feliz aniversário ➤ natasha romanoff
Pedido de mirsblack. Espero que goste!
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A mais recente missão realizada pelo trio mais promissor da organização de espionagem da Shield havia sido um sucesso, como sempre. S/N S/S, Natasha Romanoff e Sam Wilson geralmente não eram de se gabar, mas os cumprimentos propositais de Fury sobre a eficácia máxima da missão fez com que os três agentes ficassem a par da plena sensação de orgulho de si mesmos e de todos os treinamentos e as táticas que eles usaram nessa bela tarefa.
O Trio da Shield — título pelo qual os três agentes ficaram conhecidos por todos (Fury com certeza não aprovou isso) — também variava de integrantes e muitas vezes evoluía para um grupo quando as missões eram mais arriscadas, necessitando da ajuda de um par de mãos a mais para que o trabalho fosse bem feito. Entretanto, os nomes de S/N, Romanoff e Wilson sempre eram os mais notáveis nas batalhas de corpo a corpo, tendo Sam como apoio aéreo na maioria das vezes.
Para a sorte de S/N — ou azar, dependendo do nível de estresse da sua dupla —, a agente aparentemente inabalável e durona geralmente ficava lado a lado com Natasha Romanoff na maioria das missões, já que juntas as duas demonstravam um notável desempenho nas lutas corpo a corpo e nos combates armados. Sozinhas elas eram extremamente rápidas e ágeis; juntas, praticamente imbatíveis. Não era de se duvidar que elas eram as protegidas de Fury, que quase sempre se gabava sobre o quão habilidosas e promissoras as suas "agentes de criação" eram.
De volta ao complexo dos Vingadores ao fim de uma tarde cheia de trocas de tiros, golpes mortais e piadinhas sem graça no Quinjet durante a ida e a volta, o Trio da Shield desembarcou da grande nave alongando os seus músculos e carregando as suas armas do crime: enquanto caminhavam lado a lado em direção à porta principal do complexo, Natasha Romanoff contava as munições restantes no cartucho antes preso ao seu cinto com muita cautela enquanto S/N, caminhando ao seu lado, brincava distraidamente com uma fava afiada por entre os dedos, girando-a de modo despreocupado enquanto o seu olhar perdido vagava de lá para cá por sobre o extenso gramado nos arredores do complexo. Sam Wilson, por sua vez, segurava com a maior delicadeza do mundo o seu fiel escudeiro Asa Vermelha, que havia levado um tiro de raspão durante a missão e estava levemente debilitado, com uma pequena parte da sua asa robótica à mostra. Chegava a ser ridículo o modo como ele tratava aquela coisa como um filho.
Cansada demais para fazer alguma comentário sarcástico sobre isso S/N resolveu deixar essa passar, já que sua mente estava mais concentrada nos seus aposentos silenciosos e confortáveis que a esperavam no interior do complexo após um exaustivo dia. S/N entrou na sala do complexo e seguiu para o cozinha calmamente, começando a retirar a sua jaqueta de moletom durante o processo de deslocamento.
— Boa noite Steve, Stark, Banner, Barton... — S/N cumprimentou com um leve aceno de mãos o grupo de homens reunidos dentro do cômodo, provavelmente discutindo acirradamente sobre um novo projeto ou uma nova missão. Embora extremamente cansada, ao retornar ao seu lar, o complexo, S/N automaticamente deixava a sua personalidade rígida e valentona para trás a fim de utilizar a sua boa vontade e a sua prestação de serviços gentis para os seus amigos, sempre visando ajudá-los no que eles necessitassem.
— Boa noite. — os quarteto respondeu em uníssono, ao que S/N atravessou de uma vez a grande cozinha em direção ao corredor de quartos próximo ao cômodo. Atrás de si, a figura silenciosa e sombria de Natasha a seguia desde a saída do Quinjet, até porque ambos os quartos das mulheres eram coincidentemente um ao lado do outro, separados apenas pela fina parede de concreto dos cômodos. Contando com o número de vezes em que socos foram prostrados de ambos os lados da parede em comum, seja para que S/N abaixasse o volume da sua música ou para que Natasha parasse de invocar alguma entidade russa enquanto falava no dialeto sozinha, ambas as mulheres mantinham uma saudável relação como "vizinhas".
O quarto de S/N era o primeiro e o de Natasha, consequentemente, era logo ao lado do seu. S/N posicionou a sua mão por sobre a maçaneta da porta, mas não a abriu. Ao invés disso, ela virou-se para trás e, observando a figura cabisbaixa de Natasha passando reto por si em direção ao quarto ao seu lado, S/N sorriu involuntariamente sem ao menos entender o porque.
— Boa noite, porque sei que não vou vê-la até amanhã de manhã. — S/N falou de modo amigável, em um notável contraste com a expressão imperturbável projetada no belo rosto de Natasha. — Precisa de alguma coisa?
Romanoff virou-se na direção de S/N e negou lentamente com a cabeça, ao que S/N respondeu com um leve dar de ombros inexpressivo. Surpreendentemente, Natasha nem se importava mais com a caridade de S/N perante si, já que a mesma agia assim com todos os seus amigos ali no complexo e fora dele também; ou seja, a ruiva não mais sentia-se exclusivamente sortuda ao receber perguntas desse tipo vindas de S/N. Ademais, para a gentil mulher, essa doação de favores escondia algo explícito exclusivamente para Natasha; algo que S/N escondia bravamente as evidências porque não sabia exatamente se estava pronta para maiores revelações. Resumidamente: ela sempre optava por admirar Natasha de longe, sempre tentando ao máximo chamar a atenção da ruiva para si.
E — era óbvio que Natasha nunca, jamais, iria admitir isso —, ela sentia-se estranhamente feliz ao notar a aparente preocupação que S/N mantinha sobre ela, mesmo que isso a fizesse duvidar da sua própria sexualidade incansavelmente.
Natasha sorriu de modo desajeitado e sumiu como um raio para dentro do seu próprio quarto, trancando a porta logo em seguida. S/N, por sua vez, respirou fundo e entrou no seu próprio quarto, logo retirando o seu cinto e o colocando sobre a cama enquanto sentava-se em frente à sua escrivaninha pessoal, logo tratando de procurar pela agenda de anotações que ela guardava na gaveta inferior do móvel. S/N pegou o caderninho e, abrindo-o em uma página específica, ela leu e releu pacientemente os manuscritos ali rabiscados que eram, nada mais, nada menos, que um roteiro de uma festa surpresa para o aniversário de Natasha dali dois dias.
Quando S/N contou sobre o seu plano para os outros Vingadores eles surpreendentemente aceitaram a ideia — provavelmente para ver por quanto tempo S/N conseguiria manter a ideia de pé, mas ela mal ligou para isso no momento. E quando S/N mostrou os manuscritos para Sam, ele fez questão de desenhar um coração gigante na pequena página da agenda apenas para tirar sarro da cara de S/N depois. Ele conseguia ser mais bono do que a própria S/N ao arquitetar uma festa surpresa para uma espiã treinada.
Mas ela não podia evitar, afinal; a mulher realmente queria que Natasha se sentisse especialmente acolhida no dia do seu aniversário, já que, como ela bem lembra, o último aniversário da ruiva só foi descoberto uma semana depois da data por que ela mal se dera o trabalho de contar aos amigos desse dia tão importante para a sua vida. Ou seja, S/N queria lembrá-la de que Natasha possuía uma família que realmente se importava com ela — uma família meio desorganizada, doida e sem sentido nenhum, mas ainda assim uma família.
Sorrindo involuntariamente, S/N retirou o lápis do seu porta-bugigangas — apelido carinhoso criado pela própria S/N — e logo pôs-se a escrever as últimas anotações sobre a suposta festa de Natasha, enquanto a noite ia engolindo gradativamente todo o arredor arbóreo do complexo.
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— A mesa deve ficar mais ao canto... Isso... Sam Wilson! Pare de estourar os balões agora!
Do centro da sala em específico que parecia algum tipo de oficina, S/N gesticulava habilmente na direção dos seus amigos para que eles se agilizassem com os preparativos da festa surpresa de Natasha. Romanoff havia saído na companhia de Clint com alguma desculpa esfarrapada e, sendo assim, a ruiva ficaria longe do complexo por tempo suficiente para que o restante da equipe organizasse tudo às ordens ásperas de S/N, que gritava feito uma louca com todos.
— Balões pretos? Que sombrio. — Tony Stark surgiu atrás de S/N segurando duas bexigas de cor escura uma em cada mão, balançando-as propositalmente na cara de S/N.
— O que você queria? Balões cor-de-rosa para Natasha Romanoff? — a agente respondeu, cínica, enquanto gesticulava na direção da grande caixa de papelão largada no canto da grande sala. — Tem os vermelhos ali também.
Stark virou-se para trás, para onde Sam estava enchendo uma bexiga de cor vermelha para juntar com as outras pretas em um arranjo decorativo simples. O moreno fez um nó na bexiga e, aproximando-se de Steve Rogers que estava de costas limpando a mesa de madeira polida que geralmente servia como mesa de escritório da sala, Sam estourou o balão bem próximo as costas do loiro, fazendo-o gritar alto enquanto as gargalhadas de Wilson irrompiam por toda a sala.
— Eu juro que vou matá-lo. — S/N comentou com fúria, desviando seu olhar para onde Wanda estava terminando de retirar os móveis importunos do centro da sala, deixando apenas as poltronas confortáveis.
— Qual é, S/N... — Tony resmungou, pegando uma bexiga vermelha que voou do nada até seus pés — provavelmente obra de Sam — enquanto a amarrava juntamente com as duas bexigas pretas que já estava em suas mãos há tempos. — Por que está tão engajada nisso?
S/N respirou fundo e desviou seu olhar desconcertante do rosto divertido de Stark.
— Tudo bem, já está na cara. — ele respondeu simplesmente, terminando de amarrar as três bexigas de cores distintas umas contra as outras. — Não me importo, não julgo. Vai lá e seja feliz.
A mulher revirou os olhos, mas agradeceu Tony internamente. Stark deu meia volta e caminhou calmamente em direção ao restante da equipe travando uma intensa batalha contra os fios embolados do globo de luz colorido que iria ser posto no teto bem no centro da sala. S/N, por sua vez, lembrou-se subitamente do presente de Natasha que ela havia deixado dentro do seu quarto para evitar possíveis acidentes no meio da correria maluca da equipe. A agente deu meia volta e correu em direção ao corredor, logo chegando a tão familiar porta do seu quarto, abrindo-a calmamente enquanto seus planos eram entrar, pegar o presente e sair.
Mas entrar e se deparar com Natasha Romanoff parada dentro do seu quarto olhando fixamente para a sacola vermelha de tamanho médio largada sobre a cama macia de S/N definitivamente não estava nos seus planos.
Quando a ruiva notou a presença abismada da outra mulher ali ela surpreendentemente conseguiu agir normalmente, como se não tivesse acabado de ser pega no flagra. Era admirável o modo como Natasha mal se assustara.
— Era para você estar com o Clint. Bem longe daqui. — S/N falou, quase que em um tom triste, adentrando de uma vez no seu quarto.
— Ele teve um imprevisto com a família.
— Natasha...
— Não estou mentindo. — ela respondeu, convicta, e S/N resolveu deixar essa passar. — Aliás, eu já suspeitava. Sem querer me gabar, mas, não sei porque você pensou que conseguiria manter isso longe do meu conhecimento por muito tempo.
S/N deu de ombros, indiferente.
— Não custa nada tentar. — ela respondeu, suspirando. — Pode pelo menos fingir que não sabe de nada e está incrivelmente chocada com a festa surpresa, por favor?
Por incrível que pareça, S/N não estava tão furiosa com Natasha como ela gostaria de estar. Ela até sentia-se estranhamente bem na companhia exclusiva de Romanoff, sem o restante da equipe.
— Claro que posso. — Natasha respondeu, esticando uma das mãos na direção da sacola vermelha em cima da cama. — Mas eu estou incrivelmente chocada com isso. E eu quero saber o que tem aqui dentro.
S/N não tentou intervir quando Natasha pegou a sacola por entre os dedos e retirou de lá outro papel de embrulho vermelho, logo tratando de desembrulhar o mesmo de modo surpreendentemente calmo demais até para ela mesma. Quando terminou, enfiou a mão lá dentro e retirou o primeiro item: um pente de cabelo na cor preta.
— Tire o cabo. — S/N orientou antes que Natasha pudesse soltar algum dos seus comentários ácidos enquanto cruzava os seus braços em frente ao peito, ao que a ruiva obedeceu prontamente a outra mulher.
Romanoff puxou o cabo e, imediatamente, a lâmina reluzente de uma faca extremamente afiada fez com que os olhos de Natasha se enchessem de admiração, ao que S/N respondeu com um sorriso mínimo.
— Surpreendente. — a ruiva comentou, impassível, mas havia um leve tom de admiração em seu timbre de voz firme.
Ela enfiou a mão dentro do embrulho novamente e, dessa vez, retirou de lá a caixa de um perfume aparentemente caríssimo e de muita qualidade. O perfume era da linha da Novaia Zaria, responsável pela fabricação dos primeiros perfumes na União Soviética. Natasha já havia ouvido falar deles, mas nunca havia os visto — pelo menos não em um design inovador como aquele, onde o próprio perfume havia sido projetado em um formato de salto alto. Parecendo uma criança feliz ganhando o seu primeiro presente no Natal, Natasha abriu a embalagem e tirou de lá o perfume, logo arrancando o lacre enquanto o borrifava no pulso apenas para sentir o seu odor magnífico.
— Uau. — ela comentou, simples, tentando bravamente parecer indiferente perante os presentes. S/N sabia que a ruiva estava fazendo isso de propósito.
Por fim, ela largou o perfume com muito cuidado sobre a cama e retirou último item de dentro do embrulho: um vestido em um tom de vermelho vinho, curto e justo, que fez com que Natasha arregalasse os olhos involuntariamente.
— Ok, ok. Estou impressionado perante o quão tudo isso é a minha cara. — ela comentou largando vestido sobre a cama ao lado dos outros dois itens. — Esse é o presente de toda a equipe?
— Não. — respondeu S/N. — É somente meu.
Natasha assentiu lentamente com a cabeça, impressionada, enquanto disfarçava o sorriso admirado em seus lábios inclinando seu corpo sobre a cama para guardar os pertences de volta ao embrulho e na sacola, como se ninguém tivesse tocado neles até então. Quando terminou, ela avançou na direção de S/N e estendeu o pacote vermelho para a mesma, como se elas tivessem voltado ao momento em que S/N adentrou o quarto e se deparou com Natasha ali.
— Obrigada. — Romanoff agradeceu. Era estranho como um simples agradecimento soava exótico no timbre de voz firme da mulher. — De verdade.
S/N concordou com a cabeça e agarrou o pacote vermelho com ambas as mãos e, quando estava prestes a sair dali para voltar para a correria incessante da sala, Natasha agarrou o pulso da outra mulher e a fez parar no mesmo instante, puxando-a propositalmente para bem perto de si. As suas respirações tornaram-se únicas suando Natasha aproximou mais o seu rosto do de S/N, deixando-a atordoada por alguns longos segundos. O calor que ela sentiu subindo pelo seu braço no exato ponto onde Romanoff a segurava era irremediável; a sensação alastrou-se pelo seu corpo por completo e causou uma sensação incômoda no seu estômago, fazendo-a engolir em seco.
— Feliz aniversário.— S/N sussurrou após o seu leve transe, observando com muita atenção quando os lábios de Natasha franziram-se em um sorrisinho de canto e, milésimos de segundos depois, eles já estavam selados contra os seus, em um beijo eletrizante e apaixonante.
S/N levou a sua mão livre até o rosto de Natasha ao que a ruiva fez a mesma coisa, porém com ambas as suas mãos. S/N precisou contrair seus lábios em um sorriso satisfatório durante o beijo, ao que Natasha correspondeu com uma pequena mordiscada no lábio inferior da outra mulher, sorrindo.
Essa era a forma que Romanoff havia usado para retribuir ao apreço de S/N, afinal; embora ela já soubesse da leve paixonite que S/N possuía sobre a ruiva, fazendo-a tirar vantagens disso. E, no final, Natasha agiu como uma boa atriz e ninguém nem suspeitou que ela havia estado no complexo esse tempo todo e que já sabia da festa surpresa e do presente de S/N que, cá entre as duas mulheres, fora a melhor coisa que ela já recebeu em toda a sua vida.
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