culpado ou inocente? ➤ loki
⚠️alerta de spoiler do primeiro episódio de Loki⚠️
↳ all the credits to the creator
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Mesmo que continuasse a repetir que tudo fora um tremendo mal entendido e que ele não deveria em hipótese alguma estar ali — na TVA, ou seja lá o que isso significava no momento—, os diversos guardas armados do local mal ligavam para as reclamações e para a relutância do deus criminoso. Uma vez ali dentro, sem poder usar seus poderes para nada e sem o seu amado Tesseract ao seu lado, Loki sentia-se cada vez mais frustrado e furioso com aquela situação importuna; culpado ou não — mesmo que todos saibam a exata resposta desse questionamento — o deus só queria sair logo dali.
E, ao adentrar mais uma grande sala mais parecida com um tribunal para julgamentos enquanto era acompanhado por uma guarda rabugenta que ele havia tido o imenso prazer de ser capturado pela mesma minutos antes, Loki revirou os olhos pela centésima vez só naquele dia, completamente cansado da situação.
A poucos metros à sua frente, sentada atrás de uma mesa elevada uns bons metros do chão apenas para transmitir um ar de superioridade — que definitivamente não intimidava Loki de maneira alguma —, uma mulher residia com as mãos entrelaçadas sobre a madeira, escoltando cada movimento do deus até o momento em que ele parou à sua frente. Loki não sabia quem ela era — e nem queria saber; mas, ali dentro, ela era Ravonna Renslayer, formalmente conhecido como a juíza da TVA.
— Laufeyson. Variante L1130, conhecido por Loki Laufeyson...— ela pôs-se à falar calmamente enquanto passava seu olhar concentrado nas folhas em suas mãos.— É acusado de infração de sequência 7-20-89.— ela levantou seus olhos levemente chocado da mesa e encarou Loki parado à sua frente.— Como se declara?
Loki, ainda relutante com a estranha situação à qual fora posto a prova, riu de modo anasalado e baixo.
— Madame, um deus não tem nada a declarar.— ele respondeu calmamente.— Isso tem sido uma pantomina muito engraçada, mas eu quero ir para casa.
A juíza analisou-o de cima a baixo.
— Você é culpado ou inocente, senhor?
Loki riu baixinho mais uma vez.
— Culpado por ser o deus das ilusões? Sim.— ele respondeu com certo sarcasmo na voz, encarando fixamente Ravonna.— Culpado por achar tudo isso extremamente entediante? Sim. E culpado por um crime contra a Linha Temporal Sagrada?— Loki quase sorriu ao falar isso.— De maneira alguma, vocês pegaram a pessoa errada.
A juíza elevou uma das sobrancelhas em um careta tediosa.
— Oh, sério? E quem seria a pessoa certa?
Loki parou para pensar por alguns segundos.
— Os Vingadores, creio eu. Só fiquei na posse do Tesseract porque eles viajaram no tempo; certamente uma tentativa desesperada para impedir a minha ascensão a deus-rei.
— Isso é uma acusação muito grave.
— Ah, você pode sentir o cheiro da colônia de dois Tony Stark. Querem criminosos temporais? É atrás deles que deveriam ir.— Loki respondeu com convicção.— Caso me forneçam... uma força tarefa e recursos, eu mesmo posso trazê-los e eliminá-los para vocês.
— Não estamos aqui para falar dos Vingadores.
O sorriso de Loki se desfez.
— Não?
— Não.
Antes que Loki pudesse responder algo sarcástico para a mulher, gritos indignados e palavrões obscenos foram ouvidos em alto e bom tom no corredor do lado de fora da sala. Logo após a porta foi aberta em um chute, revelando uma mulher extremamente raivosa pisando em passos pesados na direção ao centro da sala de julgamentos.
— Se apertar meu braço de novo eu mato você!— ela virou-se para trás e gritou para um guarda levemente assustado que acabara de adentrar a sala, segurando algo semelhante a uma arma em mãos.
— Com licença...— Ravonna interviu, limpando a garganta de modo autoritário.— Senhorita S/N S/S. Seu caso é o próximo da lista, então se não se importar em se retirar daqui...
S/N semicerrou os olhos na direção da mulher e encarou-a fixamente, tentando entender qual era o problema mental coletivo de todas as pessoas ali dentro daquele local estranho e sem sentido. Mas quando seu olhar furioso cruzou-se com a expressão confusa no rosto de Loki, ela obrigou-se a soltar uma alta e sonora risada que preencheu todo o silêncio da grande sala.
Loki arregalou os olhos na direção da mulher e, pela primeira vez, sentiu-se levemente normal por finalmente reconhecer algum rosto ali dentro.
— Você...— ele apontou para ela, confuso.
— D.B. Cooper!— S/N exclamou antes do deus em um misto de ironia e diversão.— Que surpresa agradável vê-lo por aqui.
Um meio sorriso escapou dos lábios finos de Loki.
— Não te via desde quando roubou os meus duzentos mil dólares naquele voo.— a mulher continuou, colocando ambas as mãos nos bolsos do macacão ridículo que ela fora obrigada a vestir minutos antes — mas pelo menos não precisou ficar completamente nua dentro de um elevador logo após chegar ali, já que havia ouvido boatos de que os homens foram as vítimas disso.
Loki deu de ombros.
— O melhor venceu.— ele respondeu simplesmente.— Aliás, é só por isso que está aqui?
S/N sorriu.
— Não é o único que sabe roubar itens poderosos e fazer viagens no tempo, querido.
Com um soco prostrado em cima da mesa de madeira, a juíza Renslayer chamou a atenção de ambos os culpados para si.
— Vejo que já se conhecem.— ela falou com certo desdém, tomando as folhas em mão mais uma vez.— Ah! É claro. Indiretamente, já bagunçaram algumas linhas temporais juntos. Ela acabou de te entregar, senhor Laufeyson.
— Aposto que ele estava tentando provar a sua inocência.— S/N lamentou-se ironicamente, desviando seu olhar para Loki.— Uma inocência mentirosa.
— Ah, cale a boca. Você ia ter muito tempo para tentar provar a sua.— o deu rebateu de modo indignado.— Quando essa baboseira vai terminar mesmo?
A juíza Renslayer sorriu.
— Agora, senhor Laufeyson. O tribunal declara-o culpado e eu o sentencio a ser resetado.
S/N abafou uma risadinha debochada com a palma de umas das mãos enquanto Loki arregalava os olhos.
— E você também, senhorita S/S. Acho que nem precisamos mais ouvir a sua falha tentativa de tentar provar-se inocente.
Fora a vez de S/N arregalar os olhos em completo choque. Antes que ela pudesse fazer qualquer coisa a respeito dois guardas a encurralaram pelas costas e agarraram seus braços com certa força, enquanto ela se debatia na esperança de empurrá-los para longe. Com Loki o tratamento não fora diferente e, segundos depois, mais dois guardas arrastavam-no para fora dali pelos braços.
— Vocês, burocratas ridículos, não decidem como acaba a minha história!— o deus gritou de modo indignado, debatendo-se do aperto dos guardas.
— Essa não é a sua história, senhor Laufeyson. Ela nunca foi.— a juíza respondeu de modo tedioso, revirando as diversas folhas sobre a sua mesa de modo despreocupado.
Loki bradou:
— Você não tem ideia do que eu sou capaz!
Uma movimentação repentina chamou a atenção de S/N e, levantando-se de um dos diversos bancos de madeira do tribunal, um homem alto, com fios de cabelo parcialmente grisalhos e um bigode de mesmo tom apontou para Loki com o dedo indicador:
— Eu tenho uma ideia do que ele é capaz de fazer.
Um silêncio arrebatador instalou-se na sala. Após alguns segundos, o homem suspeito apontou para S/N:
— E ela também.
S/N olhou de soslaio para Loki. Eles haviam acabado de serem salvos.
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