more than a woman ➤ steve rogers
Lancei mais um hoje pq não me aguentei. É isto. Espero que gostem!
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Era no alvorecer das manhãs frescas de outono que o complexo dos Vingadores permanecia no ápice do seu silêncio absoluto; o que era bem difícil um local como esse, que abrigava os mais diversos super heróis com as suas mais distintas personalidades e preferências. Mas o silêncio era sempre uma boa escolha, com certeza.
Saindo do quarto e começando a sua breve caminhada pelo corredor até a cozinha, Steve socou-se mentalmente por estar acordando tão cedo — não eram nem seis e meia da manhã e Rogers já sentia uma onda de euforia inexplicável subindo pelas suas veias logo cedo, e isso claramente tinha um porquê; ou melhor, um quem.
Ao adentrar o cômodo parcialmente escuro — já que a luz mínima do amanhecer iluminava a cozinha através das grandes portas de vidro do complexo —, Steve imediatamente distinguiu a figura sombria de Bucky escorado sobre a bancada do local com o corpo virado na direção do horizonte enquanto uma xícara fumegante pendia em uma das suas mãos cruzadas em frente ao peito em uma pose de sentinela.
— É cedo demais, soldado Rogers.
Steve sorriu.
— Como se você também não estivesse acordado.
Bucky virou-se na direção do amigo e cumprimentou-o com um aceno de cabeça enquanto o loiro atravessava toda a cozinha na direção da pia, mais precisamente na direção das prateleiras acima da mesma. Ele as abriu e, quando finalmente encontrou o que queria, passou a procurar por uma xícara para completar o processo mas, em algum momento entre esses dois atos, a mente de Steve sofreu algum tipo de devaneio e seus pensamentos voltaram-se para uma única pessoa:
S/N.
Ele pensou calmamente em tudo o que envolvia a mulher de alguma forma; recordou da sua aparência, simples aos olhos dos outros mas espetacular na visão de Steve. Ele lembrou-se de cada toque, intencional ou não, sentindo-se tentado a provar mais do mesmo. E, por fim, após mais alguns segundos de reflexão, ele chegou a conclusão de que ele estava se sentindo como um adolescente idiota perdidamente apaixonado pela garota extraordinária e autêntica que chama a atenção de todos por onde passava. Essa era a sensação exata; irrequieta e tão familiar, que vinha o acompanhando nos últimos meses como se fosse a sua melhor amiga.
— Steve, você está fazendo café.
O loiro colocou a sua xícara em cima da pia calmamente.
— E...?
— Steve...— Bucky chamou-o pelo nome, soando levemente entediado.— Você nem gosta de café.
Steve fez careta. Infelizmente, Barnes estava certo: Rogers nunca realmente apreciou o gosto do café a ponto de acordar antes das seis e meia da manhã para preparar uma grande e quentinha xícara da bebida para despertá-lo para o dia. Na verdade, era S/N quem às vezes costumava manter esse hábito; ela não gostava de café puro e amargo, então sempre adicionava uma boa quantidade de açúcar e leite na bebida para que ficasse ao agrado do seu paladar de formiga. Pensando melhor, Steve quase tinha certeza de que S/N preferia mil vezes um bom cappuccino com algumas pitadas de canela. "Dá mais impacto se eu falar 'eu gosto de tomar cappuccino COM canela''', ela dissera para Steve uma vez ao ser questionada pelo mesmo sobre o assunto, acabando por fazê-lo rir.
Droga, Steve pensou. Por Deus, ele realmente estava apaixonado.
Ignorando o olhar acusador de Bucky sobre si, Rogers afastou a xícara de perto de si com uma das mãos, não querendo realmente ter de abrir os armários mais uma vez para procurar pelo pote do café — era melhor do que jogar no ralo da pia, com certeza. Tony já havia deixado bem claro o quanto odiava isso.
Ao virar-se de volta para a bancada, Bucky Barnes escoltou seu melhor amigo colocando uma das mãos sobre o ombro do mesmo de modo reconfortante, como se já soubesse exatamente o que estava acontecendo com o mesmo. Pensamentos distantes, tiques irrequietos, sorriso bobos e afetados sem motivo nenhum...
— Conte-me sobre ela, Stevie. Conte-me tudo.
O loiro suspirou de modo derrotado, completamente cansado do modo como S/N conseguia virar o seu coração do avesso até mesmo quando não estava ao seu lado; apenas o pensamento e a memória das vezes em que se encontraram e conversaram animadamente horas à fio o faziam querer gritar de raiva e paixão.
— Eu... eu a conheci tão bem...— Steve começou com certo receio, enquanto Bucky guiava-o pelos ombros na direção da mesa da cozinha para que ambos pudessem conversar de modo mais confortável.— Eu a conheci na Guerra Civil e, felizmente ou infelizmente, seu passado como agente e espiã da Shield veio à tona no final do combate.
Bucky assentiu lentamente com a cabeça. Essas não eram as suas melhores memórias mas, enquanto Steve se sentisse seguro em contar a história desde o começo, Barnes iria se esforçar ao máximo para ajudá-lo.
— Ela era uma ladra. Uma espiã internacional. Uma lutadora excepcional.— o loiro sorriu. Era óbvio que havia ficado impressionado.— Eu não compactuo com o crime, você sabe disso. Mas ela simplesmente me pegou de vez; seu jeito autêntico de levar a vida apesar da personalidade valentona, a sua aparência, as suas piadas, sua personalidade, o modo como ela sorri quando eu estou perto dela...
Bucky riu, interrompendo o seu amigo por alguns segundos. Steve Rogers estava, com toda a certeza, apaixonado.
— Eu nunca a olhei antes, mas agora...— o loiro prosseguiu, perdendo-se por um momento nas suas próprias palavras.— Agora ela rouba o meu fôlego e, de repente, entrou na minha vida e está em tudo o que eu faço. Mas ela simplesmente me conquistou no dia em que me abraçou.
Steve recordou-se com prazer do dia em que ele apenas abriu a porta da sala para que S/N entrasse no cômodo antes dele e em como ela o abraçou e quase chorou contra o seu peito firme sem motivo algum. A justificativa de S/N fora que nenhum homem havia a tratado daquele jeito antes — e também que seus hormônios estavam à flor da pele, claro. Mas, sendo um motivo besta ou não, Steve simplesmente passou a admirá-la ainda mais após esse dia.
— Foi nos braços dela que eu encontrei o paraíso e a minha única chance para a felicidade.— o homem prosseguiu, sentindo-se cada vez mais determinado a falar sobre S/N.— Eu juro que, seu eu perdesse ela agora, nesse momento, eu acho que morreria.
— Credo, Steve.— Bucky fez careta, colocando sua xícara sobre a mesa.— Você está definitivamente apaixonado. Até virou um poeta.
Rogers bem que tentou rir, mas ele não conseguia. Sua situação não era engraçada, era desesperadora; ele estava tão engajado com S/N que, mesmo mantendo apenas uma boa amizade íntima como dois melhores amigos com muitos aspectos em comum, Steve mal conseguia imaginar seus dias sem a companhia da mulher.
— O que ela é para você, Steve?
O loiro respirou fundo.
— Ela é mais do que uma mulher, Bucky. Definitivamente.
— Uau. Que específico.
— Bucky, você sabe que há histórias velhas e verdadeiras de pessoas apaixonadas como eu estou por ela.— Steve falou sério, apoiando um dos cotovelos sobre a mesa.— E eu consigo me ver nelas. Consigo me ver e vê-la nelas.
— Voltamos aos anos quarenta, então.— Barnes sorriu abertamente para o amigo, divertindo-se muito com a situação.— Mais uma vez, precisarei ajudar o Steve Rogers franzino para que ele possa conquistar a mulher dos seus sonhos... literalmente.
Steve escondeu um sorriso com a palma de uma das mãos, odiando o fato de que Bucky estava certo mais uma vez. Ah, como ele não queria depender dos outros para entender os seus próprios sentimentos.
— Bucky.—o loiro chamou o amigo, parecendo subitamente alarmado demais.— E se ela não sentir o mesmo por mim?
— E se nada, Steve.— Barnes respondeu, gesticulando para que Rogers parasse.— O restante da equipe já notou o quão diferente S/N está nos últimos meses. Eles disseram que ela costumava ser praticamente o contrário do que ela é hoje. Espero que isso sirva de consolo para as suas paranoias incessantes.
Algo dentro do peito de Steve ascendeu-se como uma lâmpada, iluminando todo o seu interior de uma vez. Pela primeira vez naquela manhã relativamente escura — já que agora, olhando para fora na direção do extenso gramado do complexo onde a linha do horizonte encontrava-se com o relevo sinuoso, tons vermelhos como fogo transformavam o céu em um belíssimo espetáculo de cores, indicando que o sol logo, logo iria irromper no limiar —, Steve sorriu verdadeiramente e abertamente, finalmente sentindo-se pronto para falar cara a cara com S/N sobre o que ele vinha sentindo nos últimos meses acerca da mesma.
Até que uma sombra voluptuosa foi se aproximando cada vez mais da curva do corredor com a cozinha, virando na sinuosidade aos tropeços e bocejos. Steve reconheceria aqueles cabelos desgrenhados em qualquer lugar; obviamente era S/N logo após acordar e lutar ferozmente contra os seus fios de cabelo selvagem logo pela manhã toda a vez em que se juntava ao restante da equipe para o café da manhã pacífico em conjunto — até alguém jogar pó de café na pia. Tony nunca tinha paz naquela casa.
— Bom dia.— S/N cumprimentou os dois homens enquanto aproximava-se dos mesmos na mesa, esfregando seu rosto com uma das mãos na esperança de manter seus olhos abertos.— Não olhem muito, rapazes. A minha imagem ao acordar costuma ficar bem sinistra após uns dois minutos.
Bucky riu baixinho e cutucou Steve com um dos pés por baixo da mesa, enquanto S/N desviava na direção dos armários da cozinha a fim de procurar um copo de vidro para saciar a sua sede matinal. Ela vestia um grande moletom confortável e calças de mesmo estilo, que pareciam abraçar graciosamente o seu corpo em um calor reconfortante e sonolento naquela manhã relativamente fria. Bucky chutou Steve por baixo da mesa mais uma vez, gesticulando disfarçadamente na direção da silhueta das costas de S/N. Rogers deu de ombros de modo exagerado e Barnes revirou os olhos, arrastando a sua cadeira para trás enquanto levantava-se da mesma em um pulo.
— Não acordamos você com a nossa conversa, acordamos?— Bucky recolheu sua xícara de cima de mesa e avançou na direção da pia onde S/N estava enchendo um grande copo de vidro com a água do filtro.
— Não, não.— ela respondeu de modo despreocupado, concentrada em esperar o exato momento em que seu copo ficasse cheio até a borda.
Da mesa, Steve arregalou os olhos.
— Estão agindo como se tivessem acabado de esconder o corpo de alguém.— S/N agarrou seu copo já cheio e virou-se para trás, na direção de ambos os homens.— Foi o Sam, né? Eu falei pra ele não jogar pó de café na pia.
Steve riu baixinho, atraindo o olhar de S/N para si. Quando o loiro notou isso, sentiu seu rosto queimar.
— Steve quer te falar algumas coisas...— Bucky anunciou descaradamente, afastando-se de ré de pé ante pé para longe dois.— Boa sorte, Capitão.
Quando Barnes saiu da cozinha, Steve realmente cogitou a ideia de esconder um corpo naquela manhã agradável e pacífica. Maldito seja Bucky Barnes.
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