nos veremos novamente ➤ barão zemo, ᴘᴛ 3

Demorei com essa continuação do Zemo? Talvez um pouquinho, mas antes tarde do que nunca. Espero que gostem!
E obrigada à amandlx pela ajuda na ideia do imagine.

ᴄᴏɴᴛɪɴᴜᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ ᴅᴇ: ᴅᴏ ᴡʜᴀᴛ ɪ ᴋɴᴏᴡ ʏᴏᴜ ᴡᴀɴᴛ ᴛᴏ ᴅᴏ

sᴏᴋᴏᴠɪᴀ.

Ver as Dora Milaje caminhando em perfeita sincronia na sua direção poderia entrar facilmente na lista de "coisas mais assustadoras do mundo". Seu andar decidido e seus passos pesados causavam arrepios no corpo de qualquer um; e com certeza causavam isso no corpo de Zemo, completamente imóvel enquanto tentava inutilmente disfarçar o seu nervosismo ao meu lado.

Aparentemente, os dias de fugitivo da prisão haviam acabado para Zemo.

Os últimos dias haviam sido, para se dizer o mínimo, divertidos. Zemo conseguia ser uma boa pessoa quando queria, só era difícil de fazê-lo mostrar esse lado receptivo e surpreendentemente compreensivo para qualquer um. Na verdade, depois de muito tempo de questionamento, percebi que eu realmente não conhecia Zemo se não pela denominação de criminoso e vilão que tentou acabar com a iniciativa Vingadores. O que existia por trás daquela mente brilhante e ideias mirabolantes? Eu cheguei perto de descobrir mas, mais uma vez, o destino reservava caminhos opostos para nós dois.

— Sabe que culpa não é minha, né?— chamei a atenção do barão, sentindo que precisava me justificar de alguma maneira. Zemo deu de ombros e começou a caminhar de um lado para o outro ao redor de mim, seus passos estalando nos pedregulhos soltos do relevo.

— Sei.— ele respondeu simplesmente, parando de caminhar bem na minha frente.

Eu assenti lentamente com a cabeça, erguendo meu olhar perdido do chão para encarar as suas feições mais marcantes; o típico sorrisinho espertalhão nos lábios, o olhar concentrado e julgador e uma das sobrancelhas arqueadas em diversão já haviam se transformado na sua marca registrada, praticamente.

— Obrigada pela companhia.— ele anunciou por fim, depois de passar longos segundos me encarando

— Não me agradeça por ter sido a sua babá.

Zemo riu.

— Você foi mais que isso.— ele sussurrou, enquanto uma das guerreiras de Wakanda pigarreava atrás de nós na esperança de que Zemo as acompanhassem de uma vez para longe dali.

O homem virou-se na direção delas e ergueu a palma da mão no ar, recebendo os olhares mais intimidadores e mortíferos do mundo em resposta.

— Nem vai me ameaçar? Talvez uma arma engatilhada na minha cabeça?— ele virou-se para mim enquanto um sorriso ladino escapava dos seus lábios finos e contraídos, como se soubesse exatamente que eu não queria fazer aquilo.

— Você sabe que não.

O barão riu mais uma vez, estendendo a palma de uma das suas mãos em cumprimento.

— Pode ter certeza que vamos encontrar novamente.— ele falou de modo decidido enquanto eu estendia minha mão na direção da sua.— É só uma questão de tempo.

Zemo ficou segurando minha mão por longos e consideráveis segundos a mais do que um cumprimento normal costuma levar. O barão puxou calmamente a minha mão na direção do seu rosto e a beijou com certa delicadeza e cortesia, deixando-me a par da sensação irrequieta dentro do meu peito.

— Te chamaria de cavalheiro se não tivesse conhecimentos das coisas erradas que você fez.— semicerrei os olhos na direção do barão e sorri, enquanto ele continuava a me encarar com aqueles dois olhos curiosos que emanavam certa admiração e, quem sabe, um pouco de paixão.

Eu tinha quase total certeza de não deveria admitir isso, mas doeu ver Zemo sendo levado pelas duas guerreiras de Wakanda trajadas graciosamente e segurando uma lança afiada cada uma. Enquanto os três caminhavam lentamente na direção rumo à Nave Real de Wakanda, Zemo parecia muito calmo e relaxado perante aquela situação no mínimo incômoda. Era como se nem se importasse com o fato de que estava voltando para uma prisão de segurança máxima mais uma vez, onde passaria só Deus sabe quanto tempo enclausurado.

A resposta para essa sua calmaria e tranquilidade era bem óbvia, na verdade:

Era basicamente a mente concreta de Zemo arquitetando um plano para os próximos dias. E o sorrisinho ladino que ele lançou-me antes de ser empurrado para dentro da nave entregou tudo.

ᴛʀᴇ̂s sᴇᴍᴀɴᴀs ᴅᴇᴘᴏɪs. ᴍɪᴀᴍɪ, ғʟᴏ́ʀɪᴅᴀ

A mulher mantinha o olhar concentrado no ir e vir constante das ondas da praia, como se aquilo fosse a coisa mais interessante do mundo. Mas, com certeza, aquilo era bem mais interessante do que pensar em tudo o que aconteceu no último mês.

S/N achou que seria uma boa ideia tirar férias após a última missão com Sam e Bucky. Na realidade, ela apenas fez suas malas, saiu de Nova York, embarcou no primeiro voo aparente e sumiu. Não era como se ela não merecesse aquela pequena pausa; entrar em ação depois de tanto tempo havia cansado a mulher mais do que qualquer outra missão que ela havia feito nos seus anos de atuação. Derrotar os Apátridas fora difícil, mas ver Zemo ser levado para longe de si fora mais difícil ainda.

Ela repreendeu-se imediatamente por ter pensado que jogá-lo numa prisão de segurança máxima resolveria a sensação incômoda dentro do seu peito toda vez que Zemo aproximava-se de S/N mas, na realidade, isso só intensificou ainda mais esse sentimento bobo e indescritível que a consumia cada dia mais. A pobre mulher sentia-se frustrada com isso; por que tudo precisava ser tão difícil? Por que tinha de ser justo Zemo?

S/N suspirou com certa indignação e repreendeu a si mesma mais uma vez por ter passado os últimos dias pensando sobre a sua breve companhia ao lado daquele homem. O toque alto do seu celular quebrou o silêncio arrebatador da sala do apartamento, obrigando S/N a caminhar na direção da mesa da sala onde o aparelho estava largado sobre.

— Alô?

— Tenho uma notícia boa e uma ruim, eu acho.— Sam cortou-a no mesmo instante, sua voz soando eufórica e divertida ao mesmo tempo.

— Como assim boa e ruim?— S/N questionou com certo receio, escorando seus braços mais uma vez no batente da janela que exibia a exuberante vista para o grandioso mar.

— Qual você quer ouvir primeiro?

— Não sei?— ela respondeu bruscamente, sentindo-se subitamente incomodada com aquela ligação repentina.

— A ruim é que Zemo fugiu da prisão.

— Como?— S/N questionou em completo choque, apertando mais o telefone contra a sua orelha.

— Não sei.— era mentira. O tom de voz de Sam carregado de determinação e nervosismo entregavam isso.

— Sam Wilson...

— Talvez Bucky tenha feito parte disso...

— Sam!

— Tá bom, tá bom...— Wilson respondeu, soltando uma gargalhada alta no final.— Mas era impossível de não perceber o quão apaixonadinhos vocês estavam. De nada.

S/N revirou os olhos com certa revolta. Infelizmente, ela não podia discutir isso com Sam; porque essa era a verdade que talvez a mulher recusava-se a admitir fazia mais de um mês:

Ela gostava de Zemo. Sentia interesse por ele. Ele era intrigante e, ela, curiosa; essas duas palavras não eram nem sinônimos, nem opostos. Eram uma a atração da outra.

— Já pode começar a me julgar.— S/N respondeu depois de uma longa pausa, suspirando com certo pesar.

— Não vou.— Sam respondeu simplesmente.— Amar um criminoso com certeza não é uma das piores coisas que você já fez.

Ela riu, enquanto Sam acompanhava-a nas gargalhadas do outro lado da linha.

— E a boa notícia?— a mulher perguntou por fim, afastando-se do batente da janela.

— Ah, sim. A boa...— Sam respondeu, e seu tom de voz malicioso demonstrava que ele estava sorrindo naquele momento.— Zemo disse que está indo atrás de você.

Três batidas síncronas foram ouvidas na porta do apartamento, obrigando S/N a baixar o celular na altura do peito e sacar a arma que ela manteve esse tempo todo escondida dentro do sofá (questão de segurança, não? Agentes geralmente não podem se dar o luxo de tirar férias sem antes esconder uma arma nos estofados da sala ou deixar andar com uma faca no cinto). Enquanto posicionava a arma nas suas mãos e a engatilhava, ela avançou em passos largos e silenciosos na direção da porta trancada. Colocou a mão livre sobre a maçaneta da mesma e a abriu em um puxão, apontando a pistola na direção da pessoa que S/N já sabia exatamente quem era antes mesmo de ouvir as batidas na porta.

— Já que não teve o prazer de apontar uma arma na minha direção da última vez pelo jeito resolveu fazer isso agora.

A mulher abaixou pistola da altura dos olhos do homem e descarregou-a em um clique, largando-a no chão ao lado dos seus pés como sempre fazia quando acabava encurralada em alguma missão.

— Como chegou aqui?— ela perguntou finalmente, cruzando os braços em frente ao peito enquanto escorava-se no batente da porta.

— Seus amigos não são muito bons em guardar segredos.- Zemo piscou na direção da mulher enquanto alisava o tecido do seu típico casaco preto com as mãos.

— Como chegou aqui?

— Eu sou um barão, S/N.— ele deu de ombros. Zemo passou reto pela mulher e entrou no apartamento de luxo da mesma, começando a analisar minuciosamente cada centímetro do local antes de dirigir seu olhar para a vista de uma das janelas da sala.— Miami é realmente uma boa escolha.

S/N recolheu sua pistola do chão e fechou a porta em um baque, logo começando a aproximar-se sorrateiramente de Zemo enquanto ele ainda permanecia de costas para a mesma.

— Como saiu da prisão?

— É segredo.— Zemo virou-se na direção de S/N e sorriu, caminhando lentamente até estar frente à frente com a mulher.— Mas, convenhamos: você sabe exatamente porque eu estou aqui.

Antes que S/N sequer pensasse em algo irônico para dizer Zemo inclinou seu corpo contra o da mulher, deixando-a totalmente encurralada e completamente rendida pelo olhar caloroso do barão sobre o seu rosto.

— Preciso admitir que poucas mulheres foram capazes de causar algum tipo de interesse em mim.

A mulher sentiu o calor da mão do homem sobre a sua própria, enquanto seus dedos entrelaçavam-se em perfeita sincronia com os do barão.

— Deixe-me adivinhar...— ela o interrompeu, ainda sem conseguir desviar seu olhar do dele.— Eu sou diferente de todas as outras.

Zemo sorriu.

— Muito diferente.

Acabando de uma vez por todas com aquela tentação calorosa que os lábios de Zemo emanavam enquanto estavam próximos do seu, S/N apoiou suas mãos nos ombros do barão no mesmo instante em que o mesmo inclinou sua boca entreaberta na direção dos lábios úmidos da mulher, dando início a um beijo que S/N sequer sabia que havia sentido falta. Eles haviam se beijado poucas vezes antes do declínio do barão; uma naquela noite e algumas outras poucas vezes entre uma provocação e outra. Mas nenhum desses havia causado a exata sensação de conquista e alívio dentro do peito de ambos.

Talvez ela estivesse fazendo a coisa mais errada do mundo. Talvez- e só talvez-, Zemo não fosse a pessoa certa em que S/N pudesse confiar ou até amar; mas afinal, quem realmente se importava? A mulher com certeza não dava mais a mínima para isso. Os seus julgamentos contra a personalidade do barão haviam ficado no passado; mais precisamente em um passado onde ela ainda não havia sido pega de jeito pelos modos intrigantes do barão e em como ele se comportou excepcionalmente bem ao ajudar S/N, Bucky e Sam na mais recente missão dos três. Ela sabia que confiar cegamente em Zemo poderia não ser a melhor das hipóteses naquele momento, mas o homem havia provado algum tipo de confiança e confidência para a mulher naquele último mês agitado. Fosse como fosse, ambos já sabiam qual era a a única verdade por trás disso tudo.

— Gostou de Madripoor?— Zemo perguntou em um sussurro logo após separar seus lábios dos da mulher apenas para recuperar o fôlego.

— O que você acha?— S/N questionou de modo divertido, sentindo a respiração controlada do barão contra a pele sensível do seu rosto.

— Fiz uma pergunta retórica, com certeza.— ele riu baixinho.— Sabe que é sempre bem-vinda lá.

— Caso tenha se esquecido, você acabou de se tornar um fugitivo. De novo.

— Que estranho...— Zemo franziu os lábios, imitando uma falsa expressão de confusão.— Dessa vez não tem nenhum Bucky ou Dora Milaje para me prender.

S/N sorriu de modo ladino e assentiu lentamente com a cabeça, selando seus lábios mais uma vez com os do barão.

Fosse como fosse, Zemo mal se importava com o fato de que poderia voltar para aquela cela mais uma vez. O barão estava completamente disposto a provar de algo a mais naquele seu tempo limitado de liberdade antes que o achassem. E, com certeza, iriam desfrutá-lo ao lado de S/N.

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