aí. Espero que gostem!
Para evitar confusões futuras, quero avisar q esse ideia foi compartilhada com a amandlx, já q ela já tem um cap postado com essa ideia doada por mim, porém o contexto é diferente.
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Espreitando por entre o vai e vem do fluxo contínuo de pessoas apressadas sobre uma das ruas mais movimentadas do Brooklyn, Bucky Barnes mantinha o seu olhar sentinela e concentrado em qualquer movimento que entregasse a localização da mulher. Enquanto caminhava, ele retirou a agenda de anotações do bolso da sua jaqueta de couro e a abriu, dando uma breve recaptulada no primeiro nome rabiscado na mesma:
S/N S/S.
Fazer aquela lista fora ideia da sua terapeuta, obviamente. Ao primeiro momento, Bucky achou que aquilo era uma tremenda perda de tempo mas, internamente, sentia que pedir desculpas para todas as pessoas às quais ele causou algum tipo de mal no passado iria deixar a sua consciência "mais leve", de alguma forma. Barnes soltou um longo suspiro, guardando a pequena agenda de volta ao bolso da sua jaqueta enquanto retornava a elevar o seu olhar para a calçada do outro lado da rua através do movimento contínuo dos carros na avenida.
Mentalmente, Bucky começou a repassar as três regras que a sua psicóloga havia lhe dito:
Regra número um: Não fazer nada ilegal.
O aparelho telefônico apitou na sua mão esquerda, explicitando que o seu alvo estava próximo. Horas antes Bucky havia esbarrado em S/N de propósito na rua e, enquanto ela se distraia, colocou um chip de rastreamento quase imperceptível na lateral da sua mochila preta, fazendo com que todos os passos da mulher fossem notificados para Bucky. Ele sabia que S/N não havia o notado e, se o tivesse feito, com certeza não teve tempo o suficiente para analisar melhor pois Barnes logo tratou de se juntar a multidão de pessoas para longe da mulher a fim de não levantar suspeitas. Além disso, S/N pareceu estar tão absorta em seus pensamentos e tão apressada ao caminhar que as chances de ela ter o notado são mínimas - porém não nulas.
Bucky estreitou os seus olhos para obter o exato vislumbre de S/N caminhando despreocupadamente por entre o fluxo incessante de pessoas indo e vindo na calçada oposta a sua, aparentemente alheia a presença suspeita de Bucky a olhando. Barnes, extasiado e estranhamente nervoso com os próximos passos, olhou para os dois lados da rua e atravessou correndo, aproveitando uma brecha por entre o fluxo dos carros sem causar nenhum tipo de interrupção.
Agora, já do lado oposto da rua e na mesma calçada que S/N, Bucky pôs-se a caminhar em passos largos na direção da mulher mais a frente, que surgia e sumia do seu campo de visão conforme o mover da multidão. Segundos depois ele já estava atrás de S/N, nervoso, analisando cautelosamente a mochila pesada nas costas da mulher e seus cabelos presos em um rabo de cavalo no topo da sua cabeça enquanto ela permanecia completamente alheia a presença de Bucky ali, logo atrás de si.
Barnes respirou fundo. Regra número dois... Qual era mesmo a regra número dois?
A predominância de becos - fendas estreitas, úmidas e em sua maioria escuras - eram bastante notáveis ali, por entre os prédios residenciais e comerciais de toda Nova York, praticamente. O fato de que S/N estava caminhando muito próxima às extremidades da calçada contribuiu para que Bucky avançasse na sua direção e passasse um dos braços por sobre os ombros da mulher, empurrando-a de leve e de modo discreto para dentro do primeiro beco que apareceu no campo de visão de Bucky. Surpreendentemente, S/N mal tentou resistir ou gritar perante aquela aproximação estranhamente súbita de um homem que simplesmente a empurrara para dentro de uma fenda escura e altamente propícia a sequestros, assassinatos e tudo o que você possa imaginar.
Primeiramente, o grande problema de Bucky foi deixar-se levar pela emoção e pela ânsia de rever S/N e, como consequência, deixar-se fazer isso; um ato tão estúpido que na sua mente parecia tão concreto e certo que ele até esqueceu-se que talvez - e só talvez - os tempos haviam mudados. Não era como se ele parasse mulheres na rua sem mais nem menos nos anos quarenta, porém ele havia feito uma tremenda de uma burrada; e conhecendo S/N como Bucky achava que conhecia era óbvio que ela não iria deixar isso barato. Sendo Barnes ou não o homem que a segurara, ela estava mais do que pronta para acabar com a raça dele.
E quando S/N desvencilhou-se do braço firme de do homem e deu-lhe o primeiro soco no queixo Bucky finalmente lembrou-se da regra número dois:
Ninguém se machuca - ou melhor, Bucky supostamente não deveria machucar ninguém.
Barnes cambaleou para trás quase que instantaneamente, sentindo o formigamento tão familiar de um soco extremamente potente daqueles capazes de rachar a sua mandíbula no meio. O homem levou uma das mãos cobertas pelas luvas na direção do seu queixo nocauteado, resmungando, enquanto analisava todos os finais possíveis para essa briga.
- Espera!- Bucky ergueu a sua mão livre na direção de S/N que, a essa altura do campeonato, já havia retirado uma faca do coldre imperceptível no cinto da sua calça preta, apontando-a na direção do homem.
A regra número três era a única que iria salvar Barnes de ser morto - literalmente - por S/N.
- Eu não sou mais o Soldado Invernal. - Bucky anunciou, firme, mexendo o seu queijo bruscamente na tentativa de obter certeza de que nada estava quebrado. Ele afastou a sua mão enluvada do local nocauteado e ergueu seu olhar doloroso na direção de S/N, que apontava a faca extremamente afiada na sua direção em uma perfeita pose de ataque. - Eu sou o James Bucky Barnes e você está na minha lista de pedidos de desculpa.
Bucky tentou sorrir de modo amigável apesar da dor incômoda do soco que havia levado segundos antes. S/N, por sua vez, semicerrou os olhos de modo analisador, abaixando minimamente a faca da altura dos seus olhos para poder visualizar a figura estranhamente familiar parada na sua frente.
Quando a ficha de S/N finalmente caiu ela abaixou a sua faca por completo, endireitando a sua postura da posição de ataque enquanto negava lentamente com a cabeça, rindo baixinho.
- Quando for empurrar uma mulher em um beco escuro, primeiro diga o seu nome. - ela falou, apontando a faca na direção de Bucky pela última vez. Por fim, S/N guardou-a de volta na bainha por dentro do cós da sua calça, como se nunca tivesse sido retirada dali. - E eu digo se vale a pena ou não esfaquear você.
Bucky riu, desviando seu olhar da expressão de S/N que resumia-se a um misto de raiva com diversão. Internamente, ela estava realmente feliz em revê-lo, apesar das circunstâncias.
- Foi mal. Eu...
- Você é um idiota. - S/N interrompeu-o, levando ambas as mãos até a cintura enquanto olhava para Bucky de cima a baixo. - Pensei que você fosse bem mais inteligente.
Barnes deu de ombros e, apesar dos xingamentos, ele não podia estar mais feliz em ver S/N.
A mulher aparentemente não havia mudado muito desde a última vez. Talvez seu corte de cabelo havia sido alterado, porém minimamente e quase imperceptível aos maus observadores. S/N ainda se vestia de acordo com o seu humor de sempre; trajes pretos, foscos, como se estivesse indo ou saindo de um funeral - talvez até do seu próprio funeral. S/N era uma mulher tão misteriosa e cheia de segredos que Bucky nem se surpreenderia caso isso fosse verdade.
- Encurralar mulheres em becos? Sério? - ela continuou, indignada, dando um passo na direção de Bucky que permanecia imóvel no seu lugar. - Onde você acha que está? Anos quarenta?
Barnes franziu os lábios e deu de ombros mais uma vez, ao passo que S/N encarou-o com a expressão mais confusa do mundo. Bucky havia ensaiado tantas falas e dizeres para quando se encontrasse com a mulher que, agora, estando cara a cara com ela, o homem mal conseguia lembrar-se do seu próprio nome. Ademais, era assim que S/N sempre o fez se sentir; hipnotizado, admirado e sem palavras.
A mulher era uma mistura de caos raivoso com uma pitada de amor grotesco lá no fundo do seu âmago, ao passo que a parte amorosa e carinhosa ficava a cargo de Bucky na relação.
Mas que relação, James Barnes?
- Eu juro por Deus que eu estava por um fio de esquarteja-lo aqui mesmo. - a voz de S/N, agora mais neutra apesar do vocabulário, tirou Bucky dos seus devaneios apaixonados. - Porra, Bucky. Isso não se faz.
- Eu sei. - ele finalmente encontrou sua voz para se explicar, respirando fundo enquanto analisava cautelosamente todos os traços vívidos do rosto agressivo de S/N; porém, apesar da raiva, ela permanecia relativamente pacífica e mais relaxada no momento.
- Beleza. Estamos resolvidos, então. - a mulher suspirou, cansada, ao passo que Bucky não deixou de perceber a aura melancólica que emanava dos gestos de S/N.
- Tudo bem? - ele perguntou subitamente, assumindo o seu típico tom de voz e expressão preocupadas que S/N já havia presenciado muitas vezes. Ah, se havia.
A mulher ficou em silêncio por alguns segundos, como se aquela repentina mudança no tom de voz indiferente de Bucky tivesse despertado centenas de lembranças até então adormecidas pelo seu orgulho suprido.
- Pensei que você havia parado de se importar comigo bons anos atrás.
Bucky abriu a sua boca para responder, porém nenhum som saiu. Ao invés disso, ele abaixou sua cabeça e piscou algumas vezes, chocado demais com a frieza de S/N. Esse é o seu modo de lidar com tudo, ele pensou consigo mesmo, o desprezo e o descaso.
- Se quer saber por que vim atrás de você, foi por causa disso. - Bucky enfiou uma das mãos no bolso da jaqueta e retirou de lá a sua agenda, estendendo-a na direção de S/N sem olha-la nos olhos.
- Não quero ler o seu diário, princesa.
- Por favor.
S/N arrancou a agenda da mão de Bucky e a abriu na única página marcada ali, rolando seus olhos brevemente pelos escritos rasurados. Por fim, ela fechou-a e estendeu de volta para Bucky, que a pegou com certa relutância enquanto finalmente erguia seu olhar enevoado do chão de concreto do beco.
- Eu acho legal que você esteja... tentando achar um novo propósito.... - S/N finalmente pronunciou-se, sua voz soando surpreendentemente baixa e entrecortada. - ... Depois... depois de tudo. Eu estou orgulhosa de você.
O coração de Bucky palpitou dentro do seu peito subitamente, fazendo-o abrir um sorriso de canto na direção de S/N. Era óbvio que ele não havia superado ela.
- Desculpa. - a mulher continuou, desviando seu olhar comovido para longe de Bucky. Poucas coisas abalavam a personalidade forte de S/N; e saber acerca de tudo o que Barnes passara era uma delas. Só Deus sabe o quanto ela havia amado esse homem.
- Tudo bem. - Bucky respondeu, baixinho, dando de ombros. - É sensato te questionar sobre o seu paradeiro nos últimos dois anos e meio?
S/N voltou a encarar Bucky, dessa vez com mais calma e sem a sua típica raiva no olhar.
- Não parei em casa. - ela respondeu, dando de ombros também, mal sabendo explicar a sua vida conturbada sobretudo nos últimos meses. - Você sabe que eu nunca consigo ficar parada por muito tempo.
Bucky concordou. Ele costumava saber tantas coisas acerca de S/N.
- Não deveria esconder o seu braço de metal. - ela sussurrou quase que em um timbre inaudível, abrindo um pequeno - porém doloroso - sorriso na direção de Bucky. - Gosto de vê-lo à mostra.
Bucky sorriu, levemente envergonhado, enquanto olhava para a sua mão de metal enluvada. É, ele pensou consigo mesmo, sorrindo, talvez não seja tão ruim assim.
- Horas atrás eu possuía um plano. - ele pôs-se a falar, erguendo seu olhar na direção de S/N. - E ele incluía chama-la para sair.
A mulher permaneceu longos segundos encarando Bucky, pensando, enquanto o interior do homem se revirava de uma só vez. Era óbvio que S/N não iria aceitar isso; não depois de tanto tempo.
- Nós precisamos colocar o papo em dia, de qualquer maneira. - ela deu de ombros, sorrindo minimamente na direção de Bucky. - Começamos pelo visual.
Barnes riu baixinho, relaxado, enquanto gesticulava para que S/N o seguisse.
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