— Joon, foi literalmente a coisa mais triste que eu já vi.  Ele não elaborou, e eu não estava disposto a insistir, mas ele realmente acha que é culpa dele. — Jungkook diz enquanto segue Namjoon da cozinha até o quintal. Ele foi direto ao primo depois de se despedir de Jimin. 

Para crédito de Jimin, o almoço não fracassou logo após sua declaração de que a morte da mãe de Minji era culpa dele. Ele foi capaz de evitar isso e economizar um pouco de tempo, mesmo provocando Jungkook o suficiente para fazê-los rir novamente.

 — Eu sei, Kook. Confie em mim, tivemos essa conversa uma ou duas vezes também. Difícil de ouvir. Especialmente porque não é verdade. — Jungkook pula no parapeito do convés e franze os lábios. — Não me olhe assim, não vou lhe dizer nada. Dê tempo a ele, talvez ele lhe conte.

— Talvez?

— Você precisa provar que é confiável, Kook. Essa merda é tão profunda no Jimin. Não é qualquer um que vai lá.

O olhar de Jungkook passa por Namjoon enquanto ele assente lentamente. Seus olhos se enchem de estrelas quando um sorriso tolo toma conta de seu rosto. 

— Ele é incrível, Joon. Ele é adorável, engraçado, forte e intrigante. — Ele finalmente baixa o olhar para o primo, que olha para ele com conhecimento.

— Ele está jorrando sobre Jimin de novo? — Jin brinca quando sai pela porta da garagem para o quintal, carregando uma grande sacola de carvão.

— Quando ele não está? — Namjoon ri.

Jungkook se inclina para frente para empurrar seu primo de brincadeira. 

— Tanto faz. Eu não jorro sobre ele.

— Oh, não, você está certo. Me desculpe. "Ele é tão adorável e engraçado" realmente não está jorrando. Meu erro. — Namjoon vira-se para seu parceiro. — Parece que Kook e Jiminie almoçaram juntos hoje.

— Sério? — Jin pergunta com um aumento surpreso de suas sobrancelhas meticulosamente mantidas. 

Jin é um homem deslumbrante, olhos pequenos, mas brilhantes, uma mandíbula forte e um par de lábios naturalmente cheios em forma de coração para deixar alguém cambaleando por sua beleza masculina. É um milagre que Namjoon possa manter as mãos longe do homem.

  — Como foi?

Jungkook morde o lábio inferior. 

— Bom. Na maior parte. — Ele diz e afunda os ombros. — Eu provavelmente estraguei tudo, perguntando sobre a mãe de Minji.

 — Não, você não estragou, Kook. Ele não fugiu de você, certo? — Namjoon diz enquanto descansa a palma da mão sobre o ombro de Jungkook que murmura um "não" em resposta. — Então você não estragou tudo. É um assunto delicado.

— E é comovente, não importa quem traz à tona. — Jin acrescentou. — Eu acho que você vai ver se você realmente errou com base em como ele reage quando ele te vê de novo, — Jin desvia o olhar e acrescenta: — em algumas horas.

[...]
      
Após o almoço com Jungkook, Jimin não fica mais distraído. Ter o lindo garoto de rosto de coelho interessado nele não ajuda em sua missão de não ficar atraído pelo homem. Claro, ele tem suas suspeitas, seu gaydar sempre foi bastante confiável, mas, com certeza, deixa sua cabeça gritando para ele fazer alguma coisa.
(*capacidade de uma pessoa em sacar se a outra é gay ou não.)

Na curta caminhada de volta ao dojang, Jimin repete tudo sobre o almoço juntos: os olhares, os toques suaves, como o espaço ao seu redor se encheu de risos, a maneira como Jungkook sorria ao falar sobre Minji, a maneira como ele não tinha medo de ser honesto com Jungkook. Pelo menos, não do jeito que ele costumava ser. E Jungkook lidou com tudo tão bem, com tanta compaixão. Jimin zomba, convencido de que, assim que toda a verdade for revelada, Jungkook não manterá o ato.  Como ele poderia?

— Estou surpreso em vê-lo de volta. — Kihyun provoca.

— Por quê? Estou dando aula para a turma das 14:30.

Kihyun sorri. 

— Achei que aquele garoto manteria você ocupado por um tempo.

— Não seja nojento. — Jimin diz enquanto empurra o ombro de Kihyun. — Ele é o professor de piano de Minji.

Kihyun se inclina contra o balcão da frente. 

— Você está seriamente tentando me dizer que não acha esse homem atraente? Até eu pude vê-lo e estou felizmente comprometido com uma mulher.

Os olhos de Jimin rolam rapidamente, deixando Kihyun apontar sua distinta falta de tendências gays, mas então o canto do lábio de Jimin se contrai. 

— Eu... não disse isso.

Risadas estridentes rolam de Kihyun enquanto ele dá um soco no ombro de Jimin. 

— Então, o que está acontecendo com vocês dois?

— Nada. Como eu disse, ele é professor de piano de Minji. — 'E o homem que eu gostaria de encostar na parede e arrastar minha língua do pescoço para baixo'. Jimin termina em pensamento.

— Pareceu-me que ele gostaria de lhe ensinar umas coisas também. — Kihyun balança as sobrancelhas sugestivamente. — Esse garoto tem olhos para você. 

"Ele tem?"  Jungkook é um cara legal, como um cara legal, é claro que isso costuma ser interpretado como interesse. Jimin não é alguém que tem esperanças apenas porque um homem bonito sorri para ele. Além disso, mesmo que Jungkook tenha "olhos" para ele, isso não importa.

— Eu não namoro, Kihyun.

— Você deveria.

— Eu não tenho tempo.

— Literalmente, qualquer um de seus amigos ficaria feliz em cuidar de Minji. — Kihyun aperta os lábios enquanto observa Jimin se fechar. — Jimin. Você tem permissão para fazer algo por si mesmo. — Antes que Jimin possa falar, ele acrescenta: — E por Minji.

— E como exatamente eu namorando seria bom para Minji?

— Ela ficaria feliz em vê-lo feliz, Jimin.

— Nenhum de nós ficaria feliz em ter um cara entrando em nossas vidas, nos fazendo se apegar, apenas para tê-los inevitavelmente partindo. É mais seguro assim.

— Você é insuportavelmente pessimista, Jimin. — Kihyun resmunga e Jimin dá de ombros.  — Você pelo menos teve um bom almoço com ele?

Jimin para, lembrando do sorriso brilhante de Jungkook e os olhos encantados brilhando. Ele leva o polegar à boca e mastiga o lado distraidamente antes que seus lábios se curvem. 

— Eu tive.

— Talvez você deva tentar jantar na próxima vez.

Jimin solta seus pensamentos e ri enquanto joga uma faixa aleatória do balcão em Kihyun. 

— Não haverá uma próxima vez! — Ele respira fundo. — Eu preciso me preparar para a aula. Faça algo produtivo com o seu tempo, sim? Em vez de assediar seu chefe.

Assim que Jimin entra no vestiário, ouve a voz de Kihyun persegui-lo:

— Quando foi a última vez que você transou Park Jimin!?

— Você está demitido! — Jimin grita de volta.

[...]

       
— E então Han me perseguiu gritando: 'Eu sou como o Hulk, você não gosta de mim quando estou com raiva', mas então eu disse a ele: 'eu não gosto de você de qualquer maneira!' — Jimin luta contra uma risada. — Mas ele começou, papai, não sei por que a senhorita Lee me interrompeu quando foi Han que estava sendo rude.

— Bem, Princesinha, às vezes podemos ferir os sentimentos das pessoas quando dizemos que não gostamos delas. — Jimin diz enquanto caminham de mãos dadas em direção ao portão dos fundos da casa de Namjoon e Jin.

— Então eu devo mentir!? Papai, você me disse que mentir era ruim!

— Bem. — Jimin lambe os lábios antes de mordê-lo, pensando em como proceder. — Só mentiria se você dissesse que gosta dele quando não gosta. Então, se você não diz de um jeito ou de outro, se você gosta ou não, então não está mentindo. — Ele assente, orgulhoso de sua lógica. — Portanto, não machucamos as pessoas propositadamente dizendo que não gostamos delas, mas não mentimos dizendo que gostamos delas. Faz sentido?

— Na verdade não. — Minji resmunga. Jimin abre o portão, balançando a cabeça com toda a situação. Enquanto eles passam, Minji grita. — Kookie!! — Minji solta a mão de Jimin em um instante e larga a mochila enquanto sobe as escadas do convés em direção ao professor.

Jungkook, surpreso com a aparição de Jimin e Minji, tem apenas meio segundo para responder. Minji sobe as escadas enquanto Jungkook se abaixa, abrindo os braços e Minji cai neles. Ele ri alegremente, seus olhos se fecham quando ele passa os braços em volta do seu pequeno corpo enquanto ela o abraça pelo pescoço.

Jimin para dentro do portão, assistindo a cena se desenrolar. Seu coração dispara e ele luta para entender o sentido de Jungkook estar ali, assim como o carinho que emana dele quando ele abraça Minji. Ele se abaixa e pega a mochila de Minji antes de seguir para onde todos estão. Ele chama a atenção de Jin e desvia o olhar para Jungkook, perguntas queimando em seus olhos castanhos.

— Jimin, momento perfeito, eu estava prestes a preparar o frango. Venha comigo? — Jimin olha para onde Jungkook ainda está conversando animadamente com Minji. Ele permanece agachado, mas seus braços não estão mais em volta dela, causando uma estranha sensação de alívio e desejo em Jimin. Eles estão discutindo animadamente o dia, Jimin captando pedaços de sua história sobre Han.

— Da próxima vez, diga a ele que ele pode ser como Hulk, mas você é Storm, senhora dos elementos. A maioria chamaria Storm de despretensiosa e não ameaçadora, mas ela consegue derrubar Hulk com um relâmpago e ainda assim manter a calma. — Jungkook pisca para Minji e ela ri, concordando.

Jimin morde o lábio quando seu coração se aperta, batendo irregularmente contra o peito.  Ele olha de volta para Jin, olhos arregalados. Jin acena com a cabeça em direção à porta do pátio e Jimin segue silenciosamente. A porta se fecha atrás deles e Jimin se senta na ilha da cozinha. 

— Eu não sabia que ele estaria aqui.

— Veio sem aviso prévio esta tarde. — Jimin assente. — Você gostaria que eu pedisse para ele sair?

— Jin. Não, não, claro que não. Ele é sua família. Está tudo bem. Eu só fiquei... surpreso.

— Eu imagino que ele veio pela mesma razão que você, quando pediu para jantar conosco. — Jin comenta irreverentemente.

— E que razão poderia ser essa?

— Para processar seu encontro de almoço. — Jin fala casualmente enquanto puxa o frango da geladeira.

— Não foi um encontro. — Jimin diz uniformemente. Jin cantarola em resposta. — Não foi! — Quando ele não recebe nenhuma resposta, abaixa a voz. — Ele pensou que foi?

— Você quer que ele pense?

— Eu literalmente disse que não era um encontro. Por que você acha que eu gostaria que ele pensasse que era um encontro? — Jimin pergunta enquanto Joga as mãos para o alto.

— Porque eu acho que você gosta dele. — Jin diz casualmente.

Jimin tosse e engasga. 

— Eu... por que... o quê?

— Oh meu Deus, você é adorável. — Jin murmura enquanto bagunça o cabelo do amigo.  Jimin estreita os olhos para ele. — Jiminnie, eu não vejo você olhar para alguém do jeito que você olha para Jungkook desde... bem... eu nunca vi você olhar para alguém, além de Minji, com esse tipo de carinho.

Jimin morde o lábio inferior. 

— Ele é legal.

— Ele é.

— Ele é um ótimo professor para Minji. — Jin assente e cantarola, esperando Jimin continuar. — Ele nos faz rir. — Ele suspira. — Ele é tão jovem, Jin. Merda, a última coisa que ele gostaria de fazer é namorar um pai solteiro. Ele deveria estar festejando nos clubes do centro da cidade com todos os seus amigos de vinte anos.

 Jin sorri. 

— Jimin, Jesus Cristo, você está falando como se tivesse quarenta! Só porque você é pai não significa que você também não possa ir a clubes se quiser. Kookie é mais um ávido observador de filmes do que um clubber. — Ele pisca para Jimin.

 — Eu acho... é bom saber?

O som da porta deslizante impede Jin de fazer mais comentários.  Jimin olha por cima do ombro e vê um Jungkook de aparência envergonhada aparecendo com a cabeça.

— Hey Jin, Minji está se perguntando se você tem uma caixa de suco? Quero dizer, se estiver tudo bem pra Jimin, é claro. — Ele morde o lábio quando seus olhos encontram os de Jimin, que balança a cabeça levemente, forçando-se a se concentrar por um segundo. 

— Claro. — Jin pega uma caixa de suco da geladeira e passa por Jungkook. — Ela está lá fora?

— Oh sim! Estamos apenas nos atualizando. Não é como se eu não a tivesse visto ontem. — Ele sorri, seus olhos brilhantes.  Jimin luta para manter seu suspiro internamente. — Ela está decepcionada que Kakuna não está aqui.

 Jin esgueira-se por Jungkook, caixa de suco na mão enquanto Jungkook entra ainda mais na cozinha e se inclina contra a ilha em que Jimin está sentado. 

— Isso não me surpreende. — Jimin esconde seu sorriso atrás da mão. — Onde ela está, afinal? Kakuna, quero dizer.

— Ah, creche para cachorros. — Jungkook responde enquanto se aproxima quase imperceptivelmente de Jimin.  — Por mais preguiçosa que pareça, ela destruiria meu apartamento se eu a deixasse sozinha em casa o dia todo. — Jungkook riu. — Mesmo assim eu a amo. E ficaria entediado sem sua brincadeira para me manter entretido.

— Entediado? Certamente você tem coisas que o mantêm ocupado. — Jimin apoia o cotovelo na bancada, o queixo na palma da mão enquanto olha para Jungkook. Ele lambe o lábio inferior lentamente quando ver uma pequena marquinha logo abaixo do lábio de Jungkook.

 Jungkook ri. 

— Não sei bem o que você está dizendo, mas, na verdade, sou uma pessoa caseira. Passo muito tempo com minha conta Netflix e compondo músicas com Yoongi. Exceto quando se trata de comida. Eu posso ou não ter um pouco de problema em comer fora. Adoro experimentar novos restaurantes. Há este novo bistrô francês que quero experimentar. — Jimin nota que as pontas das orelhas de Jungkook ficam rosa e ele tosse na mão.

— Então você é um explorador gastronômico. — Jimin brinca.

Jungkook cantarola assim que ele contempla a pergunta e assente suavemente. 

— Acho que eu deveria começar um blog, não é? — Jungkook brinca de volta.

O riso de Jimin começa pequeno e risonho até Jungkook se juntar a ele. Jimin jura que poderá se perder na maneira como os olhos do mais novo se iluminam animadamente quando ele ri.  Seu rosto, tão cheio de alegria, bochechas rosadas e apertadas para expor aquele sorriso adorável... Jimin sente se perdendo nisso também.

Jungkook se endireita e pigarreia. 

— Eu realmente me diverti muito com você no almoço hoje.

Jimin sente seu estômago apertar e o coração bater forte. 'Não faça isso, Kook. Não estrague isso.' Ele percebe que não quer dizer não, mas sabia que fará.

— Eu também. — Jimin chiou.

 Encorajado pelo sentimento semelhante de Jimin, Jungkook continuou no caminho que Jimin teme. 

— Talvez, quero dizer, se você quiser, já que eu vou para lá de qualquer maneira, talvez você...

— Jungkook. — Jimin tenta interromper.

 — E Minji possam vir comigo. — Jungkook continua.

Jimin fica um pouco atordoado e surpreso. Seu rosto cai, ilegível para Jungkook. Seu olhar passa pelo rosto de Jungkook. 

— E-eu e Minji?

 — Sim? — Jungkook morde o interior de sua bochecha. Merda, eu não deveria ter dito nada. Oh, isso é estranho. Você é tão estúpido, Kook, que diabos você estava pensando. Hoseok, O MELHOR AMIGO de Jimin disse para você ir devagar, conhecê-lo. Por que você acha que depois de um almoço...

 — Tudo bem.

A repreensão e o diálogo interno de Jungkook chegam ao fim estridente. 

— Tudo bem?

— Sábado funcionaria? As crianças terá seu primeiro torneio pela manhã, mas Minji e eu estaríamos livres no início da noite. —  Jimin esfrega as mãos, deslizando as pontas dos dedos uma na outra. — Você poderá... um... vir ao torneio se quiser. Jin, Joon e Hobi também estarão lá.

— Eu adoraria, Jimin. Tenho certeza de que você é um ótimo instrutor e aposto que todas as crianças amam você.

"Sério, seus olhos podem ficar mais brilhantes e mais inocentes?" Jimin fica ofendido, mas carinhoso. 

— Eh, alguns deles me acham muito rigoroso. Mas apesar de tudo, eles parecem gostar de mim.

— Como se alguém pudesse culpá-los. — Jungkook diz suavemente.

— Papai! — Minji chama através de um grunhido quando ela abre a porta deslizante. — Tio Joonie quer a galinha! — Jimin corre para descer da bancada e pegar o prato de frango preparado enquanto Minji alcança a mão de Jungkook. — Vamos Kookie.

 Jungkook olha por cima do ombro em direção a Jimin, um sorriso encantador dançando por todo seu rosto. 

— Estou bem atrás de vocês. — Jimin promete. Ele para por um segundo depois que eles passam pelo limiar, permitindo que seu corpo se afunde no balcão. — O que diabos você está fazendo, Park Jimin?
 

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CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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Amando meu caro Jimin. Amando.

Continue assim. 😉🤗

Obrigada a todos pelo carinho e apoio.