continua bonita para mim ➤ barão zemo

Pedido de maria_vitoria_mavi. Espero que goste e perdão pela demora.

E obrigada a raquelbennet21 e amandlx pela ajuda no imagine.

ᴍᴀᴅʀɪᴘᴏᴏʀ

A cidade alta da grande ilha denominada Madripoor - conhecida pelos seus altos avanços tecnológicos e a sua fama de riqueza - revelava-se por meio das altas construções iluminadas pelas luzes do centro e o brilho bruxealante da lua cheia, essa vez ou outra ofuscando-se por causa das nuvens negras da noite que movimentavam-se pelo céu não estrelado. Não era necessário tanto conhecimento histórico do principado para perceber que, logo de cara, a região denominada cidade alta contrariava o seu oposto, a cidade baixa, essa última tendo como principal atração a revelação dos traficantes mais perversos e os bares mais oriundos, as apostas mais sujas e os bandidos da pior espécie. Apenas pessoas corajosas e/ou loucas visitavam a cidade baixa regularmente, e isso se conseguiam sair vivos de lá na primeira vez. Pode parecer exagero, mas essa é a ralidade nua e crua das periferias de Madripoor que, assim como toda a cidade moderna, exibe suas contradições entre classe alta e baixa do modo mais notável possível, denotando estruturas de grande poder social.

Para Barão Zemo, a escolha da noite fora a cidade alta ao invés da parte baixa, esse último sendo o seu principal destino durante as suas visitas a Madripoor. O principal motivo para essa mudança de rotina fora a espiã S/N S/S, ou, mais especificamente, a sua namorada. S/N e Zemo haviam sido enviados em uma missão, tendo como destino a cidade alta e todos os seus representantes ricos e importantes usando suas melhoras peças de marca e desfilando pelas ruas asfaltadas dentro dos seus carros de grife custando bilhões. Apesar de ser um barão usufruidor dos mesmos privilégios que todos ali, Zemo não podia evitar de rolar os olhos ao presenciar o modo como as pessoas caminhavam e falavam, exibindo uma aura de riqueza exagerada e um sentimento de superioridade perante os demais. Em Madripoor, a regra principal era não confiar em ninguém; nem mesmo naqueles que juraram lealdade a você e vice versa. Ali, o famoso jogo de interesses permanecia acima da amizade e da gentileza, ao passo que era necessário apenas um dedo no gatilho ou uma jogada certeira para acabar com a vida ou a conta bancária de alguém. Madripoor é, mais especificamente, uma cidade inconfiável.

O local de ataque da noite fora o Palácio das Artes da cidade, lugar esse que abrigava o alvoroço e a riqueza de uma típica festa de gala das noites de leilão em Madripoor. O Palácio, assim como o próprio nome já diz, resumia-se a uma construção vitoriana antiga datada de alguns bons anos atrás, fato esse que ficava bastante explícito após uma breve analisada no edifício. Suas paredes, tanto externas quanto internas, eram de uma cor bege envelhecida que, apesar do tempo, possuía pouquíssimos desníveis e rachaduras. A construção possuía vários pilares inspirados na arquitetura grega tanto dentro quanto fora, demonstrando um choque de culturas. Uma escadaria de mesma cor estendia-se da calçada até as grandes portas de entrada do Palácio, com algumas luzes iluminando brevemente toda a extensão dos degraus. Já na parte de dentro, jaziam uma ampla sala estava repleta de obras de artes penduradas na parede assim como repleta de convidados exuberantemente vestidos para a ocasião, esbanjando os seus melhores vestidos e ternos brilhantes, jóias caras e sapatos de grife. Muitos cumprimentos eram trocados e diversas conversas paralelas preenchiam todo o salão tumultuoso, enquanto a música instrumental clássica servia como trilha sonora da aura chiquérrima e requintada da noite.

O casal S/N e Zemo também não ficaram para trás nesse quesito. Usando o seu melhor vestido para a ocasião, sapatos de salto confortáveis, maquiagem leve e um dos seus penteados favoritos, S/N moveu-se a noite inteira como uma perfeita mulher da burguesia, rindo e conversando como uma. Porém, esse não era o seu estado habitual, ao passo que era apenas uma atuação descarada com o objetivo de arrecadar informações secretas. Zemo também não ficou para trás, logo assumindo uma repentina postura de um importantíssimo homem de negócios em companhia da sua inocente esposa em uma festa de gala em Madripoor. S/N bem que poderia passar batida nessa personalidade fingida se não fosse pela faca adornada em prata presa na sua coxa direita.

Ademais, nem tudo fora tão simples assim no decorrer da noite. Primeiramente, o homem pelo qual S/N e Zemo estavam procurando acabou por não comparecer ao local, o que dificultou a conclusão da missão atribuída ao casal em oitenta por cento. Sem o seu alvo, nada podia ser feito se não tentar aproveitar a festa que após essa revelação tornou-se amarga e tediosa. Segundamente, uma pequena tragédia aconteceu: a ágil S/N, juntamente com as suas invejáveis habilidades ao equilibrar-se em um salto seis, causaram a torção do pobre tornozelo da mesma quase que ao final da festa, obrigando o casal a ir embora. Fustrados por causa da missão falha e, em exclusividade S/N, resmungando sobre dores adicinais, o casal regressou para o luxuoso apartamento onde ambos estavam alojadas há dois dias ali na cidade alta. Agora, ambos estando há uma boa meia hora ali, estressados, de roupas afrouxadas e uma garrafa de champanhe caro jazendo solitária por sobre a límpida bancada de mármore, S/N e Zemo comentavam tediosamente sobre as fofocas ouvidas na festa e sobre o fato de que falharam em uma missão pela primeira vez. A noite estava, realmente, uma droga.

- Como está o seu tornozelo? - Zemo questionou preocupadamente ao adentrar na grande sala do apartamento, carregando o seu copo inacabado de champanhe para lá e para cá enquanto caminhava na direção de S/N.

A sala era extremamente ampla, extensa, exibindo vidros límpidos que estendiam-se do chão até o teto em uma vasta paisagem de todos os edifícios altos e as luzes noturnas e bruxuelantes da cidade. O cômodo seguia uma única paleta de cores, intercalando entre o marrom amadeirado e o vermelho vinho nos estofados do grande sofá, nas cadeiras da mesa de jantar e no tapete no centro, todos meticulosamente posicionados em um perfeccionismo impressionante. O local cheirava a um aroma doce proveniente do aromatizador de ambientes misturado com o perfume amadeirado característico de Zemo, suave e floral na medida certa. Somente as luzes de led brancas estavam ligadas acima das cabeças de ambos, iluminando a sala com a ajuda do brilho da lua e das luzes pulsantes provenientes da visão da cidade.

Zemo sentou-se ao lado de S/N no sofá que, em uma posição despojada que provavelmente acabaria com a sua postura corporal já bastante alterada, mantinha o seu pé torcido em cima da mesinha de madeira de centro envolta em uma toalha com gelo. S/N havia desabotoado o seu vestido nas costas, de modo que metade das alças caíram graciosamente por sobre seus ombros a mostra, o tecido frouxo causando certo alívio no torso dolorido da mesma. Os cabelos da mulher estavam levemente desarrumados, e sua maquiagem incrivelmente intacta. S/N mantinha seu olhar enevoado por sobre a cena do seu pé brevemente inchado em cima da mesinha ao mesmo tempo que uma taça de champanhe vazia jazia imóvel em uma das suas mãos. O seus saltos altos estavam largados no meio da sala, sozinho e virados de ponta cabeça, demonstrando toda a raiva de S/N no momento. Maldito desastre da moda.

- A dor diminuiu um pouco. - ela respondeu, virando-se para o lado para encarar Zemo. O barão havia afrouxado a sua gravata por completo, mantendo-a pendente por sobre seu pescoço. Os botões do terno preto fosco também estavam desabotoados, deixando a sua camisa social branca a mostra. Por alguns segundos, S/N viu-se analisando cada traço do seu amado, desde as suas roupas agora despojadas como também os traços do rosto do mesmo. Os cabelos castanhos de Zemo, antes arrumados socialmente para festa, encontravam-se bagunçados e molhados, alguns fios de cabelo caindo-lhe por sobre a testa e movendo-se de um lado para o outro conforme ele mexia a cabeça. Quando Zemo notou que S/N o olhava, ele sorriu com os lábios franzidos na direção da amada, fazendo-a franzir a testa em confusão.

- Agora entendo o porquê todos os homens naquela festa ficaram olhando para você. - ele comentou, divertido, levando a sua taça de champanhe até os lábios, bebendo o restante do líquido em um gole.

- Eu estou acabada, cansada, com fome e com dor. - S/N resmungou, cogitando a ideia de inclinar-se para frente na esperança de largar a sua taça vazia por sobre a mesinha de centro. Ela resmungou mais ainda quando percebeu que precisaria mover o seu pé dolorido para fazer isso, enquanto Zemo ria fraco ao seu lado.

- Continua bonita para mim. - o barão respondeu, certeiro, pegando a taça de S/N para coloca-la sobre a mesinha juntamente com a sua própria. Ele inclinou-se para frente, suspirando de cansaço, logo retornando a largar as suas costas por sobre o estofado do grande e confortável sofá.

- Nós falhamos. - S/N comentou consigo mesma, perdida em seus pensamentos. - Nós precisávamos daquele homem.

- Eu sei. - Zemo respondeu, torcendo seu pescoço para o lado e para o outro na esperança de alonga-lo enquanto continuava a falar: - Mas nós teremos outras chances vindouras, meu amor. Não se estresse com isso.

- Eu já estou estressada. - S/N respondeu, em seu habitual temperamento raivoso típico de quando algo não sai como o planejado. A mulher era, para se dizer o mínimo, perfeccionista demais, e isso a fazia se estressar por pequenos deslizes no dia a dia. Além do mais, ela odiava ser taxada como falha.

- Está tudo bem. - Zemo a assegurou, calmo como sempre, um grande contraste com o temperamento de S/N no momento. - Agora vamos cuidar desse tornozelo.

O barão inclinou-se para frente e estendeu seu braço para levantar delicadamente a toalha com o gelo envoltas no tornozelo inchado de S/N. Seus movimentos foram tão gentis e precisos que a mulher não sentira dor alguma, somente um pequeno desconforto. Ao analisar brevemente o inchaço, Zemo largou a toalha sobre o local mais uma vez, enquanto S/N seguia todos os movimentos do mesmo com o seu olhar centrado.

- Não está tão ruim. - ele assentiu, mais tranquilizado, erguendo seu olhar na direção da mulher. - Você já tomou o remédio?

- Sim.

- Então é isso. - Zemo concluiu, recostando-se no sofá mais uma vez. - Somente poderemos aguardar a sua melhora.

- Soou como um profissional. - S/N elogiou em um misto de ironia e admiração.

- É um tornozelo torcido. Bem simples.

- Já entendi, gênio. - a mulher revirou os olhos, fazendo Zemo rir. S/N respirou fundo, entediada, fazendo com que uma das alças do seu vestido deslizassem ainda mais por sobre seu ombro nu.

Em um gesto genuíno, o barão levou uma das mãos até a alça caída, tocando-a gentilmente com a ponta dos dedos. Ele puxou-a para cima, roçando a ponta dos seus dedos contra a pele eriçada de S/N para ajustar a peça de roupa de uma vez. Por fim, ele sorriu, aproximando seu rosto do ombro da mulher para beija-lo deicadamente, fazendo com que o coração e a raiva de S/N derretessem por completo.

- Tão bela. - Zemo sussurrou, seu hálito quente batendo contra a pele sensível da mulher. - Tão inacreditável.

S/N riu baixinho, fazendo com que Zemo afastasse o seu rosto do ombro da mesma para olha-la nos olhos. Os olhos do barão brilhavam em extâse, demonstrando a sua completa admiração perante S/N. Ele a amava tanto, e protegê-la parecia a sua única missão. Zemo sorriu mais ainda e aproximou os seus lábios cálidos dos da mulher, deixando-a paralisada por alguns segundos.

- Você é incrível. - S/N elogiou em um sussurro, completamente apaixonada.

- Deixarei meu egocentrismo de lado e não responderei "eu sei". - o barão bincou, rindo, roçando de leve os seus lábios contra os de S/N propositalmente.

Por fim, ele os atacou com leveza e calmaria, dando início a um beijo ardente. Zemo seguiu a trilha do queixo de S/N com o dedão, puxando o maxilar da mesma para mais perto de si, aproveitando cada milissegundo do beijo. S/N, por sua vez, levou ambas as mãos para o rosto do homem, beijando-o com vontade, tocando a barba por fazer do mesmo com prazer. Esse era, com certeza, o melhor beijo da sua vida.


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