meu sargento ➤ bucky barnes
Ideia concebida a mim pela raquelbennet21. Espero que gostem!
Precisei dividir esse cap em dois por motivos de: eu não tenho controle e escrevi pra caralho, e sei que tem gente que não curte capítulos longos mas pfvr me perdoem KKKKKKK (perdão qualquer erro ou equívoco, to caindo de sono).
Enfim, espero que gostem!
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ɴᴏᴠᴀ ʏᴏʀᴋ, 1945
- Foco, senhorita S/N. Eu sei que você está pensando no seu sargento.
A mulher de jaleco elevou seus olhos minimamente na direcção do egocêntrico Howard Stark, parado atrás de uma das muitas mesas de metal espalhadas por toda a oficina/laboratório tecnológico do próprio Stark. S/N largou o becker contendo uma substância verde em cima da sua mesa e respirou fundo, logo estendendo o braço para pegar uma proveta niveladora possuinte de outro líquido de tom mais azulado para uma mistura em um novo soro desenvolvido por ela mesma. Apesar do seu sucesso nos últimos testes, a desconcentração aparente de S/N fora capaz de chamar a atenção de Howard, o qual obviamente não iria perder a oportunidade de caçoar com a mulher usando os sentimentos amorosos da mesma perante o sargento James Barnes.
- Você não sabe no que estou pensando. - S/N respondeu, indiferente, procurando por uma colher por entre a bagunça de pipetas reguladoras e outros itens laboratoriais em cima da sua mesa de testes.
- Tenho certeza de que futuramente poderei. - Howard respondeu, convicto, colocando na boca a caneta que antes segurava por entre os dedos enquanto sorria de modo ladino na direção de S/N.
- Uma criação capaz de ler a mente das pessoas? - a mulher franziu o cenho, porém sem afastar a sua atenção do becker de substâncias na sua frente.
- Quem sabe. - engrolou Howard, recolhendo a prancheta de cima da sua própria mesa enquanto retirava a caneta da sua boca. - Mas e aí? Você e Barnes...
S/N abaixou mais a sua cabeça na esperança de disfarçar o sorriso apaixonado que projetou-se nos seus lábios involuntariamente após a menção do sobrenome de Bucky. A mulher bem que não queria estar completamente apaixonada por Barnes, mas nada podia abafar o amor que ela sentia pelo soldado sagaz e malandro que havia a intrigado desde o primeiro momento. Agora, após longos meses de encontros às cegas e muitos momentos de luxúria, o até então secreto relacionamento entre o soldado encrenqueiro e namoradeiro e a renomada cientista em busca do seu local de emancipação durante um cenário guerril e machista acabou por revelar-se ao público, fazendo com que os amigos de ambas as partes do relacionamento ficassem sabendo disso. Apesar do temperamento altamente irritável de Howard Stark, S/N via-se gratificada em poder trabalhar em um laboratório propriamente dito enquanto focava nas suas próprias invenções ou projetos em conjunto com o cientista egocêntrico. Porém, S/N já havia escolhido o seu paquerador nato no Brooklyn, e Howard Stark finalmente entendeu o porquê de S/N ter recusado todos os convites para encontros feitos pelo próprio Stark períodos antes. O coração da destemida e atraente mulher já havia sido, como costumavam dizer, fisgado por outro garanhão.
- Eles já devem estar voltando. - Howard comentou, largando a sua prancheta por sobre a mesa.
Stark estava referindo-se ao grupo de homens que, há dois dias atrás, haviam ingressado em uma missão para a Europa com o objetivo de resgatar um trem da organização terrorista da Hydra e capturar um dos seus mais infímios representates, o Doutor Arnin Zola. Esse grupo contava com Steve Rogers, conhecido agora como o tão renomado Capitão América, assim como o próprio Bucky que, aparentemente, permanecia fiel ao seu melhor amigo de infância agora não tão mais necessitado de acompanhamento como antes. Apesar dos riscos e todos os poréns, S/N sabia que Bucky estava em boas mãos, ao passo que ela mesma confiava demasiadamente em Rogers e no restante da equipe de homens treinados. Então, apesar do seu medo e nervosismo perante o pior, S/N sabia que Bucky retornaria para casa bem ao final de tudo, sendo sempre bem recepcionado por todo o amor e apreço que S/N conseguia oferecer.
- Eu espero. - ela respondeu, sorrindo, misturando ambos os líquidos de uma vez.
- O que está fazendo aí? - Howard esticou o pescoço da sua mesa na esperança de visualizar a mais nova composição da sua colega cientista.
- Uma tentativa de recriação do soro de super soldado, porém em dose reduzida. - S/N explicou, parando de misturar as substâncias. - Tentei retirar as partículas responsáveis pelas hablidades aprimoradas e deixei apenas as da rejuvenescência; ou pelo menos eu acho que fiz isso.
- Como um soro da juventude. - Howard completou, aproximando-se da mesa e do experimento de S/N, fascinado. - Se isso der certo, poderemos lucrar muito.
- Lucro, lucro e lucro... - a mulher cantarolou, entediada, colocando ambas as mãos na sua cintura enquanto analisava a mistura homogênea escura que formou-se no becker a sua frente. - É só nisso que um Stark pensa?
- Provavelmente sim. - respondeu Howard, fazendo S/N revirar os olhos. - Aliás, quem vai testar esse soro?
- Não sei. - a mulher respondeu, pensativa. - As probabalidades desse teste ter dado certo são bem improvavéis...
- Porém não nulas. - completou Howard.
- ... e eu não quero pôr a vida de ninguém em risco...
- Steve Rogers sobreviveu.
- O problema é que não nos restam mais Steve Rogers's para mais testes. - S/N concluiu, virando-se na direção de Howard.
- E por que não você?
S/N franziu o cenho com a proposta.
- Eu dispenso. - respondeu ela.
- Eterniza-la na mesma aparência de agora pelo resto da sua vida não é lá uma má ideia. - Howard comentou, passando seus olhos pelo rosto de S/N descaradamente.
- Não há nada comprovado nesse meu experimento, ou seja, é perigoso demais. - a mulher resmungou, alto e audível, tentando chamar a atenção de Stark. - E outra: eu precisaria de algum tipo de gatilho ou sei lá para submeter-se a esse tipo de coisa. E, no momento, minha vida está boa demais para ser desperdiçada em um soro improvável.
- Não duvide das suas capacidades, senhorita Barnes.
- Eu duvido sim, senhor... qual é mesmo o sobrenome da vítima da vez?
Howard ergueu as mãos no ar em desistência, rindo, logo inclinando-se na direção do becker contendo o mais novo soro criado por S/N.
- É. Você tem razão.
- Sei que tenho. - S/N respondeu, bricalhona, enquanto Howard virava a cabeça na sua direção.
- Depois eu é quem sou o convencido aqui. - Stark resmungou.
S/N riu e gesticulou para que o homem se afastasse, ao passo que ele a obedeceu. Quem sabe uma hora, a cientista pensou, analisando meticulosamente a sua mais nova criação dentro do becker. Porém, no momento, S/N só conseguia pensar sobre o retorno do seu sargento.
ɴᴏᴠᴀ ʏᴏʀᴋ, 2016
Se o conceito de final feliz não fosse tão errôneo assim, talvez tudo tivesse sido diferente naquela época; ou, mais especificamente, naquele dia.
Talvez S/N deveria ter insistido mais para que Bucky permanecesse em casa, ao seu lado, ou para que ele a acompanhasse durante a finalização do seu soro da rejuvenescência juntamente com Howard. Talvez - só talvez - se S/N tivesse sido um pouco mais otimista perante a missão de Bucky, nada do que aconteceu teria acontecido. Talvez, se uma briga de representantes superiores cegos pelo poder de governo e cegos pela sua própria ignorância não tivessem econtrado na socieade os seus fantoches de pano, Bucky jamais teria caído daquele trem.
Porém, a verdade é que S/N vem se culpando da morte de Barnes desde aquele fatídico dia em mil novecentos e quarenta e cinco, embora nada disso fosse exatamante cupa sua. Ademais, o sentimento de remorso era inexorável, ao passo que a mulher não podia fazer literalmente nada para mudar isso. Era inevitável, indescritível e irreversível; e aguentar isso por mais de cem anos só tornou tudo mais manótono ainda.
Talvez o uso do soro da rejuvenescência e da longevidade não fora a melhor escolha feita por S/N em mil novecentos e quarenta e seis, quase um ano após a morte de Bucky Barnes. Além do seu sargento, a ex-cientista precisou lidar com a suposta morte de Steve Rogers, a qual revelou-se um engano em dois mil e onze, praticamente seis décadas depois do ocorrido. Era até engraçado parar para pensar nisso; um super herói centenário congelado por quase setenta anos, fruto de um soro de super soldado desenvolvido por Howard Stark em conjunto com a própria S/N que, pasmem, também atravessou uma década praticamente intacta pelo tempo? Isso soa como um êxito de um plot de uma história fantasiosa bem feita, mas, acreditando ou não, essa era a realidade; a mais pura, dolorosa e real verdade.
Ademais, os efeitos colaterais do soro produzido pela própria cientista só começaram a fazer efeito bons anos depois, quando os primeiros cabelos brancos começaram a aparecer em Howard ao passo que a beleza habitual de S/N permaneceu intacta, até mesmo quando o seu sextagésimo aniversário chegou e a mulher continuou jovem como sempre. Estando sempre em seu mood Stark de sempre, Howard nunca perdia a oportunidade de zoar S/N por isso, denotando nitidamente o modo como ele envelhecera naturalmente ao passo que S/N, não. Essa era apenas uma das formas que Howard encontrara ao tentar fazer com que S/N se sentisse melhor apesar de tudo, o que funcionava na grande maioria das vezes; ademais, a tristeza ainda continuava ali, firme e forte, agarrada à S/N até nos momentos de exaurida felicidade no decorrer da sua vida. Não importava o quanto a mulher tentasse; ela estava, eternamente e completamente, destinada a isso.
E então Howard encontrou Maria e, dessa união, Tony Stark nasceu. S/N acompanhou tudo de perto, sempre tentando demonstrar-se feliz pelo seu melhor amigo de anos apesar das suas próprias experiências pessoais. Sentir-se triste por isso era inevitável, sentir-se feliz era uma escolha, e S/N sempre optou por ignorar o seu lado levemente invejoso que repetia infinitamente que poderia ser ela e Bucky ali, eternizando uma união afável na memória da sua linhagem. Eles poderiam - literalmente - ter tido tudo.
Até que a fatídica e misteriosa morte de Howard e Maria Stark fez com que S/N percebesse que ela nunca iria se livrar de tragédias envolvendo óbitos em sua vida. Chegava a ser patético o modo como ela poderia ter tudo em um segundo e, no outro, nada. S/N não sabia se isso era uma brincadeira grotesca do destino ou se ela realmente merecia isso, porém, após Bucky, as mortes ao redor de si foram tornando-se mais leves, porém não superáveis. Era como uma cicatriz que permanecia sempre aberta ao mundo e que nunca se regenerava; apenas expandia mais a cada acidente trágico. A sorte de S/N é que ela aprendeu a conviver com a dor.
Em sequência, o "descobrimento" do corpo congelado, porém conservado, de Steve Rogers, finalmente fora uma notícia boa entre meio ao caos corriqueiro da vida conturbada de S/N. A volta de Steve foi como uma luz na escuridão habitual de S/N, o que fez com que ela percebesse que talvez - e só talvez - nem tudo estava perdido, afinal. Enquanto Steve ingressava na sua mais nova família, os Vingadores - assim como o próprio Tony Stark, o qual considerava S/N como parte da família Stark perante todos os acontecimentos passados -, S/N optou por permanecer nas sombras o mais longe possível de ataques de alienígenas e deuses nórdicos cegos pelo próprio propósito glorioso. Apesar disso, Steve sempre manteve contato com a sua velha amiga, assim como o próprio Tony Stark - o que gerou pequenas intrigas entre os dois homens sobre quem era mais importante na vida de S/N e vice e versa, ambos agindo como duas crianças em busca de atenção. A mulher realmente se divertia com isso; e momentos como esse, onde S/N agia como uma cidadã moderna normal e não uma centenária triste e solitária a deixavam incrivelmente mais feliz, apesar de tudo.
Até que a morte de Peggy deu-se por fato anos depois, fazendo com que a cicatriz sentimental de S/N se abrisse mais. Apesar da velhice avançada e da memória curta de Carter, S/N costumava visita-la no hospital antes da morte da mesma, tentando inutilmente engajar em uma conversa nostálgica com a velinha enrijecida e marcada pelo tempo. Apesar do choque, dessa vez S/N contava com o apoio de Steve, o qual mostrou-se extremamente fiel ao luto da velha amiga e vice versa. Embora isso não ofuscasse o fato de que S/N continuava sentindo-se impotente perante todas as tragédias ocorridas na sua vida, Rogers estava ao seu lado, praticamente um dos únicos sobreviventes natos da sua época, já que ambos eram marcados pelo mesmo passado nas mãos de um cenário de guerra e perdas fatídicas.
Apesar de todos os milhões de poréns, mas, ademais e todas as conjunções existentes no mundo, S/N não podia simplesmente desistir, pelo menos não agora. Ainda existia algo - um porém perdido ali, uma consequência, um algo por vir - que fazia com que o propósito de S/N ainda estivesse por vir. Talvez isso fosse levar tempo; porém, para uma quase centenária de noventa e nove anos, S/N acreditava que tempo era algo que ela possuía de sobra.
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