52. Hojun
— Eu particularmente não quero vê-lo, vovó. — Jungkook geme quando a liga entre as aulas. — Quando Jimin me disse que ele marcou um jantar, tudo o que eu consegui pensar foram em todas as coisas odiosas que Hojun disse a Jimin, os nomes horríveis que ele o chamou e com que violência o espancou. — Ele estreita o olhar na calçada. — Eu não o quero em nossa casa.
— Jungkookie, eu sei que você está se sentindo mais protetor com Jimin agora, mas querido, tenho certeza que Jimin está procurando por algum entendimento, algum fechamento. E certamente ele está pensando mais em Minji do que ele próprio.
— Claro que ele está. — Jungkook resmunga. — E, claro, ele tem sido bom avô para Minji, pelo que ouvi, mas...
— Mas ser bom com Minji não apaga o que ele fez com Jimin. — Vovó Kim termina suavemente para ele.
— Sim, exatamente! — O queixo de Jungkook se aperta e ele para nos degraus que leva ao prédio onde seu curso de Imagem e Design será realizado. — Não acredito que tenho que vê-lo em menos de cinco horas.
— Chega de punhos, Jungkook, você me ouviu? — Vovó repreende.
— Sim. Sim. Hojun mandaria um atirador militar me arrastar para fora. — Ele dispensa. — Obrigado por levar Minnie ao cinema também, vovó. Achamos melhor que ela não esteja lá.
— E eu concordo. Ela pode vê-lo mais tarde se tudo correr bem. Você e Jimin vão fazer isso também, Kookie, eu garanto. — Sua voz amável o envolve, aliviando sua ansiedade e confortando-o como nas duas últimas décadas. — Vá para a aula, amor, vejo você mais tarde.
[...]
Minji fica muito feliz por sua bisavó buscá-la no final do dia, feliz por passar a noite com ela. Jungkook e Jimin fixam sorrisos felizes em seus rostos enquanto se despedem dela com abraços e beijos.
— Quero ouvir tudo sobre o filme quando você voltar. — Jungkook diz com um abraço apertado.
— Não dê muito doce. — Jimin avisa a vovó Kim com uma risada.
— Eu!? — Ela engasga com sua própria risada. — Que tipo de bisavó você acha que sou?
— O melhor tipo. — Jimin sorri. — Daí o açúcar em excesso. — Vovó Kim coloca as mãos pequenas nas laterais do rosto de Jimin com um sorriso gentil. — Obrigado. — Ele diz suavemente.
Ela se inclina e dá um beijo na bochecha dele.
— Bem, vejo você mais tarde. Amo vocês, rapazes.
— Também te amo vovó. — Jungkook e Jimin dizem antes de se despedir de Minji.
— Pronto? — Jungkook pergunta e se vira para Jimin atrás da porta fechada.
— Nem um pouco. — o mais velho admite.
Jungkook estende a mão e tranca nas do namorado.
— Não importa o que aconteça, Jimin, ficaremos bem.
— E eu tenho você. — Jimin garante enquanto puxa Jungkook para mais perto. O mais novo olha para Jimin, olhos suaves e cheios de adoração. — Se ele sair da linha, eu cuidarei disso.
— Eu sei que você vai. — Jungkook diz suavemente antes de abaixar o rosto apenas o suficiente para pressionar seus lábios nos do mais velho.
Eles se afastam para terminar o jantar e se arrumar. Jimin está lá em cima e Jungkook está colocando a mesa quando a campainha toca. Ele olha para as escadas antes de ir para a porta da frente. Ele abre a porta e encontra o sorriso nervoso de Chanri e o rosto estoico de Hojun.
— Boa noite, Chanri. — Ele sorri antes de se virar para Hojun. — Sr. Park.
— Olá, querido. — Chanri diz suavemente e estende a mão para acariciar seu braço enquanto ele os conduz para dentro.
Hojun segue atrás silenciosamente. Ele dá a Jungkook um aceno de reconhecimento. Jungkook aperta a mandíbula para manter a calma. Ele observa quando Hojun entra em sua casa, sua mente pregando peças horríveis nele, imaginando-o em pé sobre um Jimin menor, fervendo e enchendo o ar ao redor deles com ódio, humilhando-o, machucando-o. Os punhos de Jungkook se apertam.
— Querido! Eu pensei ter ouvido a porta... — Jimin diz apressadamente enquanto desce as escadas. — Oh. Oi mãe, pai. Ainda não estávamos esperando vocês.
— Desculpe-nos por chegarmos mais cedo, querido. — Chanri diz enquanto tira os sapatos.
Jimin encontra os olhos de Jungkook e percebe o quão tenso o mais novo já está. Ele desce a última metade da escada e passa o braço pela cintura de Jungkook. O rosto de seu pai treme levemente, mas ele pigarreia e tenta oferecer algo que lembrava um sorriso.
– Oh, sem problema. O jantar está quase terminado. Posso pegar uma bebida para vocês dois? Kookie guardou um bom vinho, mãe. Pai, eu tenho uma boa garrafa de uísque. — Os músculos de Jungkook ainda não estão relaxados, e enquanto ele observa Jimin se apressar para acomodar alguém que o tratava tão mal, eles ficam ainda mais tensos.
— Onde está Minji? — Hojun pergunta.
Assim que o olhar de Jungkook se estreita e sua boca se abre, Jimin aperta a mão na cintura e fala primeiro.
— A avó de Jungkook a levou para ver um filme. — Hojun vira-se para Jimin e Jungkook, a decepção visível sob uma camada de aborrecimento defensivo. — Nos achamos que seria melhor conversarmos sobre coisas que precisam ser discutidas sem ela aqui.
Hojun olha fixamente para Jimin enquanto Chanri se afasta do lado dele para alcançar Jungkook.
— Querida, eu adoraria uma taça de vinho. O que você guardou? — Jimin hesitantemente solta Jungkook assistindo ele levar sua mãe para a cozinha.
— Você pode pendurar sua jaqueta atrás de você. — Jimin diz com um aceno. — Puro ou com gelo?
— Puro, Jimin, você sabe disso.
Eles se reúnem na cozinha, Jungkook e Chanri conversando levemente sobre seu vinho branco e Jimin e Hojun bebendo uísque entre tópicos tensos e superficiais. Jungkook continua olhando para os outros dois homens, querendo estar perto de seu parceiro. Chanri toca seu braço gentilmente e balança a cabeça levemente.
— Jimin, me disseram que você solicitou que seu contrato fosse rescindido das forças especiais. — Hojun fala.
— Eu fiz. — Jimin diz calmamente.
— Você acha que foi a melhor ideia?
— Nós ficaremos bem. — Jimin assegura. — Ou melhor, estamos indo muito bem, pai.
— Essa é uma posição muito lucrativa. — Hojun comenta enquanto coloca o copo na bancada de quartzo.
— É uma posição inconveniente neste momento. — Jimin diz. — E eu não gostei de como você segurou minha cabeça (por ser Almirante ele manteve o emprego de Jimin com bom salário e tudo mais). Não precisamos dessa posição para se sair bem nesta casa, o que significa que também não precisamos nos irritar.
Hojun aperta os lábios.
— Eu vejo. Então, o dojang está indo bem?
— Claro que está. — Jimin responde.
Hojun quer dizer ao filho que está orgulhoso dele, mas as palavras ficam presas, estranguladas pelo passado e pela falta de desculpas.
— E Jungkook está ajudando? Com as finanças?
— Não tenho certeza de como isso é relevante. — Jimin murmura através dos lábios apertados.
— Eu tomo isso como um não. Você trabalhou duro para ser independente, Jimin. Eu gostaria de saber que nenhum garoto está vindo para tirar proveito disso.
Jimin quase ri do elogio.
Jimin estreita o olhar para o pai enquanto tenta contar até dez.
— Uau. Nem esperou até que o jantar fosse servido para começar a ofender meu parceiro. Impressionante. Mas eu não esperava nada menos do grande Almirante Park. — Ele zomba. — Jungkook não está tirando vantagem de nada. Ele adicionou muito a essa família, fez minha vida mil vezes melhor. A minha e a de Minji. — O coração de Jungkook incha com a defesa de Jimin.
Antes que Hojun possa responder, a campainha toca novamente. Os lábios de Jungkook se curvam e ele pede licença para atender a porta. Seus pais estão diante dele e lhe oferecem sorrisos encorajadores.
— Eles já estão aqui. — Ele diz suavemente.
Jungkook e Jimin decidiram convidar os Jeon's como um amortecedor, não querendo que a mãe de Jimin assumisse esse papel sozinha.
— Como vão as coisas? — Aesook pergunta suavemente enquanto beija a bochecha do filho.
— Eu o odeio. — Jungkook resmunga baixinho.
— Mas você ama Jimin. Isso precisa ser feito, Jungkook. — Jinho diz com um aperto no ombro enquanto Jungkook assente.
— Aesook, Jinho! — Chanri exclama, encantada e surpresa. — Eu não esperava vocês dois aqui. — Ela dá a volta na ilha da cozinha e abraça Aesook. — Hojun, esses são os Jeon's: Aesook e Jinho, os pais de Jungkook.
O rosto de Hojun se contorce um pouco, como se estivesse tentando entender algo quando Jinho aperta sua mão.
— Almirante Park. — Jinho cumprimenta.
— Jeon Jinho... acredito que já nos conhecemos.
Jinho oferece um sorriso, embora Jungkook possa dizer que é forçado.
— Você é um colaborador apreciado da Federação Kim Jeon há algum tempo. Esteve nos últimos três galas anuais.
— Sim Sim. Vocês são... vocês são os pais de Jungkook. — Hojun diz, surpreso quando as peças se juntam.
— Nosso orgulho e alegria. — Jinho olha por cima do ombro e sorri para onde Jungkook finalmente havia voltado para Jimin, a palma da mão grande nas costas do mais velho, esfregando pequenos círculos. — E nós amamos seu filho também. Ele tem sido um complemento maravilhoso para nossa família, nunca vimos Jungkook tão feliz.
— Ele é. — Hojun pigarreia. — Você o considera da família?
— Oh, absolutamente sim. — Aesook entra na conversa com um sorriso deslumbrante na direção de Jimin. — Não poderíamos estar mais felizes em ter ele e Minji como parte de nossa família. Adoramos os dois.
Hojun está claramente em conflito. São essencialmente cinco contra um neste momento.
— Bem, estou feliz então.
— E Jungkook faz parte da sua família. — Jinho diz severamente, deixando pouco espaço para discussão. Mas se alguém estivesse disposto a aceitar esse argumento, seria Hojun.
Jimin pula primeiro com um bufo.
— Eu teria que fazer parte da família do Almirante Park primeiro.
— Jimin. — A mãe dele ofega.
Jimin balança a cabeça enquanto olha para o pai.
— Eu não posso, não é mesmo, pai? Porque 'Os Parks não são bicha'.
— Hojun, você não falou isso. — Chanri sussurra.
Aesook e Jinho travam os olhos, corações partindo, antes de voltarem para o pai de Jimin. Os olhos de Hojun tremem sob o julgamento.
— Foi há muitos anos atrás. — Ele tenta defender a declaração.
— E você acha que ele esqueceu? — Jungkook estala. — Sua rejeição a ele o destruiu de dentro para fora. Mas passarei o resto da minha vida provando a ele que você estava errado. Não há nada de errado com ele, Hojun.
— Levou algum tempo para mamãe, e eu entendo que isso não é algo fácil de... mudar na mente. — Jimin engole a dor e tenta recuperar a coragem enquanto tenta diminuir a tensão que enche a cozinha. — Mas, como eu disse ao telefone, se você quiser entrar em contato com Minji, precisará aceitar Jungkook.
Hojun assente.
— Eu quero tentar.
— É tudo o que pedimos. — Jimin diz antes de se virar para Jungkook. — Querido, quer pegar a louça?
— Eu ajudo. — Chanri oferece com um sorriso.
— Eu só preciso de um minuto. — Jimin sussurra enquanto passa a mão pelos cabelos de Jungkook antes de beijar sua bochecha suavemente. O mais novo assente e o observa sair da sala.
Jungkook então volta seu olhar de aço para Hojun.
— Escute, entendo que você não aprova o relacionamento de Jimin comigo. No entanto, você precisa perceber que estamos mais do que prontos para continuar e seguir em frente sem nenhuma interação com você. Minji sente sua falta e eu sei que você a ama, e você pode achar que é injusto com ela se nós a cortarmos de sua vida. Talvez seja, mas eu não vou a lugar nenhum, e você não pode voltar só por causa da Minnie. Jimin não merece ser ignorado ou jogado de lado. Jimin é incrível. Resiliente e determinado. Dedicado e gentil. Você deveria ter a sorte de conhecê-lo da maneira que conhecemos. Vou me casar com seu filho, Hojun. Ele será um Jeon. Minji será um Jeon. E eu serei amaldiçoado em deixá-lo perto de qualquer um deles, se você continuar a desrespeitá-lo e menosprezar nosso relacionamento. Você não precisa se preocupar com nenhum viado na sua família, porque eles serão minha família.
Jungkook suspira antes de se afastar de Hojun e encarar o pai.
— Vou verificar meu parceiro.
— Claro, Kook. Continue. Nós ficaremos bem aqui em baixo. — Jinho encoraja.
— Baby. — Jungkook chama e entra no quarto deles. Ele ouve a água correndo no banheiro e abre a porta. Jimin está na pia, tentando usar água fria para acalmar seus olhos vermelhos.
— Eu não queria que ele me visse chorar.
Jungkook dá três passos largos para o banheiro e envolve-se em torno de Jimin por trás.
— Você está indo muito bem, querido. Eu sei que isso é difícil, mas estamos todos apoiando você, amor. Eu, sua mãe, meus pais.
— Eu sei. — Jimin funga. — E eu amo todos vocês por isso. — Ele passa as mãos pelos antebraços de Jungkook antes de trancar os dedos e encontrar os olhos do mais novo no espelho. — Você está indo muito bem também.
Jungkook ri levemente contra ele.
— É preciso toda a minha força para não perder a cabeça. Mas eu sei que você precisa fazer isso.
— Obrigado.
Jungkook deixa seu rosto cair no pescoço do Jimin, pressionando um doce beijo na pele macia lá.
— Eu faria qualquer coisa por você. Até isso.
[...]
— Você realmente disse a ele que 'Os Park's não são bicha'? Ele é nosso único filho, Hojun! — Chanri repreende depois que Jungkook sai da cozinha.
— Eu não poderia ter um filho gay! Sou o almirante das forças armadas da República da Coréia, Chanri!
— Você é o pai dele! — Ela retruca.
O ar para ao redor deles, a tensão crepitando no ar. Chanri, Aesook e Jinho se preparam para novas reações explosivas de Hojun. Mas então, os ombros de Hojun caem.
— Eu... eu estava errado, Chanri. Eu sinto muito.
— Não é para mim que você precisa pedir desculpas. — Ela murmura, olhos afiados e estreitados.
— Hojun, Jinho e eu entendemos o quão difícil isso pode ser, chegar a um acordo sobre quem é seu filho quando talvez você esperasse algo... diferente. Mas você precisa decidir se vale a pena perder Jimin, seu único filho, e sua neta Minji por medo de julgarem sua família.
— Você não acha que eu já fiz? Perder eles, quero dizer. — Ele pergunta.
Aesook balança a cabeça.
— Você está aqui, não está? Se eles não estivessem abertos para permitir que você volte, não o convidaria.
[...]
Uma vez que Jimin diminui a respiração e alivia o rubor do rosto, ele se vira para Jungkook com uma respiração profunda.
— Tudo bem.
— Tudo bem. — Jungkook ecoa e tranca a mão na de Jimin. Quando chegam ao pé da escada, os dois notam que a comida já está sobre a mesa e que tudo está pronto para eles jantarem.
— Jimin. — Seu pai diz uniformemente. — Uma palavra? — Seu olhar vai para Jungkook. — Em particular?
Jimin olha para Jungkook, que já tem as defesas prontas para protegê-lo a todo custo. Ele então olha para trás de Jungkook, além de seu pai. Sua mãe dá um pequeno aceno de cabeça, e Aesook dá um encolher de ombros tranquilizador também. Ele olha mais uma vez para Jungkook antes de acenar para o pai. O mais novo passa a mão pelos cabelos de Jimin e segura sua bochecha suavemente antes de virar e olhar para Hojun.
— Prometo devolvê-lo inteiro. — Hojun fala.
Jimin leva o pai para a varanda dos fundos, Jungkook fica parado do outro lado da porta na sala de estar.
— Kook. — Aesook chama. — Venha aqui.
— Ele ficará bem. — Jinho garante.
Jungkook engole em seco, apertando e soltando sua mandíbula. Ele se afasta da porta do pátio e se junta a seus pais e Chanri.
— Juro que se ele disser alguma coisa de merda para ele ou fazê-lo sentir algo que não seja aceito e amado, ou tocar um dedo nele, vou perder a cabeça.
— Jungkook. — Seu pai diz severamente, mas simpaticamente. — Eu acho que ele quer limpar um pouco do ar entre eles. Deve ficar tudo bem.
[...]
Jimin mexe com os dedos, querendo encontrar o olhar de seu pai, mas sem conseguir levantar os olhos alto o suficiente.
— Jimin. O que eu disse a você quando o encontrei com aquele garoto. Não estava certo da minha parte.
— Só o que você disse? — Jimin zomba. Ele tentou desesperadamente manter as memórias de ser espancado por seu pai, que esperava que ele fosse "normal", longe de sua cabeça. Tentou e falhou. Ele nunca juntou os pedaços quebrados. Não totalmente. Mas ele está chegando lá. Com Jungkook. Com Minji. Com todos os seus amigos. Com os Jeons e vovó Kim.
— E o que eu fiz. Nesse dia e muitos dias depois. — Ele respira fundo. — Eu poderia justificar que todas as coisas que eu disse e fiz foi porque meu pai me disciplinou da mesma maneira, mas na verdade foi porque era importante manter uma boa imagens no ROKAF, e porque eu não queria que você fosse provocado ou atormentado quando outros descobrissem...
— Então você me atormentou. Deus, pai, você vê como isso é distorcido?
— Eu não fazia... Eu pensei... pensei que estava fazendo um favor a você. Yungmi teria sido um bom ajuste
— Eu não a amava. — Jimin diz, seu rosto doendo. — Não da maneira que um parceiro deveria. Não como eu amo Jungkook. Como ele me ama. Eu não mereço isso? Não mereço ser feliz?
Hojun assente.
— Você merece, filho. — Jimin permanece quieto enquanto observa seu pai pensar e formular suas palavras. — Sinto muito, Jimin, por não considerar sua felicidade, por não considerar o quanto eu te machuquei. Eu posso fazer melhor.
— Você não precisa fazer melhor apenas comigo. — Jimin diz, sua voz severa.
— Jungkook também. Eu sei. — Ele dá a Jimin um sorriso suave, algo que Jimin não via há anos. — Podemos começar com o jantar?
— Sim, pai, podemos começar com o jantar. — Hojun dá meio passo à frente de Jimin, mas para, sem saber como iniciar qualquer afeto físico com seu filho. — Está tudo bem pai. — Jimin diz enquanto acaricia seu ombro. — Eu não espero milagres.
Jimin entra na casa primeiro e encontra os olhos de Jungkook imediatamente. O mais novo está tenso, ansioso, pronto para fazer o que fosse necessário para protegê-lo. Jimin sorri levemente para ele, em tranquilização silenciosa. Ele assiste Jungkook respirar profundamente.
— Quem está pronto para comer? — Hojun pergunta e eles se aproximam da cozinha.
[...]
— Então, Jungkook, como estão seus estudos? — Hojun pergunta.
Jungkook olha para Jimin primeiro enquanto engole e em seguida, vira-se para Hojun.
— Muito bem. Gerenciar um diploma duplo não é fácil, mas é importante para mim fazer as duas coisas.
— Ah? E quais são seus cursos?
— Gestão de negócios e fotografia. — Jungkook diz enquanto olha para seus pais e depois para Jimin.
— Estamos muito orgulhosos dele. — Fala Jinho. — Ainda esperamos que ele queira assumir os negócios da família, mas ele está realmente decidido a assumir a administração do Park Dojang. No entanto, acho que esse ainda é o negócio da família para ele.
— Tenho certeza de que descobriremos tudo em alguns anos. — Jungkook ri.
— E a fotografia? — Hojun pergunta.
Jungkook sorri enquanto segura a mão de Jimin.
— Apenas algo que eu amo fazer.
— Você devia ver as fotos que ele fez de Minji. — Jimin jorra.
— Oh, elas são tão adoráveis! — Aesook se apressou em dizer. — Jungkookie, você deveria mostrá-las a Hojun.
Jungkook se mexe desconfortavelmente em sua cadeira e Jimin aperta sua mão.
— Uh, sim, quero dizer, se ele quiser vê-las.
— Eu gostaria disso, Jungkook. — Hojun diz. Chanri olha para ele, o orgulho irradiando.
[...]
O telefone de Jungkook toca quando todos estão sentados na sala, navegando pelas infinitas fotos que ele havia tirado de Minji e Jimin nos últimos oito meses. Hojun até elogia as habilidades de Jungkook.
📩Vovó:
Terminamos o filme e o jantar. Como estão as coisas?
📩Jungkook:
Melhor do que eu pensava que seria
Jungkook cutuca Jimin.
— Vovó está perguntando se elas podem voltar.
Jimin olha ao redor, para a reunião em sua sala de estar.
— Eu acho que ficará tudo bem. O que você acha?
— Eu suponho que sim. — Jungkook murmura baixinho. Ele ainda não está muito interessado na ideia, mas, no final das contas, confia no julgamento de Jimin.
📩Jungkook:
Você pode trazê-la de volta
📩Vovó:
Estaremos ai em cinco minutos
— Pai Kookie! Papai! — Minji chama e ela entra pela porta da frente. — Bisvovó me levou a este lugar onde eles cozinham tudo bem na nossa frente! Foi tão... VOVÔ! — Toda a atenção dela é roubada quando ela vê Hojun no sofá. Ela corre para o avô e se joga nos braços dele. Jimin e Jungkook assistem enquanto os olhos de Hojun brilham com lágrimas que ele nunca deixaria derramar. Ele fecha os olhos com força enquanto puxa Minji contra ele.
— Minha Minnie, eu senti tanto a sua falta. — Ele diz, sua voz tensa.
— Onde você esteve, vovô? — Ela pergunta enquanto continua a abraçá-lo. — Você se foi para sempre.
— Sinto muito, minha doce menina. Eu não quis ficar fora por tanto tempo. Já terminei o que me afastou. Prometo que não vou mais sair assim. — Ele acaricia a nuca de Minji enquanto pressiona beijos na têmpora dela. Ele olha além dela, seus olhos ainda brilhando com lágrimas não derramadas. — Obrigado. — Ele fala para Jimin e Jungkook. Ambos dão um pequeno aceno de cabeça enquanto trancam as mãos...
Hojun finalmente solta Minji. Os olhos dela se arregalam quando olha em volta.
— Vovó! Grammy Sookie! Vovô Jinho! — Ela se vira para os pais. — Você está tendo uma festa?
Jungkook ri.
— Não é bem uma festa, bebê. Não é uma festa até você estar aqui.
[...]
— Midterms* é péssimo. Merda, se os intermediários são tão ruins assim, nem consigo imaginar finais. — Jungkook geme e abaixa a cabeça para trás, esticando os braços atrás de si.
— Suponho que não ajuda que você tenha algo ainda mais importante do que as conclusões intermediárias em sua mente, hum? — Narae diz enquanto também faz uma pausa em suas anotações.
— Deus, Narae, é o próximo fim de semana. — Seu coração bate forte no peito enquanto ele revira mentalmente tudo o que havia planejado para aquela noite.
— Isto é. — Narae sorri. — Em pouco mais de uma semana você estará noivo. Mas primeiro, precisamos passar pelo resto desses testes abandonados por Deus. O que você pegou para esta semana?
— Apenas projeto cultural e história e os malditos princípios de gerenciamento. — Narae contorce o rosto com nojo. Jungkook ri. — Sim, eu que o diga.
— Não me conte nada, isso está na minha agenda para o próximo semestre.
Jungkook bufa.
— Desfrute.
Narae joga uma planilha amassada nele.
— Cale-se. Quer que eu conte tudo sobre o curso de direito comercial?
— Deus não. — Jungkook lamenta.
— Sabe, ainda não acredito que você conseguiu tudo o que planejou para esta proposta. — Narae diz melancolicamente. — Só espero que meu eventual parceiro faça com que minha proposta seja metade tão extravagante quanto esta.
As orelhas de Jungkook esquentam e suas bochechas coram.
— Bem, quero dizer, as conexões familiares...
— E dinheiro.
— Conexões familiares e dinheiro, — Jungkook ri. — realmente abriu algumas portas. Só espero que não seja demais para ele. Talvez eu devesse ter mantido mais discreto. — Ele começa a morder o lábio inferior quando a preocupação enche seu rosto.
— Jungkook, ele vai adorar. Todo mundo vai adorar. Tal declaração de amor é uma maravilha para testemunhar. Embora eu ache que ele diria sim independente de como você propor.
Jungkook desvia os olhos enquanto sorri.
— Você provavelmente não está errada.
[...]
— Joon! — Jin grita e entra correndo na casa. — Namjoon!
Namjoon corre para a sala dos fundos da casa.
— Jin! Você está bem? O que há de errado?
— Nada! Nada está errado! — Os olhos de Jin estão arregalados e cheios de lágrimas não derramadas. Namjoon finalmente nota uma carta em suas mãos.
— Jin. — Ele diz suavemente. — Isso é uma carta de...
Jin assente.
— Fomos movidos para a próxima etapa. Nossas verificações de antecedentes foram aprovadas. Eles querem marcar uma entrevista conosco! Bem, várias entrevistas conosco e nossas referências. Mas Joonie, estamos no próximo passo! Mais um passo para conseguir nosso bebê. — Sua voz falha, tomada pela emoção e suas lágrimas finalmente rompem.
Namjoon corre para o marido, puxando-o para um abraço sufocante. Ele segura a parte de trás de sua cabeça quando o encontra em um beijo frenético, suas emoções saindo deles.
— Eu te amo. Eu te amo muito. Eu não posso acreditar.
Namjoon sabe que ele deve tentar manter a cabeça nivelada, manter os dois na realidade de que isso não é garantia de sua total aceitação. Ele não pode deixar de ter esperança, no entanto. Ele não quer nada mais do que começar uma família com Jin. Seu lindo marido, que não tem nada além de quantidades ilimitadas de amor, prontas para serem entregues a um filho. Às vezes, ele questiona suas próprias capacidades no campo dos pais, mas não tem dúvidas sobre Jin.
— Quando é a entrevista? — Namjoon sussurra.
Jin se afasta para reler a carta. O rosto dele cai.
— Em março. — Ele encontra os olhos de Namjoon, sua sobrancelha unida. — Como eles podem nos dar notícias tão bonitas e nos fazer esperar quatro meses para ser entrevistados?
— Meu amor, isso ainda é muito mais rápido do que prevíamos. Lembre-se, que há casos que podem levar anos para serem aprovados. Veja com que rapidez isso está acontecendo. — Namjoon diz, sua mão grande acariciando o rosto de seu marido.
Os olhos de Jin se arregalam.
— Você acha que eles estão nos pressionando apenas para que possam nos negar mais rápido!?
O coração de Namjoon se aperta com a visão diante dele. Ele sabe que não pode prometer a Jin que não é esse o motivo, mas também não quer que seu marido perca a fé.
— Eu não sei, meu amor. Eu realmente espero que não. Mas, infelizmente, precisamos estar preparados para esse resultado.
— Joonie, não tenho certeza se meu coração pode ser negado. — Jin agarra as costas da camisa de Namjoon, enterrando o rosto no ombro dele.
— Eu estarei ao seu lado. Você não passará por isso sozinho. Nós temos um ao outro, certo? Eu sempre vou ajudá-lo a carregar seus fardos e sua dor. Você nunca vai está sozinho, Jin. Nunca.
Jin treme no abraço do marido.
— Eu te amo. — Ele murmura na camisa umedecida de Namjoon.
[...]
— Quero comemorar o sucesso das provas intermediárias. — Jungkook ri contra o peito nu de Jimin.
— Você merece isso. — Jimin concorda, passando os dedos sobre o braço de Jungkook. — Você trabalhou tão duro, Koo.
Jungkook sorri contra ele.
— Eu gosto quando você me chama de Koo.
— Sério? — Jimin brinca.
— Jungkook, Kookie, Kook, Koo... todos parecem perfeitos vindo de você. Mas sabe como eu gosto mesmo que me chame? — Jungkook pergunta enquanto joga a perna sobre a de Jimin e passa os dedos sobre o peito dele.
— De que? — O mais velho sussurra e sua respiração fica presa ao toque de Jungkook.
— Seu.
Jimin ri, o som fazendo o coração do mais novo vibrar.
— Você é tão brega. — Jimin ri e empurra Jungkook de volta para que possa olhar para ele. Ele traça os traços do rosto de Jungkook. — Mas você é meu. Você sempre será meu, certo Kookie?
— Sempre. — Jungkook promete enquanto puxa Jimin para ele, a necessidade de sentir e provar seus lábios superando todo o resto. — E você?
— Sou seu. — Jimin sussurra nos lábios do mais novo.
— Então você vai sair comigo no próximo fim de semana? — Jungkook pergunta enquanto puxa o mais velho para deitar em cima dele. Jimin puxa os joelhos para se aninhar nas laterais da cintura de Jungkook e senta-se para olhá-lo com um sorriso gentil.
— Claro que eu vou. — Ele se inclina e o beija suavemente.
🌸
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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Gostaram desse capítulo? Espero que sim. Gostei do fato do pai de JM mudar. A maioria das histórias que tem os pais ruins não os fazem mudar. Acho que yodo mundo merece segunda chance quando verdadeiramente arrependido e disposto a mudar, mesmo que difícil. Ele tá tentando mudar anos de tradição mental. E isso já é um grande passo.
Talvez esteja pensando, mas a mãe de Jimin viu o marido puxando o filho para o escritório, coisa e tal. Geralmente os homens que corrige os filhos, uma repreensão, uma conversa, depende de cada pai. Jimin tinha 15 anos, fez algo errado (opinião deles, claro) e ia ser corrigido. Mas ela não sabia que ele iria agredir o filho tanto fisicamente, como emocionante. Ela pensou que era só uma pequena repreensão. Jimin não fez barulho, ele engoliu o choro. E ele também não falou nada depois... Então...
*Midterms
Os midterms nada mais são do que os exames do meio do semestre. Durante essa semana, o aluno será testado em todas as disciplinas, seja através de provas ou trabalhos com grade peso na nota final. Ou seja, ao contrário do início do semestre, os testes irão ocorrer durante um mesmo período, o que faz com que o aluno tenha que se dedicar bastante em todas as suas disciplinas.
A primeira grande diferença dos midterms para as provas que o aluno teve até então é que, dependendo da grade do estudante, há a possibilidade de várias provas acontecerem no mesmo dia. Ou seja, ter uma semana de provas não necessariamente significa que o aluno irá fazer uma em cada dia: tudo dependerá de sua grade horária. Isso pode representar um grande estresse para o aluno, que precisará se preparar muito bem para lidar com seu calendário de provas.
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