new york, new york ➤ steve rogers

Ideia concebida a mim pela raquelbennet21. Espero que gostem!

colagem feita por mim

Nova Iorque, Nova Iorque
Eu quero acordar
Naquela cidade que nunca dorme
E descobrir que sou o número um, no topo da lista...❞

➤ Frank Sinatra; New York, New York

Ignoramos o congelamento do Steve nesse imagine e o envolvimento dele com a Peggy; ele se passa depois do encerramento da Segunda Guerra Mundial.

➤ ʙʀᴏᴏᴋʟʏɴ, ɴᴇᴡ ʏᴏʀᴋ — 1946

A agitação e a animação constantes da cidade trazia o sentimento de familiaridade para alguns e causava certa relutância em outros. Já havia virado um fato que Nova York era extremamente agitada; sendo uma cidade grande de exímio comércio e relativamente evoluída politicamente, a sua alta densidade demográfica contribuía para o intenso fluxo de pessoas na chamada Hora do Rush em Nova York, abrangendo os horários entre sete e meia e nove e meia da manhã. Nesse horário em específico o intenso agrupamento de trabalhadores desciam e subiam dos metrôs no subsolo da cidade, ao passo que muitos chamavam taxis nas calçadas ou usavam os seus próprios veículos para causar engarrafamentos na avenida principal. O acúmulo de automóveis típicos desse período histórico aglomeravam-se aos montes por sobre as ruas principais, fazendo do estresse no trânsito o principal causador de intrigas entre os cidadãos logo cedo pela manhã.

Apesar desse transtorno característico da cidade, S/N S/S mantinha-se completamente alheia ao barulho. Caminhando solenemente por sobre uma das calçadas de concreto do seu amado Brooklyn enquanto pessoas iam e vinham ao se redor, cada qual concentrada em seu caminho para o trabalho e afins, S/N podia tranquilamente admitir que ela já havia virado perita em permanecer indiferente perante o caos suburbano instalado a sua volta. A mulher decidida caminhava com certa convicção e profissionalismo enquanto mantinha a expressão mais impassível possível em seu rosto pacífico, vez ou outra dando breves olhadas por cima do seus óculos escuros de armação vermelha para obter certeza de que estava indo para o caminho certo.

Essa vinha sendo a rotina de S/N nas últimas semanas. Todo o dia, praticamente, a mulher procurava pelos seus melhores e mais confortáveis trajes de época e, embora a variedade não fosse muita, ela sempre procurava colocar a sua confortabilidade acima da necessidade de agradar os outros, sempre procurando usar os vestidos que mais lhe deixavam a vontade consigo mesma e afins. Apesar do uso de calças por parte das mulheres ainda fosse algo de extremo estranhamento dentro da sociedade, S/N sentia-se livre para usá-las quando bem entendesse, intercalando entre elas e vestidos da sua preferência no decorrer do seu dia a dia. E era assim que ela estava trajada no momento: hoje ela optara por uma das suas calças mais confortáveis, uma que a própria S/N havia pagado pelo design feito exclusivamente para si mesma. Para acompanhá-las a mulher usava uma camisa social branca e um casaco leve de estampa neutra por cima, e ela estaria mentindo se dissesse que não havia notado alguns olhares de confusão sendo lançados sobre si conforme as pessoas iam indo e vindo na sua direção. Ademais, S/N já estava tão acostumada com a rejeição alheia que esse fato nem a incomodava mais como antigamente; isso a afetava de alguma maneira? Sim. Porém, após entender que a sua própria felicidade e aceitação dependia dela mesma, e não de opiniões alheias, ela estranhamente sentia-se mais confiante do que jamais estivera.

Ultimamente, S/N vinha gastando boa parte do seu tempo em audições para filmes e curtas mais famosos, sempre destacando-se em cada um deles. Já havia virado um fato que, aos olhos dos diretores mais renomados de Nova York, a jovem atriz em ascensão possuía grandes chances de aumentar a sua fama e seu reconhecimento na cinematografia de Nova York, o começo de tudo. S/N quase sempre ouvia elogios sobre o quão engajada no personagem ela era e em quão rápido ela conseguia intercalar as suas expressões e sentimentos em cena. E, consequentemente, era exatamente isso que os diretores procuravam em uma atriz; o seu profissionalismo e a sua dominância nas tramas, sempre buscando transparecer todos os sentimentos plastificados no roteiro simples em algo surpreendente. Por entre os diretores mais famosos, rondavam boatos que S/N poderia se tornar uma próxima estrela hollywoodiana durante a renomada era de ouro do cinema americano.

Quando o olhar concentrado de S/N foi de imediato encontro com a fachada reluzente do estabelecimento às margens da calçada movimentada ela rapidamente tratou de entrar ali, ouvindo com muito agrado o som a animado do sininho da porta tocando, anunciando a sua chegada. S/N retirou os seus óculos escuros e sorriu para Rose, a mulher de meia idade que cuidava da recepção do estabelecimento destinado aos ensaios das gravações dos curtas e filmes. Rose, que já conhecia S/N há tempos, logo tratou de encerrar a ligação no telefone fixo posto em cima do seu balcão de madeira enquanto sorria amigavelmente na direção da jovem, o batom vermelho vivo em seus lábios fazendo com que seus dentes brancos praticamente brilhassem.

— Bom dia, querida. — Rose cumprimentou, acenando amigavelmente na direção de S/N enquanto seus cabelos curtos e ruivos continuavam impecavelmente no mesmo lugar. A mulher atrás do balcão ajustou os seus próprios óculos de armação preta com a ponta de um dos dedos, logo retornando a sua atenção para as vestes de S/N. — Está deslumbrante. Tenho certeza que o nosso "ator" não vai resistir aos seus encantos da emancipação fashionista feminina.

— Bom dia. — a jovem respondeu, animada, dobrando o seu óculos escuro ao meio enquanto pendurava-o no breve decote da sua camisa social. — Já descobriu o nome do nosso "ator" misterioso?

— Prefiro que você descubra por conta própria. — Rose respondeu, sorrindo ladina, ao que S/N respondeu com um elevar de sobrancelhas suspeito. — Entra lá.

A jovem atriz riu e acenou com a cabeça na direção da única mulher ali dentro além de si mesma que, cá entre nós, conseguia administrar melhor o negócio da publicidade do que o grupo de diretores dependentes, patetas e em sua maioria, machistas demais para não elogiar S/N a não ser durante o seu bom desempenho na atuação. Ademais, ela aprendeu na marra a não deixar-se levar por eles — e "na marra" eu quero dizer "choros ao ser rejeitada ou ridicularizada perante eles e, no final, terminar na sala de Rose sendo consolada aos prantos pela mulher". Doía no começo, mas agora era muito mais simples e fácil acabar com a festa deles em segundos; bastava respondê-los no mesmo tom e tudo entrava nos eixos. E talvez fosse por isso que nenhum homem sentisse a vontade para contracenar com S/N.

Seus últimos parceiros de cena alegaram que a jovem atriz era astuta demais para eles, ao passo que ela sempre se sobressaía acima deles em algum trabalho artístico. S/N não fazia isso de propósito; na verdade, essa era a sua forma natural de agir, sempre dando o máximo de si no que ela mais gostava de fazer: atuar. Porém, muitos dos seus companheiros não entendiam isso. E não há nada mais desesperador para um homem do que ter seu ego murchado por uma mulher segura de si.

S/N colocou a sua mão por sobre a maçaneta da segunda porta e adentrou, logo chamando a atenção do grupo de diretores reunido ali dentro. A sala possuía um tamanho médio perfeito para abrigar uma certa quantidade relativa de pessoas, ao passo que no centro havia um local demarcado para o ensaio das cenas. Uma câmera gigante típica da época estava posicionada no centro também, enquanto o cinegrafista dava os últimos ajustes nela com muita agilidade. Geralmente, eles eram quatro no total; o diretor de cenas, o roteirista, o cinegrafista e um cara com cargo desconhecido que estava ali mais para servir sanduíches e dar opiniões desnecessárias do que propriamente ajudar.

— Bom dia. — S/N cumprimentou-os sem esperar por uma resposta enquanto adentrava a sala na direção de uma das cadeiras profissionais ali dentro, logo largando a sua bolsa em cima da mesma.

— Perfeito. — o diretor principal, Ross, bateu palmas, logo virando-se na direção de uma das portas interligadas com sala. — Nosso ator está pronto?

— Ele está no camarim. — o cinegrafista, um jovem loiro da mesma faixa etária de S/N chamado Sean, respondeu enquanto dava os últimos ajustes na sua câmera, sem desviar seu olhar concentrado da mesma.

— Já faz mais de vinte minutos. — Ross resmungou, frustrado. Sua estatura era notavelmente inferior ao restante dos homens ali e seus cabelos eram curtos e pretos, rentes a sua cabeça. Estranhamente, Ross era considerado o líder ali.

— Eu vou procura-lo. — S/N pronunciou-se, começando a caminhar despreocupadamente na direção da porta entreaberta que levava até o camarim do estabelecimento. Ela preferia se voluntariar a fazer isso do ser mandada sarcasticamente por um dos homens presentes ali.

— Já que vai entrar ali, vista uma roupa de mulher.— um dos homens, chamado Adam, resmungou de modo divertido às costas de S/N, rindo do seu comentário importuno logo após. S/N, por sua vez, virou-se minimamente para trás, pousando apenas uma das mãos na maçaneta da porta.

— Para uma pessoa que se veste como se odiasse a própria vida seu senso crítico está elevadíssimo. — a mulher respondeu, indiferente, sorrindo de modo sarcástico na direção de Adam enquanto adentrava de uma vez por todas no camarim, mal querendo ouvir a resposta do homem.

O camarim resumia-se a um cômodo abafado e repleto de cabides cheios de roupas e acessórios, tão aglomerados e em tão exuberante quantidade que uma pessoa poderia facilmente esconder-se por entre eles. As luzes do pequeno local estavam acessas, entregando que alguém estava ou havia estado ali minutos antes. S/N caminhou silenciosamente na direção de um cabide que continha um exuberante casaco de pelos naquele design digno de uma madame valentona e rica. A mulher tocou gentilmente as mangas do mesmo, puxando-as para cima na esperança de poder visualizar a peça melhor. Os movimentos de S/N eram lentos e suspeitos, como se ela estivesse em uma missão secreta ou algo do tipo ao passo que devia estar procurando o dito ator que havia literalmente sumido. Antes que S/N sequer pudesse reagir um alto estrondo de algo caindo no chão a fez pular de susto, ao passo que dois ou três cabides começaram a despencar em sincronia na extremidade oposta do camarim, um por um, logo revelando a figura apavorada de um homem alto olhando-a de modo nervoso.

S/N nem precisou de muito tempo para perceber que esse homem se tratava de Steve Rogers, o tão famoso e tão falado Capitão América. Ele vestia roupas simples que resumiam-se a uma jaqueta cor verde militar e calças caqui em um tom mais claro, assim como uma camiseta notavelmente justa no seu peitoral marcado e definido. S/N rapidamente desviou seu olhar do torso de Steve tendo a total certeza de que, apesar da sua rapidez em disfarçar, ele já havia notado os olhos analisadores da mulher sobre si, o que contribuiu para que ele se sentisse mais nervoso ainda.

Os diretores haviam avisado Steve que ele iria contracenar com uma jovem atriz insuportável e mandona, ao passo que ele mesmo havia ficado nervoso com essas designações. Porém, eles só não haviam avisado que essa mulher seria capaz de roubar todo o seu fôlego perante a sua beleza de uma só vez, inevitavelmente e subitamente.

S/N aproximou-se lentamente de Steve enquanto cruzava seus braços em frente ao peito, tentando bravamente conter um sorriso divertido que ameaçava escapar por entre os seus lábios.

— Não sabia que vinha aqui no seu tempo livre, Capitão.

Steve desviou seu olhar da expressão divertida estampada no rosto de S/N, dando um passo relutante para frente enquanto passava por cima de um amontoado de roupas que ele mesmo derrubara dos cabides segundos antes.

— E-eu...

O sorriso divertido de S/N fez com que Steve interrompesse a sua explicação plausível no mesmo instante.

A mulher não sabia exatamente o porquê a visão de Steve, um homem alto, forte e musculoso completamente rendido a timidez a intrigava tanto. Se Rogers quisesse, ele podia facilmente intimidar S/N o quanto ele quisesse; porém, no momento, ele parecia mais deslocado do que valente, um grandessíssimo contraste com o seu físico que era, no mínimo, muito atraente.

— Perdão... — Steve finalmente conseguiu intervir, olhando para a bagunça de figurinos atrás de si só para arranjar uma desculpa para desviar seu olhar do de S/N mais uma vez. — Eu estava esperando por... — ele retornou a olhar para a mulher, seus dois olhos azuis curiosos brilhando em êxtase na direção dela. — Você.

S/N arqueou uma das sobrancelhas.

— Então você é o "ator"? — ela perguntou de modo retórico pois, obviamente, a resposta estava literalmente bem na sua frente. — Agora tudo faz sentido.

Embora levemente confuso Steve riu fraco, desviando discretamente o seu olhar para as vestes de S/N. Ao denotar pelo seu modo de vestir, o seu aparente profissionalismo ao lidar com pessoas e a sua postura notável, ela com certeza era o tipo de mulher que fazia com que o peito se embrulhasse em uma sensação estranhamente boa e calculadamente precisa.

— Não exatamente... — Steve coçou a sua cabeça, tímido. — Está mais relacionado a publicidade e algo do tipo...

— Obviamente. — S/N deu de ombros, indiferente. — Querem estampar o belo rostinho da vitória da América nas suas propagandas e produtos e, possivelmente, em um novo filme de época. É corajoso por aceitar fazer parte disso, Capitão.

— Você já não faz parte disso? — Steve voltou a encarar S/N, deixando-se levar por toda a crítica na voz da mesma.

A mulher deu de ombros e virou-se para trás, começando a perambular em círculos pela sala enquanto dava uma boa analisada nos figurinos pendurados nos cabides que ela ainda não havia visto.

— Estou. Mas minha presença feminina é normalmente ofuscada. Então, eu me contento com o que tenho. — ela respondeu, alheia, esticando uma das mãos para tocar o tecido lustro de uma calça de camurça bege. — Já leu o roteiro?

Desajeitadamente, Steve enfiou as mãos nos bolsos da sua jaqueta e retirou de um deles um papel extremamente amassado e gasto, logo tratando de desamassa-lo rapidamente. Quando o abriu, ele rolou seus olhos brevemente sobre o roteiro, logo retornando a encarar S/N por cima do papel.

— Sim. Eu o li.

S/N assentiu, contornando toda a extensão do cabide que abrigava a calça enquanto sumia por entre mais algumas dezenas dele, fazendo com que Steve elevasse uma das sobrancelhas em uma expressão confusa. Ele poderia muito bem sair dali e abandonar S/N. Porém, havia algo estranhamente satisfatório na mulher que chamava a sua atenção e, inevitavelmente, ele sentia que se afastar era a coisa errada a se fazer. Então ele a seguiu por entre os cabides, como se estivesse caçando-a dentro de uma floresta escura e densa feita de... imensos cabides de figurinos bregas e roupas de época, vez ou outra vislumbrando de soslaio a silhueta de S/N caminhando despreocupadamente por entre eles.

— Temos uma cena juntos. — Steve arriscou, sua voz soando estranhamente mais confiante do que antes pelo simples fato de não estar cara a cara com S/N.

— Várias, na verdade. — a mulher respondeu por detrás de um dos cabides, analisando o vestido de gala pendurado ali com ambas as mãos.

— Sim. — Steve riu, tendo um parcial vislumbre de metade do corpo de S/N por detrás do cabide. — Estou falando do beijo.

A mulher parou de mexer no vestido e inclinou sua cabeça levemente para o lado, ao passo que seu olhar impassível encontrou-se com a expressão incrivelmente neutra no rosto simétrico de Steve, embora seu interior estivesse se revirando por completo.

— Ah, sim. — S/N respondeu, sando de trás do cabide enquanto caminhava de modo lento de torturante na direção do homem. — O momento chave do herói da nação beijando a mocinha.

— Você tem um senso crítico... — Steve começou, observando cada movimento de S/N.

— Irritante? Ridículo? Complexo demais?

— Admirável.

S/N sorriu minimamente na direção de Steve, parando de caminhar bem na sua frente.

— Sobre o beijo... — ela começou, deixando a dúvida de modo proposital pairando sobre o ar.

— Sobre o beijo... — Rogers repetiu em seu próprio tom baixinho, desviando o olhar para a folha desamassada em sua mão. — Eu... não sei se sou bom nisso ao nível... atrizes profissionais deliberadamente peritas nessa arte.

S/N semicerrou seus olhos na direção de Steve, analisando cada traço marcante do mesmo; desde os seus olhos azuis desconcentrados e curiosos até a sua pele perfeita, dando uma atenção extra a mandíbula marcada do mesmo assim os fios de cabelos loiros que lhe caíam sobre a face, livres e soltos. Um beijo até que não seria uma má ideia.

— Pela sua cara você aprende rápido. — S/N respondeu por fim, sorrindo, ao que Steve correspondeu com uma risada nervosa. — O que foi? Não leva jeito com mulheres, não é?

— Na verdade... — ele começou, negando lentamente com a cabeça enquanto suspirava. — Essa é a conversa mais longa que eu já consegui manter com uma.

S/N bem que queria rir, mas havia algo estranhamente triste no modo como Steve agia; quem sabe, algo que estava fora da compreensão parcial de S/N para os sentimentos alheios no momento. Mas Steve era uma boa pessoa; assim como meio mundo ela o conhecia pela sua fama, seu patriotismo e a sua boa imagem durante a vitória dos Aliados ao término da Segunda Guerra. Quem sabe foram as perdas durante esse processo, as quais S/N não ousaria perguntar simplesmente por causa do óbvio. Steve a conhecia do mesmo modo que ela conhecia Steve; parcialmente, mas não completamente, com S/N sendo a ascensão de um símbolo cinematográfico feminino nos EUA na década de quarenta. Ademais, havia uma estranha conexão entre eles que, no momento, importava mais do que o simples fato que ambos nunca haviam se encontrado cara a cara antes; e havia algo estranhamente satisfatório nisso.

— Tudo bem. — a mulher respondeu, ainda sorrindo, dando de ombros de modo despreocupado. — Por que pensa que você não é bom o suficiente nisso?

S/N e Steve estavam tão intimamente próximos que ambos eram capazes de sentir o calor irradiando no pequeno espaço entre eles, circulando conforme o ar permitia. A mulher até jurou ter sentido a ponta dos dedos de Steve roçando minimamente contra os seus.

— Por que... — ele mal tivera tempo de responder pois, em uma aproximação súbita, S/N elevou-se na ponta dos pés e aproximou seu rosto do de Steve, deixando-o sem ar instantaneamente. 

Rogers bem que podia recusar-se a isso pelo simples motivo de: antes de se tornar o Capitão América e todas os seus traços marcantes em si ele mas havia tido algum tipo de contato direto com mulheres. Porém, no momento, ele sentia-se capaz de tudo; e talvez fosse o modo como S/N demonstrava seu interesse sobre ele que o fazia sentir-se diferente. Então, tomado por uma súbita coragem, ele selou seus lábios de uma vez contra os de S/N, trazendo-a para mais perto de si.

Uma sincronia instantânea fora ativada, como se ambos já soubessem exatamente como prosseguir com isso. S/N levou uma das mãos até o rosto de Steve e a outra até a pele exposta do pescoço do mesmo, acariciando-a levemente, enquanto ele contentava-se com elevar ambas as suas mãos até a cintura da mulher, apertando-a delicadamente. Se era isso que Steve queria dizer com não profissional, S/N realmente não sabia do que haviam adiantado todos os seus beijos em cenas com outros atores do ramo — embora Steve estivesse mais para o único cara que conseguiu fazê-la realmente apreciar o momento do que para um ator mesquinha.

Por fim ambos separaram os seus lábios em uníssono, ouvindo com prazer o leve estalar das suas bocas ao se afastarem. S/N sorriu e desviou seu olhar para os lábios de Steve pela última vez, logo elevando seus olhos ao encontro dos dele; suas pupilas, tão dilatadas e centradas nela que a mulher pensou que iria desmaiar. Talvez pensar isso fosse bobeira, mas ela realmente sentiu um algo a mais nesse ato.

— Acha que agora você se sente pronto para um beijo nível atrizes profissionais deliberadamente peritas nessa arte? — S/N questionou em um sussurro enquanto sorria ladina, ao passo que Steve correspondeu com o mesmo curvar de lábios.

— Aposto que sim. — ele sussurrou de volta, causando arrepios indescritíveis por todo o corpo de S/N.

A sorte de ambos foi a seguinte: por ser extremamente difícil de visualiza-los ali, por entre os cabides, era quase impossível de se imaginar que ambos haviam se beijado às escondidas; o que facilitou demais quando Ross entrou aos berros no camarim a procura não só de Steve, como também de S/N. Uma desculpa esfarrapada foi dada e eles se safaram dessa, ao passo que a mesma energia eletrizante ainda continuava a pairar por entre os dois durante todo o momento. Isso era, por conseguinte, a magia não só da atuação, como também de dois seres efetivamente ligados entre si.

❝ Eu quero acordar naquela cidade
Que nunca dorme
E descobrir que sou o rei do pedaço
O topo desse amontoado... 

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top