Do início
[...]
Entrapta convocou a todos para uma reunião importante na torre, onde ela e Hordak realizam suas experiências. Após a queda do Mestre, foi decidido que Hordak seria mantido no castelo sob observação.
— Entrapta, por que nos chamou? — questionou Cintilante, adentrando primeiro. Descendo da vara de metal em que estava pendurada, Entrapta retirou o capacete.
— Lembram das câmeras de segurança aprimoradas que instalamos no mês passado? — afirmou, mexendo em seu tablet.
— Tivemos alguns problemas com o áudio, mas conseguimos capturar o momento em que Catra foi sequestrada. — complementou Hordak, enquanto manuseava o computador, exibindo várias imagens na tela. — Aqui está! — interrompeu a reprodução. — Catra chegou ao jardim e, em seguida, os homens a cercaram. Ela resistiu, mas um deles a atingiu com um choque.
— E foi nesse momento que os guardam chegaram. Mas não parece que Catra gritou por ajuda. Nem parece que eles tentaram ajudar! — pontuou Arqueiro.
— O guarda mentiu? — Frosta indagou, arqueando uma sobrancelha.
— Parece que sim. Mas não é só isso. — Entrapta sentou ao lado de Hordak e avançou o vídeo. — Vocês viram? — perguntou, fazendo todos olharem confusos. — Vou dar um zoom. — disse, retornando a imagem e ampliando. — Olhem, os outros homens ficaram para trás, mas três fugiram levando a Catra para outra direção.
— Como conseguiram entrar no jardim? Entrapta instalou um sistema de alarme, não teria sido possível passar despercebidos. — disse Cintilante, andando de um lado para o outro com a mão na cabeça. — Vamos interrogar o guarda e encontrar esses homens. Podemos...
— Espera, para! — a loira exclamou, se aproximando da tela. — Amplia o menor... — pediu a Hordak, que aumentou a imagem.
— Dá para melhorar? — Arqueiro indagou.
— Um momento~ — respondeu Entrapta, melhorando a qualidade da imagem.
— Isso é que eu acho que é...? — disse Serena, bufando e cruzando os braços. — Ok, eu vou atrás do guarda e tentar arrancar alguma informação dele.
— Se for torturar ele, eu também vou! — Frosta e Serena deixaram a sala. Enquanto isso, Adora mantinha o olhar fixo na tela.
— É o símbolo do Mestre. — afirmou Hordak. A cena era surpreendente para todos ali presentes.
— Ainda existem grupos que o idolatram. Mas não entendo, por que sequestrar Catra? — questionou Arqueiro, coçando a nuca.
— Para tentar me atingir... — respondeu Adora, com expressão séria e punhos cerrados.
— Beleza! Vou informar a todos para verificarem as bases aliadas do Mestre. — avisou Cintilante.
— Vou junto! É a oportunidade perfeita para testa meu novo projeto. — confirmou Entrapta, e todos saíram da sala.
Ao notar que Hordak continuava mexendo no computador, Adora parou na porta e voltou-se para ele. Aproximou-se novamente e, pigarreando, atraiu sua atenção.
— Posso ajudar em mais alguma coisa? — perguntou ele, levantando-se, mas acabou sendo atingido por um soco no rosto e arremessado contra a parede por Adora, que o segurou e apertou seu pescoço.
— Ela me contou sobre a briga... — sussurrou, apertando mais o pescoço dele. — Se eu souber que tem dedo seu envolvido nisso...!
— E-Eu juro! — segurou as mãos dela, enquanto Adora continuava a apertar. — V-Você acha que e-eu arriscaria a perder tudo depois de tanto t-tempo? — Ela suavizou um pouco o aperto. — Eu tenho alguém também... Não quero mais saber dele. Nunca mais! — Exclamou, sendo pressionado contra a parede por Adora, olhando profundamente nos olhos dele. — Por favor, A-Adora! — Pediu, sem ar, até que finalmente foi solto.
Hordak, recuperando o fôlego, ficou no chão. Enquanto isso, Adora sentou-se em uma cadeira, apoiou os cotovelos nas pernas e suspirou profundamente. Hordak se levantou, puxou outra cadeira e sentou-se também.
— Olha... — disse, inspirando profundamente. — Eu sei que não sou digno de confiança. Fui seu inimigo por anos, mas não estou envolvido nisso. — Adora ergueu os olhos para ele. — Aquele monstro só me via como uma imitação barata. Descartável! — passou a mão no cabelo e suspirou. — Mas encontrei alguém que realmente me enxergava. Encontrei uma amiga... — Adora ergueu uma sobrancelha e ele corou levemente. — O que estou tentando dizer é... sinto muito. — Adora desviou o olhar e balançou a cabeça, fixando os olhos na tela. — Você vai encontrá-la. — disse, fazendo-a voltar o olhar para ele. — Você sempre a encontra! — afirmou, pressionando os lábios. — E tenho certeza de que ela não ficará esperando pelo resgate. Ela sempre foi boa em...
— Fugir! — completou a loira e soltou uma risada suave. Levantou-se e ele fez o mesmo, ficaram se encarando por um momento, então ele estendeu a mão em cumprimento e ela apertou a mão dele. — Desculpe pelo soco. — pediu e ele riu.
— Não se preocupe. Você até que demorou. — Os dois deram risada e logo Adora saiu da sala, encontrando os outros do lado de fora do castelo e juntos iniciaram a busca.
Hordak estava correto em uma coisa – Catra não ficaria parada sem agir, certamente tentaria escapar.
[...]
Já estavam no outro dia e ainda não havia sinal nenhum de Catra. Adora estava uma pilha de nervos. Os grupos leais ao mestre, espalhados por Etheria, haviam sido descobertos. Agora, Adora e seus amigos estavam na nave, se deslocando rapidamente entre os acampamentos para interrogar os suspeitos.
Os primeiros três acampamentos não produziram resultados, mas Entrapta, no quarto acampamento do outro lado de Etheria, compartilhou uma informação que poderia ser útil.
A espaçonave pousou e ao abrir a porta, encontraram um acampamento mais movimentado do que os três anteriores. Caminhando entre os detidos no chão, notaram os diversos cartazes, armas, tecnologia do mestre e vários pôsteres dele. Adora considerou aquilo um absurdo e apenas alimentou sua raiva.
— Ah, que bom que chegaram! — disse Entrapta ao vê-los. — Analisei as filmagens com meu novo programa de reconhecimento facial e pronto! Encontrei os três sujeitos que levaram a Catra! — exclamou empolgada, enquanto Adora se dirigia apressadamente para dentro da tenda. Os três estavam sentados com a cabeça baixa. Adora quis avançar, mas Scorpia a segurou do lado de fora.
— Eles sabem onde Catra está! — ela gritou, tentando se libertar. Não queria mais ouvir sobre planos ou estratégias, só desejava Catra de volta.
— Eu sei! — disse Scorpia, fazendo-a parar. — Também estou preocupada, mas sabemos que aquela gata selvagem consegue se virar sozinha. — Adora ofegava, franzia a testa e balançava a cabeça.
Cintilante estava com Entrapta analisando as coisas que havia descoberto e algumas informações sobre os três suspeitos. Pelo visto, os três haviam planejado isso sem que os outros acampamentos soubessem. Mas eles não eram servos do mestre de longa data, eram apenas pessoas que perderam seu lar na época em que Catra era capitã da horda.
— Certo, vamos fazer isso. Interrogaremos eles um por vez, talvez se estiverem separados seja mais fácil de arrancar alguma informação. Todos de acordo? — Indagou e concordaram.
Entraram na tenda após dois suspeitos serem levados para fora pelos guardas, deixando o homem mais velho para ser interrogado primeiro.
— Não tenho nada a dizer. — ele disse.
— Temos provas contra você. Podemos pegar leve, só precisa nos dizer onde ela está. — O homem riu de forma sarcástica, provocando a equipe. Adora tentou avançar, mas foi contida por Scorpia e Perfuma.
[...]
Os suspeitos foram dobrados, mas o terceiro se mostrava difícil de lidar. Era um jovem rapaz, mais novo que os outros, que desde o início se manteve em completo silêncio, mesmo diante da exaltação de Adora, não se deixou intimidar.
— Ele não vai falar! — expressou Scorpia frustrada, soltando um profundo suspiro. Adora bufou e entrou de volta na tenda, ignorando os chamados dos amigos. Transformou-se em She-ra e segurou o rapaz pela camisa.
— Fala, agora! — exclamou, pressionando suas costas contra a parede, e o rapaz começou a rir alto.
— Vida longa ao grande Mestre da horda! Vida longa ao rei! Vocês nunca vão achá-la! Nunca! — ele gritava cada vez mais alto, até que Adora o soltou, deixando-o de joelhos enquanto ele continuava a repetir. — Nunca! Nunca! Nunca! Nunca! Nu...
Perfuma interveio puxando Adora e acertando o rapaz com um soco. — Nunca diga nunca! — ela balançou a mão, massageando o punho, sentindo um leve desconforto. Virou-se para os amigos, que a observavam perplexos. — Desculpe, ele emana uma energia muito negativa. — explicou com um sorriso tímido. Os guardas pegaram o garoto e, quando estavam o levando para fora da tenda, Adora notou algo em sua jaqueta.
— Esperem! — ela gritou, passando pelos amigos e revirando os bolsos da jaqueta dele, encontrando um papel.
— O que é isso? Um desenho...? — perguntou Cintilante quando Adora abriu o papel na mesa.
— Acho que não... — comentou Arqueiro, olhando para o papel, analisando o desenho e comparando com o mapa da tenda. — É um mapa. E ele nos leva para... — surpreendeu-se ao suspirar e virar-se para os outros. — Para onde encontramos a espada!
— Como assim? — questionou Cintilante, aproximando-se dele.
— Segundo isso, há uma instalação dos primeiros exatamente onde você encontrou a espada, Adora. — explicou.
— Não há nenhuma instalação dos primeiros ali... — disse Adora.
— É porque essa é diferente. É uma instalação subterrânea! — exclamou Arqueiro.
— Eles levaram a Catra para lá? — Scorpia indagou.
— Conforme as anotações deste mapa, sim! — ele afirmou, porém Adora ainda não conseguia compreender.
— Mas como eles poderiam levá-la para lá? Apenas a She-ra pode abrir as portas. — Adora declarou, cruzando os braços.
— Talvez tenham descoberto outra entrada... — Perfuma sugeriu, pensativa, com a mão no queixo.
Cintilante respirou profundamente e posicionou as mãos na cintura. — Bem, só há uma maneira de descobrir.
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