time travel ➤ steve rogers
Pedido de CrisRomanoff.
Espero que goste!
Capítulo inspirado em um pov do tik tok: https://vm.tiktok.com/ZMdTQ6VSa/
Ⓐ
Aparentemente, após todo o caos e as perdas mais recentes, a missão ainda precisava ser concluída até o fim. As seis joias do infinito — inofensivas nas mãos de alguns e maléficas nas de outros — precisavam retornar para o seu local de origem, encerrando esse ciclo de uma vez por todas. E era isso que Steve, Bruce , Sam e Bucky estavam tentando fazer no momento.
Na parte repleta de natureza que restou do complexo dos vingadores além dos escombros após o ataque de Thanos o trio de super heróis havia montado uma pequena oficina ao ar livre, com a notável máquina do tempo denotando que as joias iriam voltar para os seus locais de origem como se nunca tivessem saído de lá. Entretanto, se elas pudessem falar, elas com certeza alegariam fatos capazes de entristecer qualquer pessoa no mundo. E, inevitavelmente, todas as mortes durante o processo explicitavam isso.
— Lembre... — a voz firme e profissional de Bruce quebrou o silêncio, enquanto o mesmo dava os últimos ajustes na pequena maleta onde as seis joias do infinito já estavam todas posicionadas nos seus devidos lugares, prontas para uma viagem através do tempo. — Você tem que devolver as joias para o momento exato em que as pegamos, caso contrário abrirá um monte de realidades alternativas malucas.
Bruce havia encontrado o equilíbrio entre a sua forma humana e o seu alter ego raivoso reunindo-os em um só, juntando a inteligência e o QI elevado de Banner e a força e parte do físico notável de Hulk. Apesar de um dos seus braços estar envolto em uma tipoia médica perante as sequelas que a força e a energia da manopla do infinito havia causado em si, Bruce demonstrava-se bastante confiante. Steve sentia-se orgulhoso por seu amigo; pelo modo como ele havia conseguido ressignificar o seu monstro interno descontrolado. Bruce havia tido uma chance de mudar e aceitou isso de bom grado. Quem sabe, talvez, Steve pudesse fazer o mesmo, porém com a sua própria história.
— Tudo bem, Bruce. — Rogers respondeu, fechando a maleta que Bruce estendeu na sua direção por sobre uma das mesas de metal posicionadas no gramado. — Sem ramificações.
Bruce assentiu e, assumindo uma repentina expressão inconsolável, ele pôs-se a falar baixinho, como se estivesse desabafando algo preso há tempos dentro de si.
— Eu tentei. — Banner começou, olhando para o chão enquanto sua voz soava entrecortada e comovente. — Quando eu estive com as joias, eu tentei trazê-la de volta. — ele completou, engolindo em seco, referindo-se a perda irreparável de Natasha. Por fim, Bruce ergueu seu olhar tristonho do chão para encarar Steve, compartilhando do mesmo sentimento de luto e saudade que Rogers.— Ela faz falta.
Steve concordou lentamente com a cabeça, tentando permanecer firme.
— Eu sei.
O loiro agarrou a maleta das joias com muito cuidado, logo começando a caminhar na direção da máquina do tempo. Steve já sabia exatamente o que precisava fazer, e ele estava mais do que convicto a fazer isso.
— Se você quiser, eu posso ir com você.
Steve virou-se para o lado, onde a figura silenciosa de Sam Wilson o seguia na direção da máquina do tempo com ambas as mãos dentro dos bolsos da sua jaqueta de couro. Rogers parou de caminhar e ofereceu um sorriso gentil ao seu amigo, respondendo-o em um tom de voz que emanava certo orgulho:
— Você é um bom homem, Sam. — o loiro falou, agradecendo-o com um aceno de cabeça. — Mas agora é por minha conta.
Sam sorriu e observou o exato momento em que Steve rumou na direção de Bucky, que permanecia calado no seu canto com ambas as mãos postas dentro dos bolsos da sua jaqueta preta até o momento.
— Não faça nada estúpido até eu estar de volta.— Rogers anunciou, firme, semicerrando seus olhos na direção do amigo.
Bucky riu, desviando seu olhar do de Steve por alguns milésimos de segundos. Ele jamais se esqueceria disso.
— Eu não iria conseguir fazer isso. — Barnes respondeu, voltando a olhar para Steve. — Está levando toda a estupidez com você.
De modo súbito Steve puxou Bucky para um abraço apertado, despedindo-se do seu velho amigo de décadas — literalmente. Ambos irromperam pela história, cada qual em um lado da mesma moeda combatendo os seus ideais e acreditando fielmente que um ou o outro estava morto. Entretanto, ao final da linha, eles se encontraram; Steve Rogers e Bucky Barnes, não como nos velhos tempos, mas ainda assim, juntos. Agora, nada do passado conturbado de Barnes e do tempo inativo de Steve significava algo, pois Rogers estava pronto para terminar o que Thanos havia começado: as joias iriam retornar para seus devidos lugares, finalmente. As perdas, irremediáveis e inalteráveis, ainda sobrevoavam a aura melancólica do restante da equipe sobrevivente, ao passo que isso era o mais esperado no momento. Entretanto, todos precisavam seguir em frente; estando sequelados, tristes ou inconformados, o destino do universo já estava traçado. Seria uma mudança e tanto para digerir, mas todos com certeza irão dar conta, pois parte da jornada é, inevitavelmente, o fim.
Steve e Bucky desvencilharam-se do abraço apertado lentamente. Barnes sabia que Rogers estava mais do que pronto para fazer o que devia ser feito; estava explícito no seu olhar decidido, determinado, o olhar confiante típico das decisões de Steve quando ele já havia feito a sua escolha. Bucky o admirava por isso.
— Vou sentir a sua falta. — Barnes falou em seu típico timbre de voz indiferente, porém Steve sabia que ele estava sendo verdadeiro. Após tudo o que Bucky passou, Rogers se surpreendeu ao perceber que o moreno ainda conseguia demonstrar algum tipo de afeto perante algo. Porém, o Bucky Barnes animado e amigável de mil novecentos e quarenta ainda residia dentro do Bucky Barnes atual, corrompido pela manipulação e pelos traumas de anos; esse Bucky só precisava ser libertado. Mas isso era algo para mais tarde porque, agora, Bucky sabia exatamente o que Steve iria fazer.
Isso também estava explícito no olhar esperançoso de Rogers, seus dois olhos azuis brilhando em êxtase como se dissessem que ele tinha uma chance de mudar a sua própria história; dar uma oportunidade a si mesmo para fazer o que ele sempre ansiou por fazer muitos anos antes. Se Steve era ou não merecedor de uma vida pacífica em contraste com a sua no momento, isso não vinha ao caso agora. Ele precisava disso, e sentia que essa era a sua única chance. Então, ele não a desperdiçará.
Bucky sabia exatamente o que Steve ia fazer e, infelizmente, não podia fazer nada para impedir isso. Steve merecia essa chance, e Barnes não o julgava por isso; ele bem que queria poder fazer o mesmo. Ademais, era Rogers, e não Bucky; e estava tudo bem. O moreno sentia-se feliz com isso — e triste também, mas ele tentava não transparecer —, e sabia que Steve merecia o seu total apoio. Tudo iria ficar bem agora. Esse era o fim da linha, e eles estavam juntos.
— Vai ficar tudo bem, Buck. — Steve concluiu, firme, sorrindo na direção de Bucky, ao que o moreno retribuiu ao gesto solidário do amigo. Rogers virou-se na direção da base da máquina do tempo posicionada no chão e subiu na mesma, posicionando-se bem ao centro dela. Ele levou um dos dedos até o bracelete no seu pulso e, utilizando apenas um clique e a tecnologia exuberante de Bruce e Stark, seu uniforme básico do Capitão América mudou para o traje específico para viagens no tempo, aquele em um tom branco com os contrastes em vermelho vivo. No chão, perto aos seus pés, o Mjolnir jazia imóvel sobre o metal da máquina do tempo, apenas esperando para ser propriamente recolhido.
— E quanto tempo isso vai durar? — Sam interviu ao observar de canto do olho Bruce clicando em algumas funções no painel de configurações sobre a mesa de metal a sua frente.
— Pra ele, o tempo que ele precisar. — Banner respondeu, concentrado. — Pra nós, cinco segundos.
Steve estendeu sua mão e agarrou o cabo do Mjolnir, tomando-o em mãos com a maior facilidade do mundo. Isso, sim, ainda era extremamente surpreendente.
— Pronto, Capitão? — Bruce questionou às costas de Steve, erguendo seu olhar do painel para encara-lo.
Steve virou-se na direção do seu amigo.
— Nós o esperamos aqui, ok? — Banner continuou, ao passo que Steve assentiu com a cabeça.
— Tudo bem.
— Entrando no reino quântico em três... — Bruce pôs-se a contar, clicando nas últimas funções do painel. — Dois... — ele deu o último clique. — Um...
Em um lapso momentâneo, Steve sumiu. A essa altura, Bucky e Sam haviam se reunido ao redor da máquina do tempo, encarando-a com certa apreensão e ansiedade no olhar. Bucky, sobretudo, já sabia o paradeiro disso tudo.
— E retornando em cinco... — Bruce voltou a contar. — Quatro, três, dois... — ele finalmente encerrou os seus cliques profissionais sobre o painel, elevando seu olhar na direção da máquina. — Um.
Entretanto, ao invés de Steve surgir como o esperado, nada aconteceu. Alguns segundos se seguiram em total silêncio antes que Bruce desviasse seu olhar para o painel na sua mesa.
— Onde ele está? — Sam questionou, ainda encarando a máquina.
— Não sei. — Bruce respondeu, confuso, voltando a mexer no painel. — Ele passou direto pela marca de tempo. Ele supostamente deveria estar aqui.
— Trás ele de volta. — Sam ordenou, aturdido, virando-se na direção de Bruce.
— Eu estou tentando...
— Trás ele de volta, agora.
— Sam!
Bucky mal tivera tempo de concluir o seu chamado antes que a figura trajada de Steve retornasse ao exato lugar de antes, imóvel em cima da superfície metálica da máquina do tempo. Entretanto, uma breve analisada e era possível concluir que aquele não era Steve. Pela expressão confusa de Bruce, nem ele sabia explicar isso.
Nem de longe aquela pessoa era Rogers. Seus traços físicos eram notavelmente mais femininos e sua altura mais baixa e, mesmo estando com o capacete protetor que fazia parte do traje vermelho e branco, era perceptível que uma mulher estava ali dentro, surpreendentemente não tão confusa como os três homens ao redor de si a encarando. Involuntariamente o capacete do traje imediatamente se abriu, revelando as feições confusas de uma mulher com os cabelos presos em um rabo de cavalo levemente bagunçado, com fios soltos sobre o seu rosto brevemente corado.
Porém, o que mais chamou a atenção ali além da sua aparência foi o fato de que ela estava segurando o Mjolnir em uma das mãos. Ela o segurava com tanta facilidade e convicção — tão parecido com Steve — que os olhares confusos do trio de homens foram de imediato encontro ao martelo.
— Quem é você? — Bruce foi o primeiro a questionar, sua voz soando inevitavelmente falha.
A mulher remexeu-se por cima da superfície metálica e, por incrível que pareça, ela parecia saber exatamente quem o trio de homens era; havia um brilho decidido a mais nos seus dois olhos curiosos.
— Bruce... — ela pôs-se a falar, calma e controlada, abrindo um sorriso mínimo na direção do homem. A mulher virou sua cabeça minimamente para o lado, onde Sam a encarava surpreso. — Sam...
Por fim, seus olhos se encontraram com os de Bucky que, surpreendentemente, não compartilhava da mesma surpresa repentina que os seus amigos. Ele sabia exatamente quem ela era; só existia uma opção plausível no momento.
— Bucky. — a mulher concluiu, sorrindo quase que de modo triste. — Eu sinto muito...
Ela dobrou seu joelhos minimamente e largou o Mjölnir no chão, sem quebrar o seu contato visual com o trio de homens.
— Meu nome é S/N. — a mulher finalmente apresentou-se, dando um passo para frente. — Eu sou a...
— Filha da Peggy e do Steve. — Bucky concluiu por conta própria, sorrindo, dando um passo para frente também, ainda mantendo ambas as mãos nos bolsos da sua jaqueta preta.
— Ai, meu Deus... — Bruce sussurrou, assustado, retirando seus óculos de grau para poder dar uma última boa olhada no painel tecnológico sobre a mesa. — Então isso significa que...
— Steve está morto? — Sam interrompeu-o, finalmente se pronunciando após o seu choque momentâneo.
S/N, como se atraída por um imã invisível, virou sua cabeça para trás, na direção do lago paisagístico às suas costas. Ela estava vendo algo.
— Não. Ele ainda não está morto.
Bruce, Sam e Bucky seguiram o olhar esperançoso de S/N, logo visualizando a figura de costas de um homem sentado em um banco próximo ao lago que, pela lógica, só podia ser Steve. Porém, aquela era a sua versão grisalha e propriamente velha — velha mesmo, do tipo cabelos brancos e a postura encurvada. S/N desceu da máquina do tempo e colocou-se ao lado dos seus novos amigos.
O quarteto observou pacientemente por algum tipo de movimento aparente por parte de Steve, mas ele mal se moveu sobre o banco. A brisa leve do lago soprava fraco nos cabelos bagunçados de S/N, como se estivesse sussurrado para que ela fizesse o que tinha que ser feito.
— Ele quer falar com você.
S/N virou sua cabeça na direção de Bucky, imóvel e impassível, que olhava para Steve ao longe.
— Como tem tanta certeza disso?
Bucky gesticulou com a cabeça na direção de Steve, ou mais precisamente para algo chamativo bem próximo aos pés do mesmo; uma capa de couro marrom claro em forma de disco que, teoricamente, só podia ser o seu escudo.
S/N ergueu seu queixo para cima, como se estivesse tentando tomar coragem para o que viria. Porém, mesmo sabendo que isso iria acontecer após a sua travessia através do tempo, ela ainda não tinha como saber o que ocorreria agora. Então, dando alguns passos vacilantes na direção do seu pai mais ao longe ela atravessou o gramado com muita calma, preparando-se para qualquer coisa que viria.
E, irrompendo pela brisa suave da paisagem, S/N repassava mentalmente todas as probabilidades da sua próspera conversa com Steve, já na sua forma idosa e marcada pelo tempo. E, inevitavelmente, todas elas se voltavam para a posse do escudo e um novo Capitão América.
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Pensando aqui na possibilidade de uma parte dois.
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