memories • 17
[me.mó.ria
substantivo feminino
1.
faculdade de conservar e lembrar estados de consciência passados e tudo quanto se ache associado aos mesmos.
"uma m. boa ou má"
2.
nome, reputação.
"a m. desse homem é ora caluniada ora defendida"]
zayn point of view
Você já acordou de um sono tão pesado que não sentia seu corpo? Já teve um sonho tão real que o chegou a confundi-lo com uma memoria no dia seguinte? Já sentiu o peso do mundo sendo tirado das suas costas? Porque agora é exatamente o que eu sinto.
Acho que pela primeira vez na minha vida eu pude contar o meu lado da história a uma pessoa que não me interrompeu e me ouviu de verdade, não teve duvidas das minhas palavras e o mais importe, acreditou em mim.
Provar minha inocência naquele fato especifico da minha vida nunca tinha sido realmente uma prioridade, eu não ligava muito para o que eles iriam pensar sobre mim, se acreditassem ou não. Simplesmente porque se alguém não acredita no que eu digo ela não me conhece, e não merece me ter ao seu redor.
Meus sonhos foram vazios, diferente de todas as minhas noites, não houve nada. Assim que comecei a despertar, eu semti seu cheiro, o calor do seu corpo junto ao meu. Era o paraíso.
Eu amo acordar ao lado dela.
Meus olhos se abrem de vagar, demoram para se acostumar com a claridade. Me perguntei se ela havia deixado a cada aberta de propósito. O frio da manha foi cruel contra minha pele quando sai da cama, mas eu iria vencer essa batalha.
Eu acordei determinado. Eu provaria minha inocência, eu não deixaria isso ser só mais um fato a mais da minha vida. Eu sei quem eu sou, eu vou provar para todos a verdade.
Tomo um banho rápido, ontem eu usei toda a água quente dela, se eu fizesse novamente corria o risco de ser chutada para fora assim que ela percebesse. Visto meu antigo moletom que não via a umas semanas, ela rouba minhas melhores roupas.
Seu sono é pesado, resolvo preparar o café da manhã para nós antes de acorda-la. Alimento sua gatinha, e observo a sala novamente, com calma, agora sobre a luz do dia.
A jaqueta que costumava ser minha sobre o sofa, pego ela e confiro os bolsos, pinos vazios. Ela continua usando. Como imaginei.
Observo a foto novamente, era antiga, elas deveriam estar na escola ainda. Não acho que ja tenha visto Gigi antes, mas Bella sim. Falei com ela duas vezes, na primeira ela estava em uma festa, realmente chique, eu estava trabalhando nesse festa para Louis.
Ela estava chorando.
Eu havia dado uma pausa como garçom para fumar nos fundos. Ela estava lá, escondida atrás da caçamba de lixo. Eu me lembro como se fosse ontem, ela desesperada.
Tentei me aproximar, não me lembro exatamente minhas palavras mas eu me lembro dela gritar.
"FIQUE LONGE DE MIM, PARE DE ME PERSEGUIR"
Eu fiquei realmente assustado, queria ajudar. Nem ao menos sabia quem ela era. Quando ela percebeu que eu não era a pessoa de quem ela estava fugindo, ela deixou que eu me aproximasse. Ela estava com frio, dei a ela meu smoking, ela chorava muito.
Tentei acalma-lá, a abracei e disse que ninguém a faria mal. Ela chorou mais, aliviada. Perguntei a ela qual era problema, assim que ela se acalmou, ela me respondeu.
"Ele está obcecado comigo, eu não deveria ter falado com ele na primeira vez... Ele me ligou, eu estava com meus amigos, eu não estava com medo... E então ele disse que eu estava perfeita com o vestido da Prada e o colar de herança da minha família. Como ele sabe disso? Eu comprei isso há dois meses..."
Eu fiquei sem reação, ela voltou a chorar.
Perguntei se ela queria que eu a levasse para casa, ja que ela tinha medo de voltar para festa, e havia esquecido seu celular na mesa. Ela não me deixou ir buscar, e também não queria que eu fosse com ela.
Eu nunca vi alguém com tanto medo na minha vida. Eu nunca vi alguém tão frágil e assustada. Os olhos de Bella eram parecidos com o de Gigi, mas o terror que vi nos seus olhos eram incomparáveis com a bravura e ousadia dos de Gigi. Eu jamais ligaria uma a outra, se não fosse pelo sobre nome.
Naquela noite eu levei Bella para casa, ela ficou o caminho todo encolhida no banco do carona, não dizia nada além do caminho. Ela não quis escutar musica, ela não quis que eu avisasse ninguém da festa que ela estava indo embora, ela faria isso mais tarde.
Seus olhos eram tristes e assustados, mas ela não chorava mais. O aquecedor do meu carro não pareceu aquecê-la, mas minha presença pelo menos a acalmava. Foi um caminho longo, a festa era fora de Londres, e ela morava num condomínio luxuoso.
Quando eu parei na frente da entrada ela pediu que eu a acompanhasse até a entrada, e eu fiz isso. O segurança ligou para sua casa e alguém iria até lá para buscá-la. Eu esperei até que seu pai junto com um segurança aparecesse. Ela me agradeceu, seu pai me deu todo o dinheiro que havia na sua carteira por mais que eu tivesse insistido em recusar.
Bella agradeceu novamente antes de entrar, e eu não sabia o que dizer. Não sabia até então seu sobre nome, não sabia quem era o cara que havia me dado todo o dinheiro que tinha. Não sabia que eu havia salvo a vida dela naquela noite.
Assim que voltei para a festa, os seguranças disseram que havia alguém escondido na festa, armado e com uma faca. Eu não havia entendido seu desespero até ali, quando eu fui até sua mesa disseram que um segurança já havia pego o celular de Bella e avisado de sua saída.
Mas só eu sabia disso, mais nenhum segurança fazia ideia do fato. Ninguém ligou o fato de ter alguém armado lá com ela, ninguém sabia que ela estava sendo perseguida além da sua família e eu. Mas todos saberiam em breve.
—
Gigi comia com gosto as panquecas que eu havia feito, garfada atrás de garfada. Eu comia devagar, porque queria observá-la antes de ir. Quando acabamos ela pegou tudo e foi lavar, fiquei ao lado, a prontidão para ajudá-la.
- Como você esta? - Ela pergunta assim que paro ao seu lado com um pano de prato seco nas mãos para secar o que ela lavasse.
- Bem, aliviado em lhe dizer tudo, e você ter acreditado.
- Por que eu não acreditaria? - Ela uma pergunta simples, mas me deixou confuso. Eu dei os ombros.
- Ninguém nunca acreditou em mim antes, de primeira pelo menos. - Eu peguei o copo de sua mão e sequei sem olhar pra ela.
- Você me deu um voto de confiança, eu também lhe dei um... Estamos juntos, certo?
- Com certeza. - Olhei para ela sorrindo, ela também sorria, me deu um beijo na bochecha e continuou seu trabalho, e eu o meu.
- Quando eu lhe disse sobre... - Ela engasgou sobre suas palavras, era um assunto difícil - Sobre minha irmã... - Acho que ela não conseguiria dizer seu nome com tanta facilidade novamente.
- Ta tudo bem, você não precisa falar nada se não se sentir confortável. Eu conheço a história, imagino como foi difícil para você, como é difícil. - Ela manteve a cabeça baixa, suas mãos não lavavam nada agora, embora estivéssemos na metade.
- Obrigada.
Foi minha vez de deixar um beijo na sua bochecha e ela arfou com o gesto. Sorriu sem me olhar e continuo a lavar.
Quando estava tudo em seu devido lugar, eu fui até ela e abracei, não disse nada. Não a contaria sobre meus encontros desafortunados com Bella, ela não merecia sofrer com mais essas memórias, deve ter demônios suficientes em sua mente para lembra-los destes fatos horríveis.
Imagino se eu tivesse passado por metade do que ela passou, por parte desse sofrimento. Não estaria muito diferente. Eu não a julgaria mais, nem pela droga que ela usa, nem pelas mentiras que havia contado. Eu não deixaria de ver ela como uma pessoa simples apesar de saber de onde ela vem. Eu continuo olhando para ela como ela é quando estamos sozinhos.
Nós somos o que somos, quando ninguém está assistindo.
Quebro o abraço apenas para beija-lá, é tranquilo e calmo, como nossos beijos tem sido. Ela sorri no fim do beijo e meu coração se aperta porque eu tenho que deixá-la agora.
- Babe, eu tenho que ir.
Ela fecha os olhos, não diz nada, apenas se aperta em meus braços.
- Não faça nenhuma besteira.
- Não vou, a gente se vê, provavelmente aqui, a gente combina...
- Vou te esperar aqui. - Ela me olha, seus olhos são tristes, mas nunca como os de Bella. Nunca assustados, nunca.
Lhe ofereço um sorriso e ela o aceita, mas não retribui. Lhe beijo pela última vez e então sem mais delongas eu deixo o apartamento, ela facilmente poderia ter feito eu ficar, mas ela não era assim. E eu que sempre achei que ela era cuidadosa de mais, que se protegia de mais, agora acho que ela deveria ser ainda mais cuidadosa, acho que se ela fosse esperta, teria se afastado de mim assim que soube que não era alguém de bem.
Você sabe que está fodido quando sente a falta dela, 30 segundos depois de partir.
—
Mais uma vez tenho que dar todo o crédito do meu cansaço a minha burrice. Eu não estava com o carro ou com a moto, meu telefone estava sem bateria e eu tinha menos de 50 libras comigo. Foi idiotice não ter ao menos ligado para Liam vir me buscar, mas ao menos enquanto eu estava no ônibus eu teve tempo para pensar no que fazer.
Mas ao menos eu tive tempo, tempo de repassar na minha mente a lista de pessoas que sabiam da verdade, e poderia prova-la. Não era uma lista grande, havia dois nomes nela e um deles eu ainda não havia descoberto. A pessoa que armou para mim e Robert.
Robert era um fornecedor de Louis, foi o primeiro a quebrar o vínculo com ele. Basicamente, Robert não faz negócios com terceiros. Então ele jamais teria deixado de fornecer algo a Louis sem realmente ter falado com exatamente a pessoa que armou para mim. Ele sempre documentou seus acordos, ele sempre fez questão de deixar tudo em ordem, ele era conhecido e respeitado justamente por isso.
Então, se ele tem a prova que eu preciso e todos sabem disso, por que eu nunca fui até ele e a peguei?
A resposta é simples, quando ele saiu disso, ele realmente saiu disso. Ele não falou com ninguém, nunca me respondeu, nem mesmo a Liam ou a Louis. E meu palpite é de que ele foi muito bem pago para isso.
Mas recentemente, ele fechou os negócios. Eu sei disso porque ele fornecia heroína para o inferno, e agora quem fornece sou eu. O que quer dizer que ele se aposentou.
Liam havia feito a lição de casa por mim quando viemos à Londres, ele não mora mais em Londres, mora em Greenwich com a esposa e a filha. Eles tinham uma livraria e eu estava a procura de um livro especial.
Liam não estava no apartamento então eu deixei um bilhete.
"Liam, conversei com Gigi. Acho que você sabe as razões de sua mentira, considerando que você ja sabe que seu sobre nome é Hadid. Discutirei isso mais tarde. Fui a Greenwich tentar a sorte, é nossa melhor chance. Voltarei com o jantar, não fique zangado, vou comprar sua pizza favorita.
Zayn "
De moto, a viagem a Greenwich foi rápida e tranquila, achar a livraria também foi fácil mas o nervosismo até entrar foi uma parte difícil. Eu não sabia o que dizer para ele, mas eu preciso convence-lo a me ajudar.
Entrei na livraria e não foi difícil identificar Robert, ele estava sozinho, era horário de almoço ja. Ele me encarou, provavelmente me reconheceu, mas não disse nada até que eu estivesse perto o suficiente.
- Receio que não veio atrás de nenhum livro.
- Robert.
- Zayn.
Ele continua embalando os livros que havia na mesa, era um trabalho manual muito bem feito diga-se de passagem.
- Imagino que saiba o que eu venho procurar.
- Teria sorte se eu não soubesse. - Ele era rude, mas eu sou persistente.
- Não vim pedir favores, apenas lhe perguntar seu preço.
Ele para o que está fazendo e me encara.
- Olhe ao redor, eu pareço precisar do seu dinheiro?
O homem tinha seu orgulho e eu respeitaria isso.
- Sei que não precisa, o necessitado sou eu. - Não sei o quanto convincente ou desesperado eu soei, mas ele pareceu no mínimo abalado.
- Você sabe que eu não me meto nessa confusão.
- Você é o único que pode termina-la.
- Eu fui bem pago Zayn, o triplo ou nada feito.
- E quanto seria o triplo.
- Aceite primeiro, se quer tanto, o valor não sera um problema.
Bem, agora ele parecia precisar de dinheiro.
- Eu aceito. - Digo sem medo.
- Certo. - Ele sorri, e da uma risada, nunca vi esse homem tão feliz. - Um minuto, eu ja venho, vou pegar o contrato.
Ele some por alguns instantes, em menos de cinco minutos esta de volta. Ele escreve sobre un contrato pré pronto, e me entrega o papel para que eu possa assinar. É um contrato simples.
Diz que eu, Zayn, solicito os serviços ele, Robert, por um valor que estava em branco, tendo um prazo de 30 dias para pagá-lo. Sendo que, ele não poderia restar o serviço a outra pessoa durante esses 30 dias mesmo com uma oferta maior, e se eu não receber meu serviço de forma ampla e completa, tenho um reembolso do dobro do valor.
Era um risco que eu estava disposto a correr, eu sei que posso pagar. Eu assino.
Ele confere, e então assina, colocando o número em seguida.
- É sempre um prazer fazer negócios com você Malik, assim que tiver os 3 milhões de libras, ligue para o número da livraria e peça para falar comigo. Estarei esperando ansiosamente.
Eu poderia pagar, mas não 3 milhões de libras. Pelo menos não em um mês.
Eu estou fodido, Liam vai me matar.
Revised at : 03/08/2020
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