nossa história ➤ chris evans

Pedido de MikaelsonUrrea. Espero que goste!

(e obrigada a amandlx pela ajuda no imagine)

↳ all the credits to the creator

Quando os dedos de Chris tatearam o estofado do sofá em busca da minha mão espalmada sobre o mesmo eu finalmente retornei à realidade; ele estava nervoso, seja por qualquer que fosse o motivo. Sem mais delongas eu entrelacei prontamente a minha mão na sua, percebendo o exato momento em que o seu corpo enrijecido pelo nervosismo relaxou sobre o estofado quase que imediatamente ao meu lado, seu toque caloroso transformando-se em um mero aperto delicado ao redor da minha mão, dando a entender que ele realmente precisava daquilo para se recompor e continuar a responder às perguntas de Jimmy Fallon na nossa entrevista.

Por conta da nossa proximidade sobre o sofá, um ao lado do outro, as laterais das nossas pernas quase se encostando por completo, aquele movimento repentino havia praticamente passado despercebido. As minhas pernas estavam cruzadas uma sobre a outra de modo que escondiam parte da visão das nossas mãos entrelaçadas sobre o estofado; não que fosse um problema se as câmeras flagrassem isso, mas por hora eu preferia que esse toque fosse imperceptível. Eu preferia que fosse assim; era o tipo de sentimento de que estávamos sozinhos naquele palco de entrevistas do programa de Jimmy quando na verdade estávamos rodeados por centenas de fãs eufóricos na plateia.

— Eu tenho quase certeza que vocês dois nunca contaram a real história de como se conheceram.— a voz profissional de Jimmy tirou-me do meu transe enquanto Chris levantava seu olhar perdido no chão para encarar o apresentador.— Eu realmente gostaria de ouvir essa história e sei que os fãs também. Se não se importarem, é claro.

Chris abriu a boca para falar, mas a único som que conseguiu expressar foi o de uma risada crescente conforme seu peito subia e descia por causa das gargalhadas contagiantes que se misturaram pouco a pouco com a animação da plateia. Até eu precisei rir, enquanto Jimmy nos assistia de modo confuso.

— Pelo jeito a história é boa.— ele falou por fim quando nossas gargalhadas cessaram conforme a plateia se acalmava também.

Chris olhou-me de soslaio, logo desviando seus olhos azuis do meu rosto para as nossas mãos entrelaçadas sobre o sofá.

— Posso contar?

— À vontade.

Chris inspirou fundo por longos segundos e, antes de começar a "voltar no tempo" contando a nossa história, uma última risada sonora saiu dos seus lábios contraídos em um sorriso que emanava a mais verdadeira felicidade e admiração. Exatamente como no dia em que nos conhecemos.

 sᴇᴛ ᴅᴇ ғɪʟᴍᴀɢᴇɴs ᴄᴀᴘɪᴛᴀ̃ᴏ ᴀᴍᴇ́ʀɪᴄᴀ: ᴏ sᴏʟᴅᴀᴅᴏ ɪɴᴠᴇʀɴᴀʟ, 2014

Chris Evans aparentemente havia levado a piadinha sobre o "dia de trazer seu cão para o trabalho" a sério. Mas, na verdade, o restante dos atores, diretores e produtores deveriam ter no mínimo adivinhado isso; Evans geralmente não consegue se controlar quando o assunto é Dodger, ou seja, ele realmente havia trazido seu fiel companheiro para o set das filmagens iniciais do mais novo filme do Capitão América. 

Mas, de qualquer maneira, aquela inusitada visita canina fora muito bem vinda, na verdade; o restante dos atores tiveram seus corações imediatamente amolecidos pelo carisma e animação de Dodger: era igual ao dono, praticamente. Tirando a parte dos latidos estridentes, é claro.

Do outro lado do set, S/N jazia imóvel no encosto da cadeira giratória; ela realmente não gostava desses momentos onde precisava ficar quase uma hora inteira sentada em frente ao espelho apenas para que alguns pequenos cortes e hematomas de cenas de luta fossem pintados no seu rosto mas, ao terminar, sempre gostava do resultado e do realismo de sempre que os talentosos maquiadores conseguiam produzir. Escalada para o papel da nova personagem da saga dos Vingadores, S/N S/S agora estava pronta para dar vida à companheira assassina de Natasha Romanoff no combate desenfreado contra o Soldado Invernal. As cenas de lutas eram as suas favoritas, precisava admitir, já que ela havia dado o seu melhor para conseguir aprender todos os passos e falas durante as mesmas. Sua personagem consistia em uma mulher  impertinente, habilidosa e muito teimosa, treinada na sala vermelha assim como Romanoff. Esse era só o começo da sua história, na verdade, porque muitas surpresas ainda a aguardavam pelo caminho.

— Muito obrigada...— S/N agradeceu à maquiadora quando ela deu os toques finais na sua maquiagem.— Uau!

Realmente o trabalho estava muito surpreendente, mesmo que fossem apenas alguns pequenos machucados e hematomas pelo seu rosto; o realismo era muito aparente e poderia ser facilmente confundido com cortes de verdade.

Após de despedir da maquiadora, a mulher saiu do camarim e pôs-se a caminhar pelo corredor estreito rumo à parte principal onde as cenas começariam a ser gravadas em alguns minutos. E, obviamente, S/N ainda sentia a onda repentina de nervosismo invadindo o seu corpo cada vez que ela pensava sobre o assunto: ela iria atuar ao lado de atores talentosíssimos e famosos que davam vida aos personagens mais amados da história cinematográfica da Marvel. S/N já havia assistido aos filmes antecedentes à esse que estava prestes a gravar e havia amado tudo sobre eles; os detalhes, a trajetória dos personagens, os atores...

Perdida nos seus próprios pensamentos a mulher mal notou quando um ser agitado de quatro patas correu na sua direção pelas costas, seus passos saltitantes ecoando pelo corredor vazio enquanto ele arfava em entusiasmo. S/N só tivera tempo de virar-se para trás no mesmo instante em que o cachorro de porte médio pulou na sua direção, fazendo-a perder o equilíbrio quase que imediatamente, protagonizando um dos tombos mais ridículos de toda a sua vida. Por Deus, ela havia sido nocauteada por um cachorro.

— Dodger!

Dodger era o nome do ser que estava nesse exato momento girando sem parar ao redor do corpo da mulher no chão, intercalando entre pulinhos animados seguidos de latidos na direção da mesma.

— Dodger...— a voz masculina agora chamava o nome do cachorro em um tom de repreensão. S/N usou seus punhos para impulsionar seu corpo para cima, sentando-se sobre os seus calcanhares enquanto já sentia o rubor vermelho apossando-se das suas bochechas.

Ela realmente não queria levantar seu olhar envergonhado do chão para encarar o homem parado bem na sua frente, não mesmo. Mas quando ele estendeu uma das mãos na direção de S/N e repreendeu Dodger pelo acidente mais uma vez a mulher não pôde contradizer a sua curiosidade em saber quem ele realmente era.

A mão estendida no ar pertencia à Chris Evans, e S/N dispensava apresentações; não era como se ela já não tivesse pesquisado à respeito dele quando descobriu da sua existência e ainda mais quando soube que iria atuar no mesmo filme que o homem. Entretanto, S/N precisava admitir que ao vivo era muito melhor; ele conseguia ser ainda mais atraente e impressionante, principalmente por causa da sua camisa de treino justa colada ao torso torneado e as calças de moletom confortáveis que davam a...

— Eu realmente sinto muito. Dodger nunca fez isso antes.— Chris se desculpou mais uma vez enquanto S/N aceitava a ajuda do homem para se levantar. Sua puxada era firme, o que fez com que a mulher estivesse de pé segundos após entrelaçar a sua mão com a de Evans, enquanto o mesmo retornava a falar:— Me desculpe mais uma vez. E adorei a maquiagem, inclusive; Ashley faz um trabalho muito realístico, com certeza.

Hipnotizada demais para responder algo plausível S/N desviou seu olhar admirado para Dodger sentado sobre as suas duas patas traseiras bem ao lado das pernas da mulher; com o olhar brilhante em animação, a língua arfando para fora e o rabo abanando sobre o chão, o cachorro a encarava como se dissesse "não precisa agradecer, otária", dando a entender que aquele quadrúpede com certeza sabia mais do que lhe fora ensinado.

— Tudo bem.— a mulher respondeu finalmente, voltando a sua atenção para o homem à sua frente. Foi só aí que notou que suas mãos ainda continuavam entrelaçadas uma sobre a outra, o que fez com que S/N corasse mais uma vez.— Me desculpe.

Chris riu e desvencilhou-se lentamente a mão da mulher, como se na verdade não quisesse soltá-la sem mais nem menos. Ele gesticulou com as mãos para Dodger que logo postou-se do lado do dono, imitando a mesma pose de antes enquanto continuava a encarar S/N com a expressão de quem sabe dos seus piores segredos. Se não fosse pela boca escancarada, a língua para fora e o rabo balançando de modo amigável, a mulher tinha certeza de que o cachorro estava arquitetando um plano de como matá-la em uma única dentada naquele momento.

— Ele gostou de você.— Chris sorriu mais uma vez, colocando uma das mãos sobre a cabeça peluda de Dodger para lhe fazer um carinho.

E eu de você, S/N pensou, mas apenas soltou uma risadinha tímida em reposta. Dar em cima do ator bonitão que ela havia acabado de conhecer era a última das vergonhas que ela queria passar naquele momento. Ele já havia visto o seu tombo. Descobrir a sua indecência era um assunto para mais tarde.

— Você é...— Chris quebrou o silêncio após alguns segundos, apontando na direção de S/N.

— Nova aqui.— ela respondeu, enquanto Chris concordava com a cabeça.

— Ah, sim.— ele afirmou.— Temos uma cena juntos, certo?

— Várias, na verdade.— a mulher respondeu mais uma vez, observando de canto de olho quando as orelhas peludas de Dodger se eriçaram na sua direção.

— Uma dessas cenas inclui um beijo, certo?

S/N gaguejou.

— Não, não. Essa é com a Scarlett.— riu, enquanto Chris abaixava sua cabeça de modo desapontado.— O quê?

— Será que os diretores aceitam mudar o roteiro?

S/N gaguejou mais uma vez, sentindo-se subitamente surpreendida; Chris havia falado aquilo com tanta convicção que a mulher estava realmente certa de que ele iria dar um jeito de mudar o maldito roteiro. Se bem que S/N não reclamaria caso ele realmente fizesse isso. Ela só estava surpreendida por causa da normalidade e a audácia de Chris ao falar isso.

— Se conseguir, me avise.— ela finalmente respondeu após se recuperar do choque.— Vamos ter que treinar antes, né? Tudo pelo profissionalismo da cena.

Fora a vez de Chris gaguejar, o que arrancou uma gargalhada alta e sonora da mulher à sua frente. Até Dodger remexeu-se ao seu lado, como se tivesse entendido a piada e concordasse com isso.

— Tudo pela profissionalismo da cena.

Fora a vez de Chris rir, soltando uma gargalhada igualmente alta e contagiante que ecoou pelo corredor vazio assim como a de S/N. Quando percebeu que sua risada estava alta até demais, Evans até tentou abafá-la com as mãos, mas seu esforço fora em vão: agora risadas cortadas ecoavam pelo corredor por parte de ambos enquanto tentavam inutilmente reduzir o volume das suas gargalhadas sonoras. Até Dodger resolveu entrar na brincadeira, soltando um alto e estridente latido que fez com que Chris e S/N mandassem o mesmo ficar quieto logo após conseguirem controlar as suas próprias risadas.

Primeiro fato em comum: gargalhadas histéricas. O restante eles descobriram logo depois.

ᴅɪᴀs ᴅᴇ ʜᴏᴊᴇ

As nossas mãos continuavam entrelaçadas sobre o estofado do sofá, assim como a tensão e o nervosismo repentinos de Chris haviam se dissipado por completo; recordar e narrar o exato momento em que ele e eu nos conhecemos realmente haviam o deixado mais relaxado. Isso só explicitava uma coisa: Chris mantinha um grande apreço por mim e já havia feito questão de falar isso muitas vezes, tanto que eu era praticamente capaz de acalmá-lo durante qualquer situação de tensão e nervosismo.

— Os diretores não mudaram o roteiro, então.— Jimmy comentou segundos após o término da história, abrindo um grande sorriso.

Chris abaixou sua cabeça de modo desapontado exatamente como fizera no dia em que nos conhecemos.

— Infelizmente, não.

— Você não parece ser o tipo de cara que faz esse tipo de coisa...— Jimmy comentou de modo divertido.— ...cantadas e afins...

— E eu não sou!— Chris exaltou-se, mas logo começou a rir.— Mas estamos falando da S/N. É óbvio que eu não pude deixar a oportunidade passar.

— Ainda bem que não deixou...— comentei ao seu lado, arrancando mais gargalhadas da plateia e dos dois homens à minha frente

Mesmo estando totalmente relaxado agora, Chris não soltou a minha mão em momento algum. Estava tão à vontade com aquele toque compartilhado comigo que não interrompeu aquela conexão mesmo quando o assunto da entrevista mudou radicalmente. Acreditava que esse era o meu poder, na verdade; melhor do que qualquer feitiço, super força ou bruxaria: a capacidade de conseguir fazer com que Chris se sentisse a vontade ao meu lado. E isso era mais do que o suficiente para mim, com toda a certeza.

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