levitating ➤ bucky barnes, ᴘᴛ 2
ᴄᴏɴᴛɪɴᴜᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ ᴅᴇ: ᴍʏ ᴏʜ ᴍʏ
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Após o segundo copo de gin, dessa vez na companhia de Bucky, S/N começou a sentir os devidos efeitos da bebida em seu organismo, como o leve torpor na sua coordenação motora e a súbita sensação boa que tomou conta do seu interior; como se S/N fosse capaz de sair saltitando dali sem gastar nenhum pingo da sua energia. A mulher não estava propriamente bêbada porque, se realmente estivesse, mal notaria o olhar admirado tecnicamente discreto de Bucky sobre si. Mas ela notou e, por Deus, como ela havia amado aquilo.
S/N largou o seu copo vazio sobre a bancada, rindo de algo que Bucky havia acabado de dizer. Ambos já estavam ali há bons quinze minutos conversando animadamente sobre diversos assuntos aleatórios, engajando em um diálogo leve e descontraído como se eles se conhecessem há tempos. Mas a verdade era que: S/N ajudara a combater o Soldado Invernal em Nova York anos antes, assim como lutou lado a lado com Bucky na batalha de Wakanda e no confronto final com Thanos. A agente passou um longo tempo no exterior logo após os acontecimentos com a versão manipulada e transtornada de Bucky, ao que S/N retornou apenas alguns anos depois quando fora avisada por Fury dos planos maléficos de Thanos. A mulher sumira no blip juntamente com Bucky e metade da população, e retornara anos depois para participar da mais icônica e memorável batalha dos Vingadores.
Enquanto Bucky recuperava-se do seu passado avassalador nos meses seguintes a sua volta do blip, S/N concentrava-se em usar esse tempo para recuperar-se do baque que foi ter de ficar praticamente cinco anos "adormecida". Até o momento, ela havia usado esse tempo relativamente pacífico para pôr a sua vida em dia, recuperar o contato perdido com seus amigos antes do blip e para tentar localizar-se melhor no mundo atual, que havia mudado consideravelmente enquanto ela esteve "ausente"; até porque, antes disso, as missões demandavam muito do seu tempo e da sua sanidade mental. S/N e Bucky viveram vidas completamente opostas nos últimos meses: um lutava dia após dia contra os erros do seu passado doloroso e, a outra, vivia uma vida pacífica e relativamente calma em seu denominado "recesso pós blip". Entretanto, no momento, as angústias desesperadoras pareceram não existir, como se Bucky e S/N estivessem em um mundinho particular só deles, embora estivessem rodeados de pessoas dentro da balada agitada.
Eles conseguiram manter uma conexão entendível mesmo com o barulho e o caos embriagado ao redor de si; o que era, no mínimo, impressionante. De uma hora para a outra era como se ambos se conhecessem há tempos, ignorando o fato de que lutaram um contra o outro e trocaram poucas palavras — sem ser diálogos relacionados à missões — durante os breves momentos em que se encontraram. Involuntariamente, S/N deixou de ser a mulher e a agente habilidosa que Bucky timidamente decidiu se aproximar depois de descobrir que a mesma residia no Brooklyn assim como ele e passou a ser uma velha amiga de conversas embriagadas sobre a bancada de um bar qualquer. Bucky sorriu involuntariamente ao perceber que ele e S/N haviam se tornado tão próximos em tão pouco tempo — em muito pouco tempo mesmo. Isso só podia ser uma jogada do destino perante a sua leve paixonite por sobre a mulher.
— Sinto-me mal agora por ter praticamente ignorado a sua existência nos últimos anos antes do blip.— a voz de S/N tirou Bucky do seu transe; a mulher soava mais alto por conta da música estridente e da bebida no seu organismo. — Cá entre nós: a sua versão endiabrada que tentou me matar ainda projetava-se nos meus piores pesadelos.
— Tudo bem. E me desculpa. — Bucky sorriu, largando o seu copo vazio sobre a bancada. — Eu não era lá muito sociável...
— Sam me falou sobre você. — S/N comentou. — Natasha também.
— Tenho medo de perguntar o que eles falaram.
— Nada de muito promissor. — S/N garantiu, piscando de modo divertido na direção de Bucky. — Talvez uma descrição de um bad boy do Brooklyn que tem mais de cem anos, usa uma jaqueta de couro e tem uma má reputação.
Bucky riu, dobrando a manga da sua jaqueta que havia descido consideráveis centímetros para baixo do seu braço de metal nos últimos minutos. O brilho do vibranium logo chamou a atenção de S/N, que só agora notara o novo design nas cores do mesmo.
— Estou em vantagem, então. — Barnes comentou, sorrindo.
S/N encarou Bucky por alguns segundos.
— Com toda a certeza.
Nas caixas de som espalhadas pelo estabelecimento, a música lenta e meramente sensual fora mudada para uma mais animada e contagiante, a qual S/N reconheceu a melodia imediatamente. Fosse pela bebida ou pelo fato de estar na companhia de Bucky, ela repentinamente sentiu uma onda esbaforida de animação correndo pelas suas veias de uma hora para outra, como se dissessem que ela devia levantar-se dali e aproveitar ao máximo essa carga repentina de energia.
S/N arregalou os olhos na direção de Bucky quando as primeiras palavras da música Levitating soaram altas dentro ao redor de ambos.
— Meu Deus, eu amo essa música. — ela comentou, exasperada, sorrindo abertamente na direção de Bucky. Ele provavelmente conhecia a canção também, já que seus lábios projetaram-se em um riso divertido perante a animação repentina de S/N.
Sem nenhum aviso prévio, a mulher levantou-se do seu banquinho e aproximou-se de Bucky, parando bem na sua frente enquanto estendia uma de suas mãos na direção do homem.
— Vamos dançar. — ela sugeriu, sorrindo, enquanto Bucky elevava uma das sobrancelhas em resposta.
— Desculpe, mas eu não sei...
— Vou reformular a minha pergunta. — S/N interrompeu-o. — Vamos pular e gritar feito dois doidos esbaforidos no meio da pista de dança?
Bucky olhou de soslaio na direção da pista bem no centro do estabelecimento, logo notando algumas pessoas dançando e cantando sem nenhuma preocupação com o que o restante das pessoas presentes ali iriam pensar. Se bem que, absortas na aura animada e despreocupada que elas estavam, a última coisa que todos pensavam ali dentro era o fato de que estavam sendo assistidos ou julgados pelo restante.
Subitamente, Bucky sentiu-se admirado pelo modo como a animação de S/N era contagiante, expressa em seu sorriso empolgado e no seu olhar brilhante e singelo mesmo ofuscado pelas luzes neon da balada. Chegava a ser engraçado o fato de que Bucky sentia uma estranha necessidade de aceitar o pedido repentino de S/N mesmo contra a sua racionalidade; ademais, lá no fundo, ele sentia que devia fazer isso. Bucky precisava aproveitar ao máximo da companhia singela e prazerosa de S/N, que chegava a ser tão bonita enquanto embriagada pela felicidade quanto das vezes em que ele a admirara em sigilo.
Bucky ergueu o seu braço de metal e, antes que pudesse realizar qualquer movimento a mais, S/N agarrou o seu pulso de vribranium e puxou-o para cima, obrigando-o a levantar-se do banquinho subitamente. Ele riu e, permitindo que S/N o guiasse por entre as pessoas em direção a pista, Barnes estranhamente sentiu que estava finalmente conseguindo desfrutar dos mais singelos momentos da sua vida conturbada — ou melhor, indo contra as designações da sua mente conturbada.
Mesmo que por um momento — por um mísero minuto que fosse — Bucky Barnes iria permitir-se esquecer das suas angústias e problemas corriqueiros, e estar na companhia genuína de S/N era mais do que o suficiente.
Quando chegaram a pista, S/N não soltou o pulso de Bucky porque, repentinamente, sentiu que segurá-lo era a coisa certa a se fazer. O contraste do toque gélido do vibranium era aparente demais para ser ignorado, ao que a mulher sorriu em resposta a sensação.
— Eu sei que você conhece essa música... — ela falou, divertida, agarrando a outra mão livre de Bucky. — You want me...
— Eu não... — Barnes respondeu, mas riu ao final da frase. — I want you, baby...
— My sugarboo, I'm levitating! — S/N balançou os braços de Bucky de um lado para o outro, observando a mudança da expressão de Bucky. Lentamente, ele estava se soltando.
— The Milky Way, we're renegading...
— Não é todo o dia que eu vejo um super soldado cantando Dua Lipa! — S/N gritou por cima da música alta, aproximando o seu rosto do de Bucky subitamente. — I got you, moonlight!
— You're my starlight! — Barnes gritou, sorrindo, claramente desistindo de manter a sua pose imperturbável.
— I need you all night!
— Come on dance with me!
— I'm levitating! — ambos gritaram em uníssono, gargalhando alto após isso.
Bucky parou por alguns segundos apenas para admirar o modo como as expressões marcadas de S/N contorciam-se docemente em uma risada contagiante, em como seu sorriso era lindo e o seu riso, apesar de escandaloso, divertido.
Quando S/N se recompôs, Bucky não conseguia fazer nada de desvencilhar o seu braço de metal do aperto gentil de uma das mãos de S/N, logo passando-o ao redor da cintura da mulher, puxando-a para mais perto. Surpreendida, S/N espalmou a sua mão agora livre sobre o peito de Barnes, logo sentindo a respiração entrecortada do mesmo batendo contra o seu rosto corado por causa dos gritos ao cantar a música.
— You, moonlight... — Bucky sussurrou bem próximo ao rosto rubro de S/N e, nesse momento, o mundo ao redor de ambos parecia não existir mais.
— You're my starlight. — ela respondeu, sorrindo, baixando seu olhar para os lábios entreabertos de Bucky consideravelmente próximos aos seus.
— Muito obrigada, S/N. — Bucky desviou o seu olhar para os lábios da mulher a sua frente assim como ela fizera, sorrindo de modo triunfante.
S/N franziu o cenho de modo confuso, desviando seu olhar dos lábios de Bucky para encará-lo nos olhos.
— Obrigada por...?
Bucky sorriu.
— Por me mostrar que nem tudo está perdido, afinal.
S/N sorriu, orgulhosa, sentindo o exato momento em que Bucky selou os seus lábios com os dela, dando início a um beijo lento porém igualmente necessitado. A mão de metal de Bucky apertou a sua cintura gentilmente, enquanto S/N subia a sua mão espalmada no peito do homem para tocar o rosto do mesmo, esfregando gentilmente a ponta dos seus dedos contra a bochecha quente do mesmo. Baladas e músicas altas não eram tão ruins, afinal; com certeza não na companhia singela de Bucky Barnes.
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