4. Walk to the park
Por mais que tente, Jimin não consegue negar a oferta de Jungkook de dar aulas de piano para Minji. Tampouco consegue apagar a imagem de Jungkook e Minji tocando juntos. Ele parece ter jeito com as crianças, provavelmente por que ensina na Pathways for Youth. Jimin sorri, quem imaginaria que um garoto tão jovem quanto Jungkook seria voluntário em um centro de apoio à juventude?... Espera, quantos anos ele tem mesmo? Namjoon tem o mesmo tipo de espírito, talvez seja uma característica da família. Seu sorriso é incrivelmente autêntico e Minji foi arrebatada. Jimin pode ter sido também, mas se você perguntar a ele, é apenas pela felicidade de Minji, não para quem ela estava olhando.
Jimin e Minji passam o resto do fim de semana fazendo projetos de arte, limpando a casa e fazendo compras. Entre tudo isso, Jimin continua a procurar professores particulares, bem como centros musicais, para tentar garantir aulas para Minji, tudo sem sucesso.
— Papai?
Jimin olha para Minji enquanto andam de mãos dadas ao longo do pequeno shopping perto da casa. Ele abriga uma pequena padaria que tem os melhores pãezinhos de canela deste lado da cidade, e Minji adora comê-los nas manhãs de domingo. Jimin seria um mentiroso se dissesse que também não ama a tradição.
— Sim, bebê?
— Podemos ir ao parque hoje? — Jimin ri.
Os dias se tornaram mais longos e mais quentes, o ar perdendo sua frieza um pouco mais a cada dia. Os invernos sempre foram difíceis com Minji, sua energia ilimitada desesperada por uma tomada externa. Ele pode ver agora, enrolado dentro dela, em antecipação à sua decisão. E quem é ele para negá-la?
— Claro Minnie, podemos ir ao parque hoje. Vamos para casa, tomar café da manhã e nos limpar. Depois, arrumaremos uma bolsa e partiremos.
— Um piquenique!? — Minji está fora de si.
[...]
Jungkook está sentado ao piano, tocando um medley* que vem dançando em sua cabeça desde a noite de sexta-feira na casa de Namjoon e Jin. Ele toca pela décima segunda vez e para ao perceber que está tocando a música de abelha e sapo de Minji. Ele ri para si mesmo e esfrega a parte de trás do pescoço.
(*Medley ou pot-pourri é um formato musical em que várias músicas são misturadas, de modo harmônico, dentro de uma única canção.)
— Você é ridículo, Jungkook. — Ele murmura.
Ele sai do escritório e está prestes a fazer um chá quando ouve uma batida rápida na porta. Antes que ele dê um passo nessa direção, a porta se abre e a cabeça de seu melhor amigo aparece.
— Ei, você está trabalhando em alguma coisa? Estava passando e ouvi algo novo. — O buldogue francês de Jungkook, Kakuna, cambaleia o mais rápido possível, com as pernas curtas e a barriga redonda, para os pés do homem, que se inclina para pegá-la e massageia entre suas orelhas grandes.
— Yoongi, seu ouvido nunca deixará de me surpreender. — Jungkook ri enquanto faz sinal para Yoongi entrar. Ele toma seu lugar de sempre no banquinho à direita no balcão da cozinha, ainda segurando Kakuna em seus braços. Jungkook e Yoongi não se conhecem há muito tempo pelos padrões da maioria das pessoas, apenas um ano e meio, mas logo ficou claro que eles se uniram muito bem para não cair no rótulo de melhores amigos. Yoongi sabe mais sobre ele e sua vida do que as pessoas que o conhece desde o ensino médio.
— Então você está trabalhando em uma nova peça?
Jungkook ri inquieto enquanto puxa duas canecas do armário.
— Não... hum, não exatamente. — Yoongi cantarola enquanto inclina a cabeça para o lado. — Uh, lembra da minha noite no Joon?
— Você quer dizer a noite em que os céus se abriram e você se apaixonou por um pai solteiro?
Jungkook joga uma toalha de mão na direção geral de Yoongi, mas acaba errando.
— Cale a boca, Yoongi. Eu não me apaixonei por ele. — Jungkook revira os olhos. Pode ou não ter sido uma provocação justificada, vendo que ele divagou por horas sobre sua noite para Yoongi.
— Claro, Kook.
— Você quer o maldito chá ou não? — Jungkook estala enquanto ri. Yoongi faz um sinal para que ele continue com o chá e sua história do que está trabalhando, enquanto coloca Kakuna de volta no chão, para seu desgosto. — De qualquer maneira, Minji, — sua boca se curva como se tivesse vontade própria ao falar o nome da garota, — estava cantando essa pequena música quando estávamos dançando. Sobre abelhas e sapos. — Ele balança a cabeça enquanto seu sorriso cresce, os olhos brilhando com a lembrança. Leva todo poder e força para Yoongi não fazer uma provocação. — Aparentemente, a música ficou preso na minha cabeça desde então e saiu quando eu estava brincando com o piano. — Jungkook larga os saquinhos de chá em suas canecas e passa um para Yoongi que bufa enquanto passa as mãos pela caneca.
— E você diz que não se apaixonou.
— Pare. — Jungkook suspira. — Eu gosto deles. Jimin é...
— O cara adorável do café que você está apaixonado há meses.
— Tanto faz. Então, o Jimin, ele parece um pouco difícil de ler ainda. Mas Deus Yoongi, se você pudesse vê-lo com sua filha. Ele é uma pessoa totalmente diferente. Ele acende. E Minji é tão alegre, fofa e educada. Acho que estou dizendo que não me oponho a vê-los com mais frequência.
Yoongi fecha os olhos e toma um gole de chá. Jungkook sabe que ele está formulando alguma coisa. Então espera.
— Sabe, eu fui criado por uma mãe solteira. — Ele diz humildemente.
— Eu sei. — Jungkook abaixa o olhar.
— Um pai solteiro é uma coisa sagrada. Não é algo que você possa mexer só porque eles são fofos.
— Porra, por que ninguém está do meu lado sobre isso!? — Jungkook estala. — Entendi! Eu apenas... não consigo ver para onde vai? Quero dizer, não é como se eu tivesse o número dele ou qualquer maneira de alcançá-lo. Ele toma café onde eu trabalho, e aparentemente é um dos melhores amigos do meu primo, mas não é como se ele entregasse qualquer informação, mas é isso. Eu só quero conhecê-lo. E ela também. Eu quero conhecê-los. Eu nunca... forçaria nada.
— Eu sei, Kook. — Yoongi espera até Jungkook erguer os olhos para ele antes de continuar. — Você realmente precisa entender que isso não é apenas sobre você e Jimin, não importa quão pequeno pareça agora. Você precisa considerar Minji, porque garanto que essa é a única pessoa que Jimin considera.
[...]
Dentro de algumas horas, Jimin e Minji estão a caminho, pelas calçadas do bairro, emolduradas por grandes árvores e moradias. Jimin relaxa com o cheiro da terra de primavera, enquanto passeia pela praça. Passarinhos cantam ao redor deles enquanto pulam nos galhos, começando a brotar. A estação favorita de Jimin é a primavera, a renovação da vida e o calor e a positividade que o sol traz. Sem mencionar as flores de cerejeira. Tanto ele quanto Minji são apaixonados pelas flores de cerejeira. Uma de suas tradições favoritas é participar do 'Grand Park Cherry Blossom Festival'. Eles passam o dia cercados pelo cheiro doce de flores de cerejeira, pétalas suaves flutuando ao redor deles enquanto comem em muitas barracas de comida e brincam. Eles vão todos os anos, e todos os anos Jimin luta para enterrar a sensação incômoda de solidão. Ele odeia o sentimento, porque com ele surgem os sussurros de que ele não é suficiente, nunca será suficiente e que ninguém jamais o desejará.
Ele ama Minji mais do que tudo, o sol nasce e se põe para ela, e ela é o mundo inteiro. Mas às vezes, especialmente quando cercado por famílias 'completas', como no festival, Jimin acaba impressionado com a percepção de quão pequeno é seu mundo. O anseio o alcança no momento mais estranho, como agora, enquanto olha para a sua mão que segura a pequena de Minji, ele deseja ter um parceiro para segurar a outra mão ao mesmo tempo. Às vezes, quando saiam com Namjoon e Seokjin, eles a colocam entre eles e a balançam para frente e para trás enquanto andam, provocando gritos deliciosos dela junto com demandas por outro balanço. Doi saber que ele não pode fazer isso com ela. Não em seu atual estado de solteiro, pelo menos.
— Papai. — Minji começa com um puxão na mão, sacudindo-o de seus devaneios. — Estamos aqui!
— Tudo bem, princesinha, onde primeiro?
— O balanço! — Ela grita enquanto tenta acelerar o passo. Jimin corre atrás dela antes de pegá-la em seus braços e girá-la. Ele se aproxima dos balanços e a abaixa dos braços para o balanço. Ele larga a sacola de piquenique no lado e a empurra firmemente antes de se sentar no outro balanço. Ele balança para frente e para trás lentamente, olhos fechados contra o sol e o vento, enquanto Minji se balança ao lado dele.
Jimin rola pelo telefone, procurando mais uma vez possíveis professores de piano. Bufando pelo fato de já ter chamado todos os principais resultados, ele sai do balanço e pega o telefone para tirar algumas fotos de Minji. Ela está balançando o máximo que suas pequenas pernas de cinco anos conseguem, levando-a a uma altura bastante impressionante. Suas bochechas estão rosadas, pelo esforço ou pelo ar frio, Jimin não tem certeza, e seus cabelos, uma vez presos em duas tranças francesas e em um coque baixo, começam a dançar ao redor de seu rosto, os tentáculos puxados pela brisa suave rolando pelos cabelos em cada direção. Ela é o ser mais bonito que Jimin já viu, mas talvez ele seja um pouco tendencioso.
Ele continua a observá-la e fornecer empurrões quando solicitado, até Minji decidir parar. Ela estica os dedos dos pés, arrastando-os ao longo do rebite de terra embaixo dela, até que diminui o passo para pular.
— Vamos encontrar um lugar para o piquenique. — Ela diz ao estender a mão para Jimin.
— Onde você acha que devemos montar?
-— Hmm... — Minji levanta a mão sobre as sobrancelhas para bloquear o sol enquanto examina o amplo parque. — Gosto da água.
— Eu também. Boa escolha, Minnie. — Minji solta a mão dele e gira alegremente, dançando enquanto ela pula em direção ao rio que atravessa o parque. — Não fique muito perto! — Ele avisa.
— Jimin!? — Uma voz profunda chama, com a sugestão de uma risada no final. Jimin se vira para o som e encontra Jungkook caminhando em sua direção com um cachorro pequeno e rechonchudo ao seu lado. — Oi. — Jungkook morde o lábio contra um sorriso. — Onde está Minji?
O coração de Jimin acelera porque a primeira coisa que Jungkook pergunta é por Minji. Isso é fofo. E assustador. Jimin olha para ele antes de apontar para onde Minji havia declarado sua reivindicação junto ao rio. Assim que Jungkook se vira para seguir o olhar de Jimin, Minji olha para trás para ver o por que seu pai está demorando tanto. Ela começa a voltar quando vê que ele está distraído conversando com alguém. Mas quando ela percebe com quem seu pai está falando, sai correndo.
— Kookie! — Ela grita alegremente enquanto se aproxima, mas para de repente quando nota o filhote, latindo ao seu lado. — Papai. — Ela ofega. — Ele tem um filhote.
Jimin ri ao lado de Jungkook.
— Sim bebê, ele tem.
Jungkook sorri brilhantemente, aquele adorável sorriso de coelho que enruga sua pele no canto dos olhos, não que Jimin perceba, antes de se ajoelhar.
— Esta é Kakuna. Ela está um pouco eufórica agora, porque está muito feliz por estar do lado de fora sob esse sol.
— Eu também! — Minji concorda quando estende a mão para acariciar Kakuna, mas só consegue um punhado de baba quando a cachorrinha a lambe. Minji torce o nariz quando cai em um acesso de risadas. — Kook! — Ela chama enquanto Kakuna tenta mexer em seu colo. — Quer fazer um piquenique conosco?
Jungkook volta os olhos para Jimin, esperando que a mistura de pânico e esperança que ele sente dentro de seu peito não apareça externamente.
— Oh, eu...
— Minji, querida, tenho certeza que Jungkook tem outras coisas para fazer hoje.
— Quero dizer, não de verdade. Eu realmente gostaria de fazer um piquenique com você. Se... se você quiser. — Ele termina suavemente.
Jimin olha para Minji, que está totalmente encantada com Kakuna. Ela o convidou, e ele fica quase impotente quando se trata dela.
— Eu... bem, acho que gostaríamos muito disso. — E então há aquele sorriso novamente. Jimin se força a desviar o olhar. — Vamos Minji, por que você não mostra a mim e a Jungkook o lugar que você escolheu?
[...]
Jimin inclina-se para trás e recosta-se nas mãos, as pernas estendidas na frente dele enquanto observa Minji brincar com Kakuna na grama verde diante deles, depois que terminaram o almoço. Minji se certificou de dividir a comida que eles mesmos fizeram para que Jungkook pudesse comer algo também. O coração de Jimin estava cheio de orgulho enquanto observava a alma de Minji em ação. Jungkook permanece sentado de pernas cruzadas ao lado dele.
— Brincar com Kakuna provavelmente será o destaque da semana de Minji. — Jimin reflete.
— Ela é muito eufórica... Kakuna, não Minji.
Jimin ri.
— Bem, Minji também é. Mas Kakuna é fofa.
— Você e Minji não têm animais de estimação?
— Nós não temos cachorro. — Jimin diz intencionalmente. — Atualmente, é a única coisa que Minnie quer. Mas nós temos um peixe.
Jungkook luta contra uma risada.
— Um peixe?
— Nomeado Squirtle.
Jungkook explode em uma gargalhada completa, com um pequeno bufo. Jimin não consegue parar de rir. Ele estende a mão e bate levemente no braço de Jungkook.
— Que fofo. — Jungkook ri.
— Cale-se. — Jimin ri em sua mão. Ele se recompõe e olha para Jungkook. — Então, você deve morar perto? Quero dizer, desde que trouxe Kakuna para este parque.
— Apenas um quilômetro ao sul daqui. — Ele olha para Jimin. — Você e Minji também?
Jimin observa Minji por um tempo enquanto pondera se deve responder. Jungkook nunca havia pressionado nada, e parece genuíno interesse em apenas conversar.
— Ah sim. Nossa casa fica bem perto. Este sempre foi o parque favorito de Minji.
— Estou surpreso por não termos nos encontrado aqui antes. — Jungkook diz. — Porém, você provavelmente não me reconheceria sem meu avental e chapéu do Common Grounds.
Jimin certamente não está disposto a admitir que reconheceria esse sorriso em qualquer lugar. E mesmo que ele o reconheça entre os mares de pessoas, isso não significa nada. Ele é fofo. Apenas.
— Você pode estar certo.
— Então, alguma sorte na pesquisa de professores de piano? — Jungkook pergunta quando ele finalmente se estende de uma maneira semelhante à de Jimin.
— Não há esperança. — Jimin geme.
Jungkook engole em seco e gira o anel no dedo médio direito. As palavras de Yoongi, Namjoon e Hoseok saltando em sua cabeça. Ele não quer oferecê-lo como um truque para chegar a algum lugar com Jimin. Ele realmente quer ajudar e conhecê-los.
— Você sabe, a... hum... a oferta para que eu a ensine ainda está de pé. Como nós dois estamos na mesma área, não acho que seja difícil configurar algo. — Jungkook se contém e morde o lábio. Ele odeia que sempre termina divagando, desesperado para preencher o espaço vazio com palavras em vez de ansiedade.
Jimin olha para Jungkook, depois de volta para onde Minji ainda está brincando com Kakuna.
— Eu posso pensar sobre isso? Só por alguns dias.
— Claro. Tome o tempo que precisar. — Jungkook fala.
Jimin faz uma pausa, ele não quer mergulhar em nada. Ele está preocupado de estar deixando seu fascínio pelo garoto nublar seu julgamento. Ele não pode entrar nessa cegamente. Ele precisa ter certeza de que não está colocando Minji em nenhum tipo de perigo. Ele precisará de uma investigação completa. Algo além do Google.
— Posso pegar seu número? Vou deixar você saber o que eu decidir.
Jungkook, está surtando internamente porque Jimin não precisa do número dele, ele pode dizer facilmente sua decisão no café, mas ele mantém o rosto neutro quando concorda. Jimin entrega a ele seu telefone e Jungkook digita seu número antes de devolvê-lo. Jimin cria um texto breve e o envia.
— Agora você terá meu número, para que você não pense que alguma pessoa aleatória está enviando uma mensagem para você. — Ele diz enquanto olha para as mãos.
Jungkook olha para o telefone quando ele toca.
📩Número desconhecido:
Bebida gelada, creme doce. 😉
Jungkook quer se rastejar para um buraco. Certamente, o texto é tanto em relação à sua ordem padrão, mas também aos gritos de Namjoon de que "Jimin é o bebida gelada e creme doce?" Ele sorri quando clica na mensagem e salva o número de Jimin.
📩Para: bebida gelada, creme doce
Obrigado - JK
Jimin ri quando recebe a notificação.
— Só brincando?
Jungkook dá um tapa nele.
— Não, Jungkook. J.K. — Jimin continua a rir. — Ugh, deixa pra lá. Eu anulo todas as ofertas. Me devolva meu número.
[...]
Naquela noite, depois que Jimin coloca Minji na cama, ele encontra sua mão pairando sobre o contato de Jungkook. Mas em vez disso, ele rola mais para baixo e faz uma ligação. No terceiro toque, atendem.
— Oi, eu preciso que você pesquise um nome para mim. Eu preciso saber tudo, desde a linhagem da família até o nome do melhor amigo de infância, se possível. Quero detenções no ensino médio, educação, violações de direção, tudo e qualquer coisa.
— Você não poderia ter o almirante Park fazendo isso?
Jimin não quer que seu pai faça a verificação de antecedentes em Jungkook. Ele aprendeu cedo a não pedir favores ao pai.
— Apenas faça isso, você faria? É importante.
— Quão importante?
— Para Minji.
— Eu estou trabalhando nisso. Me dê um dia.
🌸
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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O amor deles vai se desenvolvendo aos poucos e devagar inicialmente, mas quando pegar embalo nada irá pará-los...
Agradeço a todos pelo carinho. Nos vemos no próximo capítulo.
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