another love ➤ bucky barnes, ᴘᴛ 2
ᴄᴏɴᴛɪɴᴜᴄ̧ᴀ̃ᴏ ᴅᴇ: ᴍʏ sᴇʀɢᴇᴀɴᴛ
ᴇᴜʀᴏᴘᴀ, 1945
Minha querida e doce S/N...
Primeiramente, eu sei que minha passagem pela Europa levará menos tempo do que os dias que essa carta demorará para chegar aí, nos Estados Unidos. Porém, já estou convicto da minha decisão de enviar esse manuscrito para você. Também sei que eu estarei em casa bem antes dessa carta chegar, ou seja, a minha tentativa de surpreendê-la com essa obra prima sentimental irá por água baixo, ao passo que a minha companhia altruísta será capaz de ofuscar qualquer pedaço de papel atravessando o Atlântico em sabe-se lá quantas semanas. Ademais, eu faço isso por você, porque sei o quanto gosta de demonstrações de afeto que envolvem declarações de sentimentos usando um tinteiro e um pedaço de papel rasgado. Isso tudo é porque eu te amo, S/N S/S, e eu sinto que nunca conseguiria viver sem você.
Não sei exatamente porquê estou escrevendo isso de madrugada, à luz de um lampião quebrado enquanto Steve ronca ao meu lado no nosso acampamento improvisado no meio de uma floresta russa. Talvez eu esteja chamando a atenção das tropas inimigas com essa luz suspeita? Muito possivelmente, mas poderei usar a desculpa de que todos os esforços são para você. E, então, eu serei executado sorrindo, enquanto um grupo de soldados russos cortam a minha garganta em vingança ao meu país.
Já até posso imaginar a sua cara de repúdio ao ler isso. Peço perdão pelos detalhes; é meio difícil manter-se otimista e escrever sobre ursinhos coloridos que soltam purpurina entre meio a um cenário horrível como esse. Amanhã, nós partiremos para a encosta de uma montanha congelada, próxima ao rio Danúbio, acima dos trilhos de trem. Eu não estou com medo, embora eu tenha certeza de que você está extremamente preocupada. Mas sei que tudo ficará bem, e, daqui a um ou dois dias, eu estarei de volta, e poderemos comemorar e dançar e se amar incondicionalmente enquanto tudo ao nosso redor desmorrona. Esse, talvez, é o conceito poético da vivência; dançar conforme o caos. Eu voltarei para o meu caos antes mesmo de você criar outro experimento maluco ao lado de Stark, e, enfim, estaremos juntos mais uma vez.
Acho que a opção mais lógica agora é a de deligar esse lampião e ir dormir, embora meu coração esteja quase explodindo de tantas coisas que eu poderia dizer para você nessa carta. Ademais, vou guardar as minhas juras de amor para quando estivermos cara a cara. Por ora, deixo aqui o meu eu te amo mais verdadeiro, nato e amoroso de todos, para que você saiba que eu pensei em você em cada segundo da minha breve estadia nesse continente à parte.
Do seu sargento possuidor dos olhos azuis mais hipnotizantes que você já viu (até mesmo mais hipnotizantes do que os de Steve)
James Bucky Barnes, seu para sempre.
➤ Carta entregue a S/N uma semana depois após a morte de Bucky.
Ⓐ
ɴᴏᴠᴀ ʏᴏʀᴋ, 2016
Permanecer em Nova York fora uma escolha nata feita por S/N uns bons pares de anos antes quando a mulher finalmente compreendeu que ela estava, eternamente e completamente, atada à famosa cidade que nunca dorme e a todos os seus aspectos mais marcantes e às suas mudanças tecnológicas e revolucionárias com o passar dos anos que, felizmente ou infelizmente, S/N teve o prazer em acompanhar bem de perto. E, agora, praticamente cem anos depois, muita coisa havia mudado.
Nova York era o lar de S/N e, mesmo se quisesse, ela não seria capaz de se mudar dali. Foram longos anos indo a memoriais da Segunda Guerra na esperança de, de alguma forma, suprir toda a sua angústia perante os acontecimentos do seu passado. Existiam aqueles museus em específico que, em seu interior, exibiam relatos falados da trajetória de Steve Rogers na guerra, assim como os seus fieis escudeiros como o próprio Bucky Barnes e os demais. Talvez S/N estivesse enganando a si mesma. Porém, o ato era inevitável e, querendo ou não, ela sentia-se estranhamente mais feliz após visitar esses lugares em específicos. Ver as fotos do seu sargento ali, eternizadas na mamória de uma nação orgulhosa dos seus representantes, era triste e reconfortante ao mesmo tempo. Só Deus sabe o quão torturante isso é.
Ao passo que Nova York é a sua casa, o Brooklyn é e sempre foi o seu lar. A junção de valores e princípios que remetiam a esse subúrbio da cidade grande foram um fator crucial para que S/N continuasse morando ali desde os anos quarenta, sempre evoluindo junto com o local. A mulher já mudou de região dentro do próprio Brooklyn muitas vezes, mas nunca ousou instalar moradia fixa fora dele — e, mais uma vez, existia todo um contexto emocional e fragilizado por trás desse fato aparentemente inofensivo. Bucky Barnes pertenecera ao Brookln enquanto vivo, e S/N jurou que continuaria pertencendo o local até o dia da sua possível morte — o que comprovou-se fisiológicamente impossível nos últimos anos.
Naquela manhã fria e gélida denotando o fim próspero do outono e a chegada do inverno americano arrasador, S/N caminhava apressadamente pelas ruas mórbidas de Nova York, um contraste e tanto com a habitual agitação do lugar. Horas mais cedo, ela havia recebido uma ligação de Steve, coisa que já não era tão surpreendente assim, já que ambos costumavam conversar um com o outro rotineiramente. Porém, o tom de voz nulo e suspeito usado por Rogers dessa vez fez com que o estômago de S/N se embrulhasse com a hipótese de uma notícia ruim, ao passo que Steve recusou-se a deixar claro o motivo do seu pedido para que S/N o encontrasse na base de operações fixa da Shield em Nova York, local onde a mulher pusera os pés somente algumas poucas vezes e sempre na companhia do próprio Capitão. Ignorando as suas paranoias incessantes, S/N apertou o passo na direção ao edíficio imenso, localizado algumas quadras a frente que, apesar da ainda aparente distância, já podia ser visualizado por entre os prédios cinzentos e nublados.
Já em frete ao edifício, S/N dirigiu-se a parte traseira do mesmo assim como Steve havia a informado, adentrando em um pequeno beco escuro, úmido e estreito que levava as tubulações e canos da base aos demais locais demarcados. A mulher virou para a direita e finalmente chegou à parte inferior do edifício, onde a figura familiar de Steve parado em frente a uma grande porta de metal chamou a sua imediata atenção. O edifício era realmente imenso, possuinte de poucas janelas porém de um comprimento exepcional e uma segurança mais exuberante ainda. S/N praticamente correu a distância restante que a separava de Steve, mal podendo conter o seu próprio nervosismo. Ao perceber a aproximação da mulher, os passos pesados da mesma ecoano no chão molhado e liso, Rogers levantou seu olhar enevoado do chão e sorriu brevemente na direção da sua velha amiga, sentindo-se estranhamente mais calmo.
— Por acaso eu posso saber o motivo dessa convocação aparenetemente sigilosa e exageradamente suspeita? — S/N questionou de supetão, enquanto Steve virava-se de costas e girava a maçaneta metálica da grande porta atrás de si.
— Prefiro que você veja. — ele responde sem mais detalhes, adentrando de uma vez pela porta enquanto S/N fazia o mesmo, apesar da sua aparente irritabilidade com todo o mistério que rondava por ali.
Um corredor iluminado projetou-se a frente da dupla, o qual ramificava-se em mais ois corredorres mais ao fundo divididos entre direita e esquerda. Sem refutar, S/N seguiu Steve em completo silêncio enquanto ele os guiava pelos corredor longos e vazios, como se soubesse extamente para onde ir. A medida que ambos caminhavam, agentes trajados e alguns aparentes cientistas de jaleco branco iam saindo das portas trancadas e educadamente cumprimentavam a dupla com um breve aceno de cabeça, logo retornando às suas atividades habituais. S/N não soube exatamente por quanto tempo ficou seguindo Steve, porém, quando ele parou em frente a uma porta aparentemente trancada e virou-se na direção de S/N com um olhar de quem está prestes a desabar em lágrimas, a mulher sentiu-se mais confusa ainda.
E, antes que ela pudesse sequer opinar, Steve puxou-a para um abraço súbito, apertando o corpo da mesma contra o seu em um literal abraço de urso. Meio chocada, S/N retribuiu ao gesto, afagando as costas de Steve com uma das mãos. Quando ele afastou-se, a mulher jurou ter visto a trilha úmida de uma lágrima solitária antes caída pela bochecha direita de Steve, deixando-a estranhamente preocupada.
— Vá. — ele gesticulou em direção a porta, abrindo caminho. — Ele perguntou muito sobre você.
S/N encarou Steve por mais alguns segundos, como se pudesse decifrar toda aquela estranheza e aquele mistério ao redor de si. Por fim, ela baixou seus olhos para a maçaneta da porta e, embora relutante, posicionou sua mão sobre a mesma e, por fim, girou-a, ouvindo o clique sonoro da porta sendo destravada para, enfim, adentrar a pequena sala de paredes brancas, chão polido e... um homem de sentado em uma cadeira de costas para a porta, até então alheio a súbita presença de S/N ali.
Foi somente após o segundo clique sonoro da porta — aquele quando S/N trancou-a mais uma vez — que o estranho homem de cabelos castanho compridos até pouco acima da altura dos seus ombros virou-se para trás, seus fios lisos caindo-lhe por sobre a face irreconhecível, o que dificultou um pouco a sua familiarização.
Porém, o que mais chamava a atenção ali não era os músculos aparentes do homem por baixo da regata branca que o mesmo usava nem o modo como ele parecia estar estranhamente deslocado ali, e sim o fato de que ele possuía um braço no mínimo intrigante. Feito de algum tipo de metal extremamente resistente, o braço a parte do homem era igualmente musculoso e estranhamente atraente a medida que S/N analisava-o com cautela, procurando acelerar ao máximo a sua breve análise. O brilho metálico do braço do homem mantinha-se em contraste com a intrigante estrela vermelha reluzente que o mesmo possuía na região um pouco abaixo do seu ombro. Seguindo a linha fixa das aparentes curvas masculinas dos ombros do mesmo, S/N notou alguns vergões de uma cicatriz aparente mesmo por baixo do tecido fino da regata, as quais chamaram a sua atenção no mesmo instante. O que muitos chamariam de defeitos, S/N poderia imediatamente julgar como perfeições a parte, o que fez com que ela repreendesse a si mesma por ter cogitado a ideia de que aquele homem — completamente misterioso e desonhecido até o momento — poderia ser atraente. Ela mal sabia o nome dele.
— S/N?
A mulher franziu o cenho de imediato, perguntando-se como ele sabia o seu nome e porquê o som das suas sílabas soava tão familiar na voz rouca e estranhamente baixa do mesmo, como se ele temesse a entonação das suas próprias falas. Finalmente, S/N notou um pequeno corte fresco na bochecha do homem, como se ele tivesse voltado de uma luta. Quase que involuntariamente, S/N deu um passo a frente, torcendo sua cabeça para o lado na esperança de tentar reconhcer aquela expressão abatida e até mesmo equivocadamente familiar, assim como aquela barba rala por fazer, aqueles olhos azuis estranhamente hipnotizantes e...
Aqueles olhos azuis.
Como se um choque tivesse eletrizado todas as suas terminações nervosas de uma só vez, S/N abriu a sua boca para gritar ou falar ou emitir qualquer som de extrema supresa, mas nada saiu além de um suspiro entrecortado. Seus olhos aregalaram-se no mesmo instante em que o homem virou-se de uma vez na cadeira, ficando frente a frente com S/N apesar da distância entre ambos. Agora, visualizando o seu rosto por inteiro, a mulher sentiu mais vontade de gritar ainda ao perceber todos aqueles traços tão familiares mas tão... modificados. A barba por fazer, o cabelo comprido e aquele intrigante braço de metal que agora faziam parte do homem que ela conhecera mais de cem anos atrás em um cenário ofuscado pela guerra e pela ambição de um povo superior, sucumbindo-se a sua própria loucura. Aquele homem, doce e afável, que conquistou S/N bem antes da primeira dança oficial. A figura daquele sargento engomadinho no unforme militar bem apessoado que, apesar dos xigamentos e das exigências no campo de treinamento, permanecia com um exímio sorriso no rosto e um senso de humor criticável. Aquele seu sargento, seu primeiro e último amor verdadeiro, o homem que jurou a eternidade para S/N e moveu montanhas para deixa-la feliz em sua companhia.
Aquele homem chamado Bucky Barnes, cuja pronúncia do seu nome completo soava como novas palavras no vocabulário de S/N; palavras jamais esquecidas, porém nunca mais pronuniadas. Aquele homem que foi tachado como morto cem anos atrás, sucumbido aos destroços gélidos de uma montanha fria e congelada, sem oportunidade de retorno. O Bucky Barnes pelo qual S/N derramou todas as suas lágrimas até não restar mais nenhuma tristeza propriamente sentível, mas, sim, uma fenda imensa no lugar do seu coração, tornando o restante da sua vida um paradoxo entre tentar recuperar-se do baque da morte e da guerra ou sucumbir-se à própria solidão imensurável.
Aquele, que estava ali, vivo, em carne e osso, ao vivo e cores, bem na sua frente. Era ele, só poderia ser. Isso explicava o temperamento abalado de Steve e o modo como seu coração palpitou estranhamente ao adentrar nessa sala suspeita. Ali estava o seu Bucky, o seu sargento, o seu amor, e todos os outros apelidos amorosos que S/N mal recordava-se no momento porquê, ao invés e palavras saindo pela sua boca, lágrimas estavam jorrando pelos seus olhos marejados, obrigando-a pressionar ambas as mãos contra os lábios para abafar o barulho dos seus soluços altos e para evitar a sua imensurável vontade de gritar.
S/N sentia como se cada músculo do seu corpo estivesse tremendo, ao passo que as suas pernas falharam quando ela ousou dar um passo a frente. Bucky, por sua vez, que até o momento permanecera boquiaberto em um completo choque silencioso, levantou-se em um pulo da cadeira, estendendo ambas as suas mãos trêmulas na direção de S/N que permanecia parada no meio da sala, com ambas as mãos na boca e ambos os joelhos dobrados minimamente, como se estivesse prestes a desabar a qualquer momento.
Bucky parou na frente de S/N, cogitando a ideia de toca-la de uma vez. Fazia tanto tempo desde a última vez.
— S/N... — ele sussurrou, tremendo, elevando ambas as suas mãos até a altura da cabeça da mulher, porém ainda sem toca-la. Suas mãos tremiam mais a medida que ele forçavasse a conter a sua vontade impulsiva de abraça-la, não sabendo exatamente como S/N reagiria a isso. Bucky sentiu o seu lábio inferior tremer com extrema voracidade quando ele sorriu fraco, porém verdadeiramente, imediatamente sentindo o calor das suas lágrimas densas finalmente rolando pelas suas bochechas coradas.
S/N ainda recusava-se a acreditar nisso. Lentamente, ela desvencilhou ambas as mãos da sua boca e, como se a espera de uma confirmação, ela as aproximou das de Bucky paralisadas bem próximas a sua cabeça, esperando que ele a deixasse toca-lo. Por fim, quando o próprio Bucky agarrou ambas as mãos de S/N contra as suas próprias e as puxou para baixo, para perto do seu peito, ambos sentiram como se milhões de fogos de artifício estivessem queimando dentro de si. A energia era tão imensurável, indescritível, catalisadora e tão real que S/N soluçou alto, mal ligando para o contraste gélido da mão de metal de Bucky contra a sua própria, quente. S/N tentou sorrir entre meio as lágrimas, provavelmente imitando algo próximo a uma careta.
— Eu senti tanto a sua falta... — ela soluçou, entrecortada, aproximando-se mais de Bucky, sentindo o calor que o corpo musculoso do seu sargento emanava.
— Eu também. — Barnes respondeu, soltando uma risadinha nervosa ao final da frase. Ele baixou seu olhar choroso na direção das suas mãos entrelaçadas com a de S/N contra o seu próprio peito, sorrindo. — Eu mal acreditei quando Steve me contou que você estava viva.
S/N riu fraco ao imaginar a confusão no rosto de Bucky ao ouvir a notícia. O destino era mesmo uma droga.
— Por Deus... — ela negou lentamente com a cabeça, analisando cada traço modificado de Bucky, seus olhos brilhando em meio as lágrimas em uma cena sentimental e fraca de reencontro.— Porque eu sinto que todas as minhas lágrimas foram desperdiçadas em outro amor?
Bucky permaneceu em silêncio, completamente absorto em tudo que S/N aparentemente ansiava por dizer naquele momento. E ele estava mais do que disposto a ouvi-la.
— Você não faz ideia de quantas vezes em ansiei por leva-lo para algum lugar para você saber que eu me importo. — ela continuou, sua voz soando embargada. — Mas tudo parecia tão frio e eu não sabia onde.
Barnes assentiu lentamente com a cabeça, compreendendo exatamente toda a angústia sentida por S/N nos últimos anos ao acreditar em uma mentira. Ele sentia tanto.
— E eu ansei tanto por beijar você, fazê-lo sentir-se bem. — a mulher completou. — Eu costumava estar tão cansada de dividir minhas noites, já que eu só pensava em chorar e amar, ao passo que as minhas lágrimas foram todas desperdiçadas em um...
S/N engoliu em seco, desnorteada, porém Bucky já havia compreendido tudo.
— Em um outro amor. — ela finalmente conseguiu completar, sua voz soando extremamente chorosa. — Eu quero cantar uma canção, que seria apenas nossa. Mas eu cantei todas elas para outro coração...
— S/N...
— Eu...
— Amor. — Bucky chamou-a, desvencilhando suas mãos das dela apenas para agarrar delicadamente o rosto trêmulo da mesma, obrigando-a focar a sua atenção nele. — Sou eu, S/N. Eu sou o seu Bucky, o seu sargento. Eu compreendo que você pense que seu amor fora desperdiçado anos atrás, mas eu ainda consigo senti-lo vivo dentro de mim como se fosse hoje.
S/N assentiu relutamente com a cabeça, fechando os olhos calmente quando Bucky usou um dos polegares para limpar uma lágrima fujona que rolou pela bochecha vermelha da mulher. Sem conseguir mais aguentar, Bucky abraçou-a de uma vez, apertando-a contra si em um gesto que ele mal sabia que ansiava por. S/N enterrou o seu rosto na curva do pescoço de Bucky, afundando-se ali, suprindo todas as vezes em que ela sonhou-se abraçando o homem pela última vez após a "morte" do mesmo. Por todas as malditas vezes em que ela imaginou esse momento, ali estava ele, mais real do que qualquer outra coisa.
Bucky também mal podia acreditar que, de todos os vislumbres que ele teve quando a sua consicência era recobrada na Hydra, S/N esteve em cada um deles. Então essa era a mulher que aparecia em seus sonhos — ou melhor, pesadelos — corriqueiros. Essa era a sua única e especial S/N, a mulher pela qual Bucky ansiou reencontrar por todo esse tempo, porém indiretamente. E ali estava ela, em carne e osso, agarrada a si, após tanto tempo. Chegava a ser rídiculo o modo como o destino era engraçado.
Bucky afastou lentamente o seu rosto da cabeça de S/N e beijou os cabelos da mesma, enquanto ela permanecia imóvel contra si. Naquele momento, ele quis mais do que nunca protegê-la do mundo, evitando assim outra possível separação não intencional. Porém, agora, eles estavam juntos mais uma vez e, enquanto o destino não resolvesse pregar mais uma peça, ambos pretendiam permanecer um na companhia do outro incondicionalmente.
Por fim, S/N afastou o seu rosto da curva do pescoço de Bucky, elevando seu olhar para encara-lo mais acima. Ambos sorriram em uníssono e, sentindo-se finalmente preparada para isso, S/N selou de uma vez os seus lábios nos de Bucky, sendo correspondida quase que imediatemente. Ambos moveram as suas bocas em completa sincronia, em um ritmo calculado, desfrutando de cada segundo. Agora, sim, o primeiro passo para conciliação estava feito.
Bucky Barnes e S/N não tinham como recuperar os anos perdidos. Ademais, eles estavam completamente livres para desfrutar dos anos vindouros.
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