oh, baby, give me one more chance ➤ peter quill
Pedido da IsabellyLeo8 . Espero que goste!
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— Aí, Quill, adivinha quem está na Terra?
Rocket mantinha o olhar centrado no caminho à sua frente— sobretudo diversos aglomerados de estrelas e lixo espacial, aos quais o guaxinim habilidoso desviava muito bem. Era Peter quem deveria estar pilotando a nave rumo a mais uma missão no planeta Terra, mas quando Rocket apontou uma daquelas suas armas esquisitas na cabeça de Quill o homem não teve muitas escolhas se não encolher-se num canto qualquer da nave e ligar seu walkman, permitindo que a sua playlist de músicas favoritas tornasse aquela viagem um pouco mais suportável.
— Quem?— Quill respondeu de modo vago, abaixando o volume da música do aparelho.
— A S/N.
Peter pausou a música no seu walkman no mesmo instante, retirando os fones da sua cabeça na esperança de que Rocket especificasse melhor o que havia acabado de falar.
Meses atrás, ele e S/N haviam rompido um relacionamento aparentemente perfeito. Os motivos foram sobretudo os ideais diferentes de ambos: Peter era um viajante nato do Universo— mesmo que fosse metade humano ele ainda preferia seguir a sua vida "espacial" pelas mais diferentes e distintas galáxias e, é claro, na companhia de S/N, a mulher que havia o impressionado desde a primeira vez em que se conheceram— se é que um chute no meio das pernas de Quill fosse uma versão mais moderna do bom e velho "amor à primeira vista".
E mesmo se fosse, o chute havia doído pra caramba.
Infelizmente, S/N pretendia voltar para a Terra logo depois da última missão dos Guardiões da Galáxia a qual ela participou. Embora uma saqueadora nata e amante do espaço, ela não pretendia ficar vagando pelo Universo por mais muito tempo. Deter vilões e acabar com seus planos de aniquilação geral era legal, mas ela sentia que precisava dar um tempo naquele seu estilo de vida agitado.
Querendo ou não, S/N não pertencia ao Universo. A Terra era o seu verdadeiro lar, embora Peter recusava-se a retornar àquele planeta— aquele lugar era a última lembrança que ele tinha da sua mãe. E também porque a geografia de Quill deixava a desejar— como, por exemplo, o clássico: Missouri fica na Terra?
Depois de algumas brigas, discussões um pouco mais pacíficas e algumas facas voando Peter e S/N decidiram terminar, algo que afetou tanto o Senhor das estrelas quanto a pobre mulher; ambos sentiam-se conectados por causa da sua "humanidade" em comum,— humanos eram, sobretudo, seres difíceis de serem encontrados vagando Universo afora e, quando Quill encontrou S/N, imediatamente sentiu que ela era a pessoa perfeita para ele e vice versa.
— Você ainda mantém contato com ela?— Peter perguntou simplesmente, tentando disfarçar a sua repentina animação ao ouvir o nome da mulher.
— Você não?— Rocket questionou de volta, soltando uma gargalhada debochada no final.
— Eu sou Groot?— a árvore falante perguntou ao lado de Rocket, sem tirar seu olhar do pequeno vídeo game em suas mãos— ou melhor, galhos.
— Sim, sim...— o guaxinim respondeu, negando lentamente com a cabeça.— Quill ainda gosta dela.
Peter resmungou algo incompreensível e escorou sua cabeça em uma das pequenas janelas da nave, seu olhar vagando pela vasta extensão do espaço sideral ao seu entorno enquanto voltava a ajustar seus fones ao redor da sua cabeça. A música Come and Get your Love tocava a todo volume no seu walkman, enquanto centenas de lembranças felizes e recordações afetivas "agitavam" o interior de Quill, obrigando-o a sorrir de modo involuntário na direção das estrelas.
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Quando o despertador tocou naquela manhã, surpreendentemente não quis jogá-lo contra a parede como sempre — embora eu não precisava realmente de despertadores, até porque não tinha horário nenhum para cumprir no momento. Algo mais estranho do que isso foi a minha súbita determinação de fazer uma caminhada pelo parque próximo à minha casa; aquele que estava quase sempre vazio, já que nenhum dos meus vizinhos pareciam se interessar por um estilo de vida saudável.
E nem eu me interessava. Mas enquanto tentava inutilmente correr de modo decente pelo extenso e completamente vazio gramado do parque comecei a questionar finalmente o meu propósito ali, até porque um: não existiam parques para corredores sedentários no espaço. E quando eu olhei para cima e uma nave ridícula e grotesca entrou no meu campo de visão eu finalmente admiti que, não importava quantas vezes eu fugisse do universo, ele sempre dava um jeito de vir até mim.
Enquanto o barulho ensurdecedor do motor foi diminuindo aos poucos e as portas da nave começaram a se abrir, soltei um longo e exasperado suspiro, não sabendo exatamente se ria, chorava, sorria ou fazia todas essas coisas ao mesmo tempo.
— Coisa feia.— exclamei alto o suficiente, enquanto as figuras de Gamora, Drax, Mantis, Rocket e Groot saíam da nave, caminhando lentamente pela plataforma estendida no extenso gramado.
Meu primeiro pensamento nem foi o fato de que Groot havia crescido bons centímetros desde a última vez que nos vimos— até porque ele havia sido basicamente decapitado. A primeira coisa que senti fora a sensação de que estava faltando alguém ali; um cara, talvez, com um gosto musical excepcional e terríveis conhecimentos de geografia.
— Você costumava pilotá-la.— Gamora foi a primeira a se pronunciar, andando em passos lentos na minha direção.— É bom revê-la, S/N.
Correspondi ao seu cumprimento com um sorriso amigável, enquanto o restante da equipe aproximava-se de mim.
— Eu sou o Groot?— a árvore perguntou logo depois de acenar com a sua "mão" de galhos na minha direção.
— O Quill, aquele idiota...— Rocket resmungou, virando-se para trás na direção da nave.— Peter!
O barulho inconfundível de vários objetos sendo derrubados dentro da nave obrigou todos a dirigirem seus olhares para a porta da mesma, enquanto Peter saía de dentro da nave aos tropeços.
Um sorriso involuntário escapou dos meus lábios contra a minha vontade. Aí está a parte que faltava.
Peter correu desajeitadamente na nossa direção enquanto seu olhar hipnotizado pairava sobre mim, causando um misto de sensações que estavam "adormecidas" a muitos meses dentro do meu peito.
Mas elas afloraram no exato momento em que Peter sorriu, como se milhares de fogos de artifício ameaçassem saltar para fora de mim, fazendo-me sentir àquelas mesmas sensações que eu jurei nunca mais voltar a sentir por nenhuma outra pessoa.
— Oi.— ele disse de modo ofegante, parando bem na minha frente.
— Oi.
Peter sorriu de modo animado, enquanto os olhares maliciosos do restante da equipe pairavam sobre nós.
— Vamos embora, Groot.— Rocket resmungou, puxando a árvore falante consigo.— Vamos deixar o casalzinho a sós.
Drax e Gamora acompanharam a dupla, enquanto Mantis continuava imóvel ao lado de Quill. Ela era uma criatura um tanto quanto estranha— até parece que a maioria dos seres que eu havia conhecido no meu breve tempo no espaço fossem todos normais— mas, naquele momento, suas antenas bizarras estavam movendo-se freneticamente de um lado para o outro ao mesmo tempo em que seus olhos negros estavam fixos em Peter, que por sua vez mantinha seu olhar centrado em mim.
Mantis posicionou uma de suas mãos sobre a de Quill, logo recebendo um resmungo indignado do homem em reposta.
— Você sente... amor...— ela falou em um sussurro, a ponta das suas antenas brilhando sem parar.
A sua capacidade empática. Um clássico.
— É, eu acho que sim. Eu sinto um amor geral e altruísta por quase todo mundo....— Peter gaguejou em resposta, começando subitamente a agir de modo agitado.— E eu também não permiti que você bisbilhotasse nas minhas emoções, Mantis.
— Não. Romântico...— Mantis o corrigiu rapidamente.— Sexual...— ela continuou, enquanto Peter afastava sua mão da criatura.— Por ela!
Mantis apontou na minha direção, enquanto Peter parecia estar à beira de um colapso nervoso.
— Não, não!— ele negou rapidamente, desviando seu olhar tímido do meu.
Eu sorri, enquanto Mantis era tirada dali com os empurrões bruscos de Quill.
— Eu... droga...— Peter tentou se explicar, olhando para o chão de modo tímido.
— Tudo bem.— eu ri, negando com a cabeça.
Ainda sem olhar nos meus olhos, ele colocou uma das mãos no bolso da sua jaqueta de couro tirou de lá o walkman, estendendo-o na minha direção.
Franzi a testa em confusão, esperando por algum tipo de explicação perante àquela ação repentina.
— É pra você.— Peter empurrou o objeto na minha direção, obrigando-me a pegá-lo mesmo contra a minha vontade.— Terceira faixa. Primeira música.
Segurei firmemente o walkman nas minhas mãos com muita delicadeza, sabendo exatamente o quão importante aquele simples objeto era para Peter.
— Você... tem certeza?— perguntei, analisando cautelosamente o walkman e os fones nas minhas mãos.
— Sim.
— Mas... você ama essa coisa.— tentei protestar, estendendo o objeto de volta na sua direção.— Não vai querer deixá-lo aqui na Terra. Comigo.
Peter soltou uma risada abafada, negando com a cabeça de modo lento enquanto finalmente olhava diretamente dentro dos meus olhos.
— Não pretendo ir embora da Terra tão cedo.— ele admitiu, dando de ombros.
Eu sorri, desviando meu olhar do seu enquanto tentava disfarçar a empolgação e o entusiasmo que apossaram-se do meu corpo naquele momento.
— Eu não me importo, de qualquer jeito.— respondi simplesmente, dando de ombros.
— Se importa sim.
— Não me importo não.
Ele sorriu.
— Se importa, sim. Porquê eu me importo.
Eu ri novamente, enquanto Peter fazia o mesmo.
Com um simples aceno de cabeça na direção da nave Quill começou a caminhar até a plataforma da mesma, sorrindo. Ignorando todas as circunstâncias atuais— agora eu morava na Terra, fazia meses que não entrava naquela nave e nem lembrava se realmente sabia pilotá-la— eu corri ao encontro de Peter, ainda segurando firmemente o walkman nas minhas mãos.
Mesmo de canto de olho consegui ver que o sorriso radiante nos lábios de Quill havia se intensificado; aquele tipo de sorriso contagiante e puro que faz com que você esqueça todos os "poréns" e "mas" do momento e obriga você a largar tudo o que estava fazendo para embarcar em uma aventura que você jurou nunca mais fazer parte novamente.
Era como cair enquanto andava de bicicleta. Mesmo se machucando diversas vezes você sempre se levantava— depois do choro, obviamente— e tentava de novo, certo?
Ajustei o fone ao redor da minha cabeça e comecei a clicar nos botões do walkman, procurando pela música na faixa que Peter havia dito. Segundos depois, as inconfundíveis notas musicais invadiram meus ouvidos, obrigando a sorrir de modo involuntário.
A ponta dos dedos de uma das mãos de Quill foram ao encontro dos meus no exato momento em que o refrão contagiante da música começou, fazendo-me aumentar mais o volume do aparelho.
Oh, baby, me dê mais uma chance...
(Para mostrar que eu amo você)
Por favor, você não vai me deixar...
(Voltar pro seu coração?)
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