faça o que eu sei que quer fazer ➤ barão zemo, ᴘᴛ 2

A pedidos, fiz a parte dois do último imagine do Zemo. Espero que gostem e muito obrigada pelos 7k!

ᴄᴏɴᴛɪɴᴜᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ ᴅᴇ: ʟᴜᴄᴋʏ ᴍᴇ


O ruído inconfundível da porta dupla do banheiro sendo aberta fora o único som capaz de preencher o silêncio arrebatador daquele apartamento, enquanto Zemo saía da mesma segurando uma toalha em mãos que usava para secar seus cabelos úmidos. O barão largou-a sobre o sofá e pegou seu casaco de cima do mesmo, vestindo-o logo em seguida.

Zemo dirigiu seu olhar sorrateiro na direção da bancada da cozinha que era praticamente interligada com a sala, onde S/N estava sentada na mesma e, mesmo estando de costas, ele sabia que o bico da garrafa de uísque pendia nos lábios úmidos e rosados da mulher, dando a entender que ela já estava bebericando o líquido fazia um bom tempo. 

— Onde estão seus modos, S/N?— o barão chamou a atenção da mulher, obrigando-a virar-se na direção do mesmo. S/N aproveitou a pequena ausência de Zemo para "acalmar os nervos"; e quando ela viu a garrafa de uísque que o homem estava bebendo horas antes de saírem para a festa isso pareceu um atrativo convidativo demais para ser ignorado.

Zemo deu de ombros ao notar o silêncio de S/N e caminhou em direção das gavetas da bancada, abrindo-as logo em seguida a procura de dois copos para servir-se a si mesmo e a mulher do uísque.

— Dê-me a garrafa.— o barão estendeu sua mão na direção de S/N, à qual a mulher ficou encarando por longos segundos enquanto soltava uma risadinha debochada, dando mais um longo e generoso gole da bebida.

Mas S/N não estava disposta a dividir o uísque. Havia passado praticamente a festa inteira com um olho em Zemo e o outro na variedade convidativa de bebidas do pequeno e despojado bar da balada, tentando lutar ferozmente contra a sua vontade de pedir algum tipo de drink apenas para amenizar a situação na qual ela se encontrava. S/N definitivamente não queria servir de babá para um criminoso; não quando se encontrava em uma cidade como Madripoor. A mulher realmente sentia-se muito nervosa em missões como aquelas; S/N não entrava em ação fazia um bom tempo e o sentimento de que talvez ela não estivesse tão qualificada assim para aquilo apossou-se do corpo da mesma quando ela deu os primeiros goles no uísque.

Algumas pessoas ficavam agressivas perante o efeito do álcool. Outras, exageradamente felizes. S/N, por sua vez, entrava em algum tipo de aura de melancolia e tristeza. E isso nunca terminava bem.

Foram precisos apenas alguns poucos goles para que o uísque puro parasse de queimar a sua garganta. Depois disso ela não sabia exatamente quando seus sentidos começaram a falhar; se foi quando ela já havia ingerido metade da garrafa ou quando Zemo arrancou-a de suas mãos, recebendo um resmungo indignado da mulher em resposta.

— Não é a única que gosta de um bom uísque, sabia?— ele ironizou, derramando a bebida nos dois copos enquanto empurrava um na direção de S/N.

A mulher não respondeu. Ela pegou o copo de uísque lentamente sem tirar seu olhar vidrado do rosto de Zemo enquanto o mesmo terminava de servir a si mesmo com a bebida. Quando terminou, ergueu o copo na altura do rosto e estendeu na direção de S/N, esperando que ela tilintasse o seu próprio copo contra o do barão em um brinde.

Havia algo em Zemo que S/N não sabia exatamente como descrever; o modo como ele agia era intrigante. O Barão se portava como um inocente, como se ele não tivesse passado os últimos anos desde os fatídicos acidentes da Guerra Civil enjaulado em uma prisão de segurança máxima por causa das suas ações catastróficas. Zemo transmitia uma personalidade astuciosa e parecia estar sempre um passo à frente de todos a sua volta, atribuindo a si mesmo como alguém esperto e com uma imensa capacidade de manipular as pessoas com o poder da sua lábia.

E isso atraía S/N. E mesmo que ela não gostasse muito de admitir sentia-se interessada pelo jeito como o barão a olhava; algo como um olhar esperto e sutil, como se ele soubesse do apreço da mulher sobre ele e tentasse tirar vantagens sobre isso.

A essa altura, Zemo já havia desistido de brindar seu uísque com S/N.

— Onde estão Sam e Bucky?— Zemo perguntou despreocupadamente, o nome dos dois homens soando como se eles fossem velhos amigos do barão esse tempo todo.

— Não sei.— e S/N realmente não sabia. O álcool já havia feito a mesma esquecer das últimas conversas que tivera a mais ou menos meia hora atrás.

Zemo riu.

— O que uma mulher como você faz trabalhando para caras como eles?

A mulher afastou o copo dos seus lábios, lançando um olhar confuso e desacreditado na direção do barão.

— Não trabalho para eles.— S/N respondeu simplesmente, largando o copo com metade do uísque de volta para a bancada, o vidro tilintando contra o mármore.— Eles me chamaram, e eu vim. Eu não participava de alguma missão desse tipo desde que o blip aconteceu.— ela baixou seu olhar enevoado para as próprias mãos entrelaçadas no seu colo, brincando com seus dedos.— O mundo está virado de ponta cabeça ultimamente. Os Apátridas são a prova viva disso.

Zemo soltou uma risadinha abafada e tomou mais um longo gole do uísque, logo voltando o seu olhar sádico na direção da mulher mais uma vez.

— Vou reformular a minha pergunta, S/N...— ele passou os dedos por entre os fios seus cabelos castanhos, ajeitando-os em um único lado da sua cabeça.— Por que uma mulher como você faz parte dos Vingadores?

Aquilo era um jogo. Era a mais descarada tentativa de Zemo ao tentar tomar vantagem da lerdeza de S/N perante o álcool por meio da sua lábia. Falar e falar, era só isso que o barão sabia fazer; isso e fazer com que a mulher se sentisse completamente sedenta na sua companhia.

— Tem algo em você que faz com que...— o barão cruzou os braços em frente ao peito, ainda segurando o copo inacabado em uma das mãos.— ...eu veja algum tipo de potencial.

O barão caminhou lentamente até estar do outro lado de S/N, ainda sem tirar seu olhar curioso do rosto da mulher. Ele apoiou um dos cotovelos na bancada e inclinou-se para frente, apoiando todo o seu peso corporal em uma das pernas.

— Você é inteligente.— Zemo apontou para S/N com a mesma mão que segurava o copo, abrindo um sorrisinho sádico na direção da mesa.— Está acima do nível daqueles dois. Os últimos anos em que passei preso dentro daquela cela serviram para que eu reconsiderasse todas as minhas ações imprudentes, todas as pessoas que eu tentei fazer algum tipo de mal ou todos os grupos aos quais eu tentei corromper.— o barão piscou para a mulher.— E você foi uma dessas pessoas. Inesquecível, perspicaz e inteligente. Essa é a S/N que eu conheci alguns anos atrás.

S/N riu. Um riso alto e debochado que ecoou por todo o cômodo silencioso, fazendo com que Zemo ficasse realmente muito confuso por alguns longos segundos.

— Droga, eu quase me emocionei...— S/N limpou uma lágrima imaginária e desceu da bancada em um pulo, alisando o tecido delicado do seu vestido com as mãos.— É sério, Zemo. Outros caras já me falaram coisas mais comoventes. E eles nem estavam tentando me passar a perna.

O barão gargalhou, erguendo as mãos em rendição acima da cabeça.

— Já terminou?— a mulher deu um passo na direção de Zemo, cruzando os braços em frente ao peito.

Ele sorriu.

— Na verdade, não.

O barão largou o seu copo inacabado em cima da bancada e endireitou sua postura, ajeitando a gola do seu casaco ao redor do pescoço sem tirar os olhos de S/N esse tempo todo. Ele apoiou os cotovelos na bancada e sorriu, dando de ombros em desistência.

— Já percebi que de nada adianta a minha lábia.— Zemo falou.— Então, faça o que eu sei que você quer fazer.

Se em algum momento S/N havia dito que a bebida havia a deixado grogue, ela mentiu. No exato momento em que o barão umedeceu os lábios com a ponta da língua e abriu um sorrisinho de canto na direção da mulher ela sentiu-se mais desperta do que nunca. Era como se todos os seus sentidos tivessem sido ligados na tomada naquele instante fazendo com que uma onda de euforia inexplicável consumisse o corpo da mesma, obrigando-a respirar fundo diversas vezes antes de avançar na direção de Zemo, como se estivesse prestes à matá-lo.

O único problema era que ela não tinha uma arma em mãos; só o desejo incontrolável e uma vontade inexplicável que ela estava segurando desde os flertes na balada.

S/N nunca havia sido a primeira a chegar em algum cara em toda a sua vida amorosa; geralmente, eram eles quem faziam isso. Mas Zemo era uma exceção, é claro. Ele havia causado e permitido aquilo, então o mínimo que a mulher podia era fazer exatamente o que o barão sabia que ela queria fazer.

A mulher selou seus lábios com os do homem no mesmo instante em que as mãos do barão foram de encontro à sua cintura, envolvendo-a em um toque caloroso e delicado. Ela até jurou ter sentido os lábios de Zemo contraindo-se em um sorriso no meio do beijo.

E não, S/N não havia esquecido que Zemo era um criminoso e só estava solto por causa de Bucky. Ela também não havia esquecido que o barão conseguiu fazer com que os Vingadores lutassem sem encostar um dedo sequer neles. Zemo era genial, astuto e sádico demais para estar solto por aí fazendo o que bem entendesse— tudo até onde o campo de visão de S/N conseguia alcançar naquele momento, é claro. Ela nunca havia pensado que seria possível sentir-se atraída por alguém como o barão, mas ela havia sido surpreendida pelos seus próprios sentimentos mais uma vez.

Mas, por Deus, S/N não sabia que seria tão bom.

E a mulher não via a hora de jogar Zemo em uma prisão mais uma vez para evitar com que ela se apaixonasse por ele.


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