i think it's love ➤ mantis
Pedido de MedusaJovem. Espero que goste!
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Altamente úteis para alguns e definitivamente considerados um grupo de bastardos pela maioria, os Guardiões da Galáxia com certeza dispensam mais apresentações. O grupo completamente desestabilizado composto por cinco mercenários vindos de diversas galáxias distantes foram forçados a unir esforços ao realizar uma breve fuga da prisão — nada muito violento, se não fosse pelas mortes inimigas durante o processo. Desde então, o estranho grupo composto por Peter Quill, Gamora, Mantis, Drax, Rocket e Groot vagam universo afora realizando as mais diferentes missões e, algumas vezes, alguns roubos inofensivos — ou nem tanto. Mas o que realmente importa aqui é: ninguém nunca vai criar expectativas por sobre um quinteto de bocós perdidinhos pela galáxia; e, tecnicamente, nem eles botam muita fé em si mesmos. Ademais, o grupo mal ligava para o restante; eles só se importavam em seguir seu caminho.
Cinco é um número bacana; cinco pessoas com habilidades distintas podem salvar o mundo se quiserem. Entretanto, pode-se dizer que toda ajuda é bem vinda. A "ajuda bem-vinda" dos Guardiões da Galáxia tem um nome, sobrenome, um temperamento difícil e uma grande tendência a brigas e a falar palavrões: S/N S/S, a terráquea saqueadora que vagava sozinha — e com muito prazer, obrigada — pelo espaço até o exato momento em que os Guardiões da Galáxia a ajudaram a combater um exército de Croots, uma espécie de bando de monstrengos grotescos de porte médio que têm prazer em destruir naves e matar viajantes inocentes sem mais nem menos. Embora S/N repita quantas vezes for preciso que ela teria dado conta dos seus inimigos sem a ajuda do grupo, todos sabemos que a o desfecho da história seria outro: ou morta nas garras dos Croots ou morta como um lixo espacial congelado vagando eternamente pelo universo — se bem que, em determinados momentos do dia a dia na nave de Quill, S/N jura de pés juntos que preferiria a morte do que ficar ouvindo as baboseiras de todos ali dentro.
Estranhamente, a mais nova integrante do grupo formou um laço amigável com a exótica e ingênua Mantis, a empata com poderes estranhos que ainda não havia ganhado a confiança do restante do grupo até a chegada promissora de S/N. Após esse importante fato para a vida da "inseta", S/N passou a conversar e a ensinar os conceitos básicos de ironia, palavrões e os primórdios da socialização para Mantis, sendo uma das piores influências que a pobre mulher já teve em toda a sua vida. Ademais, S/N gostava de Mantis; sua perda de paciência e a quantidade de vezes em que a mulher precisava repetir algo para a inseta eram recorrentes? Óbvio que sim. Mas, apesar das controvérsias, S/N realmente admirava Mantis, até porque ela era a única que não tratava a pobre mulher como se fosse o bichinho de estimação da nave.
Com o aparecimento do pai de Quill, os Guardiões da Galáxia foram parar em um estranho planeta denominado Ego. Tudo ali dentro — incluindo o próprio pai de Peter que, ironicamente, também se chamava Ego — era diferente e, para se dizer o mínimo, muito suspeito. As coisas ali dentro eram suspeitas: a falta de moradores e o estranho modo como Ego agia eram muito suspeitas, fazendo com que todos ficassem com um pé atrás perante a situação. O único emocionado que pensava que estava em uma viagem de férias era Quill, obviamente. Aliás, existia algo que conseguia bater o nível de suspeição e estranheza ali dentro: Mantis e Drax, juntos, sentados sobre o chão metálico da borda da nave enquanto seus pés balançavam suspensos no ar em um vai e vem constante. Esse fora o período de tempo mais longo em que Mantis conseguiu permanecer na companhia de alguém que não fosse S/N.
— Drax...— Mantis chamou o "amigo ao seu lado", quase que em um sussurro inaudível. — Posso te contar uma coisa?
O ser virou sua cabeça na direção da mulher ao seu lado.
— Não.
As antenas de Mantis mexeram-se de um lado para o outro. Se havia uma coisa que ela tinha aprendido com S/N, essa coisa era a arte de ignorar completamente as respostas que não lhe agradavam em nada.
— Ultimamente eu venho me sentindo estranha... — Mantis continuou, baixando seu olhar curioso em direção as suas mãos entrelaçadas sobre o próprio colo. — Acredito que o motivo seja S/N.
— Vá ao médico. — Drax respondeu me modo indiferente. — E mande S/N ir também.
Mantis revirou os olhos — essa sendo mais uma capacidade adquirida após conviver muito tempo com S/N. Mantis ainda não compreendia o que estava acontecendo com si mesma — isso S/N não havia explicado a ela; sobre a sensação estranha e irrequieta dentro do seu estômago e e o seu peito quando a outra mulher aproximava-se de si. Isso era completamente novo para Mantis; e ela imediatamente percebeu que não iria encontrar a resposta para esse seu questionamento na companhia de Drax.
Até que uma série de passos foi ouvida atrás da dupla e, segundos depois, a figura esbelta de Gamora sentou-se sobre o chão da nave ao lado de Mantis, sem nenhum aviso prévio ou algum cumprimento. Mantis achou melhor não questionar; afinal, Gamor possuía o mesmo temperamento que S/N. A única diferença era que S/N não mais nutria o desejo de matar a inseta como Gamora.
— Drax, saia daqui. — a mulher de pele esverdeada mandou, sem ao menos desviar seu olhar da paisagem arroxeada da superfície do planeta Ego a sua frente. — Agora.
Como se Drax quisesse permanecer ali por livre e espontânea vontade. Quando o mesmo levantou-se do chão e saiu, Gamora respirou fundo e pôs-se a falar com Mantis em um tom quase que acusador:
— Eu ouvi a sua breve conversa com Drax. — ela disse, gesticulando com as mãos na direção da colega. — Não gosto de você, mas também não podia te deixar presa em um impasse intenso de sentimentos confusos. Pelo menos não na companhia de Drax.
Mantis riu baixinho ao comentário de Gamora. Graças a S/N, ela agora conseguia perceber a ironia na fala dos seus amigos.
— Eu sempre te vi como uma inseta ausente de sentimentos e da capacidade de sentir atração por alguém, mas eu estava enganada. — Gamora continuou a falar, tão experiente que levantava dúvidas até para si mesma. — Eu não sou profissional nisso. Para você ter uma noção, a única pessoa com a qual eu me envolvi nos últimos tempos foi o idiota do Quill, então eu estou tão ferrada quanto você.
Mantis riu mais uma vez, baixando as suas antenas involuntariamente. Gamora sorriu discretamente em resposta.
— Não gosto de conversas fofinhas e cheias de sentimento. — a mulher completou, virando sua cabeça na direção de Mantis. — Mas eu quero que você vá falar com S/N; ela é a causa disso e eu tenho certeza que ela é a solução para isso. Não importa o quanto você resista a isso, nada vai adiantar. Não quero ouvir coisas do tipo "eu não estou pronta para isso" e blá, blá, blá...
— Mas eu não ia falar nada...— Mantis interrompeu-a, encolhendo os ombros.
— Eu sei que não. — Gamora levantou-se do chão e pôs-se em pé imediatamente, colocando uma das mãos sobre o ombro de Mantis em um gesto de apoio. — Por mais estranho que isso pareça, você tem meu total apoio nisso.
Mantis ergueu a sua cabeça na direção de Gamora e sorriu. Mesmo sem precisar tocar a mão da mesma, ela conseguiu sentir exatamente o orgulho e a felicidade que Gamora estava sentindo naquele momento, embora demonstrar isso abertamente não fosse uma das suas maiores qualidades.
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Sentada sobre um estranho design de sofá em uma estranha sala no interior do estranho palácio do planeta de Ego, S/N brincava distraidamente com uma pequena adaga por entre os seus dedos, girando-a graciosamente sem nem precisar olhar para a mesma. Ela cruzou as pernas de modo desajeitado e deslizou suas costas lentamente sobre o sofá, suspirando em indignação. Após mexer em tudo que lhe foi estritamente proibido de mexer e de entrar em todas as salas que lhe foram estritamente proibidas de entrar, S/N encontrava-se em um estado de completo tédio. O planeta Ego não era tão interessante assim, afinal; e S/N com certeza iria se lembrar disso na hora de esfregar esse fato na cara de Quill.
Uma movimentação súbita foi percebida pela mulher na entrada da sala e, segundos depois, a figura tímida de Mantis adentrou no seu campo de visão, obrigando S/N a guardar a sua adaga de volta ao seu cinto. Ela rapidamente endireitou sua postura e sorriu minimamente na direção da sua amiga.
Mantis sentou-se ao lado de S/N e, encolhendo as suas antenas de modo nervoso, ela pôs-se a falar sem mais rodeios, não deixando nenhuma outra opção para S/N se não ouvi-la:
— Eu estava conversando com o Drax hoje a respeito de sentimentos confusos...
— Por que isso me assusta tanto? — S/N interrompeu-a.
— ... mas aí a Gamora veio até mim e me deu conselhos mais precisos do que os de Drax.
— Isso tecnicamente também não me tranquiliza.
Mantis riu baixinho. Ela sentia-se estranhamente bem na companhia de S/N.
— A questão é que... — Mantis continuou, relutante. — Talvez você seja o meu sentimento confuso.
S/N franziu o cenho, descruzando as suas pernas.
— Como?
— Você me acolheu quando ninguém mais pensou em fazer isso. — Mantis continuou em um sussurro. — Você me ensinou várias coisas sobre expressões e demonstração de sentimentos e desde que você chegou e-eu... eu venho sentindo algo que eu nunca senti antes...
S/N até pensou em falar algo sarcástico perante a situação, mas estranhamente sentiu que não queria estragar o momento. Talvez ela até sentisse o mesmo e, quem sabe, vinha escondendo isso até agora.
— Talvez seja amor. — Mantis ergueu seu olhar baixo na direção de S/N. — Infelizmente eu não posso usar os meus poderes empáticos em mim mesma para ter certeza disso mas... e-eu acho que é isso.
S/N sorriu involuntariamente, obrigando Mantis a fazer o mesmo. Ela até sentia-se mais leve depois dessa conversa.
Em um acesso súbito, S/N inclinou-se na direção de Mantis e selou os seus lábios minimamente com os da mulher, pegando-a de surpresa. Mantis automaticamente retribuiu e relaxou ao gesto, sentindo-se até bem perante o ato. Após alguns breves segundos, ambas separaram os seus lábios de forma mútua.
Sem nenhuma palavra, Mantis franziu o cenho em confusão porém de uma forma levemente fofa, já que selinhos não estavam inclusos nas coisas que S/N ensinou-a tempos antes. S/N, por sua vez, precisou rir minimamente ao notar a expressão confusa de Mantis, sentindo-se completamente absorvida pela leve ingenuidade da mesma.
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