gostei da tatuagem ➤ natasha romanoff
Pedido de mirsblack. Espero que goste!
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Um passado sombrio e transtornado repleto de lembranças e flashes de memórias perturbadoras eram o que faziam de S/N S/S uma cópia, por assim dizer, da tão temida versão maléfica do ex-soldado combatente Bucky Barnes, o tão conhecido Soldado Invernal.
Submetida a uma bateria de testes e mais algumas experiências desumanas em uma das últimas bases remanescentes da Hydra, S/N teve seu corpo modificado e as suas habilidades aprimoradas como efeito colateral a essa tentativa da criação de um oponente a altura do tão conhecido Soldado Invernal. Quando a organização terrorista da Hydra percebeu que a sua ruína estava próxima, em um lapso momentâneo de desespero, eles acabaram por recrutar um grupo de pessoas sem rumo em uma tentativa de última hora para conseguir arrancar em vantagem antes da Shield e dos Vingadores. A Hydra queria mais uma arma humana; com Bucky Barnes sob o domínio seguro da Shield, a organização terrorista acabou por iniciar mais testes e experimentos semelhantes aos do Soldado, frisando como objetivo a criação de exatos cinco outros Soldados Invernais para lutar frente a frente com os Vingadores - mais especificamente com o Capitão América e com o próprio Bucky Barnes. A Hydra queria uma última batalha; uma última tentativa de demonstrar que, quando uma cabeça é cortada, duas surgem no seu lugar, o lema que acompanhou a organização desde as atrocidades da Segunda Guerra Mundial. Entretanto, a sua vantagem durou pouco.
Dois dos cinco "voluntários" acabaram sendo mortos após tentarem atacar os cientistas da base da Hydra, restando assim a própria S/N e mais dois homens, todos agora completamente consumidos pelo soro de super-soldado. Havia uma vontade estranhamente motivadora em S/N, a única mulher sobrevivente dos experimentos e tudo mais; algo como uma frieza excessiva já que, após todos os testes e a manipulação mental, o mínimo que se esperava dos mais novos soldados ali era a indiferença de sentimentos. Tecnicamente, eles estavam ali para transcenderem em meros assassinos a sangue frio; calculistas, manipuladores e impiedosos.
Entretanto, havia algo faltando em S/N. A mulher não era tão agressiva como os outros dois, fato esse que fez com que a Hydra logo percebesse que isso seria um problema em combate. Eles realmente não entendiam o porquê disso; o modo como a mulher conseguia ser fria e indiferente com todos mas quando a intenção era matar, ela nunca conseguia ascender nos principais objetivos. Porém, a organização já possuía a solução em mente: uma lavagem cerebral, rápida e eficaz, capaz de apagar qualquer resquício de dignidade ainda presentes dentro da mente de S/N.
Felizmente, antes que a mulher fosse submetida a mais essa atrocidade, os Vingadores conseguiram invadir a base de experimentos da Hydra e tira-la de lá juntamente com os outros dois soldados. Muita luta foi necessária, obviamente, mas com muito esforço o trio de soldados foi detido e retirado daquele pesadelo russo perturbador.
Ainda havia certa pontada de humanidade em S/N quando ela fora resgatada pelas mãos do Capitão América. Embora fragilizada emocionalmente pelos testes, pela manipulação e pela sua lavagem cerebral embora não sucedida a mulher ainda conseguia distinguir o bem do mal, tendo a total convicção de que o seu propósito ali era muito maior do que servir como uma arma humana letal e assassina. Após o resgate, S/N fora instruída a permanecer com os Vingadores, enquanto os outros dois soldados foram enviados para outros centros de reabilitação após todo o estresse e o caos que presenciaram. Agora livre das manipulações da Hydra, S/N foi lentamente encontrando o seu lugar no mundo ao tentar se reabilitar com a ajuda dos super heróis do exuberante complexo dos Vingadores. Surpreendentemente, eles a acolheram desde o primeiro momento, se esforçando ao máximo para deixá-la confortável em sua mais novo residência aparentemente permanente.
Ali, ela esteve em direto contato com os outros dois super soldados do grupo: o tão famoso Steve Rogers, o Capitão América, e Bucky Barnes, o Soldado Invernal oficial que serviu de inspiração para a criação da própria S/N. Ambos reconstruíram os seus passados dolorosos estando nas garras da Hydra, finalmente compreendendo que, agora, eles não precisariam mais se preocupar com a organização terrorista. S/N acabou virando a protegida de Steve; a jovem que o Capitão acolheu e, usando a sua bondade e generosidade infinitas, ajudou a reconciliar o seu propósito ali, nos Vingadores.
Entretanto, um acontecimento em específico acabou por marcar a chegada de S/N ao complexo dos Vingadores, porém de um jeito bom: o seu primeiro contato com a astuta e sagaz agente da Shield e espiã treinada Natasha Romanoff. Ao primeiro momento, Natasha mal se importou com a chegada de S/N ali, no "seu" território; embora ela tivesse reclamado algumas vezes sobre essa repentina mudança de rotina com Steve. Ademais, S/N logo encontrou o seu lugar ali, fazendo com que Natasha continuasse na sua posição de destaque como sempre esteve. Mesmo aparentando não dar a mínima para S/N, Natasha sentia-se estranhamente intrigada pelo modo como a mais nova integrante da equipe tentava atribuir a si mesma uma personalidade mais valentona, imperturbável, ao passo que o restante da equipe também fazia isso. Porém, bastava algumas poucas palavras trocadas com S/N para perceber que ela não era nem de longe uma pessoa durona; estava mais para uma mulher que se comovia fácil, um coração mole, uma pessoa divertida, a personalidade que ela já possuía antes mesmo da entrada da Hydra na sua vida.
Pouco a pouco, S/N foi encontrando a si mesma mais uma vez ao passo que tentava dar a volta por cima do seu passado doloroso. Mesmo falhando algumas vezes, ela sempre podia contar com o total apoio da sua mais nova família.
O passatempo favorito de S/N enquanto residente do complexo dos Vingadores é treinar suas táticas e golpes de luta. Quem a ajudava nesses momentos era Steve, sempre extremamente paciente e calmo com a mulher que tinha a palavra desastre como sobrenome, que ria quando caía ou errava algum golpe e que mal conseguia levar si mesma a sério. A dupla treinava junto quase todos os dias, e era isso que ambos estavam fazendo agora; sobre o tatame vermelho de uma das salas do complexo feita especificamente para treinamentos e lutas - o saco de pancadas pendurado em uma das extremidades da sala, os diversos bonecos para treino e tiro ao alvo, os bastões escorados na parede e o pequeno arsenal de armas explicitavam isso -, Steve Rogers treinava a estabilidade de S/N para as missões, às quais ela ainda não participava por motivos óbvios. Apesar de ser uma super soldada a mulher não dominava muito a arte da luta, se destacando mais com armas de fogo de curta e longa distância. O seu combate corpo a corpo era algo a ser aprimorado, e era isso que Steve tentava fazer no momento; segurando o saco de pancadas com ambas as mãos enquanto posicionava-se atrás dele, Rogers instruía S/N para chutar e socar o objeto com toda a sua força - o que obviamente não era pouca. Porém, a mulher possuía pouca estabilidade nessas horas, quase sempre perdendo o equilíbrio após os golpes - o que arrancava algumas risadas nervosas pela parte de S/N. A sorte dela era que Steve era muito paciente. Agora S/N entendia porque Natasha não a acompanhava nos treinos.
- Consegue chutar mais alto? - Steve perguntou, enquanto S/N mantinha o seu peso corporal apoiado em uma só perna enquanto a outra proferia uma série de chutes na lateral do saco de pancadas que Steve segurava.
- Hmm... não? - S/N respondeu, meio indecisa, inclinando seu corpo mais para o lado na esperança de elevar a perna que ela estava usando para chutar o saco de pancadas. Um estralo foi ouvido, o que fez com que S/N abaixasse sua perna imediatamente. - É. Não.
Steve negou lentamente com a cabeça e riu. S/N deu um passo para trás e arregaçou as mangas da sua camiseta de manga comprida, logo sentindo a sua temperatura corporal aumentando. Ao fazer isso, o vislumbre da sua mais nova façanha do momento chamou a atenção de Steve: uma tatuagem recém cicatrizada, uma que S/N sempre nutriu uma certa vontade de fazer.
- Então você fez. - Steve comentou, gesticulando com a cabeça na direção do antebraço de S/N.
- Sim. - ela concordou, desviando seu olhar na direção da tatuagem. - Ela nem doeu. Cá está uma vantagem de ser uma super soldada.
- Ainda não acredito que Bucky aceitou ir com você.
- Eu o obriguei. - S/N respondeu, dobrando uma das pernas até o peito para alonga-la. -Tenho medo de agulhas. Ou trauma, como preferir.
Steve concordou, entendendo imediatamente o que a mulher quis dizer.
Enquanto ambos conversavam dentro da sala, a figura sorrateira de Natasha Romanoff espiava pelo canto do batente da porta, em silêncio. Minutos antes, a ruiva estava prestes a entrar na sala para treinar - as suas roupas confortáveis ideias para essa atividade explicitavam isso. Porém, antes mesmo que ela pudesse adentrar o local, Natasha escondeu-se no canto da porta e ficou espiando, tendo o vislumbre do exato momento em que S/N mostrou a sua tatuagem para Steve - aquela que Natasha não sabia da existência até então.
A ruiva sentiu-se estranhamente tentada a permanecer ali, escondida, apenas ouvindo a conversa de longe enquanto encarava-os de soslaio. Natasha nunca havia parado para analisar e compreender S/N, a mulher que já estava ali no complexo há bons meses. A ruiva sabia do passado da outra mulher assim como todos sabiam, porém nunca viu-se realmente motivada a ficar cara a cara com a mesma. Agora, percebendo da simples - porém significativa - mudança no visual de S/N, Natasha opinou mentalmente que a mulher era, sim, atraente. Talvez esse fato fosse abrisse uma pequena brecha para que Natasha finalmente se aproximasse de S/N de uma vez por todas - do seu jeitinho, é claro.
Romanoff agarrou a sua bolsa que ela havia largado no chão ao seu lado e adentrou a sala de treinamentos, cessando com a conversa animada de Steve e S/N. A dupla encarou por longos segundos a entrada silenciosa e intimidadora da mulher que mantinha os cabelos ruivos presos em uma trança baixa enquanto usava uma calça de moletom preta e uma camisa de mangas compridas em um tom mais claro. Natasha largou a sua bola sobre um dos cantos da sala e encarou diretamente Steve e S/N, ao passo que ambos desviaram o olhar aparentemente intimidados.
- Não sabia que você ia treinar hoje, Nat. - Steve pronunciou-se, saindo de trás do saco de pancadas.
- Vou treinar com ela. - Natasha respondeu, simples, retirando duas luvas de boxe vermelhas da sua bolsa sobre o chão.
S/N arregalou os olhos.
- Não se preocupe, não vou pegar pesado. - a ruiva explicou-se, começando a colocar as luvas em ambas as suas mãos com muita agilidade.
Steve olhou para S/N, que estava um misto de desespero com indiferença. Rogers suspirou.
- Só não mata ela, por favor.
Natasha deu de ombros, impassível, aproximando-se lentamente de S/N enquanto Steve passava reto pela mesma em direção a sua própria bolsa de treinos na outra extremidade da sala.
- Oi. - a ruiva cumprimentou, parando em frente a S/N. Ela gesticulou com a cabeça na direção das mãos da mulher. - As luvas.
S/N virou-se de costas e caminhou em direção a um par de luvas de boxe penduradas na parede da sala, enquanto Steve saía do cômodo de uma vez. Agora, seriam apenas S/N e Natasha; ou Natasha e uma versão desmaiada de S/N, até porque ela mesma não entendia o porquê de estar fazendo isso. Talvez, lá no fundo, mas bem no fundo mesmo, S/N secretamente nutrisse uma certa admiração perante Natasha; o modo como ela agia, caminhava, falava, lutava. Talvez Natasha fosse tudo o que S/N ansiasse por ser - ou ter.
- Gostei da tatuagem.
S/N agarrou as luvas de boxe e virou-se para trás, semicerrando os olhos na direção de Natasha.
- O quê foi? - a ruiva questionou, imitando a expressão de S/N.
- Estou procurando o tom de sarcasmo na sua voz.
Natasha riu, negando lentamente com a cabeça.
- Eu falei sério. - ela reforçou, encarando S/N nos olhos.
- Eu também. - a outra mulher respondeu, caminhando de volta na direção de Natasha. - Mas obrigada, de qualquer forma.
Natasha sorriu minimamente, encarando de modo discreto a tatuagem de S/N mais uma vez enquanto a mesma colocava as suas luvas de boxe e as amarrava nos pulsos.
- Primeiramente, eu nem sei por que não fugi daqui junto com Steve enquanto tive tempo.- S/N comentou, levemente assustada com o fato de que ela aparentemente iria lutar com Natasha Romanoff em pessoa.
- Porque você quer me impressionar. - Natasha respondeu prontamente, soando surpreendentemente calma.
S/N levantou uma das mãos em protesto, mas mudou de ideia imediatamente.
- Não vou concordar nem discordar. - ela respondeu, colocando-se em posição de ataque. Sinceramente, ela não tinha a mínima ideia do que estava prestes a fazer. - Segundamente: por favor, por favor, não me mate.
Natasha revirou os olhos, imitando os movimentos de S/N.
- Eu não sou esse monstro lutador que você pensa que eu sou. - a ruiva respondeu, firme, trazendo ambas as suas mãos para perto do rosto em posição de ataque. - Eu pego leve com as pessoas que eu estou interessada.
Natasha proferiu um soco na direção de S/N que, no desespero do momento, conseguiu desviar do mesmo, evitando uma possível cara desconfigurada.
- Salvei meu nariz. - S/N comentou, começando a saltitar na ponta dos pés para conseguir aumentar a sua agilidade e rapidez na hora de desviar dos golpes. O real problema de S/N era, na verdade, desandar a falar quando estava excepcionalmente nervosa.
Natasha usou a outra mão para tentar acertar S/N mais uma vez, ao que a mulher conseguiu desviar por uma fração de segundos. Surpreendentemente, ela nem estava perdendo o seu equilíbrio como sempre fazia nesses momentos. Talvez S/N devesse treinar com Natasha mais vezes.
- Sem um olho roxo dessa vez.
- Você consegue parar de falar um segundo sequer? - Natasha resmungou entre um golpe e outro, centralizando um chute na barriga de S/N que a mulher conseguiu desviar pulando para trás. - Você não bate? Só desvia?
- Desculpa, é que estou nervosa.
Natasha girou graciosamente na ponta de um dos pés e, quando S/N menos esperava, a ruiva abaixou-se e usou uma das pernas para desestabilizar ambos os pés de S/N em uma rasteira perfeita. A mulher se desequilibrou e caiu de lado no chão, logo rolando para as suas costas enquanto resmungava de dor.
- Obrigada pela consideração. - S/N resmungou, ainda no chão. - Quebrou duas costelas ao invés de três.
Natasha riu, levantando-se do tatame enquanto retirava ambas as suas luvas de boxe, estendendo uma das mãos agora livres na direção de S/N. Ela agarrou o braço da ruiva e içou seu corpo para cima, ficando cara a cara com a mesma.
- De nada. - Romanoff respondeu, sorrindo. Ela desviou seu olhar para a mão que segurava antebraço tatuado de S/N, dando uma última boa olhada no desenho ali.
Sem querer se gabar mas, cá entre nós: S/N, com sua força de super soldada, conseguiria facilmente derrubar Natasha, embora lutar não fosse lá o seu maior destaque. Porém, internamente, ela só queria deixar com que Natasha ganhasse. Aparentemente, o triunfo era o que fazia com que Natasha fosse quem ela é. Ademais, Romanoff gostava da curiosidade que S/N havia passado a despertar nela; e nada motiva mais Natasha Romanoff do que um bom mistério.
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