flertes ➤ natasha romanoff

Pedido de mirsblack. Espero que goste!

Concentrada na sua tarefa promissora, S/N terminou de adicionar a substância ácida na sua mistura dentro do tubo de ensaio, afastando suas mãos lentamente do mesmo ao término da solução de substâncias. S/N soltou todo o ar que prendia dentro dos seus pulmões até o momento, finalmente relaxando após obter a confirmação de que tudo havia ocorrido como o esperado. Na mesa atrás de si, duas palmas seguidas foram ouvidas por parte de Bruce Banner que preencheram todo o silêncio sereno do laboratório, assustando S/N.

— Era só pra testar se você é cardíaca ou não. — o homem explicou, rindo, enquanto a sua estagiária virava-se lentamente para trás com uma das mãos espalmadas sobre o peito.

— Para a sua sorte, eu não sou. — S/N respondeu, furiosa, virando-se de volta na direção da sua solução química por sobre a mesa do laboratório de Bruce. — Foi bom, né? Dessa vez eu nem quebrei nada.

Bruce riu mais uma vez e agradeceu mentalmente pelo fato que S/N não quebrou mais uma fileira de tubos de ensaio como da última vez. Não era de se duvidar que a mulher possuía um cérebro e tanto, um QI avançadíssimo e, com toda certeza, poderia ser chamada de prodígio, o que chamou a atenção de Bruce Banner imediatamente. Ele precisava de um cérebro pensante a mais no seu laboratório, já que Tony raramente aparecia por conta dos trabalhos em sua oficina ou porque ele não queria trabalhar mesmo. Apesar das controvérsias e da aparente falta de coordenação motora por parte de S/N, tanto dentro do laboratório como fora dele — em especial fora do seu local de trabalho, já que era comum vê-la derrubando coisas e tropeçando em seus próprios pés pelos corredores do complexo —, a mulher era uma companhia excepcional e radiante, que animava o dia a dia monótono dentro do laboratório recluso.

— É. Foi ótimo. —  Banner respondeu, retirando os seus óculos de grau enquanto dava os últimos cliques no tablet em suas mãos. — A última vez foi caótica.

S/N torceu o nariz.

— Natasha me desconcentrou. —  ela respondeu, simples, juntando os itens sobre a mesa que a mesma usara para realizar o seu experimento químico.

— Ela só havia entrado no laboratório.

— Ela me desconcentrou. 

Bruce riu, começando a caminhar na direção de S/N sem desviar o seu olhar concentrado do tablet em suas mãos.

— O que acha de uma pausa nos experimentos químicos? — Banner olhou de soslaio para S/N parando ao lado da mesma.

— Algo como férias? 

— Não. Algo como aprimorar os trajes dos vingadores. 

Bruce expandiu a tela do seu tablet para mostrar o novo design do traje do Capitão América com alguns ajustes a mais, como uma mudança nos tons de azul e a adição de artefatos estratégicos no mesmo. Com a ponta dos dedos, Bruce deu um giro de trezentos e sessenta graus no traje na sua versão digitalizada, sorrindo orgulhoso.

— Uau. — S/N se surpreendeu, cruzando os braços em frente ao peito enquanto terminava de analisar toda a extensão do esboço do novo traje de Steve. — Você fez mais?

— Pretendo aprimorar o de Natasha também, mas vou precisar da sua ajuda.

S/N engoliu em seco, subitamente sentindo-se intrigada com a fala de Bruce. Era explícito que a mulher sentia-se aprumada na companhia intimidadora de Romanoff, já que a ruiva fazia questão de provocar e causar os mais diversos tipos de sensações calorosas de modo proposital em S/N. Natasha Romanoff sabia muito bem do efeito que ela causava nas outras pessoas e fazia juz ao usar isso ao seu favor.

— Porque precisa exclusivamente da minha ajuda? — S/N questionou, tentando soar indiferente.

— Quero mudar as cores do traje, mas não sei se Natasha estaria de acordo. — Bruce continuou a explicar calmamente, ignorando a última fala de S/N. — De mulher para mulher; eu acho que vocês duas se entenderão melhor.

Bruce sorriu discretamente ao final da frase. Nem parece que era ele quem estava apaixonadinho por Natasha até alguns semanas atrás.

— Também conversou com Steve ao mudar o traje dele? — S/N perguntou subitamente, arqueando uma das sobrancelhas na direção de Bruce. 

— Não é necessário. — ele respondeu, simples. — O Capitão concorda com tudo.

— Coloque-o usando uma sunga da próxima vez, por favor.

Bruce riu.

— E então? — ele questionou ao notar o silêncio demorado de S/N. — Você sabe como Natasha é exigente...

— Bruce...

—  ... e eu sempre tento ao máximo atingir as expectativas do restante da equipe...

— Tá bom! — S/N exclamou, erguendo as mãos no ar. — Eu vou conversar com ela.

Bruce estendeu o tablet na direção de S/N, sorrindo.

— Dê o seu melhor. — ele orientou, ao que a mulher encarou-o com o olhar mais mortífero do mundo.

— Isso é claramente um golpe baixo. — S/N resmungou, pegando o tablet das mãos de Bruce. — Você é horrível.

— Só estou fazendo o meu trabalho. 

Bruce sorriu mais uma vez. Talvez — só talvez —, estar no mesmo cômodo que Natasha não iria ser tão ruim, afinal; se o nervosismo de S/N não a transformasse em um desastre personificado ela nem precisaria se preocupar com o restante.

Os corredores do complexo estavam excepcionalmente silenciosos naquela tarde, fato esse que fez com que S/N se sentisse mais nervosa do que o normal. Caminhando apressadamente na direção da grande e espaçosa sala do lar dos vingadores, S/N pensava seriamente no empurrão proposital que Bruce dera na mesma na direção de Natasha, teoricamente dizendo. Era óbvio e nítido que ela nutria algum tipo de apreço pela ruiva e, embora mal conseguisse manter-se no mesmo cômodo que a mesma sem ter no mínimo três ataques nervosos, S/N sabia que isso era claramente uma paixonite platônica; ela só não sabia como se declarar perante isso e temia o que a própria Natasha iria pensar sobre. Ademais, S/N contentava-se com os ataques nervosos.

Ao adentrar a grande sala, os inconfundíveis cabelos ruivos de Natasha presos em uma trança baixa automaticamente prenderam a sua atenção. Romanoff estava sentada de costas para S/N, recostada sobre o grande sofá bege do cômodo aparentemente segurando algo em mãos, completamente alheia a presença de S/N ali. Essa, por sua vez, imediatamente sentiu o tremor nervoso característico subindo pelo seu corpo, deixando-a sem ar no mesmo instante.

S/N aproximou-se lentamente de Natasha pelas suas costas, apertando mais o tablet em suas mãos de modo involuntário. Antes que ela pudesse gaguejar algo em forma de um cumprimento, Natasha virou-se na sua direção e sorriu.

— Olá, S/N.

S/N sentiu-se subitamente surpreendida. Ela tropeçou nos seus próprios pés e por pouco não caiu de cara no chão, conseguindo equilibrar-se desajeitadamente logo após o tropeço.

Natasha sorriu. Ela achava engraçado o modo como S/N consegue ser uma gênia dentro do laboratório e, fora dele, mal conseguia dominar a arte do diálogo sem gaguejar e perder-se nas suas próprias palavras. Ademais, ela também sentia-se atraída por esse traço na personalidade contraditória de S/N; o modo como ela enrubescia quando Natasha aproximava-se dela, sem nem ao menos fazer o uso de palavras — sejam elas decentes ou não. S/N havia conseguido atrair a atenção da ruiva para si e, sendo isso intencional ou não, Natasha com certeza iria tirar vantagem desse poder que a própria S/N havia permitido que ela usasse.

— O que te trouxe até aqui?

Natasha não costumava ser amigável com as pessoas que chegavam do nada e atrapalhavam o seu horário sagrado de leitura, um dos únicos momentos especiais onde ela não estava treinando seus golpes em sacos de pancada ou atirando em bonecos próprios para pontaria. Esse era seu momento de relativa paz.

— Bruce está aprimorando alguns dos trajes do restante da equipe. — S/N soltou de uma vez, surpreendendo-se ao não gaguejar ao falar isso. — E-ele pediu para que eu viesse falar com você pessoalmente.

Natasha concordou com um aceno de cabeça, marcando a página atual do seu livro enquanto fechava-o lentamente. Ela gesticulou para que S/N se sentasse ao seu lado, ao que a outra mulher respondeu com um piscar de olhos desorientado mas, por fim, obedeceu ao gesto da ruiva.

— No que exatamente eu preciso ajudar? — Natasha perguntou, soando estranhamente doce e interessada. Para onde havia ido a Natasha intimidadora e brusca de sempre?

— Ah, sim... — S/N pegou-se encarando fixamente a expressão curiosa de Natasha quando ela inclinou-se para o lado a fim de visualizar a imagem do traje na tela do tablet nas mãos de S/N. — Preciso da sua opinião em uma mudança de cores e talvez no design do traje. Que mudanças você gostaria de propor?

Natasha parou para pensar por alguns segundos. Até o silêncio da ruiva parecia altamente tentador.

— Sabe... o meu antigo traje era desconfortavelmente apertado na região dos ombros e dos pulsos... — Romanoff ergueu suas mãos no ar e parou. — Posso?

S/N concordou com a cabeça, desnorteada demais para dizer algo a mais quando Natasha virou-se na sua direção e tocou gentilmente os ombros da outra mulher com a ponta dos seus dedos finos, demonstrando onde exatamente estava o problema aparente no seu antigo traje.

Isso fora claramente proposital; e o calor que os dedos de Natasha irradiavam na pele eriçada de S/N era algo bom demais para ser ignorado.

— Enfim... acho que a cor está ótima. — a ruiva afastou o seu toque caloroso da pele de S/N. — Cá entre nós: não sou muito fã de trajes que não sejam da cor preta.

S/N riu timidamente, ao que Natasha admirou meticulosamente o relaxamento na expressão abismada no rosto da outra mulher.

— Ouvi dizer que Stark vai aprimorar alguns segredinhos tecnológicos nos trajes. — a ruiva comentou inocentemente enquanto escorava um dos cotovelos em cima do sofá, sem desviar seu olhar de S/N.

— Bruce comentou sobre isso, sim. — SN respondeu, clicando em algumas funções na tela do tablet em seu colo. 

— Era só isso? — Natasha perguntou quando S/N bloqueou a tela do aparelho em suas mãos, deixando-a preta.

— A-acho que sim.. — a mulher ergueu seu olhar entes tranquilo na direção da ruiva, subitamente voltando a sentir-se nervosa ao notar o olhar admirado de Natasha sobre si, praticamente queimando-a.

— Uma companhia tão adorável por tão pouco tempo...— Romanoff praticamente lamentou-se, sorrindo abertamente logo em seguida.

Tomada por uma estranha coragem súbita, S/N sentiu que de nada adiantaria se ela continuasse agindo como uma garotinha tímida ao lado da presença aprumada de Natasha ao seu lado. A ruiva sentia-se sempre no comando da situação, como se apenas ela fosse dotada com a arte dos flertes e da intimidação; o que tecnicamente era verdade e nem se S/N se esforçasse ela conseguiria chegar ao nível de Natasha. Entretanto, ela podia tentar; havia algo dentro de si, uma audácia súbita e imprevisível, que fazia com que S/N se sentisse determinada a atender a esse aparente desejo de Romanoff.

Quando a Viúva Negra quer alguma coisa, ela faz de tudo para alcançá-la; e talvez isso se aplicasse a pessoas, também. No caso de S/N, sim.

— Na verdade, eu também vim até aqui por outra coisa. 

Natasha parou de sorrir no mesmo instante, subitamente surpreendida com o tom de voz determinado de S/N. De tímida e uma isca fácil a uma personalidade determinada e impulsiva; esse fora um progresso e tanto.

— Sou toda ouvidos. — Natasha respondeu, tentando soar indiferente.

S/N sorriu minimamente e, elevando lentamente uma das suas mãos até o rosto de Natasha, ela tocou gentilmente a pele macia da mesma, fazendo com que a ruiva soltasse um suspiro surpreso em resposta. Ela definitivamente não estava preparada para essa reviravolta.

Inclinando-se para frente, S/N aproximou-se o bastante de Romanoff para que ela perdesse o seu fôlego no mesmo instante. Sem reações rápidas ela apenas apoiou uma das suas mãos sobre o estofado do sofá atrás de si em busca de mais apoio e, elevando a outra na altura do rosto de S/N, ela tocou-a gentilmente, compartilhando do mesmo calor manual que a  outra mulher. Antes que Natasha pudesse responder algo, S/N sorriu e sussurrou:

— Você é feita de flertes e primeiras ações, Romanoff; sem eles você é apenas uma mulher sem reação.

— É o feitiço virando-se contra a feiticeira, querida. — Natasha respondeu, sua boca entreaberta a centímetros da de S/N. — Nem sempre eu conheço minhas vítimas o suficiente.

Sem mais delongas, a ruiva selou de uma vez os seus lábios nos de S/N, acabando de uma vez por todas com a distância que as separava naquele momento. Um beijo lento e rítmico deu-se início, enquanto a mãos de Natasha deslizava para a nuca de S/N lentamente. Ambas sorriram durante o beijo e S/N pegou-se pensando em como era fácil entender os joguinhos sádicos de Natasha: bastava você saber como dominá-la e deixá-la sem reação, o que, particularmente, não eram todos que conseguiam realizar essa proeza definitiva.

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