de volta para você ➤ bucky barnes, ᴘᴛ 2
Eu voltei! e não sei se é pra ficar mas azar foguete não tem ré
Caso alguém tenha notado, eu andei bem ausente nos últimos dias por conta da caralhada de provas da minha escola que acabaram tomando grande parte do meu tempo e dos meus únicos três neurônios e meio dentro da minha cabeça, além do fato que parece que Deus resolveu testar a minha paciência nos últimos dias e eu to só o pó da rabiola que não serve nem pra ser fumado. Então, para não ficar mais bitolada doq já sou, resolvi dar um tempo na escrita (e caralho como eu senti falta disso). Mas enfim, um olá para quem já me acompanhava aqui e um bem vindxs para as pessoas que chegaram há pouco tempo.
Se alguém ainda se lembra desse imagine:
ᴄᴏɴᴛɪɴᴜᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ ᴅᴇ: ᴀᴘᴏʟᴏɢʏ
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Apesar do tempo em que permaneceram afastados, Bucky Barnes logo percebeu que, embora o humor corriqueiro de S/N fosse um caso a parte e a arte de desvenda-lo mais complicada ainda, a personalidade mordaz em sincronia com as falas cáusticas da destemida e astuta mulher continuava sendo algo que intrigava Bucky.
Ele nunca soube ao certo o que fez com que S/N se tornasse assim. Talvez fosse a soma dos traumas do passado com a incapacidade de demonstração de amor e apego emocional que, querendo ou não, S/N possuía sem sombras de dúvidas. Não foi atoa que, após Bucky, a mulher tornou-se reclusa a relacionamentos amorosos e até mesmo flertes e conversas com pessoas com segundas intenções. Ela simplesmente não conseguia desapegar da sua parte dependente que, inevitavelmente, ainda remetia à imagem amorosa e cautelosa de Bucky, um dos únicos homens que a fez se sentir amada de verdade. Apesar do passado, Barnes conseguia ser incrivelmente solícito e amoroso quando queria, ainda mais com a própria S/N; Bucky não media esforços ao tentar fazê-la sentir-se melhor e para tentar entendê-la, sempre mostrando-se resiliente mesmo com a personalidade levemente atroz da mulher.
S/N definitivamente não é uma pessoa ruim; S/N é só uma pessoa que sente demais.
Ter seu lado ingênuo e gentil testado por terceiros durante grande parte da sua vida a fez se tornar indiferente e até mesmo violenta perante tudo e praticamente todos. Na verdade, vários fatores sociais contrbuíram para o declínio emocional da mulher ainda na sua adolescência; como por exemplo o fato de que sua família não possuía uma renda monetária o suficiente para ostentções luxuosas e para um espaço no pódio da fama social. Então, desde nova, contrabandos e furtos foram o seu passatempo, ao passo que, quando mais velha, S/N passou a incrementar gangues de espionagens maiores e, posteriormente uma agência de espionagem russo a qual ela trabalha até hoje, a SSREP (Superintendência Secreta Russa de Espionagem Profissional). As informações são extremamentes confidencias, mas os propósitos da empresa são, em sua grande maioria, bons. S/N sempre esteve, afnal, destinada a isso.
Bucky Barnes devia tantas explicações para S/N assim como ela devia para ele. Começando pela clássica "por que você me abandonou?" que, querendo ou não, servia para ambos os lados da moeda. Porém, enquanto os dois caminhavam um ao lado do outro por sobre a extensa calçada de concreto em direção ao bar favorito de Bucky ali no Brooklyn, ele mesmo não podia deixar de se questionar sobre o quão atraente S/N continuava sendo; desde os seus cabelos rebeldes amarrados de modo despojado, porém igualmente bem apessoado, no topo da sua cabeça até o modo como as suas sinuosidades corporais voluptuosas ficavam a mostra na medida certa por baixo das suas vestes simples: uma calça jeans preta e uma camiseta desbotada por baixo de uma jaqueta de mesma cor, acompanhada de botas de couro de salto baixo perfeitas para uma fuga. Aliás, S/N costumava agir como se estivesse sempre pronta para fugir, o que, considerando certos fatos, era a verdade. Bucky possuía tantas perguntas.
Após uma breve caminhada de cinco minutos, ambos adentraram o estabelecimento pouco movimentado que emanava o cheiro característico de café da manhã americano. O lugar exibia uma aura de monotonia e solidão, e isso por causa da sua paleta de cores escuras e neutras que preenchia desde o chão até o teto da lanchonete denominada Izzy. Lá dentro, uma atendente limpava a bancada com exímia concentração — tanta essa que ela nem notara quando Bucky e S/N acomodaram-se em uma das mesas mais afastadas do estabelecimento, bem ao canto, somente eles dois engajando em uma conversa como uma dupla de adultos responsáveis e convictos das suas decisões.
— Qual foi a do cabelo?
Bucky ergueu seu olhar da pintura desgastada da mesa e encarou S/N, estranhamente calmo e solene, enquanto a expressão um tanto quanto agressiva da mulher deixava-o levemente intimidado — porém não tão intimidado quanto interessado.
— Não sei. Eu queria mudar. — Barnes deu de ombros. — Pensei que começar pelo visual seria uma boa.
S/N continuou a encarar Bucky, impassível, indecifrável, analisando cautelosamente todos os traços inalterados de Barnes com o passar dos anos sem vê-lo. Maldito soro de super soldado.
— Eu gostei. — S/N sussurrou, mais para si mesma do que para o homem a sua frente.
— O quê?
— Ficou horrível. — ela confirmou, assumindo um falso tom de seriedade na sua voz. Bucky sorriu em resposta, sabendo que esse era o modo que S/N encontrara para elogiar alguém. Era óbvio que ela havia gostado.
— Nós possuímos negócios inacabados. — Barnes começou, ajeitando-se por sobre o estofado preto do banco. — Acredito que você saiba disso.
— Em algum momento você cogitou a ideia de que iríamos no encontrar? Assim? — S/N ignorou-o, entrelaçando ambas as mãos por sobre a mesa a sua frente.
— Não. — Bucky respondeu, decidido. — Eu só vim atrás de você porque descobri que estaria aqui no Brooklyn... — ele desviou seu olhar do de S/N. — Mas, de qualquer maneira, eu sabia que você iria voltar.
A mulher engoliu em seco, nervosa, tentando disfarçar isso enquanto retornava a questionar, dessa vez no tom de voz mais mordaz possível:
— O que te faz pensar que eu voltei para o Brooklyn por sua causa?
Bucky sorriu.
— O fato de que ambos não conseguimos esquecer um do outro.
Bucky sabia; era óbvio que sabia. S/N nunca, jamais, iria simplesmente conseguir apagar James Barnes da sua memória. Ele havia feito parte de um dos momentos mais importantes da vida de S/N; aquele onde ela pôde ressignificar todos os seus traumas pessoais do passado ao lado de Bucky que, incondicionalmente e completamente, entregou o seu amor a S/N, fazendo-a mulher mais feliz do mundo.
E então, tudo acabou; como um passe de mágica, como se nada tivesse acontecido. S/N possuía esse problema; fingir que é capaz de ignorar tudo e fugir para longe dos seus problemas quando, na verdade, estava apenas fugindo de si mesma. Dois anos e meio atrás foi quando tudo começou; ou melhor, foi quando as ameaças reais da VAP, uma agência de espionagem russa contrária a SSREP, começaram, iniciando por pequenas mensagens de ameaça até evoluírem para fotos embaçadas de S/N caminhando pelas ruas de Nova York despreocupadamente. Até então, o perigo iminente não assustava tanto S/N quanto deveria, já que, logo, logo, os seus comparças espiões dariam um jeito nessa agência de espionagem que, com toda a certeza, estava atrás de S/N. Porém, foi quando fotos de Bucky começaram a ser enviadas para S/N que ela finalmente caiu na real, percebendo que o perigo não era somente seu, mas também de todos os que ela amava.
Aparentemente, a VAP possuía uma patente muito maior que a agência de espionagem russo na qual S/N trabalhava — ou seja, o buraco era bem lá embaixo. Com medo das mais recorrentes ameaças sobre Bucky e o restante dos seus amigos, a única saída que S/N encontrou foi a fuga: apenas uma breve despedida com Bucky e uma proposta de retorno, ao passo que uma guerra de espionagem era travada na Rússia fria, o destino certeiro de S/N, e, querendo ou não, o seu lar.
Foram longos dois anos e meio intercalando entre ataques hackers perante a VAP ao passo que a própria agência revidava com mais força, enviando assassinos treinados para aniquilar de uma vez a SSREP. Foram longos dias e longas noites mal dormidas pensando em Bucky e na sua vida simples na agitada Nova York, quando a preocupação de S/N havia reduzido pela metade e ela só pensava em viver ao lado de Bucky. Foram longos dois anos e meio com medo, saudades, raiva e indignação perante tudo; sobre si mesma, sobre os seus inimigos e sobre Bucky. S/N o amava tanto que chegava a ser rídiculo admitir isso em voz alta, mas essa era a verdade; não importava o quanto ela tentasse negar, esconder ou fugir continente adentro, S/N sempre soube que voltaria para Bucky uma hora ou outra. E, mais uma vez, ela estava completamente certa.
— Eu não sei o que aconteceu com você nos últimos dois anos... — o timbre de voz calmo e controlado de Bucky tirou S/N dos seus devaneios, fazendo-a erguer o seu olhar na direção do homem. — Mas eu gostaria que você me contasse.
S/N suspirou, cansada. Como se fosse assim tão simples.
— Você precisa falar, S/N. — Bucky continuou, baixando seu olhar enevoado para a mesa. — E sei que você... consegue ser bem negligente e fria as vezes.
S/N paralisou por alguns segundos, sentindo perfeitamente o baque da verdade na sua cara.
Ela era uma pessoa horrível.
— Sabe, você... — Bucky continuou, sem nem se dar conta da perplexidade estampada no rosto de S/N. — Sua... personalidade é algo a parte e... droga, ás vezes eu sinto que você nunca me amou.
Um nó formou-se na garganta da mulher, grande e recluso, fazendo-a gaguejar diversas vezes antes de responder com a voz completamente embargada:
— O que faz você pensar que eu nunca te amei?
Bucky deu de ombros, talvez percebendo o tamanho do baque que ele havia acabado de admitir.
— Eu juro, Bucky. — S/N continuou antes que o homem conseguisse rebater. — Que eu nunca amei alguém como eu amei você nos últimos anos e como eu venho te amando até agora. — ela grunhiu entre meio a um misto de voz de choro e olhos marejados pela raiva e tristeza. — E você simplesmente diz que "sente" que eu nunca te amei?
— S/N, eu...
— Você foi a porra do motivo pelo qual eu simplesmente não enfiei uma arma na minha boca nos últimos dois anos e meio quando minha vida virou de ponta cabeça e eu precisei me afastar de você e de todos aqui! — S/N excamou, chamando a atenção da atendente por detrás do balcão da lanchonete. — Você não faz ideia de quantas vezes eu pensei em desistir durante esse tempo. — ela completou, em um tom de voz mais calmo, sentindo seu lábio inferior tremer. — Por todas as vezes que eu chorei e gritei por você, por todas as vezes que eu pensei que viver não fazia mais sentido e por todo o sangue inimigo que eu precisei derramar para voltar para cá: eu te amo, Bucky Barnes, e eu nunca deixei de te amar como você pensa.
Antes que Barnes pudesse responder S/N levantou-se do banco abruptamente, irrompendo rapidamente na direção da porta de vidro da lanchonete.
E então ela saiu, deixando Bucky para trás. Eram tantos sentimentos confusos acerca de Bucky e si mesma que ela mal sabia como explicar tudo o que ainda restava dentro de si. Ela conseguia ser bem ignorante quando queria, mas isso nunca fora propriamente um problema; apesar de tudo, S/N sempre considerou a si mesma uma pessoa ruim, e obter essa confirmação vinda de Bucky doía mais do que tudo. Ela realmente pensou que conseguiria ignorar seu temperamento explosivo por vezes e o seu humor mordaz, até porque ela raramente referia-se a Bucky com esse temperamento a parte, porém ela estava enganada; e, agora, algo dentro de S/N dizia que ela era a pessoa mais horrível do mundo.
Dois anos e meio longe do seu amor na esperança de protegê-lo de si mesma, tecnicamente, e de tudo o que a sua vida perigosa causava. S/N realmente pensou que tudo ficaria bem.
E, quando ela cruzou a porta e pôs-se a caminhar apressadamente pela calçada, ela não sabia para onde exatamente ir. E foi só quando uma mão agarrou o seu pulso que S/N finalmente parou, virando-se abruptamente na direção da figura preocupada de Bucky parada atrás de si.
— Você não vai fugir de mim mais uma vez.
S/N encarou-o com o olhar mais mortal do mundo, capaz de cortá-lo ao meio em questão de segundos. Bucky, por sua vez, pôs-se a falar com a maior calma do mundo:
— Eu juro que pensei que poderia deixar com que os anos apagassem o que eu sinto por você. — ele começou, engolindo em seco. — E agora que estamos aqui, conversando, cada palavra nos trazendo para esse momento...
S/N respirou fundo, exausta, negando lentamente com a cabeça antes de admitir quase que em uma súplica, a voz embargada cheia de sentimento e arrependimento:
— E eu juro que estou tentando convencer a mim mesma que não o quero mesmo sabendo que quero.
Bucky desviou seu olhar enevoado para o chão, permanecendo com a sua mão entornada ao redor do pulso de S/N esse tempo todo em uma tentativa de mantê-la por perto. Pelo menos assim ela não tinha para onde fugir mais uma vez.
— Me desculpa. Eu...
— Você poderia quebrar o meu coração em dois, Bucky, ignorando o fato de que ele já foi quebrado quando eu precisei fugir daqui há dois anos atrás e também agora, quando você disse que sente que eu nunca te amei. — S/N continuou, botando todos os seus sentimentos para fora. — Mas quando meu coração se curar, ele baterá por você.
Bucky permaneceu calado.
— Eu sei que é precipitado, mas essa é a verdade. — a mulher suspirou, sentindo sua visão tornando-se marejada. — O que você me diz?
Bucky finalmente ergueu seu olhar do chão, arrependido e triste, encarando S/N daquele jeito hipnotizante que só ele sabia reproduzir. Por fim, um sorrisinho de canto brotou nos lábios finos de Bucky, fazendo com que S/N sentisse vontade de socar o rosto perfeitinho do homem.
— Eu quero te abraçar mesmo quando não deveria; até mesmo quando eu cogitei a ideia de esquecê-la com a ajuda de outras pessoas. — Barnes respondeu, certeiro, concordando levemente com a cabeça. — Droga, S/N. Você sempre esteve presa na minha cabeça e eu nunca consegui tirar você daqui.
S/N riu fraca, negando lentamente com a cabeça, logo pronunciando-se:
— Se eu pudesse fazer tudo isso de novo eu sei que...
— Eu voltaria para você.
S/N sorriu verdadeiramente, rindo baixinho entre meio as lágrimas salgadas que começavam a rolar pelo seu rosto corado. Bucky também riu, sonoro e adorável, fazendo com que o interior de S/N tremesse. Por fim, ela lançou-se nos braços de Barnes e o abraçou fortemente na esperança de suprir todo o tempo em que ambos passaram longe um do outro. Bucky entrelaçou ambos os braços por trás das costas de S/N, agarrando-a, enquanto permitia que ela enterrase o seu próprio rosto na curva do pescoço do mesmo, inalando o cheiro amadeirado característico de Bucky. S/N permitiu que lágrimas densas rolassem pelo seu rosto e banhassem o ombro de Barnes, enquanto o mesmo afagava as suas costas gentilmente. Por Deus, S/N sentiu tanta falta disso.
Lentamente, S/N desvencilhou seu rosto do pescoço de Bucky, erguendo o seu olhar marejado na direção dele. Agora, nesse exato momento, um beijo parecia mais do que perfeito. Como se Bucky estivesse pensando na mesma coisa, ele aproximou seu rosto do de S/N de uma vez, respirando pesadamente sobre a pele sensível da mesma, fazendo-a se arrepiar. Por fim, ele selou seus lábios nos dela com fugacidade e necessidade, elevando uma das suas mãos até o queixo de S/N na esperança de poder tocá-la, mesmo que superficialmente, após tanto tempo.
Apesar de tudo, ambos necessitavam de mais tempo para que tudo entrasse nos eixos, ao passo que, aparentemente, parte do perdão já estava encaminhada. Talvez eles precisassem de mais tempo para a reconciliação total, mas estava tudo bem; agora, completamente e incondicionalmente, Bucky Barnes estava mais do que disposto a ajudar S/N nisso e vice-versa, denotando que ambos, no final de tudo, sempre voltariam um para o outro.
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