[ PRE - SU - MIR

1.transitivo direto tirar uma conclusão antecipada, baseada em indícios e suposições, e não em fatos comprovados; conjecturar, supor."p. o melhor para todos"

2.transitivo direto supor antecipadamente; prever, pressupor, achar.]

ZAYN MALIK POINT OF VIEW

Sua respiração era tranquila, eu podia sentir seu coração bater conta o meu corpo, seu cheiro era único. Eu não sei havia algo mais lindo do que isso. Dois corpos em sintonia. Parece idiotice, mas quando você encontra alguém como ela, você já sabe que a quer para sempre.

A princípio, eu não queria nada além de uma noite, mas há algo em seus olhos que me intriga. É como se faltasse algo neles, um imenso abismo, que eu provavelmente chegaria perto de mais e cairia.

Eu lutei muito contra isso, eu sabia que assim que eu ligasse e ela atendesse, não teria volta. Passei duas semanas apenas olhando para seu contato. Eu trabalhei pensando nela, bebi pensando nela, refiz cada passo que me levou até ela mas não tive a mesma sorte. As outra mulheres que eu sai, eu ficava procurando Bella nelas, e claramente não encontrei.

Eu realmente não sei nem por onde começar, foi algo tão orgânico e real. O sexo é ótimo, mas ela me intrigou ao ponto de eu querer mais.

- Bella? - Digo seu nome, de uma forma baixa para que ela não se assuste.

- Sim? - Ela responde baixo enquanto está fazendo um carinho na minha barriga.

- Se importa de se vestir? Não que eu não queira te ver sem roupa, mas é que o plano era outro...

- Não me importo, qual era o plano? - Ela me diz, olhando para mim agora. Parecia empolgada com uma ideia que não conhecia.

- Ver o nascer do sol com você, daqui do carro a vista é um pouco limitada, não acha?

- Sim, mas não é ruim olhar só para você - Ela sorri, sem malícia. É por mais que eu tente, esse sorriso me parece mais bonito que os outros.

Ela se senta no banco do passageiro e pega a camisa que eu vestia antes e a veste. Por que essa blusa ficou tão melhor nela?

- Legal, você veste minhas roupas e eu fico como?

- Você pediu para que eu me vestisse, minha condição é que seja com a sua camisa, gosto de olhar para suas tatuagens - Ela diz naturalmente enquanto abotoa a calça jeans.

Não deveria tentar fazer acordos com o diabo.

- Isso é injusto, eu me sinto usado, sai perdendo nesse acordo - Digo brincando.

- No final, é o que todos nós fazemos Z. Eu visto sua camisa para que você não vista nada e eu possa admirar esse lindo abdômen durante o resto da noite, simples. Você ainda pode virar o jogo, sei que é esperto. - Ela sorri e então aproxima nossas bocas, um estalo rápido e então ela sai do carro.

Eu estou ficando louco.

Pego o cobertor e as bebidas no banco de trás, visto apenas a jaqueta e deixo o carro um pouco atordoado ainda.

Ela está a observar as estrelas.

Estendo o pano no chão para ficarmos mais confortáveis e cutuco ela para que ela pudesse ver e se sentar. Ela faz isso depois de mim, pega uma das garrafas e bebe, eu adoro o fato dela beber com gosto e sem cerimônia diretamente do bico da garrafa.

- Legal esse lugar, como achou ele? - Ela pergunta enquanto está analisando o lugar.

Tento registrar cada detalhe desse momento, o jeito que as suas pernas estão cruzadas e sua postura é quase perfeita mesmo que ela pareça bem relaxada e confortável. Tento arrumar a minha postura assim que percebo que a minha é bem ruim. Coço a garganta e tento me lembrar da sua pergunta.

- Eu não sei na verdade, fiquei muito chapado numa festa e acordei aqui no dia seguinte. Demorei para conseguir sair mas acabei voltando depois de uns dias, acho que foi o lugar quem me achou.

- Sério? - Ela olha para mim rindo.

- Sério, não sei como não sai rolando pelo barranco. Eu acordei mais pra cima na verdade, e desde então eu venho aqui quando quero dar uma escapada da realidade por um tempo. É um lugar bom para relaxar.

- Já trouxe quantas garotas pra cá?

- Você é a primeira na verdade - Confesso, e então pega uma garrafa de uísque e dou um gole.

- Aposto que diz isso para todas - Ela é muito pretensiosa, eu apenas reviro os olhos. Ela não sabe de nada.

- Não tem outras - Minha voz sai mais irritada do que eu planejei, isso me frustra.

- O que? - Ela parecia curiosa, mas acabou rindo quando eu não respondi nada, eu sei que ela ouviu bem, meu orgulho não permitiria que eu dissesse novamente.

- Tem algum lugar assim? - Pergunto depois de um tempo, o silêncio era confortável mas sua voz me trará uma paz prazerosa.

Ela para e pensa, fica calada por alguns instantes. Respira fundo e bebe um gole grande.

- Na verdade, não...

Ela parecia frustrada e mudou de posição esticando as pernas e cutucando minha cocha com as pontas dos dedos dó pé.

- Não?

- Não.

Ela continuava o movimento de forma divertida, tentando me provocar., mas eu não cederia tão fácil.

- E como faz para escapar da realidade?

Ela para o que está fazendo e me olha, meio que pensando no que vai dizer.

- Sexo, drogas, bebidas... Compras? - Ela ri. - Mentira, eu odeio fazer compras. Mas... Quando as coisas ficam feias, geralmente é sempre a cocaína.

A voz dela foi rouca, e séria, como se as palavras tivessem o peso do mundo.

- E como estão as coisas agora?

- Estão bem, eu me dou bem com os problemas que tenho agora. Não que eu tenha resolvido os anteriores... E os seus?

- Acho que eu fugi tanto dos meus problemas que ele nem ao menos me pertencem mais. Eu nem ao menos penso sobre, me foco no que está acontecendo agora.

- E por quê voltou?

Agora eu fico sem silêncio, desvio meu olhar para o céu estrelado sobre nós. Bebi um gole grande do uísque e respirei fundo.

- Eu nem sei na verdade... Achei que era o certo a se fazer mas... Agora não tenho tanta certeza.

- O que mudou?

Você. Eu penso.

- Não sei exatamente, estou tentando descobrir.

- Você vai descobrir. Todas as respostas elas nos encontram, só precisamos parar de procurar nas outras pessoas algo que esteja em nós. É fácil mudar os outros, difícil é mudar a nós mesmos, a forma que olhamos para as coisas.

Me parecia que era um pensamento já formado, como aquele tipo de coisa que ficamos semanas pensando sobre e então quando alguém acaba perguntando nós já temos a resposta, porque já nos fizemos a pergunta um milhão de vezes. Esse tipo de pensamente é realmente muito particular e eu percebo que talvez ela na se sinta confortável agora e eu não quero que ela se sinta assim.

- Eu não sei o que você fumou para chegar a essa conclusão, mas eu também quero fumar - Digo e ela ri, volta a relaxar os ombros.

- Vai se foder Zayn - Seu sorriso é largo e frenético.

- Você vem junto? - Ela mostra o dedo do meio, eu dou uma gargalhada.

- Mais tarde. Quero ver as estrelas um pouco - Ela bebe e então se arrasta até meu lado e se deita colocando a cabeça apoiada em meu ombro, seu olhar é focado no céu.

Eu tombei minha cabeça sobre a sua suavemente, e voltei meu olhar para a mesma direção que o dela.

- Por que você demorou tanta para me ligar?  - Ela diz e então eu desejei poder ter observado sua expressão enquanto ele tinha dito porque não encontrei nenhuma em sua voz.

- Eu estava trabalhando, é um trabalho novo então me sentia muito cansado quando eu chegava em casa, até cheguei a ir no bar na esperança de te ver lá novamente, mas quando eu percebi que não teria a mesma sorte mais de duas vezes, achei melhor ligar de uma vez. - Ela se vira e me encara, como se procurasse algum rastro de mentira nas minhas palavras.

- Eu pensei a mesma coisa, sobre sorte. Com exatamente as mesmas palavras, louco né?

- Eu tenho uma palavra melhor, conexão. - Ela arqueia o olhar e sorri.

- Duas vezes, foram duas vezes. Você é um pouco presunçoso.

Eu dou uma gargalhada totalmente involuntária com suas palavras, essa é uma palavra que ninguém nunca havia usado para me descrever, mas parecia bem real sobre mim ao mesmo tempo. Eu realmente presumo muitas coisas, como quando a vi pela primeira vez no bar tomando cerveja e fazendo careta, tive certeza de que ela não gostasse da cerveja. Ou quando a vi no clube... Meu estomago reclama da lembrança que é amarga. Por que o que eu presumi quando a vi sair da área restrita com Jared eu tive quase certeza de que ela havia transado com ele. Me lembro do seu olhar, predador. Eu preferia a garota que estava aqui agora, me dizendo o quão presunçoso eu sou. Minha risada morre com a memória e então começo a pensar sobre isso, sobre o quanto disso eu presumi e o quanto disso era realmente real.

- Eu posso te fazer uma pergunta evasiva?

- Hm... - Ela pensa. - Pode.

- Não me leve a mal ok?

- Ok Zayn.

- No clube, eu vi você saindo de uma área restrita com Jared... - Repensei em como isso poderia dar errado mas era tarde de mais -  Você transou com ele?

Uma parte de mim queria que a resposta não fosse sim, e a outra queria que fosse.

Pelo simples fato de, se ela transou é por que quis. Se não transou estava comprando algo dele o que a coloca na posição de 'não relacionável'.

- Não que isso seja da sua conta, mas sim...

Não pude deixar de soltar o ar que ei prendi antes de fazer a pergunta e ela percebeu.

- Ele parece velho para você - Soltei sem ao menos pensar no que disse, desde que ela não me pergunte de onde eu o conheço, vale tudo.

- Eu não me importo com idade, desde que não seja um menor de idade é claro, o que não realmente não é o caso, ele tem 32, mas não sei quantos anos você tem e já transamos três vezes.

- A propósito, tenho 27.

- Tenho 25 - Ela diz sorrindo - Isso não muda nada, você também é mais velho, devo me preocupar?

- Tudo bem, você tem ponto, não irei refuta-lo.

- Espere - Meu coração gelou, eu realmente espero que ela não faça a pergunta - Você ficou com ciumes?

Eu não pude deixar de rir, e ela me olhou confusa o que deixou tudo ainda mais engraçado.

- Bella...

- Zayn.

Acho que temos um vencedor, eu realmente não irei responder aquela pergunta. Eu aproximei e pedi espaço para um beijo que ela cedeu, era um beijo calmo e carinhoso. Não havia muita pressa já que teríamos até o amanhecer juntos ali. E seus beijos ficavam cada vez melhor, eu estava viciado no seu toque, na sua língua fazendo movimentos regulares contra a minha. Seu cheiro misturado com o meu era tudo o que eu queria sentir pelo resto dos meus miseráveis dias.

Acabamos nus, suados e bêbados ao observar o céu, cada um com seus próprios demônios e conflitos. Quando o Sol estava quase para nascer, ela estava dormindo em meu peito novamente, a acordo com um poco de cautela.

- Bella... O Sol vai nascer.

- Não acredito que acabei dormindo - Ela diz um pouco confusa. - Esse seu uísque é forte.

Ela faz uma careta e leva uma das mãos para cabeça fazendo movimentos circulares.

- Achei que aguentasse a bebida do gueto.

Seu olhar ficou estreito como se tivesse brava, mas com certeza uma encenação.

- Eu não gostei do seu tom não viu Zayn... - Eu dou os ombros e ela se levanta, olhando pelos lados e procurando alguma coisa - Droga minha blusa ficou no carro, eu já venho - Ela se levanta e vai até o carro onde ela se veste. Eu então me lembro que deveria fazer o mesmo.

Visto as peças que estão praticamente ali, até mesmo meu tênis. Pego as garrafas vazias e as pontas de cigarros do chão e as coloco em uma sacola para jogar no lixo mais tarde. Dobro o cobertor e volto ele para o porta-malas do carro. Vejo a jaqueta da Bella no chão e a pego, assim que a pego dois saquinhos de cocaína caem no chão.

Eu perco ar por dois segundos.

Quando as coisas ficam feias, geralmente é sempre a cocaína.

Uma parte de mim fica preocupada e a outra grita "se ela não disse, você não deve se meter".

Eu guardo a droga comigo e vou para o carro. Ela esta a escrever alguma mensagem no celular.

- Esqueceu sua jaqueta - Digo a devolvendo a jaqueta.

- Obrigada, eu nem tinha percebido - Ela sorri e guarda o celular. - Eu estou com fome...

- Você leu minha mente. Para onde quer ir?

- O Mc Donald's parece atraente, mas o Starbucks...

- Eu deixo você escolher desta vez.

- Starbucks

- Eu já sabia que iria escolher o Starbucks.

- Você presumiu. - Ela sorri e eu reviro meus olhos.

- Você me deia louco, em todos os sentidos.

- Espero que isso seja um elogio.

- É. Acredite em mim.

Ela olha diretamente para minha boca e eu posso sentir meu coração pulsar agora.

- Você também.

- Eu o que?

- Me deixa louca.

--

Assim que adentrei no apartamento que divido com Liam eu percebi que havia algo de errado. Estava tudo em um silêncio incomum, fechei a porta sem fazer barulho e peguei o canivete que carregava comigo no passante da calça. Em passos curtos e silenciosos eu fui analisando o ambiente, procurando por algo que esteja fora do lugar ou que não pertence a nós. O apartamento era iluminado apenas pela luz do Sol que entrava pelas janelas entreabertas.

Fui até o escritório de Liam e o vi caído no chão. Me aproximei, coloquei a mão no pescoço do meu amigo e respirei aliviado, ele estava apenas inconsciente. O comodo apresenta sinais de uma luta injusta, e automaticamente sinto a culpa, não deveria ter deixado Liam sozinho por tanto tempo. Levo Liam até o sofá do escritório, mas antes de sair do escritório para ir a cozinha pegar algo para acorda-lo eu vejo uma porta aberta.

Antes de acordar Liam eu tranco a sacada, e vejo algo estranho, tem um bilhete na mesa.

"Você não deveria ter voltado, não deveria tentar descobrir quem sou eu e também não deveria tocar no que é meu Zayn. Vou lhe dizer a regra deste jogo : não tem regras. Eu acabei com você uma vez e não vou perder a oportunidade de fazer isso de novo, de uma vez por todas."

Merda.

Eu não posso acreditar que isso esteja acontecendo novamente.

Vou até a cozinha e volto com um copo de água, fico de frente ao corpo de Liam que está deitado e tento acorda-lo, eu preciso saber quem deixou isso aqui.

- LIAM, LIAM ACORDE! - Jogo água em seu rosto.

- PORRA! - Liam pula assustado.

- Você está bem?

- Eu acho que sim, não sei... - Ele parecia muito confuso.

- O que houve? Do que você se lembra?

- Eu não sei, eu estava fazendo um lanche na cozinha e ouvi um barulho, quando eu cheguei no escritório alguém bateu na minha cabeça e eu desmaiei.

- Mais que merda. Levaram alguma coisa?

- Não sei... - Ele tem as mãos na cabeça, e eu realmente estou preocupado com ele.

- Deixaram isso sobre a mesa.

Mostro o papel para Liam, ele fica um bom tempo analisando o bilhete.

- Quem acha que é?

- Pode ser o Louis ou...

- Ou? - Eu queria ter certeza de que não estava louco e pensando no que eu estava pensando.

- Ou a mesma pessoa que armou pra você.

Liam suspira e se senta no sofá, tira a camiseta molhada e a joga no chão com frustração.

- O que você vai fazer?

- Primeiro vamos ao hospital ver se você realmente esta bem, depois vamos colocar mais trancas nesse lugar... Não vai ficar assim. Eles te atacaram Liam, eu não vou deixar isso passar em branco.

- Eu estou bem Zayn...

- Liam, isso é pessoal. Ninguém vai te machucar e sair ileso.

revised at 28/07/2020